CONTINENTES PERDIDOS:
ATLÂNTIDA E LEMÚRIA

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    CONTEÚDO: 

  • Introdução

  • A Primeira Fonte sobre a Atlântida: Platão

  • Ignatius Donnelly

  • Lemúria

  • Críticas à Hipótese da Existência de Atlântida

  • Outras Evidências

  • E o que diz a Ciência? Podemos confiar nela?

  • Teorias sobre Atlântida

  • Teorias Esotéricas

  • Atlântida Nazista

  • Atlântida no Oceano Atlântico

  • Atlântida no Caribe (Bahamas)

  • Atlântida na Grécia

  • Atlântida na Antártida

  • Atlântida na Espanha

  • A Atlântida na América do Sul (ou Colônias Atlantes ?)

  • Atlântida nos Andes

  • Leitura Recomendada

 

 

    INTRODUÇÃO - A Atlântida teria sido uma antiga ilha ou continente lendário, cuja existência ou localização nunca foram confirmadas. Originalmente mencionada pelo filósofo grego Platão (428-347 a.C.) em dois dos seus diálogos, "Timeu ou a Natureza" e "Crítias ou a Atlântida, conta-nos que o legislador Sólon (640-558 a.C.), no curso das suas viagens pelo Egito, questiona um sacerdote que vivia em Sais, no delta do Nilo, e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e o povo de Atlantis. Segundo o Sacerdote, o povo de atlantis (ou Atlântida) viveria numa Ilha localizada para alem dos Pilares de Heracles (Hércules – freqüentemente identificado com o Estreito de Gibraltar), onde o Mediterrâneo terminava e o Oceano começava. Estendendo-se, em grande parte para Oeste, a ilha era maior que a Líbia e a Ásia juntas; “deste você poderia passar ao todo do continente oposto que cercou o verdadeiro oceano”, afirma Platão. [Nota: É difícil entender o que Platão queria dizer com a Líbia e a Ásia juntas, mas existe um consenso de que em relação à Líbia ele referia-se ao norte da África, e Ásia os gregos somente consideravam a península da Anatólia, atual Turquia e o Oriente Médio].

 


   
Estreito de Gilbratar

 

Representa a Atlântida o ponto de união, latu sensu, entre o Velho e o Novo Mundo, como também o berço das civilizações, umas extremamente adiantadas, outras caídas na barbárie e no selvagerismo, que apareceram após a sua decadência e queda.

 

Tão negado quanto famoso, o continente perdido da Atlântida é pedra-de-toque para um sem número de enigmas nas mais variadas ciências, como a Antropologia, a Arqueologia, a Botânica, a Zoologia, e muitas outras.

 


     
  Platão

 

Costuma-se falar no Atlântico, sem pensar muito sobre a origem da palavra. De onde provém o seu nome? Em outros locais do globo salta aos olhos, por exemplo, a Índia, e ao sul, o Oceano Índico; procuramos e encontramos no mapa o Golfo Pérsico; nas proximidades do pólo está o Mar Ártico, na região ártica; no Leste Europeu, banhando os países bálticos, está o Mar Báltico e no Norte da Europa, está o Mar do Norte. Em toda parte, ao redor do globo, onde um mar deriva o seu nome de uma terra, este se encontra ao lado daquela. O Oceano Atlântico constitui a única exceção.

 

O mapa acima mostrando uma suposta localização de Atlântida foi desenhado pelo padre Athanasius Kircher*, por volta do ano de 1669, baseado nos relatos de Platão. Não se sabe porque ele inverteu a posição dos continentes e dos pólos.

 

Athanasius Kircher foi um jesuíta, matemático, físico, alquimista e inventor, famoso por sua versatilidade de conhecimentos e particularmente sua habilidade para o conhecimento das ciências naturais. Viveu parte de sua vida em Roma, onde Fundou o chamado “Museu do Mundo”. Papas, imperadores, príncipes e prelados respeitavam suas investigações e, essencialmente, suas opiniões. Em Trapani e Palermo seu interesse foi despertado pelos restos de elefantes antediluvianos (mamutes). Usando um microscópio rudimentar, examinou doentes com peste e observou pioneiramente os vermes, construiu um aparelho para projetar imagens, conhecido como lanterna mágica (1646) e relacionou peste bubônica com putrefação. Para se ter uma idéia aproximada da sua atividade literária é necessário observar que durante sua curta estada em Roma nada menos que 44 livros foram escritos por ele. Considerado como o ultimo dos eruditos universais, Kircher, que falava dezesseis idiomas, dedicou-se ao estudo de, entre outros, egiptologia, geologia, medicina, musica e matemática.

 

 

A Atlântida teria desaparecido há mais ou menos 10.000 ou 12.000 anos atrás. Atlântida desapareceu em um só dia e uma só noite, e as causas podem ter sido várias. A mais conhecida é a do continente ter sido submerso devido ao fim da última glaciação pelo qual o planeta passou (há cerca de 80.000 anos atrás começou esse período, e acabou justamente entre 10.000 e 12.000 anos atrás). A conseqüência do fim do período glacial é o derretimento de grande parte do gelo acumulado e o conseqüente aumento do nível dos Oceanos. Daí a submersão do continente.

 

O tema não despertou maior atenção até a Renascença, época em que as navegações oceânicas e referências enigmáticas sobre outros povos nas tradições de culturas nativas americanas deram novo fôlego às especulações. Até mesmo Francis Bacon, filósofo do século 17 que lançou as bases do método científico, considerava perfeitamente plausível uma ligação do Novo Mundo com a Atlântida.

 


      
    Francis Bacon

 

O tema da Atlântida tem dado origem a diferentes interpretações, umas mais cépticas, outras mais fantasiosas. Segundo alguns autores, tratar-se-ia de uma metáfora referente a uma catástrofe global (identificada, ou não, com o Dilúvio), que teria sido assimilada pelas tradições orais de diversos povos e configurada segundo suas particularidades culturais próprias.

 

Sua existência foi cogitada e investigada sobre os mais variados aspectos, dentro e fora dos limites daquele oceano, mas nada de definitivo foi descoberto até hoje. Há diversas correntes de teóricos sobre onde se situaria Atlântida, e quem seria o seu povo.

 

O que se acredita é que a Atlântida situou-se em épocas além da origem conhecida da história e que dela adveio o modelo original para a edificação de todas as pirâmides existentes no mundo.

 

Uma civilização perdida no tempo deixou sua marca pelo mundo? Sacerdotes egípcios falaram a Platão sobre tal civilização que existiu há 12 mil anos. Mas segundo a ciência, a humanidade surgiu na Idade da Pedra há uns 5 mil anos. Há 13.000 anos atrás grupos de caçadores começaram a se assentar e cultivar a terra, segundo a história tradicional. Haveria alguma civilização antes disso? É possível que quase tenhamos perdido todo o registro de uma civilização imperial?

 

A história antiga da humanidade em grande parte se constitui um enigma. São fragmentos de história sem explicação que questionam a opinião tradicional de arqueólogos sobre as civilizações antigas. Existe muito mistério sobre o passado, e de como evoluímos da Idade da Pedra até a civilização. Por milhares de anos “homens primitivos” desenvolveram separadamente, em diversas partes do globo, a escrita, a arquitetura, as religiões (mitos) e a astronomia (matemática). Finalmente, eles construíram os grandes monumentos do Mundo Antigo.

 

As pessoas da Antiguidade espalhadas em todas as partes do mundo, que aparentemente não tiveram contato entre si, estavam fazendo coisas muito semelhantes; construindo pirâmides e estudando as estrelas. Uma explicação para estas semelhanças desconexas era o resistente mito de Atlântida. Outros lugares julgados como sendo míticos, como a Tróia de Homero revelaram-se verdadeiros. E Platão afirmou que seu relato sobre Atlântida era real, não ficção.

 

A descoberta de restos culturais milenares e as referências que aparecem nos textos mais primitivos dão base real à possibilidade de que existiram civilizações anteriores às mais antigas que conhecemos, que estiveram localizadas em regiões ignoradas do globo e foram possivelmente submersas por súbitas catástrofes. Pode-se falar seriamente da Atlântida ou da Lemúria? A recontagem das evidências parece nos apontar que sim.

 

Teóricos proclamam que os historiadores ignoraram evidências de uma civilização perdida de sofisticação espetacular, a chave do nosso passado. Se for verdade, este episódio esquecido vai subverter todas nossas idéias sobre as origens da civilização. Toda a nossa concepção da pré-história pode estar errada...

 

 

    A PRIMEIRA FONTE SOBRE A ATLÂNTIDA: PLATÃ - A primeira informação concreta sobre a Atlântida vem de fonte ilustre: o filósofo grego Platão de Atenas (428–347 a.C.), um dos escritores mais prestigiados de todos os tempos. Discípulo de Sócrates, mestre de Aristóteles e fundador da Academia. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles; Platão era um apelido que, provavelmente, fazia referência à sua característica física, tal como o porte atlético ou os ombros largos, ou ainda a sua ampla capacidade intelectual de tratar de diferentes temas. Sua filosofia é de grande importância e influência. Platão ocupou-se com vários temas, entre eles ética, política, metafísica e teoria do conhecimento.

 

    Pintura renascentista (século XVI) - afresco de Rafael – “A escola de Atenas”; ao centro pode ver-se Aristóteles e Platão discutindo.

 


Aristóteles e Platão (detalhe)

    

Quem foi Platão? Denominado o maior pensador de sua época. Aos vinte anos, Platão travou relação com Sócrates - mais velho do que ele quarenta anos - e gozou por oito anos do ensinamento e da amizade do mestre. Daí deu início a suas viagens, e fez um vasto giro pelo mundo para se instruir (390-388). Em Atenas, pelo ano de 387, Platão fundava a sua célebre escola, que, dos jardins de Academo, onde surgiu, tomou o nome famoso de Academia. Nela ingressou Aristóteles com 17 anos de idade. Para Platão, o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida reprodução do mundo das Idéias. Tal concepção de Platão também é conhecida por Teoria das Idéias ou Teoria das Formas. O que há de permanente em um objeto é a Idéia, mais precisamente, a participação desse objeto na sua Idéia correspondente. Morreu com oitenta anos de idade.

 

Dedicou ao tema da Atlântida três de seus Diálogos, dos quais infelizmente somente nos chegaram dois, “Timeu” e “Crítias”.

 

Timeu é um tratado teórico na forma de um diálogo socrático. A obra apresenta especulações sobre a natureza do mundo físico. Participam do diálogo Sócrates, Crítias, Timeu e Hermocrates.

 

Crítias aparece como personagem de alguns diálogos de Platão, mas contrário à personagem dos diálogos, Crítias era uma pessoa atormentada e cheia de complexidades, e foi uma figura obscura na história de Atenas; após esta cidade cair nas mãos dos Espartanos, perseguiu vários de seus inimigos como tirano. Crítias era neto de Sólon e um dos membros do grupo de Trinta Tiranos que governou a cidade, dos quais era um dos mais violentos; era discípulo de Sócrates, fato que não ajudava Sócrates a ter uma imagem melhor junto ao público. “Crítias” é um diálogo inacabado.

 

 

Platão gravou e embelezou a história do neto de Sólon, Critias, o Mais Jovem. Assim começa o antigo relato: "Escuta-te pois Sócrates, existe uma história que é estranha, mas é por certo verdadeira, sobre um maravilhoso império que viveu outrara avançada civiliação".

 

Disse Timeu que ouviu contar esta história a Sólon*, um dos sete sábios da Grécia, quem por sua vez havia escutado dos lábios de um sacerdote egípcio em Sais.  "...Ouvi, disse Crítias, essa história pelo meu avô, que a ouvira de Sólon, o filósofo. No delta do Nilo eleva-se a cidade de Sais, outrora capital do faraó Amásis e que foi fundada pela deusa Neit, que os gregos chamam Atena”.

 

Sólon foi um legislador que em 594 a.C. iniciou uma reforma social, política e econômica da polis ateniense. Ele cria a eclésia (assembléia popular). Na sua reforma, Sólon proibiu a hipoteca da terra e a escravidão por endividamento através da chamada lei Seixatéia; dividiu a sociedade pelo critério censitário (pela renda anual) e criou o tribunal de justiça. Suas atitudes, no entanto, desagradaram a aristocracia, que não queria perder seus privilégios oligárquicos, e o povo, que desejava mais que uma política censitária, e sim a promoção de uma reforma agrária. Sólon também era considerado um dos Sete Sábios da Grécia Antiga e como poeta compôs elegias morais-filosóficas.

 

    Os habitantes de Sais são amigos dos atenienses, com os quais julgam ter uma origem comum. Eis por que Sólon foi acolhido com grandes homenagens pela população de Sais. Os sacerdotes mais sábios da deusa Neit apressaram-se a iniciá-lo nas antigas tradições da história da humanidade. Os sacerdotes fizeram saber a Sólon que conheciam a história  de Sais a partir de 8000 anos antes daquela data:

 

    “Ao menos aquilo que tu, o Sólon, acabas de falar da seqüência de tuas gerações, é bem pouco diferente de um conto infantil; pois primeiro vos lembrais de um só dilúvio na terra, embora ocorressem muitos dilúvios; e, depois, vós nem sabeis que a melhor e mais bela geração humana viveu em vossa terra, da qual descendeis vós e todo o vosso Estado moderno, graças a uma pequena tribo que sobreviveu ao cataclismo. Tudo isto vos ficou oculto, porque muitas gerações de sobreviventes passaram por este mundo, sem nada deixar escrito”. Na conversa que os sacerdotes tiveram com Sólon acrescentaram que calamidades maiores foram às vezes causadas pelo fogo  do céu. “sempre houve e há de haver no futuro numerosas e variadas destruições de homens; as mais extensas , por meio da água ou pelo fogo, e as menores por mil causas diferentes

 

    Nas destruições pelo fogo, prosseguem os sacerdotes,  perecem os moradores das montanhas e dos lugares elevados e secos, de preferência aos que habitam às margens dos rios ou do mar (...), por outro lado, quando os Deuses inundaram a terra para purificá-la, salvaram-se os moradores das montanhas, vaqueiros e ovelheiros, enquanto os habitantes de vossas cidades eram arrastados para o mar pelas águas dos rios. (...) entre vós outros, mal começais a vos prover da escrita e do resto de que as cidades necessitam, depois do intervalo habitual dos anos, desabam sobre vós, do céu, torrentes d'água, maneira de alguma pestilência, só permitindo sobreviver o povo rude e iletrado. A esse modo, como se fosseis criancinhas, recomeçais outra vez do ponto de partida, sem que ninguém saiba o que se passou na antiguidade, tanto aqui como entre vós mesmos"

 

Há manuscritos, disseram, que contém relato de uma guerra que se lavrou entre os Atenienses e uma nação poderosa que existia na grande ilha situada no Oceano Atlântico, próximo do Estreito de Gibraltar. A ilha chamava-se Posseidonis, ou Atlantis

 

O começo do relato não poderia ser mais catastrófico: os homens já haviam sido destruídos e o tornaram a ser de muitas maneiras. A última, e talvez a mais dramática das vezes, havia ocorrido 9.560 anos antes da narração. Naquele tempo, mas além das Colunas de Hércules, existia uma ilha do tamanho de um continente, mais extensa que a Líbia e a Ásia Menor juntas, à qual chamaram Atlântida em honra de seu primeiro rei e fundador, Atlas, filho de Poseidon. Do contexto se desprende que estava no meio do oceano, e que se tratava de um arquipélago, pois se afirma que saltando de uma a outra ilha se podia passar de um continente a outro até sua destruição.

 

 

Conforme a lenda, nos primeiros tempos, os deuses helênicos fizeram entre si a partilha do mundo, a cidade de Atenas pertencia à deusa Atena e Hefesto, mas Atlântida tornou-se parte do reino de Poseidon, deus dos mares.

 

Fala Crítias que o primeiro homem a habitar Atlântida fora Evenor, junto de sua esposa Leucippe. Desta união nascera Cleito, a qual Poseidon viera a se apaixonar. Poseidon viveu na ilha por longo tempo em companhia da jovem Clito.

 

 
Poseidon

 

Para proteger a seus filhos e separar a amada dos restos dos mortais, o deus decide fortificar o território por meio de um canal de 100 metros de largura, outro tanto de profundidade e 10 quilômetros de comprimento, que conduzia a outro canal interior, que fazia às vezes de porto, no qual puderam ancorar os maiores navios da época. Em seguida foram abertas eclusas para atravessar os outros dois cinturões de terra que rodeavam a cidadela situada na ilha central, de forma que somente poderia passar um navio de cada vez. Esses canais estavam cobertos com tetos, pelo que a navegação se fazia por baixo da superfície, que estava elevada com relação ao nível do mar.

 

Após dividir a ilha em dez áreas anelares, cedendo-as a cada um dos dez filhos (cinco pares de gêmeos), Poseidon autorizou supremacia a Atlas, seu filho mais velho (primogênito), dedicando-lhe a montanha, de onde Atlas espalhava o seu poder sobre o resto da ilha. Atlas tornou-se a personificação das montanhas ou pilares que sustentavam o céu. A palavra grega Atlantis (Atlântida) significa “a ilha de Atlas’, assim como a palavra Atlântico significa “o oceano de Atlas”.

 

 
Atlas

 

Em cada um dos distritos (anéis terrestres ou cinturões), reinavam as monarquias de cada um dos descendentes dos filhos de Clito e Poseidon. Estes se reuniam uma vez por ano no centro da ilha. A reunião marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas dispunha-se à caça de um touro; uma vez o touro caçado, beberiam do seu sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e comprimentos eram trocados entre si à luz lunar, com a participação de seus cidadãos; isso servia para resolver todas as disputas de forma equilibrada.

 

Nos cinturões externos de terra, foram construídos ginásios para práticas esportivas e hipódromos, bem como moradia para soldados, hangares para barcos e armazéns para todas as modalidades conhecidas de artigos náuticos. O canal principal que servia de entrada para embarcações  era muito movimentado, tanto de dia como de noite, o que demonstra ter sido Atlântida um grande centro comercial de seu tempo.

 

 

    No segundo cinturão, os barcos podiam ancorar com maior segurança, e fazia deste uma espécie de porto. A ilha central estava totalmente amurada, com torres de vigilância de pedra de diversas cores. O muro que protegia a primeira das ilhas estava revestido inteiramente de cobre, e de estanho fundido o da segunda. Outro sistema de canais irrigava os campos.

 

A capital da cidade de Atlântida era uma maravilha de arquitetura e engenharia. A cidade tinha um muro coberto por um desconhecido metal, o oricalco, que etimologicamente quer dizer “cobre das montanhas”, e que somente era inferior ao ouro. Bem no centro havia um monte, e no topo do monte um templo para Poseidon e outro dedicado a Clito, ambos rodeados de uma cerca de ouro. O Templo de Poseidon tinha seu interior de oricalco, com artesanato de marfim e adornos de ouro e prata (Não se sabe ao certo o que era o oricalco. Pode ser uma liga de ouro/cobre, cobre/estanho ou cobre/zinco/latão, ou metal desconhecido). Presida o templo uma estátua do deus, sobre um carro puxado por 6 cavalos alados, todo ele em ouro maciço. O palácio real era segundo os relatos "uma verdadeira obra prima de encantar a vista, por suas dimensões e beleza".

 

O templo dedicado a Posseidon era cercado por um muro de ouro. Todo o templo era forrado de prata, com exceção dos acrotérios, que eram de ouro. No interior, a abóbada era de marfim, com ornamentos de ouro, prata e oricalco.     Havia também no templo estátuas dedicadas a diversas divindades, bem como outras que homenageavam os reis e suas esposas, além de um altar cuja beleza e magnificência não encontrava paralelo conhecido.

 

    A cidade era composta de uma série de paredes e canais concêntricos. Poseidópolis era a capital do império.

 

 

Em “Timeu”, Platão descreve Atlântida como uma nação próspera, bem como os detalhes históricos de seu povo, com sua organização social, política e religiosa. Toda a ilha estava repleta de artísticas figuras em metais preciosos e madeiras. Floresciam as artes, as ciências, havia um extenso comércio com o exterior e seus habitantes realizavam viagens a todas as terras conhecidas do planeta, levando com eles sua cultura e civilização.

 

A Atlântida possuía 10 reis (os filhos e descendentes de Poseidon). Estes soberanos por sua vez, possuíam dentro de seus domínios "um poder discricionário sobre os homens e a maior parte das leis, sendo-lhes facultado castigar quem quisessem, ou mesmo condená-los à morte".

 

Geograficamente, Platão descreve a Atlântida desta forma: "toda a região era muito alta e caía a pique sobre o mar, mas que o terreno à volta da cidade era plano e cercado de montanhas que desciam até a praia, de superfície regular, era mais comprida do que larga, com três mil estádios na sua maior extensão, e dois mil no centro, para quem subisse do lado do mar. Toda essa faixa da ilha olhava para o sul, ao abrigo do vento norte. As montanhas das imediações eram famosas pelo número, altura e beleza, muito acima das do nosso tempo...".

 

Segundo Platão, a Atlântida possuía a capacidade de prover seus habitantes com todas as  condições de sustento, apesar de receber de fora muito do necessário, provavelmente, através do comércio. Havia na ilha grande abundância de madeira que com certeza foram utilizadas nas imensas obras lá construídas, bem como imensas pastagens, tanto para animais domésticos, como para selvagens, incluindo aí a raça dos elefantes, que teriam se multiplicado pela ilha. Por sua vez, toda sorte de frutos, legumes, flores e raízes existiam ali, sendo que o fabrico de essências e perfumes era corriqueiro. A extração de minérios, em particular o ouro, ocorria fartamente em Atlântida. As águas jorravam no centro da ilha, em suas imediações foram construídas "cisternas para banhos quentes no inverno". Havia, contudo, locais próprios para os banhos dos reis, bem como modalidades específicas para as mulheres. Sua flora era exuberante.

 

Os atlantes desenvolveram-se de tal forma, que o grau de riqueza alcançado por sua civilização não encontra paralelo conhecido, sendo pouco provável que outros povos viessem a obter tamanha prosperidade e bonança. Tanto a riqueza e a prosperidade do comércio, como a inexpugnável defesa das suas muralhas, se tornariam imagens de marca da ilha. Atlântida seria uma ilha de extrema riqueza, quer vegetal e mineral, não só era a ilha magnificamente prolífica em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro etc. como ainda de oricalco, um metal que brilhava como fogo.

 

A Atlântida era governada em paz, era rica em comércio, avançada em conhecimento e dominava as ilhas e começou a expandir seu domínio: “Agora nesta ilha de Atlântida havia um grande e maravilhoso império que governou em toda a ilha e em várias outras, e em partes do continente”, ele escreveu “e depois, os homens da Atlântida dominaram as partes da Líbia dentro das colunas de Hércules até o Egito e a Europa, até a Tyrrhenia”.

 

A numerosa união com elementos estrangeiros trouxe ao continente a corrupção. Pouco a pouco surge o desejo de subjugar a outros povos, os quais consideravam inferiores. De acordo com a lenda de Platão, o povo da Atlântida tornou-se complacente e seus líderes arrogantes; à medida que o homem se tornava materialista e corrupto, as estrelas se deslocaram nos céus e o sol saiu em um ângulo diferente. Quando se deu a invasão da Europa pelos atlantes, foi Atenas, como cabeça de uma liga de cidades gregas, que pelo seu valor salvou a Grécia do jugo daquele povo. Se enredam em uma cruel guerra com a Grécia, a qual vencem irremissivelmente. Então Zeus, vendo que uma raça memorável havia caído em tão triste estado e que se levantavam em armas contra toda a Europa e a Ásia, cumulou a Atlântida de terremotos, tempestades e enchentes, até o desaparecimento daquelas terras há 12.000 anos, que foi depois devastada por torrentes de chuva. Se produziram enormes terremotos, e um violento terremoto sacudiu a terra, choveu torrencialmente durante um dia e uma noite. Os terremotos abriram grandes fendas nos solos e os vulcões vomitaram mares de lava. Todos os habitantes foram afogados e a ilha submergiu no mar, juntamente com as tropas gregas. Tudo ficou submerso por um dilúvio, apagando do mapa essa formosa terra.

 


A destruição de Atlântida

 

Platão adverte repetidamente que tudo o que conta ocorreu de verdade, inclusive avisando que os fatos podem parecer irreais por sua magnitude. Somente muda os nomes originais para aproximar mais o relato à vida cotidiana da Grécia.

 

Aquilo que, há dois milênios, Platão relatou a respeito da Atlântida, cabe em pouco mais de 20 páginas impressas. Pouco mais se sabe de Atlântida!

 

Em muitos pontos nos diálogos, os personagens de Platão referem-se à história da Atlântida como uma “história real”. Platão também parece colocar na história muitos detalhes sobre a Atlântida que seriam desnecessários se ele pretendesse usar isso apenas como um instrumento literário.

 

“Crítias” termina de modo abrupto quando ressaltava a decadência de Atlântida e sua eventual derrota para os helenos. Presumivelmente o restante do texto foi perdido.

 

 

*****

 

 

O tema não despertou maior atenção até a Renascença, época em que as navegações oceânicas e referências enigmáticas sobre outros povos nas tradições de culturas nativas americanas deram novo fôlego às especulações.

 

Dois sacerdotes católicos, o bispo espanhol Diego de Landa e o abade francês Charles de Bounbourg, ajudaram a reforçar o mito atlante. Diego de Landa Calderón foi bispo do Yucatã. Os seus textos contêm muita informação valiosa sobre a civilização maia pré-colombiana, apesar de ter sido o principal responsável pela destruição de muita da história, literatura e tradições daquela mesma civilização; observou num relatório que os habitantes do Yucatán diziam ter ouvido de seus ancestrais que sua península fora ocupada por um povo originário do leste, “ao qual Deus salvara, abrindo 12 passagens através do oceano”. Os estudos de Landa sobre a escrita maia serviram de base para Bounbourg tentar traduzir os códices em 1864. Resultado: um deles narrava uma catástrofe que levara ao afundamento de uma ilha chamada Mu, tal qual Platão descrevera no caso da Atlântida.

 

Atlântida então entrou no limbo do esquecimento do conhecimento ocidental por centenas de anos até ter seu mito resgatado pelo editor e ex-congressista americano Ignatius Donnelly em dois livros do fim do século XIX, “Atlantis, the Antidiluvian World”, de 1882 e “Ragnarok: The Age of Fire and Gravel”, de 1883. O primeiro se tornou um estrondoso sucesso de vendas, com mais de 50 edições lançadas até meados do século passado, a obra apresentava a Atlântida como “o Jardim do Éden”, o “foco das tradições das antigas nações” e “a memória universal de uma grande terra, na qual a primeira espécie humana desfrutara dias de paz e felicidade”. Donnelly recorreu não apenas aos “documentos” de Landa e Bounbourg, como também recolheu registros de praticamente todas as civilizações antigas, dos maias e índios americanos aos egípcios e fenícios. Seus equívocos são nítidos, mas despertou o interesse pelo tema.

 


     
   Donnelly

 

 

Em meados do século 19, animais e vegetais de características semelhantes localizados em locais tão distantes, como era o caso dos lêmures, favoreciam a hipótese de que em tempos remotos havia uma massa de terra pela qual ocorreu todo o trânsito dessas espécies. O primeiro a propor a existência da Lemúria foi um zoólogo da Royal Society, Philip Schlater. Para justificar sua posição, ele listou indícios geológicos e botânicos de 22 espécies de fósseis encontradas tanto no litoral da África do Sul quanto no sul da Índia.

 

Nomes ilustres do meio científico, como o biólogo evolucionista Thomas Huxley e o naturalista Alfred Russell Wallace, apoiaram Schlater. Ernst Haeckel, divulgador da teoria darwinista na Alemanha, não só aprovou a idéia da Lemúria, como colocou ali o “provável berço da raça humana, que com toda a probabilidade ali se desenvolveu a partir de macacos antropóides”.

 

 

    O CONTINENTE PERDIDO DE MU - O Pacífico também foi, segundo o coronel inglês James Churchward (1851-1936), o abrigo de outro continente perdido, Mu – o mesmo nome da ilha citado pelo abade Bounbourg em sua tradução do códice maia. Em 1926 publicou um livro chamado “O Continente Perdido de Um”, no qual afirmou que Mu era um continente que havia existido no Pacífico, ao mesmo tempo em que Atlântida no Atlântico - mas esta havia sido uma mera colônia de Mu. Em seu livro '”Forças Cósmicas de Mu", publicado em 1934, o militar contou que tomou conhecimento dessas terras a partir do contato com um sacerdote Rishi indiano, com quem supervisionara o atendimento às vítimas de uma epidemia de fome na Índia, no século 19. O sacerdote ensinou-lhe rudimentos de naacal, língua que seria a primeira da humanidade, e foi com esse aprendizado que Churchward traduziu as inscrições de algumas tabuinhas sagradas de pedra pertencentes a um templo na Índia (denominadas “tabuletas muvianas” ou Tábuas de Naacal), grafadas na mais antiga escrita humana, esse dialeto, de nome nagamaia, já havia desaparecido há milhares de anos, tábuas nas quais se falava da criação do mundo e da primeira colonização da terra, levada a cabo pelos habitantes de Mu, chamados uigures. Nelas se descreve uma religião de tipo monoteísta, que parece ser o modelo em que foram baseadas as demais.

 

O Continente Perdido de Mu, de James Churchward.

 

    E o tal sacerdote, também havia falado da criação do mundo e das primeiras civilizações que povoaram a Terra. Segundo Churchward, o continente e continha uma população de 64 milhões de pessoas. As inscrições indicavam sua localização (ligeiramente abaixo da Linha do Equador), sua extensão (9.600 quilômetros de Leste a Oeste, e 4.800 quilômetros de Norte a Sul). O continente abrangia quase a metade do Oceano Pacífico.

 

    Mapa de Mu, segundo James Churchward . Mu se estendia do Havaí às Ilhas Fiji e da Ilha da Páscoa às Ilhas Marianas, com uma extensão de 9.600 quilômetros de leste a oeste e 4.800 quilômetros de norte a sul. O continente estava coberto por uma vegetação luxuriante e era baixo e plano, porque as montanhas só surgiriam no mundo depois da catástrofe. Nos seus dias de glória, albergara 64 milhões de pessoas divididas em dez povos, governadas por um sacerdote-imperador chamado Rah, que também era o nome dado ao Sol e a Deus. Nesta época remotíssima, a Europa era um grande pântano, e grande parte dos atuais continentes ainda  estavam submersos.

 

 

    Churchward também se referiu a cerca de 2.600 tabuinhas de pedra (andesita) encontradas em "Santiago Ahuizoctla" (na verdade, San Miguel Amantla, em Azcapotzalco, ao norte da Cidade do México), pelo mineralogista norte-americano Willian Niven (1850-1937) em 1921. Nada menos que 2.500 tábuas de terra cozida, que repousam no Museu Smithsonian e no Instituto Carnegie de Washington, e cuja particularidade, não possuir qualquer traço comum nas diversas escritas pré-colombianas. Nos decalques dessas tabuinhas, James Churchward teria encontrado os mesmos caracteres naacal.

 

    O continente teria sido o palco de uma civilização altamente desenvolvida, de onde surgiram todas as raças humanas. As diferenças entre elas, segundo Churchward, se explicavam pela “degeneração” de colonizadores emigrados de Mu. As diferenças raciais teriam levado os grupos colonizadores a migrar para diferentes partes do mundo. Tal como a Lemúria de Blavatsky, tudo o que restou de Mu foram as ilhas do Pacífico. Grandes navegadores, os muvianos viajaram muito para fazer comércio e fundar colônias. A mais importante delas foi o império Uigur, no nordeste da Ásia. Os remanescentes dos uigures tornaram-se os arianos, de acordo com Churchward. Os mais poderosos formaram o império Uigur, cuja capital encontra-se até hoje enterrada sob o deserto de Gobi, na Ásia. Os outros formaram outras civilizações, entre elas as também hipotéticas Atlântida e Lemúria.

 

    Todas as ilhas do Pacífico fizeram parte um dia do enorme continente de Mu, que como a Atlântida foi devastado por um cataclismo há cerca de 12.000 anos e submergiu, levando consigo uma civilização de 200 mil anos e sessenta milhões de pessoas. Esta foi a Mãe-Pátria do Homem, o Império do Sol que fundou colônias na América do Norte e no Oriente muito antes de as tribos nômades se fixarem na Mesopotâmia. É esta a origem de tantas ruínas intrigantes e das muitas lendas e símbolos idênticos presentes em povos os mais distantes. Assim, Mu seria o berço da civilização, de onde surgiriam as colônias que depois passaram a representar o império Atlântida no Oceano Atlântico e Rama na Índia e Lemúria em um continente que existiu onde hoje é a Indonésia, Malásia, até a Austrália e um grande império onde hoje é o Deserto de Gobi, na Ásia.

 

    Logo apareceram novos dados em que apoiar esta suposta coluna fundamental. De acordo com antigas lendas de povos que habitavam a América do Sul muito antes da chegada de Cristóvão Colombo ao "Novo Continente". Essas lendas caíram no esquecimento após a chegada de Cristóvão Colombo à América, que culminou com a dizimação de grande parte da cultura desses povos. Mas, Augustus Le Plongeon, viajante e escritor do século XIX interessado nas ruínas maias do Yucatán, anunciou ter conseguido traduzir com clareza o famoso Códice Troano [em honra de seu proprietário Dom Juan Tro e Ortelano, professor da Universidade de Madri, e que atualmente está depositado no Museu Britânico de Londres]. O manuscrito, que ele acreditava ter 3.500 anos, contaria a história de um continente que afundara com seus 64 milhões de habitantes, que teria sido conhecido dos maias. Sua tradução era a seguinte:

 

    No ano 6 de Kan, no 11º Muluc no mês Zac verificaram-se terríveis terremotos que continuaram sem interrupção até o 13º Chuen. O país dos montes de lama, a terra de Mu, foi sacrificada: foi duas vezes erguida e desapareceu repentinamente durante a noite, enquanto a bacia era constantemente abalada por erupções vulcânicas. A sua localização fez com que a terra se afundasse e se erguesse várias vezes em diversos lugares. Finalmente, a superfície cedeu e dez países foram dividios e espalhados. Não conseguiram resistir à força do abalo e afundaram-se junto.

 

Há uma tradição que afirma que Quetzalcoatl, o deus branco dos astecas e toltecas, voltou para o seu país no mar do leste, depois de haver fundado a civilização tolteca. Esse mesmo deus era adorado entre os maias sob o nome de Kukulkán.

 

    A literatura Tamil fala de um reino mítico chamado Kumari Kandam, comparável à Lemúria, que submergiu.

No Código Cortesiano (maia), atualmente na Biblioteca Nacional de Madri, se diz:

 

    "Com seu poderoso braço Homem fez que a terra tremesse depois do por do sol, e durante a noite, Mu, o país das colinas, foi submerso".

 

    Uma das lendas mais antigas da Índia, conservada nos templos por tradição oral e escrita, reza que há várias centenas de mil anos, havia no Oceano Pacífico um imenso continente, que foi destruído por convulsões geológicas e cujos fragmentos podem ver-se em Madagascar, Ceilão, Sumatra, Java, Bornéu e ilhas principais da Polinésia. Segundo os Brahmanes, essa região havia alcançado um alto grau de civilização e a península do Industão, acrescida pelo deslocamento das águas na ocasião do grande cataclisma, não fez mais que continuar a cadeia das primitivas tradições originadas no mesmo continente. Essas tradições dão o nome de Rutas aos povos que habitavam o imenso continente equinocial; e de sua linguagem é que derivou o sânscrito...

 

 

    Continuando as modificações da crosta terrestre, enquanto as terras dos atuais continentes se elevavam progressivamente , a parte da Lemúria ligada á África e Ásia começou a submergir - diminuindo o tamanho do continente . Foi nesta época que o povo da Lemúria começou a colonizar os novos continentes, constituindo novas comunidades. O maior número destas expedições se dirigiram para o Norte (Ásia), partindo também algumas expedições para o Oeste (Africa) e Leste (Américas - países andinos e Califórnia atual).

 

    Se a Atlântida tem seu rastro mais remoto nas palavras de um filósofo, a Lemúria contou com a ciência para ser divulgada. Esse continente situava-se – dependendo da opinião – no leste da África, no Oceano Pacífico ou até além das suas margens, invadindo áreas hoje ocupadas pela Ásia e pelas Américas. A origem de seu nome está nos lêmures, primatas espalhados pelo hemisfério norte há cerca de 50 milhões de anos e hoje encontrados no sudeste da África, sul da Índia e Malásia.

 

    O cientista Slater, em meados do séc. XIX havia ficado estupefato ao descobrir que um grupo de primatas, os lêmures, habitavam tanto em Madagascar como na Malásia. Dado que era impossível que estes monos tivessem atravessado o oceano índico a nado, se fazia obrigado a pensar que, em algum momento indeterminado da história, ambas as regiões haviam estado unidas. Foram muitos aqueles que a partir desta teoria, rebatizaram a Mu com o nome de Lemuria, em honra destes animais tão viajantes. Darwin sentiu-se ditoso de saber que o berço do mundo levava nome de um macaco.

 

    O primeiro a propor a existência da Lemúria foi um zoólogo da Royal Society, Philip Schlater. Para justificar sua posição, ele listou indícios geológicos e botânicos de 22 espécies de fósseis encontradas tanto no litoral da África do Sul quanto no sul da Índia.

 

    Nomes ilustres do meio científico, como o biólogo evolucionista Thomas Huxley e o naturalista Alfred Russell Wallace, apoiaram Schlater. Ernst Haeckel, divulgador da teoria darwinista na Alemanha, não só aprovou a idéia da Lemúria, como colocou ali o “provável berço da raça humana, que com toda a probabilidade ali se desenvolveu a partir de macacos antropóides”.

 

    O endosso acadêmico foi ampliado por antropólogos e religiosos partidários da tese de que a humanidade se espalhara pelo mundo a partir de um único ponto. Daí ao tema chegar – como no caso da Atlântida – ao terreno do ocultismo foi um passo curto.

 

    Uma cultura superior teria florescido na Terra desde há 100.000 anos até há 25.000, ainda que alguns a estendam até os 12.000, incluindo a Atlântida como pertencente à mesma?

 

 

 

    Yonaguni - O geólogo marinho Masaaki Kimura anunciou que identificou as ruínas de uma cidade na costa da ilha Yonaguni, na extremidade sudoeste do Japão, a cerca de 7 km de Okinawa. Encontradas em 1985 por turistas que praticavam mergulho. Podem ter originado a lenda de Mu. "A julgar pelo desenho e a disposição das ruínas, a cidade deve ter tido a aparência de uma cidade da antiguidade romana", disse Kimura, professor da Universidade Ryukyu e presidente da entidade sem fins lucrativos Associação de Pesquisas do Patrimônio Científico e Cultural Marinho. . Ele acredita que havia um "arco do triunfo" ao lado de um coliseu e um santuário no topo de uma colina. Mas muitos cientistas discordam dele, dizendo que as ruínas podem ser explicadas por fenômenos naturais, como a atividade vulcânica e das marés. Eles dizem, também, que foram encontrados muito poucos artefatos como potes de cerâmica ou armas, que pudessem provar que seres humanos viveram no local da formação rochosa.

 

 

    LEMÚRIA NA VISÃO DOS TEOSÓFOS - Ao longo do século XIX, os seguidores das teorias de Madame Blavatsky, em sua Doutrina Secreta passaram a acreditar numa versão diferente da História do Mundo que encontrava respaldo na teoria geológica do Catastrofismo anteriormente referida. Esses indivíduos, influenciados por ideais pré-fascistas, defendiam que a raça humana havia passado por quatro estágios pré-evolutivos, se encontrando no quinto estágio. Embora algumas raças do quarto estágio (e, portanto, menos evoluídas) ainda coabitassem com as do quinto estágio, notadamente os judeus. Para esses teosóficos, a quarta raça seria muito semelhante à quinta e teria habitado principalmente em Atlântida. A terceria raça, contudo, seria bem diferente e, tendo habitado a Lemúria, teria esqueleto cartilaginoso, três olhos (sendo um na nuca, hoje atrofiado, tendo dado origem à glândula pituitária (atualmente conhecida como hipófise), mãe dos poderes paranormais de tal raça que, contudo, seria muito belicista e pouco desenvolvida intelectualmente). A segunda raça teria sido semi-etérea e a primeira raça não seria tangível, sendo feita de éter, no sentido metafísico da palavra. O principal seguidor de Blavatsky e maior propagador dessas histórias sobre a Lemúria foi W. Scott Eliott, em seu livro “Lendas de Atlântida e Lemúria”.

 

 

    CRÍTICAS ÀS TEORIAS DOS CONTINENTES DE MU OU LEMÚRIA - Como nos outros casos, as fontes citadas pelo coronel eram intangíveis. As comunicações com o sacerdote hindu, por exemplo, eram feitas por “telegrafia cósmica”, o que eliminava correspondências ou outros documentos escritos. Tampouco se viram textos em naacal ou suas transcrições.

 

    A maioria dos cientistas considera hoje continentes submergidos uma impossibilidade física, dado a teoria da Isostasia.

 

 

    CRÍTICAS À HIPOTESE DA EXISTÊNCIA DE ATLÂNTIDA - Há somente uma fonte primária clássica de toda a complexa mitologia da Atlântida, que se torna, portanto, uma pirâmide de cabeça para baixo, construída a partir de um único ponto de referência. Esse ponto é Platão. Os demais relatos de outras civilizações (especialmente as pré-colombianas) não estão facilmente acessíveis, e o resultado das traduções é controverso.

 

    O relato platônico foi um ouvir dizer de ouvir dizer. Ele afirmou que Sócrates ouvira a história de Crítias, que a ouvira em terceira mão do seu bisavô Drópida, que a ouvira de seu parente, o semilendário legislador ateniense Sólon, que a ouvira de uma sacerdotisa de Ísis no Egito, 150 anos antes de Sócrates. A sacerdotisa afirmara ter havido um grande império ateniense há nove mil anos, isto é, perto de 9.600 a.c., quando, na realidade, nem existiam antenienses. Segundo ela, essa potência ateniense entrara em conflito com o império de Atlântida, que fora fundado pelo deus do mar, Posídon, num continente do oceano ocidental.

 

 

 

    Outros afirmam também que a história da Atlântida não seria nada mais do que um produto da imaginação fértil de Platão, que ele teria escrito a história da Atlântida para criticar a sociedade da época, já que a Grécia antiga era uma nação muito desenvolvida, e como toda nação desenvolvida, teria também suas corrupções. O arquétipo da Atlântida (e das diversas “sociedades desaparecidas”) contém todos os elementos comuns a mitos de todas as épocas e culturas [o que na verdade é característica comum aos arquétipos]: preceitos morais e advertências contra abusos de poder e à presunção quanto à capacidade criativa dos homens, o drama da catástrofe, a Queda de um paraíso perdido, e outra versão do Dilúvio.

 

    As provas “científicas” do mito da Atlântida sempre provaram ser demasiado não-científicas para serem levadas a sério. Uma prova típica foi a proposta do geólogo francês Pierre Termier de que o taquilito vitroso recuperado do leito do Atlântico a 3 km de profundidade deve ter vindo originalmente de vulcões acima da terra, porque somente no ar esse material de lava se resfria bastante rápido para formar vidro não cristalino. Mais tarde, foi demonstrado que esse material se forma tanto no ar como sob a água, mas, mesmo assim, os adeptos da Atlântida ainda citam a teoria errônea de Termier para “provar” o mito.

 

    Uma civilização comerciante, como a descreve Platão, com tecnologia avançada para a época, e com diversas colônias extracontinentais, a qual, todavia, existiu por centenas de anos sem ultrapassar as fronteiras do próprio continente! E embora tenha havido freqüentes ondas de migração no período de decadência atlante (América, Índia, Egito etc.), os sábios atlantes nunca levaram essa tecnologia consigo! Em pouco tempo, as colônias atlantes voltaram ao nível dos carros de bois e das jangadas, e o homem ao estágio pós-primata!!!

 

    Talvez o nome de Atlântida tenha sido sugerido a Platão pela sua leitura de Tucídides, que mencionava um dilúvio provocado por um terremoto que destruiu um forte ateniense na pequena ilha de Atalanda (cujo nome vem da caçadora heróica da mitologia grega) e “danificou um dos dois navios que estavam atracados no porto”. Estrabo disse que a ilha de Atalanta fora partida em duas, criando com isso um canal navegável no golfo.

 

    Platão conta uma versão mais metafísica da história de Atlântida em “Critias”.

 

    Pelos registros egípcios, Keftiu (Creta) foi destruída pelos mares em um apocalipse. Parece que Sólon trouxe as lendas de Keftiu para a Grécia, onde ele passou para seu filho e seu neto. Platão provavelmente traduziu “a terra dos pilares que sustentam o céu” (Keftiu) como a terra do titan Atlas (que segurava o céu). Comparações com os antigos registros antigos de Keftiu identificam um número de similaridades com a Atlântida de Platão. Quando Platão identificou a localização da terra que ele havia chamado Atlântida, ele a colocou no oeste – no Oceano Atlântico. Na verdade, a lenda egípcia colocava Keftiu a oeste do Egito, mas não necessariamente a oeste do Mediterrâneo. Descrevendo Atlântida como uma ilha (ou continente) no oceano Atlântico, suspeitamos que Platão estivesse simplesmente equivocado em sua interpretação da lenda egípcia que ele estava recontando. A ilha nação de Keftiu, lar de um dos quatro pilares que sustentavam o céu, era considerada uma gloriosa civilização avançada que foi destruída e afundou no oceano.

 

 

 

 

    OUTRAS EVIDÊNCIAS - As obras de Platão não são os únicos relatos que existem de um país perdido no meio do oceano Atlântico, que, por certo, deve seu nome a este continente desaparecido. Para aqueles que alegam que a Atlântida de Platão era uma analogia velada sobre a corrupção da Atenas, argumenta-se que o renomado filósofo não escreveria uma parábola tão complexa, em três volumes, criando toda uma civilização, tecnologia e cultura, que em nada faz paralelo com o mundo grego, envolvendo o nome de um grande líder político (Sólon) e seu neto (Crítias), com a real possibilidade de contrariar os interesses de seus descendentes. Além do mais suas descrições da tecnologia de Atlântida se encaixam perfeitamente nas descrições do MahaBahata hindu.

 

    Existe uma diferença entre lenda e mito, o mito é uma história que realmente nunca aconteceu, mas a lenda é uma história real, “colorida” pela sucessão da narrativa emotiva, ao longo do tempo.

 

    Outros pensadores gregos, como Aristóteles e Plínio, argumentaram sobre a existência da Atlântida, enquanto que Plutarco e Heródoto, considerado por alguns como o maior dos historiadores antigos, escreveu sobre a misteriosa civilização da ilha no Atlântico como um fato histórico. Um manuscrito intitulado “A Respeito do Mundo” e atribuído a Aristóteles evidencia a crença em outros continentes. O antigo historiador grego Diodoro da Sicília (séc. I a.C.), escreveu que milhares de anos antes dos fenícios, havia uma imensa ilha atlântica (no local em que Platão descreveu que a Atlântida estava), e os atlantes eram vizinhos dos líbios; também mencionou que eles tiveram uma guerra com os amazônicos! Dentre outras afirmações e registros, descreveu a Atlântida como uma "ilha de tamanho considerável e situada no oceano a uma distância de alguns dias de viagem da Líbia (entende-se Líbia a África conhecida até então) para o oeste e cujo povo era chamado Atlatioi.

 

    Homero (sec. VIII a.C.) em sua Odisséia, refere-se a Scheria, uma ilha afastada no oceano, que ficava depois das Colunas de Hércules a oeste, onde viviam os faécios, "os mais famosos homens"... Faz também uma outra referência à cidade de Aleino, a qual segundo suas descrições, lembra em muito a Atlântida de Platão. Também em sua Odisséia, Homero se refere a duas tribos, uma chamada Atarantes e a outra Atlantes, a qual o nome derivada de uma montanha cônica e arredondada chamada Atlas. Dizem que era tão alta, que seu cume nunca poderia ser visto, pois as nuvens jamais o permitiriam.

 

    Tucídides (460 - 400 a.C.) nas Guerras do Peloponeso descreveu terremotos e inundações as quais destruíram cidades e ilhas e menciona uma terra a qual também fora atingida chamada Atalante.

 

    E mais dezenas de outros registros de historiadores famosos assim como Heródoto (século V), Apolodoro (século II), Teoponipos (século IV a.C.), Tertuliano (160 - 240), Philo Judaeus (20a.C. - 40 a.D.), Aelius (Claudius Aelianus - século III). Como podemos ver, era crença comum os habitantes do antigo mundo mediterrâneo acreditar no afundamento de uma grande ilha continente a oeste dali e também em invasões e dominações de um povo mais desenvolvido.

 

    A Atlântida se tornou parte do folclore em todo o mundo, foi colocada em mapas oceânicos e buscada pelos exploradores.

 

    Também na Bíblia, Ezequiel dedica várias passagens de seu livro a um arquipélago ao qual denomina de “Ilhas Tarsis”. Fala de suas riquezas, e de uma completa decadência, e por último o aviso de Deus: “farei subir por ti o abismo e muitas águas te cobrirão” (Ez. XXVI-19). E prosseguindo com o texto de Ezequiel (XXVI e XXXII): “... Disse o senhor: E fazendo lamentações sobre ti, dir-te-ão: como pereceste tu que existias no mar, ó cidade ínclita, que tens sido poderosa no mar e teus habitantes a quem temiam? Agora passarão nas naus, no dia da tua espantosa ruína, e ficarão mergulhadas as ilhas no mar, e ninguém saberá dos teus portos; e quanto tiver feito vir sobre ti um abismo e te houver coberto com um dilúvio de água, eu te terei reduzido a nada, e tu não existirás, e ainda que busquem não mais te acharão para sempre...". Também o profeta Isaias fala do desaparecimento da Atlântida com palavras bastante diretas: "... Ai da terra dos navios que está além da Etiópia; do povo que manda embaixadores por mar em navios de madeira sobre as águas. Ide, mensageiros velozes, a uma gente arrancada e destroçada; a uma gente que está esperando do outro lado, e a quem as águas roubaram suas terras..."(Is XVIII , 1-2).

 

    O Dilúvio narrado no Gênesis era um mito comum tanto aos babilônios, assírios, persas, egípcios, gregos, italiano quanto às cidades-Estado da Ásia Menor - sem mencionar os povos do Mediterrâneo, Golfo Pérsico, Mar Cáspio e até mesmo Índia e China. A lenda de Tamandaré, dos índios guaranis, também retrata um dilúvio e a salvação de um casal no alto de uma montanha;

 

    O Livro de Enoch consagra 105 capítulos aos "anjos" descidos do céu para desposar as belas terrestres. Quem eram esse "anjos?

 

    Gilgamés* se lamenta do destino de alguns homens para os quais teria sido melhor morrer por causa da fome, que em conseqüência de um dilúvio. De forma parecida se refere o Alcorão (livro sagrado dos muçulmanos) às pessoas de Ad, uma raça muito avançada, que havia construído a cidade das colunas e que foi aniquilada por Alá por causa de sua maldade.

 

    No fim do século passado foram descobertas, na colina de Kuyundjik, no Kazaquistão, doze placas de argila, escritas em acádico, que descrevem uma epopéia heróica: o Poema de Gilgamés, tido como o texto mais antigo da humanidade escrita por volta de 2.500 anos antes de Cristo. Gilgamés foi rei de Uruk na Babilônia, hoje Iraque. O vitorioso herói seria dois terços deus e um terço homem, realiza uma série de proezas e feitos fantásticos. O poema contém o relato exato do dilúvio, precedendo em séculos as primeiras versões manuscritas da Bíblia e do mito de Noé. Na epopéia de Gilgamesh, Noé é chamado de Utnapisti. É considerada como fonte de onde deriva o texto do Gênesis hebreu.

 


Gilgamés

 

    O caso é que em quase todas as civilizações, incluída a tibetana, a egípcia, a hindu, a mesopotâmica, maia, pré-inca e chinesa sempre aparece um povo desaparecido sob as águas do mar, cujos sobreviventes, que se anteciparam à eminente catástrofe, se espalharam pelo mundo.

 

    Os índios, especialmente os maias e astecas, diziam ter vindo de uma ilha situada no meio do oceano, mais além do Golfo do México, à qual os astecas chamavam Aztlan, na qual reinava um soberano conhecido como Atlanteoltl, e os maias de Tollan. Artistas maias e astecas esculpiram elefantes, quando na América nunca existiram estes animais [Platão descreve um animal similar ao elefante na Atlântida]. As lendas maias falam de um povo que chegou por mar para a fundação de uma civilização. Antigos escritos dos astecas e dos maias, como o Chilam Balam, Dresden Codex, Popuhl Vuh, Codex Cortesianus e Manuscrito Troano também foram traduzidos como histórias da destruição da Atlântida e Lemúria.

 

    Os sacerdotes Maias tinham tabelas para prever os eclipses. Mas há algo muito estranho sobre os Maias: aparentemente, eles nunca dominaram o uso da roda. Eles visualizavam a eternidade como nenhum outro povo. Pensavam em milhares de anos adiante, mas nunca aprenderam a pesar um saco de grãos. Essa sofisticada civilização foi extinta por não desenvolver métodos básicos de agricultura de subsistência. O que pergunto é: se eles herdaram uma parte de seu conhecimento de uma civilização mais antiga e sábia?

O Popol Vuh, o livro sagrado dos Maias, fala de ondas gigantes, dilúvios, céus escuros durante meses, uma chuva escura e gelada, e granizo.

 

    Este rosto enorme foi esculpido pelos Olmecas, do México. Acredita-se que ele tenha pelo menos 2.000 anos. Sua aparência é inconfundivelmente africana. Mas os negros só viriam para a América após a chegada de Colombo.

 

    As “grandes cabeças”, encontradas na Bolívia, Três Zapotes, com traços e feições da raça negra assim como as estátuas da cultura olmeca. Crê-se que tenham ao menos 2.000 anos. Inequivocamente têm características africanas. Todavia, se supõe que os negros não chegaram à America senão depois de Colombo. Os olmecas, como eram chamados, ostentavam traços diferentes dos da população nativa e também guardam semelhanças impressionantes com as feições da esfinge do Egito. Estátuas e cerâmicas da cultura maia representando homens brancos com nariz semita, roupas sapatos e elmos completamente diferentes dos usados pelos maias são mais provas de que perdemos algo de nossa história. 

 

    O “disco do sol” dos astecas fala de quatro ciclos de destruição. Por dilúvio, fogo, vento, por sangue e guerra. E prevêem o fim do mundo por uma sublevação das entranhas da Terra.

 

    Mitos de outros lugares da América antiga falam de grandes dilúvios e uma inundação de fogo de erupções vulcânicas e terremotos. Eles falam, com um realismo perturbador, de um passado que não nos lembramos nem esquecemos completamente.

 

    Mas ainda existe mais? A cada ano pode contemplar-se um grande grupo de aves que se dirigem em formação ao centro do oceano Atlântico e que revoam desesperadamente por cima das águas, como querendo pousar sobre elas. Seu instinto as levou ali. O mesmo acontece com outros animais, como os lemines, um pequeno grupo de roedores escandinavos que periodicamente, a cada três anos e meio, quando sua população cresce excessivamente, eles atravessam o país até chegar ao mar, nadando para o oeste, , para ir em manada morrer no centro do Atlântico. Lendas locais afirmam que os lemos tentam nadar para uma terra que existia a oeste, onde havia comida em abundância. Pássaros migratórios que cruzam o oceano da Europa para a América do Sul, quando se aproximam dos Açores, começam a voar em círculos concêntricos, como se procurassem uma terra onde estivessem acostumados a pousar para descansar e se alimentar. Não a encontrando, seguem viajem. Isso também acontece na viajem de volta.

 

    Existem na Bretanha antiqüíssimas "avenidas" de menires as quais descem pelo litoral do Atlântico e continuam sob o mar? Alguns estudiosos acreditam que estas devam levar à cidades gaulesas que agora jazem sob o mar...

 

    Curiosamente, Groelândia significa “terra verde”, o que é um paradoxo em nossos dias ao estar completamente coberta de neve e gelo praticamente todo ano. Mas a arqueologia descobriu restos de culturas tropicais, arados e outros utensílios que indicam o uso contínuo da agricultura e, portanto, a existência de um clima muito mais benigno.

 


Groelândia

 

    Existe uma quantidade enorme de dados que, processados com radiocarbono 14, confirmam uma repentina mudança na estrutura climática do planeta: o bosque petrificado de Wisconsin (EUA); os mamutes congelados encontrados na Sibéria, nos quais foram encontrados ervas sem digerir em seus estômagos (o que é prova da súbita morte dos animais por causa de um repentino esfriamento global). Essas e outras evidências apontam para uma catástrofe que se desenvolveu rapidamente e ao mesmo tempo em todo o planeta.

 

    As construções milenares distribuídas por muitos lugares do globo, construções verdadeiramente colossais, não teriam sido possíveis sem o concurso de alguns conhecimentos geométricos e técnicos superiores, que surgiram em todos os continentes, em civilizações que aparentemente desconheciam princípios elementares de física, ou que levavam uma vida dedicada ao comércio, à agricultura ou outra atividade distinta, a qual não justifica o interesse por obras tão monumentais! Tanto os aquedutos incas quanto os da Ásia Menor tem o mesmo desenho, e a conhecida pirâmide escalonada do Egito também pode ser encontrada na arquitetura pré-colombiana da América. As pirâmides são um tipo de construção muito extensa. Elas são encontradas não somente no Egito, mas também na China e na América Central, mostrando a interligação dessas culturas no passado. Como tal conhecimento chegou a culturas tão distintas e em lugares tão distantes do globo? O que interliga todas essas civilizações antigas? A única resposta que melhor responde a essas perguntas, e outras a respeito do mundo antigo, é a existência da Atlântida.

 

 

 

 

    Ambos demonstravam um conhecimento da astronomia assustador expresso nos grandes monumentos sagrados que construíram. Apesar de não conhecerem a polia ou a roda, podiam construir usando grandes pedras muito bem encaixadas em um estilo único, com ângulos em forma de L e prensas de metal. Ambas usavam a mumificação para preservar e honrar seus mortos. Aqui foi encontrado um novo e estarrecedor indício, quando a Dra. Balabanova, da universidade alemã de Ulm descobriu que muitas múmias egípcias continham cocaína e nicotina, nativas da América do Sul. "Recebi muitas cartas ameaçadoras e ofensivas, dizendo que isso era um absurdo, que eu estava inventando. Que era impossível, porque foi provado que antes de Colombo, essas plantas só eram encontradas na América." Ela repetiu a pesquisa em centenas de múmias e provou sua teoria. Será que, em um passado distante, marinheiros influenciaram culturas nos dois lados do Atlântico? A idéia é até mesmo sugerida pelo que não está lá.

 

    Curiosamente, os egípcios antigos eram imberbes (não possuíam pêlos faciais), mas os seus deuses eram representados com longas barbas, e os faraós, em determinados ritos, usavam uma espécie de barba decorativa.

 

 

    Consta que existe um registro o qual descreve uma expedição enviada por um faraó da Segunda Dinastia para descobrir o que aconteceu à Atlântida e descobrir se ainda restara alguma coisa. Segundo o que pode ser levantado, a expedição voltou cinco anos depois, sem cumprir a missão.

 

    A verdadeira questão aqui é: se existiu uma civilização antiga, ainda não identificada, que influenciou o Egito, o México e a América do Sul, deixando sua marca, ainda que difícil de ser reconhecida no conhecimento? Analisando as provas isoladamente, cada uma revela muito pouco. Mas vamos analisar todos esses elementos juntos. Ambos os lados tinham pirâmides enormes, alinhadas com os pontos cardeais, incorporando conhecimentos sofisticados da matemática.

 

    Hieróglifos fenícios foram encontrados em numerosas ruínas nas selvas da América do Sul e são tão antigas que as tribos indígenas próximas perderam as lembranças de quem as construiu.

 


Inscrições fenícias no Brasil

 

    O famoso continente submerso tornou-se conhecido por muitos nomes legendários - tais como Campos Elísios, pelos gregos; Campos dos Papiros (Sekhet Aaru), pelos Egípcios; Aztlan, pelos Maias; Rutas, pelos Hindus. Da mesma maneira, o Paraíso, local onde várias civilizações dizem ser a origem dos deuses, era Atlântida.

 

    Dois sacerdotes católicos, o bispo espanhol Diego de Landa e o abade francês Charles de Bounbourg, ajudaram a reforçar o mito atlante. O primeiro, famoso por estudar as tradições mesoamericanas no fim da vida, após ter queimado praticamente todos os códices maias (poupou apenas três), observou num relatório que os habitantes do Yucatán diziam ter ouvido de seus ancestrais que sua península fora ocupada por um povo originário do leste, “ao qual Deus salvara, abrindo 12 passagens através do oceano”. Os estudos de Landa sobre a escrita maia – cuidadosos para a época, mas não comparáveis aos trabalhos contemporâneos – serviram de base para Bounbourg tentar traduzir os códices em 1864. Resultado: um deles narrava uma catástrofe que levara ao afundamento de uma ilha chamada Mu, tal qual Platão descrevera no caso da Atlântida.

 

    Como atesta o documento que faz parte da famosa Coleção Plongeon (manuscrito troano), existente no Museu Britânico, em Londres:

 

    “No ano 6 de Kan, o 11 de Muluk, mês de Zac, ocorreram horríveis terremotos que continuaram sem interrupção, até o 13 Chuan. O país das lamas de barro, a terra de Mú foi sacrificada. Depois de duas tremendas convulsões, ela desapareceu durante a noite, sendo constantemente sacudida pelos fogos subterrâneos que fizeram com que a mesma tivesse tão trágico destino. O solo, continuamente influenciado por forças vulcânicas, subia e descia em vários lugares. Por fim, a superfície cedeu. As regiões foram então separadas umas das outras , e depois dispersas. Dez países separaram-se e desapareceram, levando consigo 64 milhões de habitantes. Isto se passou 8060 anos antes da composição deste escrito”.

 

    Na tradição oral de muitos povos antigos, nos relatos de textos bíblicos, em documentos toltecas e nos anais da doutrina secreta, existem coincidências que nos fazem crer que outrora existiu um continente no meio do Oceano Atlântico, que um dia foi tragado pelas águas revoltas.

 

    O grego Kantor relata uma visita ao Egito, onde ele viu uma coluna de mármore com hieróglifos sobre a Atlântida.

 

    O historiador grego Ammianus Marcellinus escreveu sobre a destruição da Atlântida.

 

    O historiador grego Timagenus escreveu sobre a Guerra entre a Atlântida e a Europa e disse que as tribos da antiga França diziam que ela era seu lar original.

 

    Theopompos, um historiador grego, escreveu sobre o enorme tamanho da Atlântida e suas cidades de Machimum e Eusebius e sobre uma idade de ouro, sem doenças e sem trabalhos manuais.

 

    Os bascos da Espanha, os guals da França, as tribos das Ilhas Canárias e dos Açores, uma tribo na Holanda e dezenas de tribos indígenas, todas falam de suas origens em uma grande perdida e submersa terra atlântica.

 

    Os irlandeses tinham tanta certeza da existência da "Ilha de São Brendan" (como era chamada por eles), que foram realizadas 6 (seis) expedições a fim de encontrá-la, além de tratados para dividi-la quando assim a fosse. E os gauleses, habitantes da antiga Gália, acreditavam que haviam sofrido invasões de um povo cuja terra natal era uma ilha a qual afundara no meio do oceano.

 

    As Ilhas Sandwich, a Nova Zelândia e a Ilha da Páscoa estão separados entre si por uma distância de mil e quinhentas a mil e oitocentas léguas, e os grupos das ilhas intermediárias, Viti (Fidji), Samoa, Tonga, Fortuna, Ouvea, as Marquesas, Taiti, Pumuta, as ilhas Gambier, distam daqueles pontos extremos de setecentas ou oitocentas a mil léguas. Todos os navegantes são unânimes em dizer que os grupos extremos e os grupos centrais não podiam comunicar-se entre si em virtude de sua posição geográfica e dos insuficientes meios de que dispunham. É fisicamente impossível transpor semelhantes distâncias numa piroga... sem uma bússola, e viajas durante meses sem provisões. Por outra parte, os aborígenes das Ilhas Sandwich, de Viti, da Nova Zelândia, dos grupos centrais de Samoa, de Taiti etc., jamais haviam se conhecido e nunca tinham ouvido falar uns dos outros, antes de chegarem os europeus. No entanto, cada um desses povos afirmava que a sua ilha outrora fazia parte de uma imensa superfície de terras que se estendia para o ocidente em direção à Ásia. Confrontando indivíduos de todos esses povos, viu-se que falavam a mesma língua, tinham os mesmos usos e costumes e adotavam a mesma crença religiosa. E à pergunta: Onde está o berço da vossa raça? - limitavam-se, em resposta, a estender a mão na direção do sol poente.

 

    Deuses como Osíris, Viracocha e Quetzacoatl poderiam ter sido pessoas que vieram de longe? Sobreviventes de um dilúvio que destruiu seus lares e civilizações?

 

    Mas há outra evidência. Existem velhos mapas revelando que antigos navegadores tinham um conhecimento sobre o globo que nunca foi explicado. [veja mais adiante – Os Mapas de Piri Reis].

    

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