ECLIPSE LUNAR PARCIAL DE 16 DE AGOSTO DE 2008
CIRCUNSTÂNCIAS
Em 16
de agosto, a sombra terrestre projetar-se-á sobre o hemisfério norte lunar num
eclipse parcial profundo, que poderá ser observado em praticamente todo o
Brasil a partir do nascer da Lua, que já estará parcialmente eclipsada. No meio
do evento, às 21:10 TU, 64% do disco lunar estarão
obscurecidos e sua borda sul distará 16,5 minutos de arco do centro da umbra,
enquanto sua borda norte estará a 5,9 minutos de arco além do limite
setentrional da umbra (Fig. 1).
Fig. 1 – Circunstâncias do
Eclipse Lunar Parcial de 16/Ago/2008
(Cortesia de F. Espenak/NASA)
Os
horários (
Tabela 1 – Eventos do Eclipse |
|
Evento |
TU |
Meio do Eclipse |
21:10,1 (Mag = 0,811) |
Fim do Eclipse Parcial Umbral |
22:44,4 |
Última Visibilidade da Penumbra |
~23:03 |
Tabela 2 –
Horário do Nascer da Lua |
|
Cidade |
Nascer da Lua (TU) |
Recife |
20:14 |
Campos |
20:27 |
Fortaleza |
20:33 |
Rio de Janeiro |
20:33 |
Belo Horizonte |
20:39 |
São Paulo |
20:47 |
Campinas |
20:49 |
Florianópolis |
20:50 |
Porto Alegre |
20:58 |
ATIVIDADES OBSERVACIONAIS
Cronometragem dos
contatos e obtenção de registros fotográficos constituem as atividades
observacionais sugeridas.
[1] Cronometragem
das Emersões (crateras e limbo)
A
monitoração das imersões de crateras será praticamente impraticável, pois,
quando a Lua nascer, a maioria delas, senão todas, já terão ocorrido. Por outro
lado, a observação das emersões será dificultada pela forte interferência da
luz crepuscular, que reduz o contraste entre o disco lunar e o fundo do céu,
além das condições menos favoráveis de transparência e estabilidade
atmosféricas decorrentes da baixa altura da Lua sobre o horizonte leste.
Portanto, em virtude das condições relativamente precárias de observação,
recomenda-se aos observadores que optem pelos menores aumentos telescópicos
disponíveis e cronometrem apenas as emersões das crateras mais facilmente
observáveis.
Usando
aumentos telescópicos entre 30 e 50 vezes e relógios ou cronômetros ajustados
com precisão de ± 1 segundo, deve ser registrada a hora em que a borda da umbra
parece cruzar o centro da cratera de interesse.
O observador deverá visualizar a fronteira da umbra como uma linha
imaginária correspondente à variação mais brusca de luz. O uso de baixos
aumentos propicia um melhor contraste da imagem e comprime a borda difusa da
umbra, facilitando sua identificação.
As
previsões para os instantes de emersão das principais crateras encontram-se
listadas na Tab. 3, visando a auxiliar no planejamento das observações. Tendo
em vista que a maioria das emersões ocorrerá próxima ao pólo norte da umbra, as
cronometragens constituirão uma importante fonte de informação sobre o
achatamento umbral, o qual, em média, é superior ao do geóide, como as análises
de cronometragens de vários eclipses observados pela
REA já nos permitiu concluir.
Tabela 3 -
Previsões de Emersões de Crateras* Cálculos do autor usando
fator de ampliação da paralaxe lunar e achatamento iguais a 1,37 e 1/270, respectivamente |
|||
Cratera |
TU |
Cratera |
TU |
Aristarchus |
21:27:29 |
Plinius |
22:01:14 |
Timocharis |
21:35:13 |
Proclus |
22:06:44 |
Pytheas
|
21:39:25 |
Mare Crisium |
22:10:28 |
Grimaldi |
21:42:44 |
Dionysius |
22:10:43 |
Kepler |
21:43:15 |
Taruntius |
22:18:07 |
Copernicus |
21:49:14 |
Tycho |
22:21:44 |
Manilius |
21:56:56 |
Goclenius |
22:29:34 |
Menelaus |
21:57:35 |
Langrenus |
22:32:33 |
[2] Obtenção de Registros Fotográficos da
Evolução do Eclipse
Uma
vez que o eclipse não poderá ser observado na América do Norte, imagens da
evolução do evento poderão adquirir importância ainda maior, visando à
divulgação e análise de suas características.
Suas
observações serão, portanto, muito bem-vindas ([email protected]) e poderão contribuir para enriquecer os modelos
científicos que descrevem esse interessante tipo de fenômeno astronômico.