ECLIPSE SOLAR DE 26 DE FEVEREIRO DE 2017
Circunstâncias Globais e Gerais para o Brasil
Em 26 de Fevereiro de 2017, um eclipse do Sol cuja faixa
de anularidade passará a Sudeste do Brasil,
cruzando o Atlântico Sul, poderá ser visto como parcial, desde a maior parte do
território brasileiro. Observadores
situados no centro e sul da América do Sul poderão assistir o evento, que
também poderá ser acompanhado desde o Leste da África e parte da Antártida. O
Brasil será um dos países com melhores condições de observar o fenômeno. As
melhores condições de visibilidade no Brasil acontecerão nas regiões Sul (mag.:
0,5 - 0,7) e Sudeste (mag.: 0,3 - 0,5), seguidas do Centro Oeste (mag. 0,4 - 0)
e Nordeste (mag. 0,4 - 0), sendo que o instante de eclipse máximo ocorrerá
aproximadamente às 11:15 (Sul), 11:30 (Centro Oeste),
11:40 (Sudeste) e 12:20 (Nordeste) (Horário de Brasília,TUC-3h).
Circunstâncias Locais para o Brasil
A tabela lista os instantes (Horário de Brasília,TUC-3h)
de início, máximo e fim do eclipse solar para várias capitais brasileiras. Veja
também outra
fonte. As frações eclipsadas do diâmetro (Mag) e
do disco (Obsc) solar são também fornecidas para o
instante de máximo eclipse, além do ângulo de vértice dos contatos para
auxiliar na identificação da posição deles no limbo. O ângulo de posição (AP)
corresponde ao ângulo subtendido no centro do disco solar e medido no sentido
contrário ao dos ponteiros do relógio, entre o ponto norte do e o ponto de
contato. Os cálculos são do autor e foram realizados com algoritmos de
elementos besselianos de alta precisão publicados por
Meeus e Espenak (os
resultados utilizando os elementos de ambos foram rigorosamente iguais). O
valor rigoroso de Delta T a ser considerado nas previsões é 68,664s.
Coordenadas precisas do sítio de observação são necessárias para que a
incerteza seja reduzida a menos de 3 segundos para os contatos. Da mesma forma,
a correção local para o perfil lunar deve ser aplicada, caso a incerteza nas
previsões deva ser inferior a 0.2 s. Diferenças de 0,1 a 0,5 minutos são
normalmente relatadas por observadores entre os instantes previstos e
observados dos contatos. Geralmente, elas podem ser reduzidas utilizando-se
metodologias mais criteriosas para determinação semi-empírica desses instantes.
Início |
AP(°) |
Máximo |
Mag |
Obsc |
Fim |
AP(°) |
Porto Alegre |
||||||
09:44 |
228 |
11:11 |
0,649 |
0,561 |
12:44 |
85 |
Florianópolis |
||||||
09:52 |
224 |
11:20 |
0,605 |
0,509 |
12:52 |
86 |
Rio de Janeiro |
||||||
10:11 |
217 |
11:41 |
0,535 |
0,430 |
13:11 |
89 |
São Paulo |
||||||
10:03 |
216 |
11:30 |
0,511 |
0,402 |
13:00 |
91 |
Belo Horizonte |
||||||
10:17 |
210 |
11:43 |
0,443 |
0,329 |
13:09 |
95 |
Salvador |
||||||
10:51 |
199 |
12:12 |
0,333 |
0,219 |
13:27 |
102 |
Brasília |
||||||
10:25 |
198 |
11:37 |
0,273 |
0,164 |
12:51 |
108 |
Recife |
||||||
11:19 |
192 |
12:31 |
0,261 |
0,154 |
13:37 |
107 |
João Pessoa |
||||||
11:24 |
190 |
12:33 |
0,237 |
0,133 |
13:36 |
109 |
Cuiabá |
||||||
10:14 |
192 |
11:11 |
0,175 |
0,085 |
12:11 |
119 |
Fortaleza |
||||||
11:45 |
173 |
12:29 |
0,085 |
0,029 |
13:10 |
125 |
Teresina |
||||||
11:38 |
169 |
12:13 |
0,051 |
0,014 |
12:47 |
131 |
Atividades Observacionais
A observação do eclipse deverá ser feita de forma indireta,
projetando-se num anteparo a imagem do Sol eclipsado ou diretamente com uso de
filtros especialmente fabricados para observação do Sol, como os de mylar, por exemplo. Nunca olhe fixamente para o Sol sem a
proteção adequada, seja a olho, binóculos ou telescópios, para evitar o risco
de uma lesão irreversível na retina.
Identificação dos Instantes de Contato, Máximo
Eclipse e Magnitude Máxima
As atividades observacionais recomendadas são os registros (por fotos ou
curtos vídeos) dos instantes de contato (início e fim do eclipse) e do meio do
eclipse, com registro simultâneo da hora precisa. Grandes aumentos deverão ser
utilizados para obtenção de imagens de alta resolução que permitam inferir a
área ocultada junto aos pontos de contato. Uma extrapolação da extensão da
corda associada à área eclipsada em função do tempo permitirá então estimar o
instante em que ela se torna zero, correspondendo aos contatos. Já o instante
de máximo e a magnitude do eclipse poderão ser obtidos, medindo-se a extensão
da corda em vários instantes em torno do meio do eclipse e interpolando-se a
hora do instante de máximo e a extensão da corda correspondente. Nesse caso,
juntamente com o diâmetro do disco, a extensão da corda pode ser utilizada para
determinação da magnitude máxima.
Variação do Brilho do Sol
Outra atividade interessante será o registro da variação no brilho
aparente do Sol e do ambiente, em virtude da ocultação parcial do Sol. Curvas
de luz poderão ser traçadas, registrando-se o horário e a posição do ponteiro
na escala graduada do sensor de luz de uma câmera digital. A câmera poderá
estar apontada diretamente para o Sol (com uso de filtro), para uma paisagem,
uma parede exposta ao Sol ou uma parede na sombra. Experimente correlacionar a
fração obscurecida do disco solar com o brilho
registrado pelo sensor de luz da câmera em cada caso.
Boas Observações!