AKJ: Almeida-1753 compatibilizada com a KJB-1611, com
grafia e gramática inspiradas na ACF-1995
LIVRO DOS PROVÉRBIOS
Capítulos 01-10
Capítulo 1
1 Provérbios
de Salomão, filho de Davi, rei de Israel;
2 Para se conhecer a sabedoria e o castigo- instrutivo; para se entenderem, as
palavras da entendimento.
3 Para se receber o castigo- instrutivo do
sábio proceder, a justiça, o juízo
e a eqüidade;
4 Para dar
aos simples, prudência discernidora, e aos moços, conhecimento e bom siso;
5 O sábio
ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá
sábios conselhos;
6 Para entender
os provérbios e sua interpretação; as palavras dos sábios
e as suas palavras obscuras.
7 O temor
do SENHOR é o princípio do conhecimento; mas os
tolos desprezam a sabedoria
e o castigo- instrutivo.
8 Filho meu,
ouve o castigo- instrutivo de teu pai, e não deixes o ensinamento
de tua mãe,
9 Porque serão
como diadema gracioso em tua cabeça, e colares ao teu pescoço.
10 Filho meu, se os pecadores procuram enganosamente-
persuadir a ti com agrados, não
consintais isso.
11 Se disserem:
Vem conosco, ponhamo-nos em emboscada para derramar
sangue; espreitemos o inocente sem motivo;
12 Traguemo-los
vivos, como a sepultura; e inteiros, como os que descem à cova;
13 Acharemos
toda sorte de bens preciosos; encheremos as nossas casas de despojos;
14 Lança
a tua sorte conosco; teremos todos uma só bolsa!
15 Filho meu,
não te ponhas a caminho com eles; desvia o teu pé das suas
veredas;
16 Porque
os seus pés correm para o mal, e se apressam a derramar sangue.
17 Na verdade
é inútil estender-se a rede ante os olhos de qualquer ave.
18 No entanto
estes armam ciladas contra o seu próprio sangue; e espreitam-
de- emboscada às suas
próprias vidas.
19 São
assim as veredas de todo aquele que desonesta-
violentamente- ganha ganho- desonesto- violento: ele põe
a perder a alma dos que o possuem.
20 A sabedoria
canta- retumbando- de- júbilo lá fora; pelas ruas
levanta a sua voz.
21 Ela brada nos principais locais de barulho
das multidões; nas entradas das portas e nas cidades profere as
suas palavras, dizendo:
22 Até
quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores,
desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento?
23 Atentai
para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente
do meu espírito e vos declararei as minhas palavras.
24 Entretanto,
porque eu clamei e recusastes; e estendi a minha mão e não houve
quem desse atenção,
25 Antes rejeitastes
todo o meu conselho, e não quisestes a minha repreensão,
26 Também
de minha parte eu me rirei na vossa perdição e zombarei, em
vindo o vosso temor.
27 Vindo o
vosso temor como a assolação, e vindo a vossa perdição
como uma tormenta, quando vos chegar aperto e angústia.
28 Então
clamarão a mim, mas eu não responderei; de madrugada me buscarão,
porém não me acharão.
29 Porquanto
odiaram o conhecimento; e não preferiram o temor do SENHOR:
30 Não
aceitaram o meu conselho, e desprezaram toda a minha repreensão.
31 Portanto,
comerão do fruto do seu próprio caminho, e fartar-se-ão dos seus
próprios
conselhos.
32 Porque o voltar- atrás
que é praticado pelos simples os matará, e
a soberba prosperidade dos insensatos os destruirá.
33 Mas o que
me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre
do temor do mal.
Capítulo 2
1 Filho meu,
se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos,
2 Para fazeres
o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração
ao entendimento;
3 Se clamares
por conhecimento, e por inteligência para entender alçares a tua voz,
4 Se como
a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares,
5 Então
entenderás o temor do SENHOR, e acharás o conhecimento de
Deus.
6 Porque o
SENHOR dá a sabedoria; da Sua boca é que vem o conhecimento
e o entendimento.
7 Ele reserva
a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que
caminham em inteireza- completude.
8
Ele guarda as veredas do juízo e preserva o caminho dos
Seus santos.
9 Então
entenderás a justiça, o juízo e a eqüidade, todas
as boas veredas.
10 Pois quando
a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for agradável
à tua alma,
11 O bom siso
te guardará e a inteligência para entender te conservará;
12 Para te
retirar do caminho do
homem mau, do homem que fala coisas perversas;
13 Dos que
deixam as veredas da retidão, para andarem pelos caminhos
da treva;
14 Que se
alegram de fazer mal, e brincam com as perversidades dos maus,
15 Cujas veredas
são tortuosas e que se desviam nos seus caminhos;
16 Para te livrar da
mulher estrangeira (prostituta), sim da estrangeira
(prostituta) que lisonjeia com suas palavras;
17 Que deixa
o guia da sua mocidade e se esquece da aliança do Deus
dela;
18 Porque
a sua casa se inclina para a morte, e as suas veredas para os mortos.
19 Todos os
que entram a ela não voltarão e não
alcançarão
as veredas da vida.
20 Para andares
pelos caminhos dos bons, e te conservares nas veredas dos justos.
21 Porque
os retos habitarão na terra, e os íntegros permanecerão
nela.
22 Mas os
ímpios serão arrancados da terra, e os aleivosos {*} serão
dela arrancados pelas raízes.
{* Enganadores e traiçoeiros}
Capítulo 3
1 Filho meu,
não te esqueças da minha lei, mas o teu coração guarde
os meus mandamentos.
2 Porque eles te aumentarão a longura de dias, e os
anos de vida, e a paz
3 Não
te desamparem a misericórdia e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço;
escreve-as sobre a tábua do teu coração.
4 E acharás
graça e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem.
5 Confia no
SENHOR de todo o teu coração, e não te estribes no teu
próprio entendimento.
6 Reconhece-O
em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas.
7 Não
sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te
do mal.
8 Isto será
saúde para o teu umbigo, e medula para os teus ossos.
9 Honra ao
SENHOR com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus
lucros- de- colheita;
10 E
os teus celeiros serão enchidos com abundância, e transbordarão de
mosto os teus lagares.
11 Filho meu,
não rejeites o castigo- instrutivo do SENHOR, nem
te enojes da Sua
repreensão.
12 Porque
o SENHOR repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho
em
quem se deleita.
13 Bem-aventurado
é o homem que acha sabedoria, e o homem
que adquire conhecimento;
14 Porque
é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu
lucro que o ouro mais fino.
15 Mais preciosa
é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se
pode comparar a ela.
16 Longura
de dias (de vida) está na sua mão direita; e na
sua mão esquerda, riquezas e
honra.
17 Os seus
caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas
são paz.
18 É
árvore de vida para os que a seguram, e são bem-aventurados
todos os que a retêm.
19 O SENHOR,
com sabedoria fundou a terra; com entendimento estabeleceu os céus.
20 Pelo Seu
conhecimento se fenderam os abismos, e as nuvens gotejam o orvalho.
21 Filho meu,
não se apartem estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria
e o bom siso;
22 Porque
serão vida para a tua alma, e adorno ao teu pescoço.
23 Então
andarás seguro pelo teu caminho, e o teu pé não tropeçará.
24 Quando
te deitares, não temerás; ao contrário,
deitar-te-ás, e o teu sono será docemente agradável.
25 Não
temas o pavor repentino, nem a assolação pelos perversos, quando
ela vier.
26 Porque
o SENHOR será a tua confiança; guardará os teus pés
de serem capturados.
27 Não
deixes de fazer bem a quem ele é devido, estando em tuas mãos a capacidade
de fazê-lo.
28 Não
digas ao teu próximo: Vai, e volta amanhã que to darei, se
já o tens contigo.
29 Não
maquines o mal contra o teu próximo, pois que habita contigo confiadamente.
30 Não
contendas com alguém sem causa, se ele não te fez nenhum mal.
31 Não
tenhas inveja do homem violento, nem escolhas nenhum dos seus caminhos.
32 Porque
o perverso é abominável ao SENHOR, mas com os sinceros
está o Seu segredo.
33 A maldição
do SENHOR habita na casa do ímpio, mas a habitação dos
justos abençoará.
34 Certamente
Ele escarnecerá dos escarnecedores, mas Ele dá graça
aos mansos.
35 Os sábios
herdarão honra, mas vergonha será a elevação dos
tolos.
Capítulo 4
1 Ouvi, ó filhos,
o castigo- instrutivo do pai, e estai atentos para conhecerdes o
entendimento.
2 Pois dou-vos
boa doutrina; não deixeis a minha lei.
3 Porque eu
era um filho para o meu pai,
tenro e o único amado aos olhos de minha
mãe.
4 E ele me
ensinava e me dizia: Retenha o teu coração as minhas palavras;
guarda os meus mandamentos, e vive.
5 Adquire
sabedoria, adquire entendimento, e não te esqueças
disto nem
te apartes das palavras da minha boca.
6 Não
a abandones e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá.
7 A sabedoria
é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possues na aquisição de entendimento.
8 Exalta-a,
e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará.
9 Dará
à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória
te entregará.
10 Ouve, ó filho
meu, e aceita as minhas palavras, e se multiplicarão os anos da tua
vida.
11 No caminho
da sabedoria te ensinei, e por veredas de retidão te fiz andar.
12 Por elas
andando, não se embaraçarão os teus passos; e se correres
não tropeçarás.
13 Apega-te
ao castigo- instrutivo e não o largues; guarda-o,
porque ele
é a tua vida.
14 Não
entres na vereda dos ímpios, nem andes no caminho dos
homens maus.
15 Evita-o;
não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo.
16 Pois não
dormem, se não tiverem feito mal, e foge deles o sono se não fizerem
alguém tropeçar.
17 Porque
comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência.
18 Mas a vereda
dos justos é como a brilhante luz da aurora,
que vai brilhando mais e mais
até ser dia perfeito.
19 O caminho
dos ímpios é como a escuridão; eles nem sabem em que tropeçam.
20 Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas
palavras ditas inclina o
teu ouvido.
21 Não
as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no mais íntimo do teu
coração.
22 Porque
são vida para os que as acham, e saúde para todo o seu corpo.
23 Sobre tudo
o que se deve guardar {*}, guarda o teu coração, porque dele procedem
as fontes da vida. {* "sobre ... guardar" = "com toda a
diligente vigilância"}
24 Desvia
de ti a falsidade da boca, e afasta de ti a perversidade dos lábios.
25 Os teus
olhos olhem para a frente, e as tuas pálpebras olhem direto diante
de ti.
26 Pondera
a vereda de teus pés, e todos os teus caminhos sejam bem ordenados!
27 Não
declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé
do mal.
Capítulo 5
1 Filho meu,
atende à minha sabedoria; à minha inteligência para entender inclina
o teu ouvido;
2 Para que
conserves a discrição, e os teus lábios
guardem o conhecimento.
3 Porque os
lábios da mulher estrangeira (prostituta) destilam favos de mel, e
a sua boca
é mais suave do que o azeite.
4 Mas o seu
fim é amargoso como o absinto, agudo como a espada de dois gumes.
5 Os seus
pés descem para a morte; os seus passos sustentam o
inferno.
6 Para que
não ponderes os caminhos da vida, as suas andanças são
errantes: jamais os conhecerás.
7 Agora, pois,
filhos, dai-me ouvidos, e não vos desvieis das palavras da minha boca.
8 Longe dela
seja o teu caminho, e não te chegues à porta da sua casa;
9 Para que
não dês a outrem a tua honra, e não entregues a cruéis
os teus anos de vida;
10 Para que
não farte a estranhos o teu esforço, e todo o fruto do teu
trabalho vá parar em casa alheia;
11 E no fim
venhas a gemer, no consumir-se da tua carne e do teu corpo.
12 E então
digas: Como odiei o castigo- instrutivo! e o meu coração desprezou
a repreensão!
13 E não
dei ouvidos (obedecendo) à voz dos que me ensinavam, nem inclinei o meu
ouvido àqueles que me instruíam!
14 No meio
da congregação e da assembléia foi que eu me achei em
quase todo o mal.
15 Bebe água
da tua própria fonte, e das correntes do teu
próprio poço.
16 Derramar-se-iam
as tuas fontes por fora, e pelas ruas os ribeiros de
tuas águas?
17 Sejam para
ti só, e não para os estranhos contigo.
18 Seja bendito
a tua fonte- jorrante, e alegra-te com a esposa da tua mocidade.
19 Como cerva
amorosa, e gazela graciosa, os seus seios te saciem todo o tempo; e pelo
seu amor sejas atraído perpetuamente.
20 E porque, filho meu, te deixarias atrair por mulher estrangeira (prostituta), e te abraçarias
ao peito de uma estrangeira (prostituta)?
21 Eis que
os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e Ele pesa
todas as suas veredas.
22 Quanto
ao ímpio, as suas próprias iniqüidades o prenderão, e com as cordas
do seu pecado será detido.
23 Ele morrerá (porque andou) sem
castigo- instrutivo, e, pelo excesso da sua loucura,
andará errado.
Capítulo 6
1 Filho meu,
se ficaste por fiador do teu companheiro, se
bateste a tua mão {*} com um estranho, {* Bater
ou apertar ou unir a mão com a de outra pessoa, como sinal de firmar contrato}
2 E te deixaste
enredar pelas palavras da tua própria boca; e te prendeste
com as palavras da
tua boca;
3 Faze pois
isto agora, filho meu, e livra-te, já que caíste nas mãos
do teu companheiro: vai, humilha-te, e insiste contra o teu companheiro.
4 Não
dês sono aos teus olhos, nem sonolência às tuas pálpebras.
5 Livra-te,
como a gazela da mão do caçador, e como a ave da mão do
passarinheiro.
6 Vai ter
com a formiga, ó preguiçoso; considera os seus caminhos,
e sê sábio.
7 Pois ela,
não tendo chefe, nem guarda, nem dominador,
8 Prepara
no verão o seu pão; na ceifa ajunta o seu mantimento.
9 Ó preguiçoso,
até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do
teu sono?
10 Um pouco
a dormir, um pouco a tosquenejar; um pouco encruzando as
mãos, para estar deitado;
11 Assim sobrevirá
a tua pobreza como o assaltante viajante, e a tua necessidade como um homem armado.
12 O homem
mau, o homem iníquo anda com a boca pervertida.
13 Acena com
os seus olhos, fala com os
seus pés, e faz sinais de instrução com os
seus dedos.
14 Há
no seu coração perversidade, todo o tempo maquina mal; anda
semeando contendas.
15 Por isso
a sua destruição virá repentinamente; subitamente será
quebrantado, sem que haja cura.
16 Estas seis
coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina:
17 Olhos altivos,
língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
18 O coração
que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr
para o mal,
19 A testemunha
falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.
20 Filho meu,
guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei da tua mãe;
21 Ata-os
perpetuamente ao teu coração, e amarra-os ao teu pescoço.
22 Quando
caminhares, te guiará; quando dormires, te guardará; quando
acordares, falará contigo.
23 Porque
o mandamento é lâmpada, e a lei é luz; e as repreensões do
castigo- instrutivo são o caminho da vida,
24 Para te
guardarem da mulher vil, e das lisonjas da mulher
estrangeira (prostituta).
25 Não
cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes
prender pelos
seus olhos.
26 Porque
por causa de uma
mulher prostituta
um homem chega a pedir um bocado de pão; e a adúltera
anda à caça da alma preciosa.
27 Porventura
um
homem
tomará fogo no seu seio, sem que suas vestes se queimem?
28 Ou andará
alguém sobre brasas, sem que se queimem os seus pés?
29 Assim ficará
o que entrar à esposa do seu próximo; não será
inocente todo aquele que a tocar.
30 Não
se injuria o ladrão, quando furta para saciar a sua
alma, tendo fome;
31 Mas, se for
achado, pagará o tanto sete vezes; terá de dar todos os bens
da sua casa.
32 Assim,
o que adultera com uma mulher é falto de entendimento; aquele que
faz isso destrói a sua própria alma.
33 Achará
castigo e vilipêndio {*}, e o seu opróbrio nunca será
apagado.
{* "vilipêndio" é infâmia, desprezo, desonra, ignomínia}
34 Porque
o ciúme excita a fúria do marido; de maneira nenhuma
poupará
no dia da vingança.
35 Não
aceitará nenhum resgate, nem se conformará por mais que aumentes
os presentes.
Capítulo 7
1 Filho meu,
guarda as minhas palavras, e entesoura dentro de ti os meus mandamentos.
2 Guarda os
meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a pupila dos teus olhos.
3 Ata-os aos
teus dedos, escreve-os sobre a tábua do teu coração.
4 Dize à
sabedoria: Tu és minha irmã; e ao entendimento chama
de teu parente,
5 Para que
elas te guardem da
mulher estrangeira (prostituta), da
mulher estrangeira (prostituta) que lisonjeia com as suas
palavras.
6 Porque da
janela da minha casa, olhando eu através das minhas grades
venezianas,
7 Vi entre
os simples, percebi entre os moços, um moço falto de juízo,
8 Que passava
pela rua junto à sua esquina, e seguia o caminho para a casa
dela;
9 Na pouquíssima luz do crepúsculo,
ao anoitecer do dia, na tenebrosa noite e na escuridão.
10 E eis que
uma mulher lhe saiu ao encontro com
vestes de prostituta, e astúcia
de coração.
11 (Ela é alvoroçada e sem freios; os seus pés não
param em sua casa;
12 Ora está nas ruas, ora está nas praças, espreitando (de emboscada)
por todos os cantos.)
13 E o pegou e o beijou. Com face impudente lhe disse:
14 Sacrifícios
pacíficos tenho comigo; hoje paguei os meus votos.
15 Por isto
saí ao teu encontro a buscar diligentemente a tua face, e te achei.
16 Já
cobri a minha cama com cobertas de tapeçaria, com obras lavradas,
com linho fino do Egito.
17 Já
perfumei o meu leito com mirra, aloés e canela.
18 Vem, saciemo-nos
de amores até à manhã; exultemos- de- deleite com amores.
19 Porque
o meu marido não está em casa;
está a caminho em uma longa viagem;
20 Levou na
sua mão um saquitel de dinheiro; voltará para casa só
no dia marcado.
21 Assim,
o fez desviar para ela com a multidão de suas palavras suaves, e o
arrastou com as lisonjas dos seus
lábios.
22 E ele logo
a segue atrás, como o boi que vai para o matadouro, e como vai
o insensato para
o castigo- instrutivo dos
grilhões;
23 Até
que a flecha lhe atravesse o fígado; ou como a ave que se apressa
para o laço, e não sabe que está armado contra a sua
vida.
24 Agora pois,
filhos, dai-me ouvidos, e estai atentos às palavras da minha boca.
25 Não
se desvie para os caminhos dela o teu coração, e não andes
perdido, nas suas veredas.
26 Porque a muitos feridos derrubou; sim, muitos
homens fortes foram mortos por ela.
27 A sua casa
é caminho do inferno, descendo para as câmaras da morte.
Capítulo 8
1 Não
clama porventura a sabedoria, e a inteligência para entender não faz ouvir
a sua voz?
2 No cume
dos lugares altos, junto ao caminho,
no encontro das veredas, ela se posta.
3 Do lado
das portas da cidade, à entrada da cidade, e à entrada das
portas está cantando- retumbando- de- júbilo:
4 A vós,
ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens.
5 Entendei,
ó simples, a prudência; e vós, insensatos, entendei
de coração.
6 Ouvi, porque
falarei de coisas excelentes;
o abrir dos meus lábios proferirá coisas retas.
7 Porque a
minha boca proferirá a verdade, e
a impiedade é abominação para os meus lábios.
8 São
justas todas as palavras da minha boca: não há nelas nenhuma
coisa tortuosa nem pervertida.
9 Todas elas
são claras-
e- retas para aquele que bem entende, e justas para os que acham
o conhecimento.
10 Aceitai o meu castigo- instrutivo, e não a prata; e o conhecimento, mais
do que o ouro fino escolhido.
11 Porque
melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja
não se pode comparar com ela.
12 Eu, a sabedoria,
habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos.
13 O temor
do SENHOR é odiar o mal; a soberba e a arrogância, o mau
caminho e a boca perversa, eu odeio.
14 Meu é
o conselho e a verdadeira sabedoria; eu sou o entendimento; minha é
a fortaleza.
15 Por mim
reinam os reis e os príncipes decretam justiça.
16 Por mim
governam príncipes e nobres; sim, todos os juízes da terra.
17 Eu amo
aos que me amam, e os que cedo me buscarem, me acharão.
18 Riquezas
e honra estão comigo; assim como os bens duráveis e a justiça.
19 Melhor
é o meu fruto do que o ouro, do que o ouro refinado, e os meus ganhos
mais do que a prata escolhida.
20 Faço
andar pelo caminho da justiça, no meio das veredas do juízo.
21 Para que
faça herdar bens permanentes aos que me amam, e eu encha os seus
tesouros.
22 O SENHOR
me possuiu no princípio de Seus caminhos, antes
de Suas obras mais antigas.
23 Desde a
eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo
da terra.
24 Quando
ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes
carregadas de águas.
25 Antes que
os montes fossem firmados, antes dos outeiros, eu fui gerada.
26 Ainda Ele
não tinha feito a terra, nem os campos, nem o mais alto
topo do
pó do mundo.
27 Quando
Ele preparava os céus, aí estava eu, quando Ele
entalhava uma circunferência sobre a face do abismo {*};
{* Em mar alto, o horizonte parece uma circunferência}
28 Quando
firmava as nuvens acima, quando fortificava as fontes do abismo,
29 Quando
fixava ao mar o seu limite, para que as águas não traspassassem
o Seu mando, ao decretar Ele quais seriam
os fundamentos da terra.
30 Então
eu estava ao lado dEle, e era
Seu
obreiro- instruído- por- Ele; era cada dia as
Suas delícias,
alegrando-me perante Ele em todo o tempo;
31 Regozijando-me
no Seu mundo habitável e enchendo-me de prazer com os filhos dos
homens.
32 Agora,
pois, ó filhos, dai-me
ouvidos, porque bem-aventurados serão os que guardarem
os meus caminhos.
33 Dai ouvidos ao castigo- instrutivo, e sede sábios, não
o rejeiteis.
34 Bem-aventurado
o homem que me dá ouvidos, velando às minhas portas cada
dia, esperando às ombreiras das minhas portas de entrada.
35 Porque
quemquer que me achar, achará a vida, e alcançará favor
do SENHOR.
36 Mas quemquer que
pecar contra mim violentará a sua própria alma; todos os
que me odeiam amam a morte.
Capítulo 9
1 A sabedoria
já edificou a sua casa, já lavrou as suas sete colunas.
2 Já
matou os seus animais- vítima e misturou o seu vinho {*}, e já
ordenadamente preparou a sua
mesa.
{* <03196 yayin> pode ser qualquer líquido direta
ou indiretamente derivado de uvas. O contexto de toda a Bíblia, e contexto
local, e a santidade do verdadeiro autor das Escrituras, o Espírito Santo de
Deus, aqui exige que o sentido seja o de suco puro recém espremido (como em Gn
40:11}, ou o de
suco não fermentado e conservado por qualquer um de vários processos conhecidos
("pasteurização", fumos de enxofre, fervura e evaporação até se tornar grosso xarope,
etc., com envasilhamento estéril e hermético), mas não o sentido de vinagre,
nem o de vinho alcoólico. De
qualquer modo, quer alcoólico ou não, o líquido proveniente da uva somente devia
ser usado misturado em 3 a 20 partes de água. Ler o livro "Bible Wines: or, The Laws of Fermentation and Wine of the Ancients" - William Patton}
3 Já
enviou as suas criadas,
(através delas) está convidando desde as alturas
da cidade, clamando:
4 "Quemquer que seja
simples, volte-se para cá." Aos faltos de senso diz:
5 "Vinde, comei
do meu pão, e bebei do vinho {*} que tenho misturado. {* Ver nota 9:2}
6 Deixai os
insensatos e vivei; e andai pelo caminho do entendimento."
7 O que reprova o escarnecedor, toma afronta para si; e o que
repreende o ímpio recebe
a sua mancha.
8 Não
repreendas o escarnecedor, para que não te odeie; repreende o sábio,
e ele te amará.
9 Dá
instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio;
ensina o justo e ele aumentará em doutrina.
10 O temor
do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do
Santo é o entendimento.
11 Porque
por meu intermédio são multiplicados os teus dias, e anos de vida
te são acrescentados.
12 Se fores
sábio, para ti serás sábio; e, se fores escarnecedor,
só tu suportarás isto.
13 A mulher caracterizada como de
loucura é alvoroçadora; é simples e nada sabe.
14 Assenta-se
à porta da sua casa, ou numa cadeira nas alturas da cidade,
15 E põe-se
a chamar aos que vão pelo caminho, e que passam reto pelas
suas veredas, dizendo:
16 Quem é
simples, volte-se para cá. E aos faltos de entendimento ela diz:
17 As águas
roubadas são doces, e o pão comido às escondidas é
agradável.
18 Mas eles não
sabem que ali estão os mortos; os convidados dela estão nas profundezas
do inferno.
Capítulo 10
1 Provérbios
de Salomão: O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato
é a tristeza de sua mãe.
2 Os tesouros
da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte.
3 O SENHOR
não deixa a
alma do justo passar fome, mas lança
fora a aspiração
dos perversos.
4 O que trabalha
com mão displicente empobrece, mas a mão dos diligentes
faz enriquecer.
5 O que ajunta
no verão é filho ajuizado, mas o que dorme na ceifa é
filho que envergonha.
6 Bênçãos
há sobre a cabeça do justo, mas a violência cobre a
boca dos perversos.
7 A memória
do justo é abençoada, mas o nome dos perversos apodrecerá.
8 O sábio
de coração aceita os mandamentos, mas o insensato de lábios
será lançado para baixo.
9 Quem anda
em
inteireza- completude, anda seguro; mas o que perverte os seus caminhos
será
conhecido.
10 O que acena
com os olhos causa dores, e o tolo de lábios será lançado
para baixo.
11 A boca
do justo é fonte- jorrante
de vida, mas a violência cobre a boca dos
perversos.
12 O ódio
excita contendas, mas o amor cobre todos os pecados.
13 Nos lábios
do entendido se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do
falto de entendimento.
14 Os sábios
entesouram o conhecimento; mas a boca do tolo
está próxima da destruição.
15 (Aos olhos) do rico, as suas riquezas
são a sua cidade forte; (aos olhos) do pobre, a sua ruína
é
a pobreza dele.
16 A obra
do justo conduz à vida, o fruto do perverso, ao pecado.
17 O caminho
para a vida é daquele que guarda o castigo-
instrutivo, mas o
que recusa- e- abandona a repreensão comete erro.
18 O que encobre
o ódio com lábios falsos, e o que
faz andar uma difamação é um insensato.
19 Na multidão
de palavras não falta pecado, mas o que refreia os seus lábios
é sábio.
20 Como prata escolhida
é a língua do justo; o coração dos perversos
é de nenhum valor.
21 Os lábios
do justo apascentam a muitos, mas os tolos morrem por falta de entendimento.
22 A bênção
do SENHOR é que enriquece; e Ele não traz
conSigo dores.
23 Para o tolo, o cometer coisas más é divertimento; mas para o homem entendido
é o ter sabedoria.
24 Aquilo
que o ímpio teme sobrevirá a ele, mas o desejo dos justos será
concedido.
25 Como passa
a tempestade, assim desaparece o ímpio, mas o justo
tem fundamento perpétuo.
26 Como vinagre
para os dentes, como fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso
para aqueles que o mandam.
27 O temor
do SENHOR prolonga os dias, mas os
ímpios terão os anos da vida
abreviados.
28 A esperança
dos justos será alegria, mas a expectação dos
ímpios
perecerá.
29 O caminho
do SENHOR é fortaleza para os inteiros- completos, mas ruína para os que
praticam a iniqüidade.
30 O justo
nunca jamais será abalado, mas os ímpios não habitarão
a terra.
31 A boca
do justo jorra sabedoria, mas a língua da perversidade será
cortada fora.
32 Os lábios
do justo sabem o que agrada, mas a boca dos ímpios só fala perversidades.