Eclipse Lunar Total de 15 de Junho de 2011
Projeto Observacional (REA/Brasil)
Helio C. Vital
Circunstâncias
No início da noite de 15 de Junho, um eclipse lunar central poderá ser observado do Leste brasileiro a partir de sua fase de totalidade. Durante vários minutos após o horário do seu nascer, a Lua permanecerá praticamente invisível no céu por causa da redução do brilho aparente de cerca de 13 magnitudes (em torno de 155 mil vezes nais débil - por estar totalmente imersa na região mais profunda do cone de sombra da Terra, a umbra), somada ao intenso efeito da extinção atmosférica próxima ao horizonte e à forte interferência da luz crepuscular, a qual diminuirá severamente o contraste. Portanto, é possível que vários observadores somente consigam localizá-la cerca de meia hora após o nascer. A tabela a seguir lista, na hora legal de Brasília (TU – 3h), os horários de alguns eventos e a evolução do eclipse. A posição da Lua foi calculada para as coordenadas da cidade do Rio de Janeiro, enquanto as demais efemérides são independentes da posição geográfica. A magnitude aparente da Lua foi calculada com base na magnitude instantânea do eclipse, usando uma correlação do autor e corrigindo-se para a extinção atmosférica a 22o acima do horizonte (+0,7 mag em relação ao zênite), com o intuito de fornecer uma idéia da visibilidade da Lua e facilitar comparações com estrelas próximas.
Tabela 1 – Circunstâncias e Evolução da Fase Umbral a Partir do Meio do Eclipse
Evento
|
Hora Legal (TU-3h) |
(Altura , Azimute)o da Lua |
Magnitude do Eclipse Umbral |
Magnitude Aparente da Lua |
Nascer da Lua (Rio de Janeiro)
|
17:12:22 |
(-0,3 , 115,3) |
1,70 |
+11,0 |
Meio do Eclipse
|
17:12:37 |
(-0,2 , 115,3) |
1,70 |
+11,0 |
Altura da Lua
|
|
|||
1,4o
|
17:22 |
(1,4 , 114,4) |
1,64 |
+5,5 |
3,0o
|
17:30 |
(3,0 , 113,7) |
1,53 |
+3,1 |
4,6o
|
17:38 |
(4,6 , 113,0) |
1,40 |
+1,4 |
5,7o
|
17:44 |
(5,7 , 112,5) |
1,31 |
+0,5 |
7,0o
|
17:50 |
(7,0 , 112,0) |
1,21 |
-0,4 |
8,0o
|
17:55 |
(8,0 , 111,5) |
1,13 |
-1,0 |
9,0o
|
18:00 |
(9,0 , 111,2) |
1,04 |
-1,5 |
Fim da Fase Total (U3)
|
18:03:06 |
(9,7 , 110,9) |
1,00 |
-2,1 |
Mag Umb
|
|
|||
0,8
|
18:14 |
(12,0 , 110,0) |
0,80 |
-6,8 |
0,6
|
18:27 |
(14,5 , 109,1) |
0,60 |
-8,3 |
0,4
|
18:39 |
(17,0 , 108,2) |
0,40 |
-9,8 |
0,2
|
18:50 |
(19,5 , 107,4) |
0,20 |
-10,6 |
Fim da Fase Parcial de Emersão (U4)
|
19:02:39 |
(22,1 , 106,6) |
0,00 |
-11,3 |
Observações
Infelizmente para observadores brasileiros, a baixa altura da Lua deverá dificultar a monitoração do eclipse e reduzir a quantidade e qualidade dos dados observacionais, especialmente durante a totalidade, tornando a imagem do disco lunar escura, instável e indefinida. Por outro lado, durante a fase parcial de emersão, quando a Lua já tiver se elevado significativamente sobre o horizonte leste e o fundo do céu já estiver escuro, o evento poderá ser monitorado com mais facilidade e nitidez.
Atividades Sugeridas
São as seguintes as atividades sugeridas para monitoração e registro da evolução do eclipse:
A tabela 2 lista previsões para os contatos de emersão do centro de algumas das crateras mais facilmente identificáveis. Eles ocorrerão entre 18:00 e 19:00 (TU – 3h). Os cálculos são do autor, expressos em minutos e décimos de minuto e apresentam incerteza média de ±0,1 min.
Tabela 2 – Previsões para Emersões de Crateras (TU-3h)
HORA (18:mm,dm) |
CRATERA |
HORA (18:mm,dm) |
CRATERA |
06,1 |
Grimaldi |
29,4 |
Eudoxus |
08,9 |
Aristarchus |
29,8 |
Tycho |
11,5 |
Billy |
33,3 |
Manilius |
12,9 |
Kepler |
36,2 |
Menelaus |
18,8 |
Pytheas |
39,3 |
Dionysius |
19,9 |
Plato |
40,0 |
Plinius |
20,2 |
Copernicus |
49,1 |
Proclus |
20,5 |
Pico |
51,5 |
Taruntius |
21,3 |
Timocharis |
52,9 |
Goclenius |
21,5 |
Campanus |
58,0 |
Langrenus |
Outras Fontes
Muitas outras interessantes informações sobre este mesmo eclipse podem ser encontradas nos seguintes endereços:
Espenak (Circunstâncias – NASA)
Campos (Projeto de Observação - CEAMIG)
Sinnott (Observações – Sky&Telescope)
Estimativas do Número de Danjon (Sky&Telescope)
E boas observações a todos!