Estudo das Escrituras

INTRODUÇÃO

Para Jesus ser enviado como o Messias prometido (Gn 3:15), era necessário o mundo estar em condições de recebê-lo, isto é, ter chegado à plenitude dos tempos, como afirma Paulo em Gl 4.4. O mundo pagão atravessa o estado mais deprimente que a sua moral já havia atingido. Estava mergulhado na mais profunda vileza. A imoralidade, a prostituição e toda sorte de luxúria haviam chegado ao clímax, atingindo todos os setores da vida social e religiosa da época. A lei era a força: o mais forte prevalecia sobre o mais fraco. Os povos e as raças se desentendiam e as guerras consecutivas eram o resultado de uma vida desregrada, que produzia a violência.

Para chegar à plenitude dos tempos e vir o Messias, era necessário:

A.                      UM GOVERNO CENTRAL CONSOLIDADO, QUE ATINGISSE A MAIOR ÁREA POSSÍVEL DO MUNDO CIVILIZADO DE ENTÃO.

B. PAZ ENTRE OS POVOS E RAÇAS, QUE PROPORCIONASSE O ENTENDIMENTO IMPRESCINDÍVEL À VINDA.

C.  UM IDIOMA QUE FOSSE MAIS OU MENOS CONHECIDO ENTRE AS NAÇÕES, FACILITANDO A COMUNICAÇÃO E A COMPREENSÃO ENTRE OS HOMENS.

D.                       ALGUM CONHECIMENTO DE DEUS NA TERRA, RESPEITO À AUTORIDADE, E CULTO, POR PARTE DE UM POVO, AO SANTO NOME DE DEUS.

E.  QUE OS HOMENS SENTISSEM DESEJO DE ALGO MELHOR EM SUAS VIDAS DO QUE OS PRAZERES DA CARNE; DO QUE A PRÁTICA DO PECADO, EM QUE JAZIAM MISERAVELMENTE MERGULHADOS.

 

 

 

 

A. UM GOVERNO CENTRAL E CONSOLIDADO

Deus fez o impossível, a fim de deixar este mundo em condições de receber seu Filho. Surgiram quatro impérios chamados universais, Dn 7: 1-7; Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano.

1.O Império Babilônico (Dn 7:4 comp. Dn 2: 37,38)

Situado na região ocidental da Ásia, às vezes com o nome de Senaar (Gn 10:10; 12:2; Is 11.11) e outras, como Caldéia (Jr 24:5; 25:12; Ez 12:13), era limitado ao norte com a Mesopotâmia. Seu território estava entre os dois rios Tigre e Eufrates, e compreendia também à parte norte do Golfo Pérsico, que era formada com aluviões trazidos gradualmente pelos rios.

Foi ali que os descendentes de Cus se estabeleceram, e bem assim os semitas, Gn 10: 8-10. As cidades principais foram Babel (Gn 10:10), Ur (GN 11: 28), Larsa, Eroque, Acade, Cuta e Nipur, IIRs 17:24. Após guerras de conquistas desde

3.75o a.C , quase sempre subjugado, foi finalmente o Império Babilônico consolidado por Nabopalassar, que reinou de 625 a 605 a.C, quando foram anexados ao Império a cidade Nínive, então capital dos assírios; Suziana, a grande província da Pérsia, cuja capital era Susa; o vale do Eufrates, a Síria e a Palestina.

Nabucodonozor sucedeu seu pai no trono em 605 a.C, e reinou 44 anos. No seu governo, o Império estendeu seus limites como nunca antes, tornando-se o maior do seu tempo. Dominou uma grande parte do mundo civilizado, inclusive as regiões intermediárias, desde o regato do Egito até o rio Eufrates (IIRs 24:7; Jr 46:2) e ainda o reino de Judá no ano 587 a.C, época em que sitiou Jerusalém e reduziu o Templo a cinzas, levando para o cativeiro seus principais habitantes, IIRs caps 24 e 25; IICr 36: 5-21; Jr caps 39 e 52. Subjugou Tiro (EZ 29:18), Moabe e Amom. Crescia sempre em todo o mundo de então. Isso motivou ser Nabucodonozor, pelo seu orgulho, atingido por uma forma de loucura, uma doença chamada licantropia, em que o paciente se julga um animal inferior.

Nabucodonozor julgou-se um boi e passou a comer capim, Dn cap. 4. Sendo restaurado, reinou até 562 a.C, quando subiu ao trono o seu filho Evilmerodaque. No  ano 539 a.C, Belsazar, que ocupava o trono, foi morto (Dn. Cap.5), e Ciro, o imperador Persa, começou a reinar sobre a Babilônia, que passou a ser parte do Império Medo-Persa.

 

2.Império Medo-Persa (Dn 7:5 comp. Dn 2:32,39; 8:20).

Os medos e os persas eram pastores. Sua vida primitiva não tinha expressão. Viveram por muitos anos como tributários dos assírios, embora sua capital, Ecbátana, oferece dificuldades para ser escalada. Os medos se destacaram sobre os persas, passando a dominá-los e os constituíram seus vassalos durante o reinado de Ciáxares. No século VII, antes de Cristo, tendo à frente esse rei, aliaram-se a Nabopalassar, pai de Nabucodonozor, rei da Babilônia, e sacudiram o jugo assírio, conquistando o território deste povo e destruindo Ninive. Nesse tempo, organizaram-se em um estado livre e poderoso.

Seu território estendeu-se para o norte até o coração da Ásia Menor. Ciáxares reinou 40 anos (635 a 575 a.C), e seu filho Astíages o sucedeu. Este deu sua filha Mandana a Cambises, um fidalgo persa; desse matrimonio nasceu Ciro, que se tornou o chefe da clã Arquemênides, de Arquimenes, o primeiro rei independente de uma província persa. Astíage, o rei medo, não pôde conter a insurreição dos persas feita por Ciro que, dominando todas as tribos persas, derrotou os medos em 550 a.C, e constituiu o estado nacional persa no Irã, de onde empreendeu as conquistas que deram como resultado a fundação do Império Persa com a sua capital em Susa. Pouco depois do triunfo sobre seu avô Astíages, Ciro conquistou a Lídia, em 546 a.C, e mais tarde submeteu os citas (da região do rio Negro). Lançando-se sobre a Macedônia e a Caldéia, conquistou esses territórios, bem como a capital do Império Babilônico.

Dario, o medo, filho de Assuero, Dn 5:31; 9:1 (não o Assuero ou Xerxes, marido de Ester, que reinou sobre o Império Medo-Persa, de 485 a 465 a.C.),também chamado Ugbaru, era governador de Gitium, província da Média Ocidental (a palavra “Dario” ou “Dara”, significa rei na língua persa e é o titulo dado aos reis persas), e operou como representante de Ciro na tomada de Babilônia no ano 593 a.C, quando matou Belsazar e assumiu o trono com sessenta e dois anos de idade. Dario reinou na Caldéia um ano (Dn 5:31) antes de Ciro, Dn 6:28.

Ciro ampliou o seu Império, indo muito além do babilônio e manteve a grande aliança: Média, Lídia e Babilônia (as três costelas, Dn 7:5). Ciro é duas vezes mencionado na Bíblia como “ungido do Senhor”, Is 44:28; 45: 1-14. Permitiu a volta dos judeus para Jerusalém, determinou a construção do Segundo Templo e restituiu todos os vasos sagrados que Nabucodonozor levara para Babilônia, Ed 1: 1-11; 5:13; 6:3.

Ciro reinou até 529 a.C. teve muitos sucessores; o primeiro foi seu filho Cambises, que se suicidou em 521 a.C, depois de demonstrar muita crueldade  contra seus súditos e sua própria família. Foi sucedido por um mago, chamado Smeredis que foi colocado no trono por embuste, mas logo deposto por Dario I, filho de Histaspes, da família Arquemênides, que assumiu o trono no mesmo ano e reinou até 485 a.C. Seu filho Xerxes, o Assuero da Bíblia, marido de Ester, que é o mesmo Dário de Ed. 4:5,6; Ag 1:1, reinou em seu lugar (livro de Ester), até o ano 465 a.C.

Xerxes, teve por sucessor o seu filho Artaxerxes I (Ne 2), cognominado Longimanos (que tinha mãos longas). Este reinou até 425 a.C, depois de fazer cumprir o edito de Ciro (Ed 6: 1-12) quanto ao restabelecimento da pátria e da religião dos judeus. Foi substituído por Dario II, chamado Nothe (O bastardo), por seu filho natural de Artaxerxes I (424-406 a.C). Dario II foi sucedido por seu filho Artaxerxes II, chamado Mnemom (405-361 aC), e teve por sucessor seu filho Artaxerxes III, que reinou até 336 a.C. Por fim, Dario III, o Codómano (336-330 a.C), foi o último descendente da clã dos Arquemênides. Com ele sucumbiu o vasto Império Medo-Persa que, no tempo de seu esplendor, teve correios e vias de comunicação terrestres e fluviais que abrangiam todo o Império. Nesse Império também teve inicio um notável desenvolvimento das artes plásticas.

 

 

3. O IMPÉRIO GREGO,(Dn 2: 32,39; 8: 21,22; 11: 2-4)

A Grécia está situada entre os mares Jônio e Egeu, no extremo sudoeste da península dos Bálcans. Além desses mares é banhada pelo Mediterrâneo oriental. As cidades proeminentes da Grécia foram Atenas e Esparta, e os povos mais fortes os jônios e dórios. Batalhas sucessivas havia entre esses povos e cidades. Até que no Norte desenvolveu-se uma monarquia semi-helênica que unificou a Grécia, subjugando-a.

Foi a Macedônia que, por Filipe, começou a organizar um exército extraordinário que derrotou os seus vizinhos, apoderando-se da Grécia central em 338 a.C, indo assim, com muitas lutas, unificado os estados gregos. Filipe morreu assassinado em  336 a.C, sem realizar o seu sonho> Entretanto o gigantesco ideal da conquista da Ásia estava na mente do seu filho Alexandre. O novo rei da Macedônia, após normalizar a situação e firmar o reino em suas mãos, cruzou os Dardanelos em 335 a.C, marchou para o Sul e enfrentou um exército persa de cem mil homens, comandado por Dario III, que estava estabelecido perto da cidade de Isso, a qual dava acesso à Síria.

Alexandre III, também chamado Alexandre Magno ou o Grande, em pouco tempo apoderou-se de todas as aldeias sírias e seguiu para o Egito, onde foi recebido com honras de libertador, e se deixou coroar Faraó, segundo o rito tradicional egípcio. Fundou uma cidade no delta do Nilo, que, em sua honra, se chamou Alexandria. Em 331 a.C, empreendeu a marcha para o coração do Império Medo-Persa. Atravessando o deserto, chegou à Mesopotâmia e transpôs o Eufrates. Mais adiante o esperava DarioIII, à margem do Tigre, com um poderoso exército que organizara e preparara para esse encontro. Alexandre, porém, novamente aniquilou as hostes inimigas e entrou na própria Pérsia, tomando Susa, a capital. Tomou todas as cidades da Mesopotâmia, e ocupou Babilônia e todas as demais cidades do Império Medo-Persa, constituindo assim o terceiro império universal, o Império Grego, em 324 a.C. Na consolidação do novo império, Alexandre procurou a aproximação dos vencidos com os vencedores, manteve o mesmo regime dos persas, favoreceu o casamento misto (ele mesmo casou-se com Roxana, uma princesa persa), estimulou o estudo e uso da língua grega, o Koiné, pelos subjugados, e se utilizou o serviço dos nobres persas ma administração do Estado.

Dentro de pouco tempo, Alexandre, cujo organismo estava debilitado pelas fadigas de extensas campanhas e minado pela vida irregular a que se  entregara em Babilônia, adoeceu e morreu nessa cidade, com apenas 33 anos de idade (323 a.C.). O vasto Império que criara ficou submetido ao exercito grego-macedônio, em cujo maio já havia idéia de divisão. Com a morte do grande conquistador, os seus generais tentaram assegurar a união do Império em favor do infante seu filho, e sob a regência da imperatriz. Eram sete os generais de Alexandre. Mas eles se desentenderam e os quatros principais intitularam-se reis, afastando a família de Alexandre. Fundaram quatro reinos, as quatro cabeças do animal. Dn 7:6.

Ptolomeu Lágida assumiu o Egito; Seleuco Necátor, a Síria, fundando o Império Selêucida; Antipatar constituindo-se rei da Macedônia, e Filetero, da Ásia Menor. Alexandre, com suas conquistas, promoveu a difusão da língua grega em todo o mundo conhecido. A isso se dá o nome de Época “Helenista”. O fato de todos os povos entenderem uma mesma língua concorreu para preparar o caminho para a vinda de Cristo e facilitou a disseminação do Evangelho.

 

4.O Império Romano, (Dn 7:7, 19,20,23-26 comparado com Dn 2: 40,41)

Na época em que Atenas lutava para alcançar uma organização democrática, Roma – a pequena cidade do Tibre, dominada pelos etruscos – crescia lentamente, isolada e sem horizontes. A lenda fala da dinastia dos seus sete reis: Rômulo ( o fundador); Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquino Prisco, Sérvio Túlio e Tarquino, o Soberbo, de 754 a 510 a.C. Tarquino foi deposto e os patrícios estabeleceram uma republica aristocrática, ficando o governo confiado a dois cônsules, com poderes absolutos, de 510 a 300 a.C. Devido a lutas e desentendimentos sucessivos entre os patrícios (os nobres) e os pebleus ( o povo em geral), Roma tornou-se um estado patricio-plebeu; modificou a sua política e fundou a republica liberal, de 300 a 58 a.C, época em que estendeu o seu poder sobre a península itálica e, finalmente, sobre o mundo civilizado de então, instituindo leis e ordenanças. O primeiro contato de Roma com a Ásia deu-se em 190 a.C, quando os exércitos romanos derrotaram Antíoco, o Grande, rei da Síria. A maior parte das conquistas realizaram-se pacificamente: as nações se submetiam ao poder de Roma. Em 63 a.C, a Judéia passou a ser sujeita a Roma, depois que Pompeu a tomou, reduzindo o reino dos selêucidas a uma província romana. Nos meados do II século a.C, quando os exércitos romanos conseguiram pôr fim às ameaças de todos os seus inimigos, a nobreza começou a dar sinal de descontentamento e uma onda de ceticismo apoderou-se dos cidadãos romanos, trazendo grande crise para a república. Como solução, foi formado o primeiro triunvirato entre Julio César, Pompeu e Crasso, de 58 a 44 a.C. Com a morte de Crasso e por causa da derrota de Pompeu nas lutas civis, o governo caiu inteiramente nas mãos de Julio César, que se constitui ditador, mas foi logo depois assassinado.

Organizou-se, então, o segundo triunvirato com Antonio, Otávio e Lépido de 44 a 31 a.C. Fatos semelhantes aos que aconteceram no primeiro sucederam no segundo, e o governo caiu nas mãos de Otávio, que se proclamou Imperador, com

O titulo de Augusto. Assim começou o Império Romano, que teve sete dinastias:

1. Os Césares, de 31 a.C a 69 d.C

2. Os Flávios, de 69 a 96 d.C

3. Os Antonios de 96 a 192 d.C

4. Os severos de 192 a 238 d.C

5. A Anarquia Militar, de 238 a 305 d.C

6. Acordos entre Licínio, Constantino e seus filhos, até Teodózio, de 313 a 395 d.C

7. Divisão do Ocidente e do Oriente, com Rômulo Augústulo, como o último imperador, de 395 a 455 dC.C, quando terminou o Império. Durante o reinado de César Ausgusto (Otávio), nasceu Jesus Cristo (Lc 2: 6,7), que foi crucificado no reinado de Tibério. O martírio de Tiago, irmão de João, deu-se no reinado de Cláudio, At 11:28; 12: 1,2. Nero governava quando Paulo apelou para César, At. 25:11. (A destruição de Jerusalém, profetizada por Jesus (Mt 24: 16-20); Lc 21:20), deu-se no ano 70 d.C, sendo Tito, filho de Vespasiano (que era o Imperador na época), o comandante dos exércitos romanos. No tempo do seu apogeu o Império Romano tinha uma população de cerca de 120.000.000. Dominara a Espanha, a Grã-Bretanha, a Gália, parte da Germânia com a península balcânica, o litoral da África do Norte, a Ásia Menor Central, o litoral do Mar Negro, partes da Síria, a Palestina e a Arábia.

 

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