Rumo Certo
Mensagens FEB 1971
Recorda lições evangélicas que servem à recuperação íntima de todos os que
procuram a evolução. Objetiva ressaltar a importância do estudo e o impositivo do
autoconhecimento, para que o desequilíbrio e o erro não compliquem a marcha para a
ascenção do homem. Através de mensagens de alto teor moral, enfoca temas como:
auto-aperfeiçoamento; caridade; perseverança e provações. Acentua que a misericórdia
divina proporciona aos necessitados da paz interior a oportunidade de conhecerem as
próprias deficiências e a maneira de extingüi-las, visando a definitiva integração
com Jesus.
* * *
Leitor amigo
Cremos não emprestar qualquer pretensão de ordem pessoal no título deste livro.
Rumo certo, sim, não porque as idéias nele contidas sejam nossas.
Integramos também com as falhas que nos caracterizam individualmente a legião dos
espíritos que evoluem nos climas culturais da Terra, tão falíveis ainda quanto
quaisquer outros.
E, qual ocorre a milhões de viajores do Planeta, encarnados e desencarnados, observamos
não apenas os caminhos da existência física, mas igualmente, e em muito maiores
proporções, os caminhos da vida espiritual.
Estradas de todos os feitios se nos desdobram à visão.
Avenidas do ideal, flamejantes de luz.
Sendas de laboriosas realizações.
Alamedas de sonhos e alegrias.
Carreiros de serviço construtivo, talhados nas rochas do esforço máximo.
Veredas de provações edificantes.
Trilhos de socorro ou de regeneração, através de pântanos e lágrimas.
Atalhos de sofrimento.
Corredores de privações educativas.
Túneis de perigosas experiências.
E em todas essas vias reconhecemos o impositivo do conhecimento e do autoconhecimento,
para que o erro ou o desequilíbrio não nos compliquem a romagem ou atrasem a marcha.
Eis por que, livremente associados à obra benemérita da Doutrina Espírita que, na
atualidade, restaura para nós outros os ensinamentos do Cristo, solicitamos vênia para
entregar-lhe, nestas páginas simples, a bússola das lições evangélicas que nos têm
servido à própria recuperação íntima, na viagem para a Vida Superior.
São estas notas, por isso mesmo, reflexos da lâmpada acesa que o Senhor
misericordiosamente nos permitiu empunhar por dever, a fim de que conhecêssemos as
próprias deficiências, de maneira a tratá-las e extingui-las. Carregando semelhante luz
por fora até que possamos instalá-la por dentro de nós mesmos, ofertamo-la aos
companheiros encarnados no Mundo, na forma de anotações para rumo certo, a benefício de
nós todos, os que já nos reconhecemos necessitados da paz interior, com a vitória sobre
nós mesmos, com vistas à nossa definitiva integração em Jesus, de modo a viver e saber
viver com Jesus e por Jesus.
Emmanuel
(Uberaba, 1 de julho de 1971)
111
Pinga Fogo Com Chico Xavier
Entrevista EDICEL 1971
Prefácio:
A noite de 28 de julho de 1971 foi diferente. Tornou-se uma noite
histórica para São Paulo e para o Brasil. Muita gente até hoje se pergunta, por que
estava diante de um aparelho de TV, esperando o "Pinga Fogo" do Canal 4? E a
resposta é difícil. Francisco Cândido Xavier, o médium psicógrafo de Uberaba, ia
submeter-se aos entrevistadores.
Labareda de luz? Sim, porque há labaredas de fogo e fumaça, labaredas trágica e
destruidoras, que assustam a gente. Mas as labaredas que o Pinga Luz do Canal 4 acendeu
por toda parte são da mais pura luz espiritual. Quem ler este volume com atenção sairá
dele inteiramente iluminado.
112
Coragem (espíritos diversos)
Meditações CEC 1971
Amigo
É verdade que em tuas relações com Deus:
- pediste o dom da saúde e a saúde é um dos maiores tesouros da vida;
- rogaste a bênção da paz e a paz é o alicerce de todo equilíbrio;
- suplicastes o apoio do afeto e o afeto é um refúgio sublime;
- deprecaste a luz da compreensão e a compreensão é a base da segurança;
- requestaste o privilégio da liberdade e a liberdade é a força que te mede o
aprimoramento;
- imploraste a proteção da simpatia e a simpatia é o estímulo da ação;
solicitaste o amparo da cultura da inteligência e a cultura é o instrumento que te - faz
discernir;
requisitaste o socorro do trabalho e o trabalho é o motor do progresso.
Entretanto, para que obtenhas saúde e paz, afeto e compreensão, liberdade e
simpatia, cultura e trabalho, não prescindes de uma alavanca, da qual nem sempre te
lembras nas petições à Providência Divina - a alavanca da coragem, a coragem de servir
e viver.
É por isso, leitor amigo, que te oferecemos as páginas simples deste livro.
Elas traduzem o nosso apelo, - apelo as nossas melhores forças, - para que jamais
esmoreçamos, diante das lutas e provas que nos são necessárias ao burilamento próprio,
porque ainda mesmo quando sitiados, em todas as direções, por dificuldade e desarmonia,
débito e sofrimento, haverá sempre um caminho de refazimento e libertação que a
esperança nos descerra, ante a misericórdia de Deus.
(Uberaba, 1 de agosto de 1971)
113
Sinal Verde
Comportamento CEC
1972
Uberaba,
1972
114
Entrevistas
Entrevista IDE 1971
Volume com algumas entrevistas de Chico Xavier, que não
haviam sido lançadas em livro, e algumas transmitidas em emissoras do interior mineiro e
de S. Paulo, praticamente inéditas para o restante do País. Possui índice de
nomes e assuntos, ao final do volume, para orientação e consulta aos estudiosos da
Doutrina Espírita, sobre os mais variados assuntos abordados.
As notas de rodapé, sucintas ao máximo, foram colocadas com vistas à documentação das
peças que compõem o volume, fixando principalmente, as fontes de publicação e os nomes
dos entrevistadores.
Informações:
Vai para mais de um lustro, dirigimo-nos ao médium Francisco
Cândido Xavier, observando:
-Chico, dentro de alguns meses, terei material para formar um volume de Chico Xavier, ele
mesmo.
E o nosso amigo anotou:
- O que é isso, meu caro? Não existe Chico Xavier, ele mesmo. Se é que eu tenha que
existir, será Chico Xavier/Emmanuel, porque, de mim mesmo, em matéria de edificação
espiritual, nada posso subscrever de vez que nosso benfeitor da Vida Maior é que nos
supervisiona a organização medianímica. Seria eu mais do que ousado se lhe subtraísse
o nome em qualquer expressão construtiva, que nos saísse dos recursos verbais, seja no
transe propriamente mediúnico, tanto quanto quaisquer outras circunstâncias.
Deixamos que o tempo corresse, e nunca mais nos referimos ao assunto com o médium, até
que, há poucas semanas, a direção do ANUÁRIO ESPÍRITA, de Araras, Estado de São
Paulo, solicitou-lhe permissão para que se organizasse um volume com algumas de suas
entrevistas, todas ainda não lançadas em livro, e algumas transmitidas em emissoras do
interior mineiro e de S. Paulo, praticamente inéditas para o restante do País.
Houve permissão para o cometimento, desde que o volume fosse apresentado como tarefa
mediúnica, e eis agora o livro pronto, absolutamente pronto para estudo e contentamento
de todos nós, os leitores.
O índice de nomes e assuntos, ao final do volume, guarda a finalidade de orientar os
estudiosos da Doutrina Espírita, facilitando consulta rápida, sobre os mais variados
assuntos abordados com rara felicidade.
As notas de rodapé, sucintas ao máximo, foram colocadas com vistas à documentação das
peças que compõem o volume, fixando principalmente, as fontes de publicação e os nomes
dos entrevistadores.
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, que desde 1932, após o lançamento do "Parnaso de
Além-Túmulo", vem sendo manchete de jornais e revistas brasileiros, e de muitas
publicações estrangeiras, nasceu em Pedro Leopoldo, Minas Gerais, a 2 de abril de 1910.
EMMANUEL, ao tempo de Jesus, se chamou Públio Lentulus e ao que se sabe, foi a única
autoridade que efetuou perfeita descrição dele, o Cristo, através de célebre carta,
publicada em numerosas línguas, autêntica obra-prima no gênero; pessoalmente
encontrou-O, solicitando-lhe auxílio na cura de uma filha enferma; desencarnou em
Pompéia, no ano de 79, vítima das lavas do Vesúvio, e anos depois, reencarnou na
Judéia, desenvolvendo-se-lhe grande parte da vida, em Éfeso, já não mais sob a toga de
orgulhoso senador romano e sim na estamenha do modesto escravo Nestório, que, na idade
madura, participava das reuniões secretas dos cristãos nas Catacumbas de Roma.
Estamos informados de que ele próprio, EMMANUEL, o mentor espiritual que todos
respeitamos, que, em 18 de Outubro de 1517, em Sanfins, Entre-Douro-e-Minho, Portugal,
renasceu com o nome de MANOEL DA NÓBREGA, filho do desembargador Baltazar da Nóbrega e
sobrinho de um Chanceler do País, quando reinava D. Manoel I, o "Venturoso",
para cumprir a excelsa missão de preparar com outros missionários religiosos daquele
tempo a fundação cristã do Brasil.
Inteligência privilegiada, ingressou na Universidade de Salamanca, Espanha, aos dezessete
de idade, e com vinte e um, inscreve-se na Faculdade de Cânones da Universidade de
Coimbra, frequentando as aulas de direito canônico e de filosofia; a 14 de Junho de 1541,
em plena mocidade, recebe a láurea doutoral, sendo, então considerado "doutíssimo
Padre Manoel da Nóbrega" pelo Doutor Martim Azpilcueta Navarro.
E tão importante se torna a tarefa do primeiro escritor brasileiro, no dizer de Antonio
Soares Amora, em plagas brasileiras, que José Mariz de Moraes chega a afirmar: "D.
João III, Tomé de Souza e Nóbrega são os primeiros fundadores do Brasil: um deu a lei,
o outro o braço e o outro a fé, à Pátria menina e a menina de seus olhos". Com
efeito, segundo o Padre Antônio Fernandes, SJ., "o Padre Manoel da Nóbrega é o
principal fundador de São Paulo. Foi ele que estudou e escolheu o local, quem se entendeu
com João Ramalho, Tibiriçá e Caiubi, quem inaugurou ali a catequese e a aldeia nova;
quem nomeou o pessoal dirigente e docente do Colégio e lhe designou o dia da
abertura".
Como sabemos, a fundação da Metrópole Nobreguense se deu a 25 de Janeiro de 1554. A
propósito, pergunta o ilustre historiador paulista Tito Lívio Ferreira "Por que
teria Padre Manoel da Nóbrega escolhido esse dia para fundar a cidade de São Paulo
dentro de uma Escola, fato ímpar na História do Mundo? Porque 25 de Janeiro é o dia da
Conversão do Apóstolo São Paulo. Nesse caso, é um ato deliberado de sua vontade. É a
homenagem prestada pelo discípulo ao mestre - ao mestre cuja palavra, cujo entusiasmo,
cuja ação, servem de modelo, norma e guia ao discípulo. É a homenagem do
universitário Paulo de Tarso, numa sala de aula, dentro de uma Capela. E por isso mesmo
sintetizei, neste final de soneto por mim escrito, esse momento glorioso da fundação da
Metrópole Nobreguense:
E assim Manuel da Nóbrega fundaste, sob o sinal de Cristo e numa Escola, esta SÃO PAULO
DE PIRATININGA".
Para concluir nossas observações em torno do fundador de São Paulo, o grande Estado que
hoje mais lhe divulga as páginas enviadas do Além, pedimos vênia para transcrever as
palavras com que o historiador paulista a cuja autoridade recorremos nestes apontamentos,
encerra a obra citada:
"Padre Manoel da Nóbrega fundara o Colégio do Rio Janeiro. Dirige-o com o
entusiasmo de sempre.
A 16 de outubro de 1570, visita amigos e principais moradores. Despede-se de todos, porque
está, informa, de partida para a sua Pátria. Os amigos estranham-lhe os gestos.
Perguntam-lhe para onde vai. Ele aponta para o Céu. No dia seguinte, já não se levanta.
Recebe a Extrema Unção. Na manhã de 18 de outubro de 1570, no próprio dia de seu
aniversário, quando completava 53 anos, com 21 anos ininterruptos de serviços ao Brasil,
cujos alicerces construiu, morre o fundador de São Paulo. E as últimas palavras de
Manoel da Nóbrega são: "Eu vos dou graças, meu Deus, Fortaleza minha, Refúgio
meu, que marcastes de antemão este dia para a minha morte, e me destes a perseverança na
minha religião até esta hora". E morreu sem saber que havia sido nomeado, pela
segunda vez, Provincial da Campanhia de Jesus no Brasil, a terra de sua vida, paixão e
morte".
Sobre Chico Xavier, conquanto já existiam várias obras a respeito de sua vida e obra
mediúnica, queremos apenas acrescentar o seguinte: depois de quarenta e cinco anos de
contínua atividade mediúnica, Chico Xavier é o mesmo dos primeiros dias, no que tange
à fidelidade a Jesus e a Allan Kardec; não obstante venha recebendo mil e uma
homenagens, principalmente após o lançamento da centésima obra psicografada, de
inúmeras comunidades brasileiras, ele permanece o mesmo Chico Xavier dos tempos bicudos
de perseguição aberta - humilde, dentro de sua autenticidade de que sempre deu mostras,
desde a mais tenra idade física, no atual período reencarnatório; Chico Xavier, ele
mesmo, inconfundível, profundamente humano, apesar de viver na
condição de ponte entre a Terra e a Espiritualidade Superior; entusiasta do progresso
tecnológico e das reivindicações sadias da juventude, apaixonado pelas realizações da
Ciência, defensor de todas as correntes religiosas e ardoroso batalhador da Doutrina
Espírita, constituindo-se em exemplo vivo do Espírita evangélico por excelência, homem
interexistente, no dizer de J. Herculano Pires.
Se o leitor conseguir alcançar os resultados positivos que atingimos com o manusear dos
originais da presente obra, damo-nos, editores e nós, por satisfeitos com a nossa tarefa,
rogando-lhe, porém, desculpas pelo senões que decerto venham a existir ao longo de todo
o livro, ao mesmo tempo que auguramos feliz viagem através do território fértil das
Entrevistas que ora lhe colocamos nas mãos.
Elias Barbosa
(Uberaba, 5 de Dezembro de 1971)
115
Dos Hippies aos Problemas do Mundo
Entrevista FEESP 1972
O livro é resultado de entrevista com Chico Xavier, na
televisão, quando vários radialistas, juntamente com espíritas estudiosos, fizeram
perguntas sobre diversos e importantes temas da atualidade. Os Espíritos responderam as
perguntas, através do médium entrevistado.
Nota da Editora:
Esta obra, de inestimável valor, encerra uma série de
indagações formuladas aos bem feitores espirituais, através do médium Francisco
Cândido Xavier, representando, por isso um repositório de entrevistas, focalizando
problemas de relevante atualidade.
As respostas dadas pelos Espíritos são bastante, sendo de se admirar a sua clareza, e
através delas nos é dado conhecer os vários ângulos de problemas, até agora
inexplicados.
Nas últimas quatro décadas, ou precisamente, após a II Grande Guerra Mundial, vários e
complexos problemas, passaram a assombrear a Humanidade, pois, obviamente, se a
civilização impulsiona o progresso, ela também traz um cortejo de problemas novos,
alguns deles de difícil equação, principalmente pelo fato de, apreciável parcela de
seres humanos, desconhecer os ensinamentos evangélicos, que trazem soluções para todos
os dilemas com os quais os homens se defrontam.
Os Evangelhos proclamam quê em determinada época as dores seriam incrementadas a tal
ponto que causariam um resfriamento na fé.
É precisamente isso que estamos constatando na atualidade: a escalada da violência e do
ódio, a multiplicação da iniqüidade, o surgimento de movimentos religioso e social de
vários matiza, muitos deles distanciados da verdade e do bom-senso.
Nos dias que vivem, quando o médium Francisco Cândido Xavier já escreveu cerca de 200
obras, é de relevante importância que não faltem nas bibliotecas espíritas, nenhum dos
livros recebidos por seu intermédio. Por isso as Edições FEESP, por gentileza do
Núcleo Espírita Caminheiros do Bem, lançam esta presente edição, pois a análise dos
problemas contidos na obra se tornam cada vez mais atualizados e dignos da meditação.
A Editora
117
Mãos Unidas
Dissertações IDE 1972
Leitor amigo
Mãos Unidas é o título do volume despretensioso que lhe ofertamos à
generosidade, buscando-lhe a companhia para nossas reflexões com a Doutrina Espírita, à
luz dos ensinamentos do Cristo de Deus.
Escolhemos semelhante legenda recordando que de mãos unidas às mãos mediúnicas
escrevemo-lo e de mãos unidas às nossas temos a bondade de sua atenção voltada para a
nossa tarefa em comum.
Mãos Unidas! Tão somente assim, de mãos entrelaçadas, conseguiremos alcançar as
realizações do trabalho e do estudo que nos farão atingir os elevados objetivos a que
estamos todos destinados, nos caminhos do aperfeiçoamento e da evolução.
Emmanuel
Uberaba, 17 de abril de 1972
122
Escrínio de Luz
Evangélico O CLARIM 1973
A Refulgente Luz do Escrínio
Diógenes Laertius em "Biografias de Filósofos Antigos". A felicidade é o
exercício da virtude em uma vida completa e perfeita.
Você quer ser feliz!
Todas as pessoas do mundo querem ser felizes!
Não ser feliz é caminhar na escuridão interior!
Se quisermos aprender datilografia, há cursos especializados e, por meio de exercícios
calculados, de comprovada eficácia, tornamo-nos datilógrafos. O mesmo se aspiramos ser
choferes, cozinheiros, costureiros, contabilistas ou outra qualquer habilitação.
Só não aprendemos, - ou, se aprendemos, sempre às duras provas dos erros a serem
reparados, de ilusões desfeitas pela nossa incúria, dos desastres materiais e morais que
nós mesmos urdimos mentalmente ou damos execução com nossas próprias mãos, - é
justamente aquilo que julgamos
inseparável do nosso cotidiano: ANDAR DE BRAÇOS DADOS COM A FORMOSA DAMA, POR NOME,
FELICIDADE.
É possível até que nem saibamos em que consista a felicidade: o instinto nos diz
tratar-se de algo de que carecemos por vezes desesperadamente. E é dó!...Será algo de
físico? Exterior? De subjetivo? Interior?
A maioria das pessoas dirá que se trata de uma modificação, necessariamente para
melhor. É bom que se insista: para melhor!
Ou largar amarras, ganhar distâncias de qualquer coisa incomodatícia ou alguém que
representa o papel de "aguilhão", no dizer de Paulo, o Apóstolo. Pois, não é
Sartre, o chefão, quem escreveu que... o inferno da gente é os outros?
Neste intróito, que nos atrevemos a fazer, mostramos que essa "idéia" tem
deflagrado como clarões em certas inteligências de escol, ainda encarnadas.
Mostramos que, mesmo esse brain trust, tem apenas o momento da detecção e, em seguida,
se revela incapaz de levar o assunto até mais longe.
Com Francisco Cândido Xavier aprendemos que não é aconselhável mostrar que algo ou
alguém está errado quando não podemos ou não temos cabedal para explicar como acertar
e retificar.
Nas mensagens enfeixadas neste livro, fica patente que, onde as "inteligências
encarnadas" são visitadas pelo "clarão" e não conseguem ir além, as
"inteligências desencarnadas", neste caso o Espírito de Emmanuel, com sua
sabedoria ampla e desenfaixada de um vocabulário esotérico, - SABE e PODE, pela
mediunidade única de Francisco Cândido Xavier, - empregando sempre a argumentação do
Bem-no-Amor, - conduzir a questão cruciante até onde a compreensão humana, em seu
estado atual de assimilação, lhe permite ir.
Verificamos também, que os "pensadores encarnados" consequentemente, mais
acessíveis à comunicação-de-massa, muitas vezes levam os leitores a se confundirem de
modo lamentável, distanciando-os dos HORIZONTES que esses espíritos passivos,
invigilantes e impressionáveis, têm existência justamente para ser alcançadas. Em seus
marasmos, eles obscuramente sonham com um Shangri-lá, de James Hilton, a Utopia, de
Tomás Morus, a Cidade do Sol, de Companella, a Cidade de Deus de Agostinho, enfim, esses
oásis de paz desanuviada, com a sombra das tamareiras e a doce fonte borbulhante, tudo
como, principalmente os brasileiros, costumam ambicionar (em sua sabedoria tão semelhante
à chinesa quanto a argentina recorda a japonesa!) e mais o complemento do
"pijama-largo", verde-e-amarelo.
Ao pé de cada mensagem deste livro, ditado, todo ele, pelo Espírito de Emmanuel, o
leitor encontrará, postos por nossa conta, os "clarões" que mencionamos, as
pequenas "chaves", (apenas a título de ilustração), visto que os imponentes
portões que se abrem para o Caminho, já foram, linhas acima, escancarados pela
respeitável Entidade Espiritual à qual, no futuro, se erguerão monumentos pelos
levantes serviços prestados ao Amor, à Paz e à Fraternidade real entre os homens.
Todavia, por agora, essa Humanidade-Criança ainda se deixa levar pela mão, tão
franqueada aos carismas que estes chegam a parecer um pirolito. E docilmente caminha, -
quase sempre cegos arrastados por outros cegos, - conduzida pelas velhas-raposas, sendo
ela a Menina-do- Chapeuzinho- Vermelho. E para os raposões, conforme Jung (tão perto de
nós!) constatou, os interesses-criados, o PODER, constitui uma questão de vida ou morte.
Conhecem-se as leis dos quanta e desandamos por esses espaços siderais para saber que
poeira esdrúxula é essa que cobre as crateras e vulcões extintos dessa velha
alcoviteira dos namorados: a Lua.
Mas não procuramos saber que temos ONTENSREENCARNATÓRIOS, anteriores ao nascimento de
nossa individualidade atual, e que arrastamos como um lastro. E esse passado é, nas mais
das vezes, inglório: se revelado, pouco ou nenhum orgulho nos trará, mas, sem dúvida,
teve participação nos processos da História e nos destinos de outros seres. E se dele
não nos recordamos é por acréscimo da Divina Providência, que de nós se condói.
Desse processo, - que vem a ser uma das Leis que regem a Vida, - resulta O QUE SOMOS HOJE
- por vezes incomodativamente.
E tão pouco nos preocupamos em revesar um minutinho do nosso cotidiano, para conjenturar
que as nossas ações atuais são o PROJETO sobre o qual nossa vida será reconstruída no
ETERNO AMANHÃ, nesse Futuro Dinâmico, do qual inexoravelmente somos parte constitutiva.
E quem pensa nessa ponte até bem pouco pintada de negro, a MORTE, hoje desmoralizada por
esse enfant gaté de apenas 100 anos, o ESPIRITISMO?!
Por isso nos preparamos para ir até ali na esquina, mas estamos em geral distraídos de
pensar que tudo isto que nos cerca é apenas uma ESTAÇÃO DE BALDEAÇÃO. De um momento
para o outro os ponteiros do enigmático relógio dos nossos "tempos
particulares", estarão marcando o momento da "partida".
Todavia esses pensamentos, se levados a sério, arrancarão reclamações de nossa parte:
"esquentam a cabeça da gente", "há muito tempo para se pensar
nisso!". São as alegações mais comuns.
Inesperadamente o homem-do-apito deixará escapar o aviso e o trem se porá em movimento.
Só nos preocupa que QUEREMOS, que PRECISAMOS ser felizes.
E a Felicidade, onde se enquadra? Na ÉTICA, na MORAL, na RELIGIÃO?
Deveria ser mister da Religião que se diz capaz de SALVAR as criaturas.
Todavia esta se institucionalizou a partir do Concílio de Nicéia e, interessada em fazer
seus os esplendores da Terra, esqueceu-se do HOMEM, já prisioneiro de seus dogmas e
intimidado por seus artifícios e rituais. Entre a pompa e os ouropéis, o espírito do
Cristianismo se perdeu. Este ganhou aliados, comercializou-se, hierarquizou-se,
politizou-se, guerreou e matou em nome de Deus, sempre, entretanto, para garantir o PODER,
sob quaisquer pretextos.
Pior do que isto, a Religião desviou o HOMEM do eixo de suas responsabilidades, fazendo-o
crer (embora sendo ele já consciento de seus vícios, de sua indigência espiritual, de
sua recente emersão raciocinal...) - que ele pode, de uma hora para outra transformar em
flores os seus espinhos, e isso pela arte "a tantos cruzeiros", de ritos e
paramentos. Isso feito, teria entrada imediata nas... verdes pastagens..., onde o próprio
Deus tem o seu Camarote Real e permanece perpetuamente a ouvir harpas e liras,
prestando-se, até não se sabe onde ou quando, a ser "contemplado" pela
multidão anódina que mais e mais se avoluma, com entradas facilitadas
pelo Admite-se das extremas-unções e encomendas. O despacho fica por conta dos
Umbandistas.
Assim, a religião mentiu e caiu em descrédito, a tal ponto que Engels e Marx, ao fazerem
o seu début encontraram terreno cuidadosamente preparado para proclamarem ser ela...
"o ópio da Humanidade".
Todavia pode-se imaginar que as "Inteligências Superiores", que comandam a
Humanidade, já previam tal desenrolar, e que seja até mesmo um mal necessário o que
temos por objeto de responsabilização - por exemplo, um treino para a libertação pela
Verdade, da conscientização dos homens rumo à razão que deverá estar a seu lado em
todas as épocas da Humanidade.
Cristo, a Culminância, asseverou que iria partir mas não deixaria o Homem só. Ele
próprio alçou-o ao primeiro degrau da escada do conhecimento. Mais tarde, em exato
momento, mandaria o Espírito de Verdade.
Nesse entremeio sucedeu à Humanidade a epopéia de uma tomada de consciência
progressiva, a libertação dos grilhões do PODER e do DOMÍNIO que se supunham
definitivamente instalados.
O Homem antevia horizontes e queria se movimentar para eles.
Foi quando Allan Kardec se apresentou, perfeitamente sintonizado com a
"tropa-de-choque" do Paracleto. Onde os pseudo-sábios falharam, eles iam erguer
o monumento do triunfo do Espírito mortal.
Ensinaram que, tão ou mais importantes que as leis periféricas descobertas nos
laboratórios do Mundo, existem aquelas que regem o maior dos tesouros: a EVOLUÇÃO. E
soube-se, - se não tudo pelo menos o necessário, - sobre a Reencarnação, as leis de
Ação-e-Reação, de Causa-e-Efeito, da Comunicabilidade do Espírito, das Muitas
Moradas. E deu-se a interação entre os dois mundos: um denso (este em que vivemos
encadernados na carne), outro invisível e inapercebido pelos nossos sentidos ainda
embrutecidos, instrumentos de cordas enferrujadas, mas que já se afinavam para o Sublime
Concerto.
Percebeu-se que, basicamente, a Felicidade consiste em o ser-humano conhecer essas Leis e
a elas conformar-se. Não se trata subjulgação mas de uma consciente auto-disciplina à
qual Jesus denomina "jugo suave".
E a grande Universidade recebeu o nome de Espiritismo. Nela, se os "Maiores do
Paracleto" têm as cátedras, mesmo os espíritos-encarnados, aqueles que se
distinguem pelo estudo espontâneo, posto em prática de modo a que dia-a-dia, se renovem
intimamente para melhor, - podem ser assistentes e monitores.
E é assim que o homem ganhou um curso para aprender a ser feliz! O currículo contém
matérias sobre as multiformes modalidades de AMAR E SERVIR. Nessa Divina Pedagogia,
esteve, desde o princípio, estabelecido que o Espiritismo caminharia passo a passo com as
Ciências. Ora, entre elas, uma existe, extremamente juvenil: A COMUNICAÇÃO-DE-MASSAS.
Acontece que, no estudo científico da Comunicação-de-massas, o elemento primordial é a
COMUNICAÇÃO, isto é, o estudo científico das relações entre pessoas que selecionam
essas MENSAGENS (fontes) e as pessoas que as interpretam e são por elas afetadas
(receptadores).
Não é singular que, desde há tanto tempo, venham sendo chamadas MENSAGENS às lições
que os Orientadores Invisíveis, a serviço de Cristo, nos endereçam através da
mediunidade e, principalmente, pela psicografia?
Este ESCRÍNIO DE LUZ contém MENSAGENS de um dos mais hábeis Mestres, filtradas por um
dos mais apurados médiuns de que se tem notícia em toda a história da Humanidade:
Emmanuel (o Espírito) e Francisco Cândido Xavier ( o médium).
É quase um dever espiritual das a conhecer ao público que vai aprender neste livro, um
breve resumo do que seja a COMUNICAÇÃO e o que seja a MENSAGEM no domínio da ciência
da Comunicação-de-Massa, visto que empregamos os dois vocábulos, COMUNICAÇÃO e
MENSAGEM gratuitamente, sem nos darmos conta de quanto exigiriram dos Mestres Invisíveis,
de há muito integrados nesta nova área do conhecimento humano, a
COMUNICAÇÃO-DE-MASSAS, tendo em vista a informação e consequente evolução da
população gregária desta choça humilde, a Terra, entre os Palácios de Luzes da
esteira cósmica.
Vamos, depois disto, para o nosso MOBRAL. Dissemos que COMUNICAÇÃO é o estudo
científico das relações entre pessoas que selecionam MENSAGENS (fontes) e pessoas que
as interpretam e são por elas afetadas (receptadores).
Este estudo abrange:
a - O processo de comunicação humana em todos os seus aspectos - os significados
desejados e os fatores que afetam as relações entre a intenção, o conteúdo e OS
EFEITOS DA COMUNICAÇÃO;
b - os problemas de natureza teórica e prática, estudados, digamos, em livros, ligados
ao uso da comunicação (por exemplo, este livro);
c - quaisquer aspectos do comportamento e da experiência humana que afetem a
comunicação ou são afetadas por estes (aqui lembramo-nos das sessões de desobsessão,
nas quais os assistentes tomam conhecimento de certas experiências humanas e são por
elas afetados);
d- quaisquer aspectos do comportamento (reconhecereis o espírita pela sua modificação
interior) e da experiência humana ( o comportamento do espírita na sociedade, na
família ou sua atividade espontânea, não afetada e gratuita em benefício das
comunidades) que afetam a comunicação ou são por esse comportamento afetados.
De modo geral, esta é a área que tem sido predominantemente identificada com o estudo
dos meios de comunicação-de-massa ou coletiva (aqui não nos referimos ao Espiritismo):
livros, revistas, jornais (não-espíritas, mas que também valem para os espíritas) e
seus efeitos no público, assim como o estudo da COMUNICAÇÃO face-a-face, em grupos (na
Inglaterra é muito comum a reunião de pessoas para estudos espíritas e aqui no Brasil
ganha amplidão o Culto do Evangelho no Lar) e o interpessoal, diálogo (experiência que
a Federação Espírita do Estado de S. Paulo vem fazendo com os mais animadores
resultados).
Nos últimos anos, entretanto, ganhou ampla aceitação entre os especialistas (e os
espíritas intuitivamente os seguiram), o ponto-de-vista do que os fenômenos de
comunicação-de-massa e comunicação-interpessoal, apresentam muito em comum.
A expressão COMUNICAÇÃO é, hoje, considerada mais conveniente para designar, tanto no
terreno da MENSAGEM escrita (pode ser o produto da psicografia), quanto no terreno do
diálogo (pode ser de encarnados para com encarnados, ou destes com desencadernados, se
virmos do ponto-de-vista espírita), a TEORIZAÇÃO E A PESQUISA nesta área, quer se
refiram à Comunicação-de-Massa, à COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ou a AMBAS;
Nós, espíritas, não podemos ficar alheios a esta questão, tirando partido da MENSAGEM
e da COMUNICAÇÃO simplesmente como recursos de consolo pessoal ou fonte de emoção
mística, uma vez que isto é cometer um equívoco em relação ao Espiritismo que é
CIÊNCIA, FILOSOFIA e RELIGIÃO.
Não pode haver dissociação, mesmo porque, considerando-se o aspecto científico (tão
mal compreendido e visto com tão indolente perpassar de olhos) no sentido em que estamos
desenvolvendo estas considerações de abertura, o aparecimento da Comunicação-de-Massa
como área de conhecimento, campo de pesquisa, disciplina acadêmica e conjunto e
aplicação de leis e princípios, a processos sociais, está profundamente associado a:
a - progressos tecnológicos realizados neste século;
b - contribuição das ciências humanas, particularmente da Psicologia, da Sociologia, da
Ciência Política e do próprio Espiritismo (quando os técnicos no assunto tiverem olhos
de ver essa fascinante contribuição) proporcionam instrumentos de COMUNICAÇÃO
altamente flexíveis e que atingem grande número de pessoas.
Simplesmente a título de informação, é bom que se diga que quatro cientistas são
geralmente citados como pioneiros no estudo científico da COMUNICAÇÃO: Lasswel,
Lazarsfeld, Lewin e Hovland. Lasswel, professor de Ciências Políticas na Faculdade de
Direito da Universidade de Yale, interessou-se pelo estudo de problemas de COMUNICAÇÃO
ligados à propaganda política e ideológica e contribuiu especialmente para o
desenvolvimento da Técnica de análise de conteúdo.
Suas obras World Revolutionary Propaganda (1939), Psychopatology and Politics (1930),
Power and Personality (1948) e The compative Study of Symbols (1952) são de grande
importância e poderão ser um ponto de partida para quantos estiverem ligados à
divulgação dos conceitos doutrinários do Espiritismo.
Lazarsfeld, Lewin e Hovland atêm-se mais particularmente à área da Psicologia. O
primeiro, vienense de nascimento, transferiu-se para os Estados Unidos em 1933,
dedicando-se à pesquisa e ao ensino da Psicologia Social e Sociologia (ambos ramos do
conhecimento de maior interesse para nós, espíritas, visto que a Psicologia Social
poderá, no capítulo da Atitude, auxiliar muito no reconhecimento dos processos
obsessivos), leciona em Princeton e Colúmbia. Na década dos 40, Lazarsfeld dedicou-se à
pesquisa da COMUNICAÇÃO, tendo o rádio por ponto de referência. É de notar que, 10
anos antes, Hubert Forestier, na França e Caibar Schutel, no Brasil, embora guiados
apenas pela intuição, já haviam iniciado a COMUNICAÇÃO dos postulados espíritas pelo
rádio.
Kurt Lewin é natural de Viena. Na década dos 30, transferiu residência para os Estados
Unidos, exercendo grande influência sobre os jovens pesquisadores da Universidade de
Massachusetts.
Dedicou-se à investigação de relações interpessoais em pequenos grupos, nos quais
observava a influência da COMUNICAÇÃO. Seu nome está ligado principalmente ao
movimento de "dinâmica de grupo". Nos Estados Unidos e Inglaterra já se
iniciaram estudos semelhantes, isto é, grupos espíritas dinâmicos, embora falte-lhes
monitoria científica. É difícil saber até quando, nos arraias espíritas, dominarão
empirismo. O "poder jovem"certamente acertará a situação levado pela
inexorável tecnologia.
Hovland orientou um extenso e importante programa de investigações psicológicas sobre a
Comunicação-de-Massa, na Universidade de Yale,fundamentando-se nas formulações de
outros pesquisadores como Clark Hull, Miller, Dollard,Mower, Lewin e Festinger. O
resultado desses estudos foram publicados em numerosos artigos e em livros como
Communication and Persuation(1953), Personalily and Persuability ( 1959) e Atitude,
Organization and Change(1960), sem, entretanto, despertar as atenções de quaisquer
denominações religiosas,e é possível que este livro seja pioneiro no assunto.
Nesses estudos é preciso destacar o seguinte:
a) QUEM
b)DIZ O QUE
c)ATRAVÉS DE QUE CANAL
d)PARA QUEM
e)COM QUE EFEITO?
Especialmente Lasswel associa as várias atividades dos especialistas em Comunicação a
cada um destes cinco itens. Assim, pessoas que estudam o primeiro item, o QUEM, isto é, a
fonte ( o Comnicador), interessam-se pelos fatores que iniciam e orientam o Ato de
Comunicação. Pode-se chamar essa subdivisão de campo de pesquisa como Análise de
Controle.
Especialistas preocupados com o segundo item, "Diz o Que", dedicam-se à
análise do conteúdo.
Aqueles que se concentram no rádio, na imprensa, no cinema e em outros canais de
comunicação, realizando análizes de meios, abrem caminho para a tropa-de-choque que vai
acrescentar a esses ítens: o rádio, a imprensa, o cinema, outros canais no contexto
espírita, acrescentando ainda o mais importante: A COMUNICAÇÃO MEDIÚNICA pelos CANAIS
DA MEDIUNIDADE. Certo, isso é para o futuro, mas esse futuro já começou.
Prosseguindo: quando a preocupação principal se refere às pessoas atingidaspelos meios,
fala-se em ANÁLISE DE AUDIÊNCIA.
Se o problema estudado é o impacto da Comunicação-de-Massa sobre a
audiência,defrontamos ANÁLISE DE EFEITO (Laswell, 1948)Hovland e colaboradores ( 1963)
preferem definir COMUNICAÇÃO como um processo psicologico: é o processo por meio do
qual um indivíduo, o COMUNICADOR,transmite
estímulos para modificar o comportamento de OUTROS INDIVÍDUOS, ou AUDIÊNCIAS. Essa
definição
específica a tarefa de pesquisa, consistindo em análise de queatro fatores:
a) o COMUNICADOR retransite a COMUNICAÇÃO
b) os ESTIMOLOS TRANSMITIDOS pelo COMUNICADOR
c) A AUDIÊNCIA respondendo à COMUNICAÇÃO
d)a RESPOSTA dada pelas AUDIÊNCIAS à COMUNICAÇÃO
No passado era comum conceber a AÇÃO e os EFEITOS dos meios de COMUNICAÇÃO-DE-MASSA
é, em primeiro lugar, um seletor ativo de mateirais. Parece-nosque isso é especialmente
do interesse espírita, destituído de dogmas de fé e que, pelo contrário, visa tornar o
homem até hoje acrítico em - o quanto mais possível, - CRÍTICO. Mesmo durante a
exposição com a qual nos ocuparemos em seguida, vale aguçar uma atenção atenção
seletiva, variando em função do seguinte.
a) O QUE o indivíduo é capaz de lembrar
b) O QUE o sujeito assimila
Essa assimilação depende e está em função do nível pré-existente, o qual, visto de
uma enquadratura espírita pode ter sido adquirido nesta existência mas pode, também,
ser herança das múltiplas encarnações já vividas pela criatura na fieira evolutiva
das reencarnações.
Pesam também a NATUREZA DAS NECESSIDADES do indivíduo dA QUALIDADE DE SEU AJUSTAMENTO À
SUA SITUAÇÃO DE VIDA. Sem a compreensão destes dois itens, - os quais a doutrina da
reencarnação explica tão bem, auxiliando o indivíduo mais do que outra qualquer
coisa-, é pura enfatuação a tentativa de COMUNICAÇÃO visando a recuperação do
indivíduo ou de grupos de indivíduos.
Não é demais insistir em que a Lei da Reencarnação, tão lógica e tào pura, poderia
ser de especial valor-o futuro vai provar isto!
Em vista do que foi exposto, não se deve colocar a questão dos efeitos da
COMUNICAÇÃO-DE-MASSA em termos de ... existência ou não desses efeitos, mas sim, em
termos de QUANTO efeito, em QUE TIPO de sujeitos e sob QUE CIRCUNSTANCIAS, tais efeitos se
manifestam.
Até hoje nós, os encarnados, que publicávamos a MENSAGEM espírita, cometíamos a
falta de ser simplistas. Tomávamos a MENSAGEM, elaborada pelos espíritos e,
distraidamente, calculando quantos mil exemplares poderíamos vender passávamos-la para a
letra-de-forma. Não se tinha, em realidade, noção de seus aspectos científicos, de que
faziam parte de um aspectro científico, e, questão mais importante, que constituiam mais
do que uma esperança nos momentos de crise, significavam EDUCAÇÃO. A MENSAGEM era
então, distribuída em sueltos ou reunida em livros. E a tarefa era dada por concluída.
Mas, o Espiritismo é uma ciência, e este é um dos seus novos aspectos científicos, e
não simplesmente literário.
Tudo isto é difícil, mas é real até onde pudemos chegar. Só por esforços da
inteligência esta se dilata, abrange mais da verdade e liberta o homem cada vez mais e
mais.
Leiamos com nova disposição a obra dos Mensageiros do Alto, sobretudo André Luiz e
Emmanuel e descobriremos, agora, que ela se impregnou melhorem nós e que estamos com
melhor instrumental para transmiti-la outrem.
Muitas pessoas perguntam por que motivo a produção psicográfica destinada à criança,
é tão parca. Devidas às mãos mediúnicas de Francisco Candido Xavier, ela pode ser
contada nos dedos.
Imaginemos o seguinte: aqui na Terra, onde a metodologia destinada à criança. Inúmeros
ensaios têm sido e estão sendo feitos. COMUNICAÇÃO-DE-MASSA X CRIANÇA é um problema:
mais do que um problema, um enigma.
Em 1961, Schramm e outros pesquisadores lembravam que... "para algumas crianças, sob
certas condições, a COMUNICAÇÃO-DE-MASSA é prejudicial. Causa admiração, mas é
fruto de pesquisa e há é lógico, exceções...Para outras crianças, sob as mesmas
condições, ou para as mesmas crianças, em outras condições, a Comunicação-de-Massa
pode ser benéfica.
Mas, como fazer a diferenciação se a evangelização da criança ainda não é vista
como algo de mais sério, é feita às pressas, por professores pegos-a-laço? No pé em
que estamos e de acordo com Schramm e sua equipe de pesquisadores, para a maioria das
crianças, na maioria das condições a maioria dos veículos de COMUNICAÇÃO-DE-MASSA é
anódina: nem paticularmente prejudicial, nem particularmente benéfica.
Se nós, espíritas, fizermos uma estatística rigorosa, verificaremos que os adeptos do
Espiritismo crescem dia a dia, incontivelmente, ENTRE ADULTOS. A percentagem de crianças
que frequentam nossos "Cursos de Moral Evangélica", ao se tornarem
adolescentes, se deslastram dos Centros Espíritas. Embora não se filiem a outras seitas
e se digam espíritas, só raramente levam avante a frequência e o estudo da doutrina. E
se se enamoram de jovens e de outras denominações religiosas, sempre lançam mão de um
desculpismo vasto para se casarem e batizarem seus filhos de acordo com o desejo do
companheiro ou da companheira. Dizem que assim procedem por espírito-de-tolerância, mas
acontece que também precisamos dar aos filiados em outros credos religiosos a
oportunidade de exercer essa virtude, que não é apanágio do Espiritismo.
Isto significa que os Cursos de Moral Evangélica e a frequência às Mocidades
Espíritas, quando a criança ou o jovem ainda dependem do respeito paternal, deixam ainda
a desejar, ao menos do ponto de vista da COMUNICAÇÃO-DE-MASSAS.
No início de nosso prólogo, tomamos a liberdade de dizer que precisamos incessantemente,
encontrar no Espiritismo, o lugar em que se podem incorporar os progressos anunciados dia
a dia.
O momento em que se instala uma civilização tecnocrata convida a novos exames,
avaliações e um aproveitamento final. A COMUNICAÇÃO COM A CRIANÇA ESPÍRITA precisa
ser reexaminada, a fim de que, já emplumada, ela não bata vôo das caatingas áridas em
que se constituem certos Cursos de Moral Evangélica.
Para terminar queremos lembrar a argumentação sintetizada de Katz em 1959, o estudo que
se refere à abordagem dos usos e gratificações.
A pergunta principal é esta:
a) O que os meios de COMUNICAÇÃO-DE-MASSA fazem ao público para se converter.
b) o que o público faz com os meios de COMUNICAÇÃO-DE-MASSA.
Essa constatação pode provar o que dissemos quanto à tendência atual de reforçar
comportamentos, opiniões e atitudes, ao invés de produzir modificações.
A abordagem deste setor principia com a admissão de que a MENSAGEM, até mesmo dos mais
poderosos meios de comunicação, é capaz de influenciar um indivíduo que não tem um
USO para tal MENSAGEM, no contexto social e psicológico em que vive.
Se os técnicos têm razão e a sociedade tecnológica em que vivemos está gerando uma
"personalidade neurótica", nesse caso a doutrina espírita, se tomada em sua
pureza, tal como a desejou Allan Kardec, poderá ser considerada o USO por excelência.
Esta, repetimos, é a hora e a vez da MENSAGEM ESPÍRITA, visto que a abordagem dos USOS
admite que os valores das pessoas, seus interesses, suas representações sociais, suas
associações (todos esses valores prepotentes e modelados seletivamente: o que vêem e
ouvem no círculo de seus interesses), não são refratários à MENSAGEM ESPÍRITA visto
a lógica que a comanda e o seu caminhar pari-passu com o progresso das Ciências.
Poderá haver dificuldades. Dexter e White (1964), lembram que... "o efeito de
qualquer comunicação não pode ser visto como o efeito direto de um estímulo sobre um
objeto. Seres humanos não são bolas de bilhar, manipuladas por pistas externas".
Para nós, espíritas, como foi dito, o ser humano possui um passado composto por uma
fieira de reencarnações - são membros de grupos, muitas vezes reunidos desde há
séculos e isso pode significar que interpretam e modificam o significado dos estímulos;
e são capazes de integrar suas respostas aos vários estímulos mais ou menos
simultâneos, de modo que a ação resultante pode ser, - e quase sempre é, - muito
diferente daquela que a simples adição ou subtração sugeriria.
A evidência experimental e também a empírica, convergem nesta direção e, também
assim, o desenvolvimento teórico da ciência social.
Não se pode assimilar o processo da COMUNICAÇÃO-DE-MASSA sem compreender a
comunicação de pessoa para com pessoa ou em grupos. Isso já se faz nos arraiais
espíritas. Não sabemos quem, como ou quando alguém teve a inspiração de promover, no
decorrer da semana, noites para o diálogo ou o estudo e troca de pontos de vista, de
temas espíritas e evangélicos, sorteados, seja no "Evangélho Segundo o
Espiritismo", em "O Livro dos Espíritos" ou em algumas das obras
psicografadas por Francisco Cândido Xavier. É possível que este livro também tenha tal
função.
Um dos mais influentes investigadores do problema quanto à COMUNICAÇÃO-DE-MASSA e a
COMUNICAÇÃO INTER-PESSOAL, Elihu Katz, lembramos que... "uma audiência de massa
não é desconexa e atomizada, conforme se pensava antigamente... Numerosos estudos
indicaram que as pessoas não são facilmente persuadidas a modificar suas opiniões e
comportamento. A procura das fontes de resistência à mudança, assim como das fontes
efetivas da influência quando as mudanças efetivamente ocorrem, levou à descoberta do
papel das relações inter-pessoais".
Os fatores compartilhados em grupos de família (no Espiritismo, o Evangelho no Lar)
amigos e companheiros de trabalho (a aplicação da MENSAGEM espírita nas condutas do
cotidiano) e as redes de COMUNICAÇÃO que são sua estrutra, a decisão de aceitar ou
resistir a novas idéias (no caso as idéias espíritas) - todos são processos
inter-pessoais que intervêm entre os meios de COMUNICAÇÃO-DE-MASSA e o indivíduo
visado pelos mesmos.
Estas descobertas recentes, desfazem a imagem tradicional das audiências individualizadas
(Katz, 1969).
Tudo isto, - embora possa parecer cansativo ou dispensável, dar-lhe-á, leitor, uma
visão mais veraz daquilo em que consiste a MENSAGEM, - exatamente quando se começa a
dizer que o mercado livreiro está se saturando com obras contendo "mensagens
psicografadas".
Por outro lado, quando Você ler este livro, as diversas abordagens do Espírito de
Emmanuel, tão prudentes, meditadas e judiciosas, já terão tornado este grupo de
páginas realmente em um ESCRÍNIO DE LUZ. Pode ser que Você sinta o impulso de percorrer
suas linhas com displicência de quem lê uma novela ou um romance. Entretanto neste
prefácio temos o breaking-point. Você terá um descortínio maior, que lhe dará alguns
centímetroso a mais em sua estatura moral, e esse benefício se estenderá inegavelmente
àqueles que tiverem a felicidade de ter com Você COMUNICAÇÕES INTER-PESSOAIS.
Agora Você sabe. E, sabendo, se libertará com mais facilidade, muito embora a sua
responsabilidade esteja duplicada ou triplicada.
E a caravana vai passar!
François de La Rochefoucauld, em "Maximes 227", assegura que: "Les gens
hereux ne se corrigent quère; ils croient toujours avoir raison quand la fortune soutient
leurs mauvaises conduite. As pessoas felizes jamais se corrigem; elas sempre crêem ter
razão quando a fortuna material sustenta-lhes a conduta deplorável.
Isso dá muito em que pensar.
Tomemos "Maximes et anecdotes" de Chamfort para ouvi-lo exclamar: "Le
plaisir peu s'appuyer sur I'illusion, mais le bonheur repose sur la vérite". O
prazer pode se apoiar sobre a ilusão, mas a felicidade repousa sobre a verdade.
E aqui está o "Social Staticts" de Herbert Spencer. No capítulo XXX: "No
one can be perfectly happy til all are". Ninguém pode ser perfeitamente feliz
enquanto todos os homens não sejam perfeitamente felizes.
Miguel de Cervantes, em "Numancia", sai-se com uma consideração que poderia
ter sido tirada de uma obra espírita: "Cada qual se fabrica su destino; no tiene
aqui fortuna alguna". Cada um de nós fabricamos o nosso destino; nessa questão nada
intervém e de nenhuma forma.
O mesmo se poderia dizer de Edouard Pailleron que, em "Noel", assim se exprime:
"Le seul bonheur qu'on a , vient du bonheur qu'on donne". A única felicidade
que temos, advém da felicidade que damos aos outros.
Mas J. Joubert, em "Pensés V. 31", escreve que "II entra dans la
composition de tout bonheur I'idée de l'avoir mérite". Entra no contexto da
felicidade a idéia de tê-la merecido.
Isso complica e desassossega - pois não é mesmo, leitor?
E Jean de La Bruyere, em "Les Caractères" agrava essa sensação com o seu
escrúpulo: "Y il a une certaine honte d'être hereux à la vue de certaines
miseres". À vista de certas misérias, sentimos vergonha de ser felizes!
Tudo se torna mais difícil.
Todavia essas cogitações não estão apenas nas estantes das bibliotecas, vêm, através
de gerações deslizando na montanha-russa da massa cinzenta do "homem-plural":
dO POVO. Há um provérbio alemão que diz: "Glück und Regenbogen sieht man nicht
über dem fremden". A felicidade, como o arco-íris, nunca é visto sobre a
casa-própria e, sim, sobre a alheia.
E aquele poeta brasileiro lembrando que a "árvore de doirados pomos (a felicidade),
existe sim, só que nunca nós a botamos onde nós estamos".
Foi talvez por isso que o nosso Coelho Neto - prolífico autor brasileiro cuja coroa
bibliográfica Francisco Cândido Xavier arrebatou com o Niagara Falls de sua mediunidade
ilimitada - surge tão apressado nas páginas do seu "Pelo Amor" e, pressuroso,
célebre, empurra para o lado pensares e meditações, aconselhando de arrepio: "Não
perguntes à Felicidade quem ela é nem de onde vem: abre-lhe a porta, deixe que ela entre
e feche-a, bem aferrolhada para que não fuja".
Mas... desçamos outros livros das prateleiras, uma vez que o assunto não tem a quem
deixe de interessar. Aqui está Holderlin, em "Musen-Alman": "Schwe ist zu
tragen das Unglück, aber scwerer das Glück. Difícil não é suportar a desgraça; muito
mais difícil é suportar a felicidade!
Haverá como contestá-lo?
E Channing Pollock nas páginas de "Mr. Moneypenny": "Happines is a
way-station between to little and too much". A felicidade é um ponto-de-parada entre
o mínimo e o demasiado! Já Michael Drayton chega verde-esperança no seu "Mooncalf,
work 11, 511": "Good luck never como to late!" A felicidade nunca chega
demasiado tarde.
Em épocas inumeráveis, inumeráveis pessoas pessoas em centenas de situações, correm,
sonham com essa borboleta rutilante. E a sua ansiedade se deixa ver, indisfarçável,
amarga, doce, esperançosa, tímida ou arrojada, cálida de fé ou fria de quem tenta com
o coração fundido no chumbo da desilusão ou da descrença.
E haveria muito a ser examinado, mas, de modo geral, é como se disséssemos:
- Vai para Passárgada!
E não esclarecêssemos se fica ao Norte, Sul, Leste ou Oeste; não déssemos um mapa ou
uma bússola; ou informássemos que ônibus, trem ou carroça chegam até lá; ou o preço
da passagem; ou - conforme o caso, - o dinheiro para as despesas.
- Vai para Passárgada!...
Todavia, agora já não há tantas dúvidas. Vai para Passárgada. E já sabemos como e
quando ir.
Wallace Leal V. Rodrigues
(Araraquara, abril de 1973)
123
Segue-me!...
Evangélico O CLARIM 1973
Páginas comentando trechos do Novo Testamento. Ideal para
leitura diária ou como base para aulas e Evangelho no Lar. 208 págs.
* * *
O Misterioso Poder
O desenvolvimento espantoso que o Espiritismo conhece no Brasil e que, ainda recentemente,
foi posto às claras quando milhares de pessoas se postaram arentas diante do vídeo -
até a madrugada - para ver e ouvir o médium Francisco Cândido Xavier ( livros
traduzidos até mesmo para o japonês) nos já célebres programas Pinga Fogo,
da Tv Tupi, e quem bateram todos os recordes de IBOPE no Brasil, capitalizando as
atenções com o mesmo febril interesse de especiais acontecimentos, que empolgaram a
Humanidade, como o primeiro astronauta pisando no solo lunar; ou nacional, quando o Brasil
trouxe para nós a ambicionada Taça Jules Rimet.
E depois vem esse fenômeno, essa catarata de ofícios que o médium recebe, partindo dos
executivos de centenas de municípios brasileiros, desejosos de ofertar ao
sensitivo-apóstolo o título-honorário de suas cidades...
As culminâncias de um diálogo coletivo entre o homem bom-de Pedro Leopoldo e os cadetes
da fechadíssima Escola Superior de Guerra . . .
Os milhões de livros espíritas editadas no Brasil, entre os quais cinco milhões e
setecentos e setenta e cinco mil exemplares do Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan
Kardec, e perto de 150 obras devidas às mãos de Francisco Cândido Xavier, algumas das
quais traduzidas para o esperanto, o Inglês, o Francês, o Espanhol e o Japonês, num
cômputo geral que se aproxima de 3 milhões de exemplares . . .
A torrente humana que fez parar o Rio de Janeiro quando Francisco Cândido Xavier foi
feito cidadão honorário do Estado da Guanabara . . .
A perplexidade dos livreiros estrangeiros quando, no decorrer da II Bienal Internacional
do Livro, realizado no Ibirapuera, ocasião em que Chico Xavier autografou cerca de 10 mil
livros num período que mediou entre 14 horas da tarde do domingo e 4 da madrugada da
segunda-feira, atendendo a uma fila obstinada de milhares de pacientes e incansáveis
candidatos a um autógrafo pessoal . . .
O sucesso madrugador do livro lançado pelo Promotor Público, Dr. Djalma Lúcio Gabriel
Barreto, que viu esgotar-se em dias a primeira edição de Parapsicologia, Curandeirismo e
Lei, com o qual abre a primeira brecha na muralha do Código Penal Brasileiro,
buscando defesa e conceituação para os verdadeiros médius-curadores - um interesse que
tomou, no mundo inteiro, o reino de Esculápio . . .
O título de cidadão paulistano, ou outorgado pela Câmara Municipal de São Paulo, e que
justifica este livro comemorativo, pois se o Brasil é o país mais espírita do mundo, o
Estado de São Paulo é o Estado mais espírita do Brasil . . . O interesse de homem de
ciências que aportam anciosos ao nosso país, a sós ou em equipes, representando
organizações de conceito universal, como a Belk Foundation, a Life Energies
Research Inc...
O Dr. Hamendra Banerjee, Diretor de Pesquisas do Instituto Indiano de
Parapsicologia, de Jaipur...
O Dr. Lyn Cayce, Presidente da Association for Research an Enlightenmentde
Virginia Beach, USA.
O Dr. Andrija Puharich, da New York University Medical Center, e que
recentemente permitiu fosse publicada na revista Medicine uma sua conferência
acompanhada de slides, pronunciada na Stanford University, USA, confirmando a
autenticidade das faculdades psíquicas de José Arigó, investigadas por ele e toda uma
equipe de médicos, engenheiros, biofisicistas etc...
Toda essa provocação à investigação, não apenas por cientistas voltados para a
denominada Cinderela das Ciênciasa Parapsicologia, mas também por parte de
antropólogos, de modo que o ilustre professor Cândido Procópio Ferreira de Camargo
defendeu tese com uma obra mais terde publicada pela Biblioteca de Ciências
Sociais sob o título de Kardecismo e Ubanda...
E estamos passando por cima de o Governo do Brasil ter selos comemorativos de Allan
Kardec, um recordando Luíz de Matos e outro Luís O. Teles de Menezes, fundador da
imprensa espírita no Brasil . . .
Vem a propósito perguntar: quem esteve e está dando o recado do Espiritismo
- e tão bem dado, com tão alto poder de se expressar -, de um lado - e de aprender, de
outro -, de modo a que toda gente entendeu e entende, se entusiasmou e se entusiasma cada
vez mais, a ponto de um fenômeno esdrúxulo estar em andamento: o país que se diz o mais
católico do mundo é, igualmente, o mais espírita do mundo???
E dizemos esdrúxulo porque o catolicismo tem sido, na história da Humanidade, uma
espécie de gigante Golias - tal como a Bíblia o pinta - infenso a pedir e acostumado a
mandar, exigir, impor. E veio esse garotão de 100 anos - o que representam 100 anos na
história da Humanidade? - sem querer brigar e se desviando das bordoadas para, usando do
deu estilingue certeiro, arremeter como frutos de entendimento, flores de amor e de
tolerância???
Quem foi o autor dessa estratégia? Quem foi?
Quem compreendeu o trabalho renovador de Kardec e soube transmiti-lo de modo tão
eficiente? Quem foi que deu a esses 90 milhões em ação (*) uma obra que,
sucinta a 5 volumes básicos, f^-la tão entendível, tão capaz de convencer, sem
insistência, sem imposição fazendo sorrir e chorar como se tudo no mundo, até a dor, a
dificuldade, se tornem em glória, de maneira tão acessível, tão lógica, tão
pertinente, tão respeitosa das liberdades individuais, tão distante do melífluo
bizantinismo das ortodoxias que, passado tão pouco tempo, podem ser contadas a dedo as
cidades do Brasil onde nào exista, sob a bandeira do Espiritismo e absolutamente sem
discriminações de raça, religião ou cor, o seu albergue, a sua creche, o seu Hospital
Psiquiátrico, a sua sopa aos pobres, as suas casas de orações, nas quais a atmosfera é
o AMOR e a finalidade ensinar a viver ou a ministrar misteriosos fluidos do homem em favor
do alívio do sofrimento humano?
Quem criou esse exército de simãos-cirineus que, invariavelmente, se encontram para
estudar os Evangelhos legados por Cristo, magnetizar a água pura e providenciar o
possível para os corpos e os espíritos?
Quem tormou a literatura brasileira notável na história da Humanidade pelo fato inédito
de um único homem ser capaz de produzir, através de uma faculdade que se conhece em sua
manifestação, porém em seus modus operandi, centenas de milhares de páginas, em prosa
ou em verso, escritas por mãos que, de acordo com o senso comum, estão
incapazes de prosseguir em suas tarefas literárias pelo fato de se terem imobilizado e
enregelado pelo frio da morte?
Quem foi? Quem foi?
Diz-se que no Brasil cada vez lê-se mais.
E, sem sombra de dúvidas, naturalmente pondo-se de lado as Faculdades com seus
seminários, estudos em grupo etc, os espíritas constituem nas comunidades as platéias
que, com maior boa vontade e mais habitualmente, se reúnem para o adentramento de temas,
a pesquisa, a análise, o diálogo inagressivo, e isto porque o Espiritismo é,
essensialmente, algo para ser discutido e não para ser pregado, uma vez que,
conforme o dizer de Kardec, ele caminha com as ciências, sem dogmas nem artigos de fé,
impostos sob quaisquer ameaças de pena. Desse desfastio de mistérios já sucedeu de
assistirmos - tendo sido sorteado para o estudo da noite o Não julgueis para não
serdes julgados, na reunião de estudos da Comunhão Espírita Cristã, de Uberaba
-, aos esforços e à argumentação cadente que um juiz experiênte e que sentia,
pour causena obrigação de defender o direitoe a
necessidadedo julgamento, mas tendo pela frente uma serena e discordante
opinião, contrapondo-lhe as injunções inabituais do criticismo e do acriticismo.
Em quase toda a sua maioria, essas pessoas tinham lido, pois o Espiritismo, sendo
Filosofia, Ciência e Religião, empurra gentilmente as criaturas e adquirem recursos para
enfrentar a razão face a face, em todos os tempos da Humanidade. E sendo
aqueles argumentadores, em sua maioria, saídos das classes médias ou pobre - e por isso
obrigados às jornadas legais de 8 horas para o ganha-pão -, tinham necessidade de ler
através de um método de assimilação rápida que lhes oferecesse o máximo no menor
espaço de tempo possível, aprendendo, por compensação, muito mais depressa do que os
leitores comuns ou os membros de outras de outras dnominações religiosas - aquele grupo,
gigo, servia de amostragem a uma multidão que cresce dia-a-dia e chega a construir, para
certos interesses criados, uma espécie de alarme, conforme bem o demonstrou
num domingo de certo mês nos fins do ano passado (*) um jornal paulista antigo e teso
como um bastão de vidro: o Estadão.
Ora, voltamos a perguntar: quem foi que soube e pôde manipular, transferindo-a, essa
maneira de assimilação tão rápida, antecipar esse método que hoje se tem por
moderno- antecipando-o desde os idos de 1937 - levando os leitores a uma
assimilação tão imediata e, mais do que isto... como diremos?... contagiante?
O alarme do Jornal citado e, além dele, de certas individualidades e instituições,
aconteceu porque, inesperadamente, tomou-se conhecimento da existência do Professor
Franóis Richaudeau, Coordenador do Centro de Estudos e Promoção da Leitura, de Paris, e
de seu trabalho na revista Comunicação e Linguagem, e de um seu livro, de fundamental
valor na história da percepção dinâmica: A Legibilidade. Ele fez entender
que as elites serão comandadas pelas pessoas que SOUBERAM O QUE LER, que souberam COMO
LER, mesmo pondo de lado que o façam em velocidades diferentes.
Ora, já alguns anos, alguémsabia como manipular essa metodologia de
assimilação; alguém que antecipou esse método moderno, levando
os leitores a uma assimilação tão rápida quanto possível.
Diz-se no organismo fundamental do Espiritismo, que o verdadeiro espírita é aquele que
se distingue por sua modificação íntima. Essa modificação íntima - ousamos dizer -
que vem de fora para dentro como um doloroso parto às avessas, e se expressa
partindo de dentro para fora, em agradáveis e felizes demonstrações, em
parte é fruto do exemplo assistido ao vivo, àudio visual, mas a leitura que faz
aprender rapidamente tem um fator preponderante e que leva os espíritas como que
intuitivamente a se entretizerem: Estudai! Estudai!
Todavia, quem foi que soube fazer correr as peças desse jogo de xadrez, esse método de
assimilação tão rápido e oferecendo resultados tão imediatos. Quem foi?
Em 1931 é possível que ninguém no Brasil cogitasse em leitura ou escrita
psicodinâmica. E se tal ocorria nos meios intelectuais dos grandes centros, o que
se esperaria de uma pequenina cidade perdida entre as montanhas de Minas, distanciada
milhas e milhas de Paris? Dentro das idéias que nós espíritas, hoje laboramos, podemos
admitir que - vamos dizer, havia-se idealizado( em termos platônicos) - um
Centro de Estudos e Promoção da Leitura que poderia existir no denominado Mundo
Espiritual. Todavia, a notícia dessa existência - se por alguém poderia ser dada, seria
pelo espírito André Luiz. Essa entidade, entretanto, ainda não fizera o seu glorioso
début e ainda, em sentido platônico, a ninguém ocorreria que um Centro de
Estudos pudesse ser guindado para a superfície terrestre.
Mas, o trabalho havia começado e alguém estava a postos. Francisco Cândido Xavier,
médium brasileiro de fama universal, viu-o. A narrativa chegou aos pósteros
da seguinte maneira:
Lembro-me de que, em 1931, numa de nossas reuniões habituais, vi o meu lado, pela
primeira vez, o bondozo espírito Emmanuel. ( F. C. Xavier, Emanuel-
Discertações Mediúnicas - FEB, 1938, 2. edição, pag. 15 ).
Desde 1933 - depõe Francisco Cândido Xavier -, Emmanuel tem produzido por meu
intermédio as mais variadas páginas sobre os mais variados assuntos. Solicitado por
confrades nossos para se pronunciar sobre esta ou aquela questão, noto-lhe sempre o mais
alto grau de tolerância, afabilidade e doçura, tratando sempre todos os problemas com o
máximo respeito pela liberdade e pelas idéias dos outros.
Há anos estamos colecionando mensagens do Espírito Emmanuel, psicografadas por Francisco
Cândido Xavier e que se encontram neste volume por estarem ainda sem publicação em
livro. Colecionava ou o volante a cada vez que, com maestria e singular inteligência,
totalmente despido de qualquer sofisticação, o admirável espírito abordava um ângulo
interpretativo do caleidescópio da vida.
Eis, porém, que o livro A Legibilidade, de François Richadeau e alguns
números da revista Comunicação e Linguagem, me vieram ter às mãos. E
minha suepresa foi indescretível ao verificar que, já nos idos de 1937, o Espírito
Emmanuel empregava a metodologia descoberta por Richaudeau, levando, conseguintemente, o
leitor à leitura dinâmica, que, por sua vez, motivou os surtos crescentes de progresso
que o Espiritismo apresenta em nossso país, e que não podem ser comparados a nenhum, em
qualquer outra nação da terra, inclusive a própria França.
Quando contei o fato ao médium Chico Xavier, o choque de surpresas que ele recebeu não
foi menor do que o meu. Não achou mais do que a sua expressão honesta e inocente de
criança, às quais pertence o Reino dos Céus, para exclamar:
- Oh! Gente! Mas que isso?!
Expliquei-lhe por alto do que se tratava, e agora que tenho a oportunidade de publicar
este livro lindo, que marca um momento na bibliografia psicografica do médium através
do aproveitamento de fleches de Gustavo Doré, o genial artista francês, julgo por bem
deixar que o leitor também estude as lições contidas em cada mensagem, confiando em sua
inteligência para a fixação do quanto de oportuno e indispensável Richaudeau-Emmanuel
nos têm a oferecer.
Antes de ir mais longe, devo explicar ao leitor que a escolha dos flagrantes de Doré
interessou-nos vivamente porque eles contêm a atmosfera psíquica, os personagens e os
cenários que tão habilmente o artista soube captar à leitura dos Evangelhos, cujas
pequeninas chaves imensas em sabedoria, o autor-espírito desdobra ao
entendimento humano.
Quanto a Richaudeu, é preciso dizer que a sua obra é fundamental na história da
Percepção Dinâmica - o que vem provar, como foi previsto, que o Espiritismo vai
caminhando passo a passo com os avanços da ciência.
A proliferação dos computadores, dos aparelhos eletrônicos de sistematização,
certamente provocará uma diversificação no proceso da leitura. Richaudeau diz o
seguinte: Nossos olhos, comandados pelo cérebro, se tornarão instrumentos de uma
pequena caixa de velocidade. Existirão textos para serem lidos com primeiro interesse,
com segundo interesse, e assim por diante. Os mais hábeis, como os automóveis mais
potentes, conseguirão ampliar sua potencialidade até seis ou sete estágios de
leitura.
Em última análise, o leitor do futuro regularizará seus olhos de acordo com suas
necessidades, com a importância de cada mensagem, e, principalmente, com o tempo.
Em 1830 Lamartine disse que a proliferação do jornal e o desenvolvimento de sua
distribuição representavam o fim do livro, da cultura do livro. Há 20 anos se anuncia a
morte do livro e da palavra imprensa, sob todos os pontos-de-vista.
Ora nunca se venderam tantos livros, seja nos Estados Unidos, na União Soviética, seja
no Brasil - como nestes 20 anos. Quem defende a civilização da imagem e,
conseqüentemente, do som, se esquece de um detalhe muito simples e fundamental: mesmo que
o homem consiga falar à velocidade de 9 mil palavras por hora sempre conseguirá ler à
razão de 27 mil palavras por hora - três vezes mais depressa. Um leitor rápido dobra
facilmente essa marca.
Melhor ainda, esses números se refere à leitura integral.
Numa leitura seletiva, a taxa de informação se multiplica por dois ou três. Assim,
parece evidente que a leitura deva se manter como meio de aquisição, aprendizado,
assimilação, por mais tempo, e num tempo de duração superior a qualquer sistema
audiovisual.
O Espírito André Luiz já nos conta que, em certas esferas do Mundo Espiritual, o
Processo de Leitura, em alguns casos, é uma verdadeira tela de TV, mosaico capaz de
englobar, ao mesmo tempo, informações simultânes de toda uma sociedade em ação.
Um encontro mais intimo com a prosa ou o verso do Espírito Emmanuel, nos faz ver que a
leitura, pelo contrário, requer sobretudo uma certa formação cultural, que pode ser
patrimônio até de outras vidas transcorridas na Terra ou estágios em certas
instituições do Mundo Invisível. E as pessoas que sabem adquirir seu conhecimento
através dele têm condições de acumular dezenas de vezes mais informações do que as
que apenas usam os audiovisuais. Desse modo, aqueles que já sabem como ler permanecerão
sempre mais cultos e mais preparados do que os partidários dos audivisuais - e a trágica
segregação intelectual e cultural, entrevista em um filme de ficção cientifica,
Fahreinheit 8, talvez já exista em nossa sociedade de consumo, em nossa
civilização da abundância.
Depois disso, o leitor poderá querer saber em que consiste a leitura e o que
acontece quando se lê.
Os ciêntistas especializados nos informam que se conhece muito pouco sobre o mecanismo da
visão. E alguns deles chegam a avançar para o domínio ainda misterioso da visão extra
retiniana, ou a desconfiar que a pele humana é dotada de células fotoelétricas. E o que
menos se sabe é acerca das relações entre a visão e as funções mentais. A retinina,
que envolve o fundo do olho e percebe as imagens, pode ser considerada como uma
excrescência do cérebro - que se projeta e é sensível à luz. Ela conserva células
cerebrais típicas que, colocadas entre as células receptivas da luz e o nervo óptico,
modificam grandemente a atividade dos centros receptivos: os cones, que
permitem a percpção das cores, e os bastonetes, que autorizam a visão
monocromática ( os tons de preto, cinza e branco).
Somente a parte central da retina garante uma visão detalhada e precisa do objeto
observado. Na parte posterior do cérebro, numa zona chamada área estriada,
os neurólogos localizaram a área de projeção visual : quando um eletrodo
estimula alguma parte dessa região acredita-se ver um clarão.
Alguns estudiosos acreditam que o olho percebe um grupo de letras, sinais, símbolos e
seleciona o que lhe interessa através de uma percepção global, comparável à
projeção de uma imagem qual uma tela de cinema. Outros pensam que seja como a
percepção detalhada que se tem diante da TV, permanentemente percorrida por um pincel de
elétrons, cujo movimento faz reconstituir as imagens transmitidas. E há ainda quem pense
que os neurônios da área de projeção visualestejam diretamente ligados aos
10 bilhões de neurônios que compõem todo o cérebro, principalmente os que fazem os
circuitos da memória. No fim das contas nem mesmo os pesquisadores mais avançados
encontraram respostas melhores que as suposições, ou que as hipóteses, ainda
completamente aleatórias.
O Espírito Emmanuel, entretanto, parece já saber que o processo visual de um leitor não
é contínuo. Pode-se acreditar que ele siga um caminho normal : primeiro, na primeira
linha, depois na segunda e assim por diante. O olho usa, para ler, movimentos bruscos :
fixa-se em média durante um quarto de segundo sobre um trecho de texto; lê efetivamente
durante outro quarto de segundo, iniciando um novo ciclo.
O olho do leitor rápido não segue esse processo mais rapidamente do que o olho do leitor
lento. Ao contrário, o ponto de fixação é sempre constante.
Emmanuel parece conhecer que o que distingue realmente os leitores rápidos dos lentos é
que, durante essa fixação de um quarto de segundo, o olho e os prolongamentos nervosos
dos rápidos aprendem, decifram, lêem uma quantidade maior que a dos lentos.
Richaudeau chamaria a isso de transformação de rapidez.
Esta é, por exemplo, a leitura integrtal que se faz de um romance, de uma obra literária
qualquer. Mas existe também a leitura seletiva, a leitura de um jornal, de uma revista
técnica. Nesses casos, o olho percorre mais rapidamente o texto, restringindo-se a
verificar se ele está ordenado, limitando-se a reter as informações que lhe interessam
momentaneamente. Essa leitura seletiva sempre existiu - e foi qualificada como
leitura seletiva sempre existiu - e foi qualificada como leitura
diagonal.
Mas ainda existem pessoas, lentas, que lêem em voz alta ou sussurrando o texto. A
velocidade de leitura dessas pessoas é exatamente igual à sua velocidade de palavras :
em média, 9 mil palavras, 50 mil sinais por hora. Um processo evidentemente ineficaz: um
leitor rápido pode decifrar até 60 mil palavras por hora. Além disso, quando se soletra
o texto em voz alta, palavra por palavra, no fim da frase já se esqueceu o começo da
proposição - não se podendo compreendê-la e muito menos gravá-la. A leitura rápida,
todavia, domina uma continuidade importante de palavras e até de frases, assimilando
melhor as ligações entre as informações sucessivas. Ela penetra melhor no pensamento
do autor e dele deduz idéias encadeadas, mas coerentes, como é o caso das mensagens
inseridas neste livro.
Como já está provado que não se retém senão associações de noções ligadas entre
si por um fio condutor, o leitor rápido memoriza melhor. Transformação de rapidez é
exatamente a potencialidade que um leitor tem para ler dinamicamente e ao mesmo tempo
assimilar o que leu, coordenando as frases e as idéias expressas. Sem isso, é melhor ler
em voz alta e não aprender nada.
O Espírito Emmanuel parece cuidar mais especialmente da seletiva, consistindo esta em
procurar certas palavras ou certas frases que possam interessar mais particuilarmente o
leitor. Quando procuramos um número na lista telefônica, por exemplo, nossos olhos
correm sobre os nomes, sem ler nenhum deles. Eles não se deixam preender senão por um
grupo de letras ou por um amontoado de nomes familiares. Outro exemplo : nós estamos
interessados por grupos de palavras, aqueles que os lingüisticas chamam
palavras-chaves, essencialmente os sujeitos, os verbos, secos e breves,
indefectíveis. De qualquer forma o bom leitor é o que possui um bom rendimento entre as
informações que deseja conseguir reter.
É o caso das mensagens serem sempre breves e sintéticas.
Mede-se esse rendimento fazendo com que uma pessoa leia textos dos quais foi eliminada uma
palavra sobre cinco.
Quem consegue ler dinamicamente um texto e apreender, no mínimo, 50% de seu sentido
estará no caminho certo. O resto é apenas treinamento. Em outras palavras, um bom leitor
dinâmico consegue entender um texto passando os olhos apenas por uma palavra em cada
duas.
Isso no plano da Informação pura. Ninguém pode pensar que essa medida sirva, por
exemplo, ao Ulysses, de Joyce, montando basicamente sobre as palavras e não
sobre um conjunto delas.
Outra pergunta que pode ser levantada é a seguinte :
Há em relação ao Espiritismo no Brasil, um escopo tão alto que, encontrado o médium
em Chico Xavier, pôde-se, no Além, proceder quase científico permitindo ao leitor reter
somente o útil, deixando de lado o supérfluo?
É quase certo que sim. Essa técnica só é comparável à filtragem de sons feita pelos
técnicos de rádio e discos, tal o refinamento do médium. Extraiamos a mensagem de um
trecho de música e eliminemos os sons agudos e os graves. Apenas quando conseguirmos
perceber perfeitamente a marcação rítmica reconheceremos os últimos restos da harmonia
eliminada. E, nesse caso, a música perde todo o caráter estético. É o mesmo caso do
Ulysses.
Dia virá em que os editores e impressores - é possível que tal se faça, por exemplo,
na França - façam questão fechada de saber como compor as páginas de cada livro, para
que o leitor tome conhecimento das idéias comtidas nele com um máximo de eficácia e
prazer.
Estamos tentando aplicar o Gestalt em Matão, mas a legibilidade parece ser uma escala à
parte, a aptidão que um texto possui para se comunicar com o leitor num amplo índice de
assimilação.
Esse cuidado, a bem da verdade, não é preciso termos em relação à obra do Espírito
Emmanuel. Nas demais, todavia, a eficácia, a assimilação englobam muitos fatores: a
noção de fadiga, por exemplo; a noção de tempo disponível; a noção de tempo
disponível; a noção de compreensão; e, sobretudo, a noção de memorização. Nada
adianta compreender um texto que se esquece cinco minutos depois. Principalmente em se
tratando da mensagem espírita. E a eficácia engloba também a noção de afetividade: é
preciso que a maneira pela qual o texto é escrito e composto não seja enfadonha para o
leitor.
As experiências comprovaram que, com exceção dos estilos tipógrafos não costumeiros,
como o gótico por exemplo, não se constatam diferenças de velocidade entre os textos
compostos com caracteres diferentes - sejam tipos magros ou gordos, modernos ou
tradicionais, com saliência nas bases ou não.
O olho do leitor não sente as diferenças das múltiplas variações de desenho de cada
letra. Os técnicos acham que deveria existir um estilo tipógrafo para os leitores
rápidos.
O exame das mensagens contidas neste livro confirma um fato que já foi comprovado pelos
técnicos : que só a parte superior do texto impresso traz efetivamente a mensagem que
deve ser lida. Então, perguntam, e entre eles o próprio Richaudeau, por que não criar
letras novas, onde só sobrevivem os pontos essenciais de cada uma?
Richaudeau ensina que o que existe de importante na leitura não é o que esta escrito,
mas o que deve ser lido.
Nos Estados Unidos já se fazem cursos especiais nas escolas de jornalismo, onde os
especialistas em leitura rápida analisam os textos dos futuros profissionais da Imprensa,
sugerindo novas construções e novas técnicas.Eles constataram, por exemplo, que o
início da mensagem e o início da primeira subfrase - aqui convidamos o leitor ao exame
das mensagens publicadas neste livro - são mais bem retidas na memória do que os finais.
Ou seja, constataram que as informações essenciais devem ficar, sempre, no começo de
cada sentença. Pode ser que, literariamente, a melhor informação caiba melhor no fim da
página. E o leitor pensará : Que bonita construção literária! Mas, pelo
menos uma vez em quatro, ele se esquecerá rapidamente da informação que tal frase
continha.
Isto não significa que as leituras sejam simplesmente de fatos, sem rodeios ou enfeites.
Não é preciso exagerar.
Quando os floreios, as variações, os enfeites são escritos por homens de talento, o
texto marca um estilo. Todavia, nas publicações técnicas, e em 75% da vida cotidiana,
é preciso ser realista, ou fatual.
Na literatura, e em alguns casos até mesmo na Imprensa, os profissionais criadores de
talentos não precisam ser rígidos. Embora seja conveniente que eles tenham noção de
certas regras básicas. Um autor que não admite limitações psicolingüisticas, para
Richaudeau, é como um arquiteto que faz casas seguindo regras geométricas. Por não
perceber as qualidades estéticas de sua obra, ele construirá gigantescas escadarias de
mármore róseo, onde os degraus terão mais de um mero cada um.
E, para entrar na casa, o proprietário será obrigado a levar pranchas, tijolos,
transformar a própria escada. Em outras palavras : uma vez que os autores se recusam a
tomar conhecimento de regras básicas, o mesmo fenômeno se reproduz - o leito não
consegue ler, fica psicologicamente impedido de assimilar as informações que o texto
apresenta. Ou, quando consegue ler, o que entende é muito diferente do que está escrito.
Poderia isso originar uma confusão literária?
Não existem conseqüências, mas sim traição. E o responsável por essa traição é
precisamente o autor. Há muitos anos Richadeau vem falando em leitura dinâmica - e seus
compatriotas franceses passaram todos esses anos chamando-o de iconoclasta, destruidor de
cultura. Hoje, porém os próprios membros dos corpos de ensino das escolas francesas
reconhecem a validade do método. Ele foi testado, aprovado, e por sua defesa Richaudeau
ganhou louvores do Instituto Pedagógico Nacional da França. Foi o primeiro editor a
publicar princípios de leitura dinâmica em livros de bolso, aliás muito bem vendidos.
Nos Estados Unidos a leitura dinâmica é ensinada corretamente nas escolas, e muitos
especialistas confirmam que o seu aprendizado é extremamente valioso para os adultos.
Melhor ainda com as crianças, pois elas são maleáveis, infinitamente mais aberta a
novas experiências.
As experiências demonstram que entre 8 e 12 anos o aproveitamento da leitura dinâmica
é, praticamente, integral. Aos 15 anos, nos cursos vocacionais, nos períodos de
preparação para os vestibulares às Universidades, chega o tempo de se ensinarem as
vantagens da leitura seletiva. Não é absolutamente preciso aprender, ao mesmo tempo, a
leitura dinâmica integral e a leitura simplesmente seletiva.
Para Richaudeau e para muitos especialistas em comunicação de massa a leitura rápida é
uma técnica indispensável ao homem moderno, pois ela é a única maneira de se resolver
o problema da concorrência entre os processos audiovisuais de comunicação e o livro e o
jornal.
E o que pode ser mais básico, mais elementar, na formação cultural e espiritual de um
homem do que o livro, com seu retrato detalhado da história passada, ou o jornal com o
seu flagrante instantâneo e permanente da própria sociedade em ação?
Este livro, acompanhado pela nossa despretenciosa visão de um tão largo espctro, vem
provar, através da leitura da psicografia de Emanuel, que se no Alto o Espiritismo
caminha com as ciências, melho e maior cuidado é dispensado ao homem-novo, que caminha
rasgando os falsos véus do Templo, muito lhe é dado, e, com extremo cuidado. E muito bom
seria que ele soubesse tirar o máximo partido de quanto os portadores do Mundo Maior lhe
põem entre as mãos, pois só agora estão aprendendo a segurar bem firme a evangélica
rabiça do arado.
Desencarnado em 13-09-1988.
Wallace Leal V. Rodrigues
Araraquara, de setembro 1973
133
Instrumentos do Tempo
Dissertações GEEM
1974
Prefácio:
Leitor amigo:
Convidamos a estudar os ensinos do Cristo, à luz da Doutrina Espírita, com os
instrumentos do tempo, fomos impulsionados a reconhecer que os instrumentos do tempo são
as palavras.
Calaram-se civilizações no desdobrar dos séculos e processos de vivência humana
evoluíram em todos os planos; entretanto, o verbo é a engrenagem do relacionamento
espiritual na Terra, sempre o mesmo, pleno de revelações e prodígios na renovação do
Mundo e da Vida.
Por isso mesmo, possuímos conceitos, os mais diversos, ao redor de assuntos determinados
que as palavras definem por si, na simples enunciação mecânica que lhes é própria:
Palavras-construções e palavras-pedras.
Palavras-luzes e palavras-embalagens.
Palavras-sementes e palavras-charruas.
Palavras-bençãos e palavras-mensagens.
Palavras-explicações e palavras-estruturas.
Palavras-medicamentos e palavras-bisturis.
Palavras-lâminas e palavras-auxílios.
Palavras-sinais e palavras-advertências.
Palavras-melodias e palavras-protestos.
Palavras-esperanças e palavras-terminações.
As páginas deste livro são instrumentos do tempo, esculturando as elucidações da
verdade para o caminho de progresso e aperfeiçoamento que fomos trazidos a percorrer.
Semelhantes agentes codificadores da realidade, a fim de que nos informemos quanto aos
programas e problemas que competem a cada um de nós, são as palavras que alinhamos por
fios de comunicação no intercâmbio de idéias e anotações que aspiramos a alcançar.
Entregando-te, pois, este volume despretensioso, agradecemos ao Senhor as ferramentas de
que dispomos para os nossos entendimentos recíprocos, ao mesmo tempo que rogamos a Ele,
nosso Senhor e Mestre, nos ilumine e nos abençoe.
Emmanuel
Uberaba, 3 de outubro de 1974
137
Terra e o Semeador, A
Entrevista IDE 1975
Nota do Chico Xavier:
Caro amigo Salvador:
Deus nos abençoe.
Autorizamos os prezados amigos do Instituto de Difusão Espírita, em Araras, a fazerem a
publicação das entrevistas que você arquivou, entre 1958 e 1975, e agradecemos, como
sempre, as suas atenções.
Realmente, de minha parte, devo as todas, no que contenham de útil ao nosso abnegado
Emmanuel, e, em razão disso, não posso esquecer que nosso amigo Espiritual é o autor
das páginas a que nos referimos.
Estou na condição da terra e, sem dúvida, que ele é para mim o incansável semeador.
Fizemos a revisão necessária na entrevista com a nossa distinta Patrícia Hebe Camargo e
esperamos que todo o trabalho esteja preparado para os fins em vistas.
Muito grato, sou o irmão e servidor reconhecido de sempre.
Francisco Cândido Xavier
(Uberaba, 30 de julho de 1975)
141
Busca e Acharás
Meditações IDEAL 1976
Livro de páginas resultantes de conversações íntimas com irmãos desejosos de
valorizar a vida e o tempo. Pequenos textos de intercâmbio espiritual, em resposta aos
problemas da atualidade: conflitos no lar, parentes difíceis, solidão, obsessão,
tédio, desânimo, sofrimentos, etc. De Emmanuel e André Luiz 168 págs.
* * *
Leitor Amigo
Há quem indague porque não nos empenharmos no levantamento de arquivos para
documentários no levantamento de arquivos para documentários históricos; ou porque não
nos devotarmos especificamente à formação de livros contendo mais amplos informes sobre
a vida no Além.
Entretanto, juntamente dos companheiros que formulam semelhantes perguntam a quase
totalidade dos amigos que se interessam por nossas manifestações, solicitam respostas
aos problemas da atualidade terrestre.
E os temas se alinham, inquietastes.
Os conflitos do lar.
Os esquemas da família, diante da reencarnação.
Os parentes difíceis.
Os desajustes psicológicos.
As questões afetivas.
As desvinculações.
Os processos de obsessão.
As provas em grupo.
A sede de paz íntima.
A educação para o lazer.
A solidão espiritual.
O suicídio.
O desânimo.
O tédio.
A fuga.
O alastramento da angústia.
O abuso dos medicamentos de apoio.
Os imperativos de adaptação ao concurso da máquina.
As queixas em matéria religiosa.
A renovação da fé.
As pesquisas da ciência.
As ilusões de materialismo.
Os enigmas do sofrimento.
O destino e o livre arbítrio.
Os desafios da morte.
E já que a criatura humana instintivamente sabe que a existência prossegue, além da
desencarnação, somos convidados ao diálogo, diante do qual não nos seria lícita a
omissão.
Este livro não tem pretensões de elucidário, mas é feito com pedaços da amizade que
nos impulsionou a escrevê-lo.
As páginas que reunimos são parcelas de conversações íntimas com os irmãos que
desejam valorizar a vida e aproveitar as vantagens do tempo.
Pequenos textos de apoio fraterno e considerações ligeiras aqui se aliam em nossa
modesta cooperação no intercâmbio espiritual.
Ensinou-nos Jesus: busca e acharás
Procuremos os recursos e as bênçãos de que nos sintamos necessitados, aprendendo a
prestigiá-los e assimilá-los, sem abuso, quando o Senhor no-los coloque nas mãos.
Assinalando as presentes anotações, se as nossas páginas conseguirem colaborar para o
bem, nesse ou naquele grupo de companheiros, agradecemos a oportunidade de trabalhar, ao
mesmo tempo que renderemos graças a Deus.
Emmanuel
(Uberaba, 21 de fevereiro de 1976)
Veja prefácios de Emmanuel da coleção de livros de André
Luiz psicografados por Chico Xavier