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                         Benedicto Calixto de Jesus

                                                                   Natural de Itanhaém,  nasceu em 14 de outubro de 1853

                                                                                Faleceu em 31 de maio de 1927 em São Paulo,                  

                                                                  Sepultado no cemitério do Paquetá em Santos, SP

     

 Benedicto Calixto de Jesus, passou a infânciana cidade de Brotas, no interior de São Paulo, onde residiam seus tios Antônio Pedro e Joaquim Pedro de Jesus, ali jogou bola na rua, trepou em árvores frutíferas em quintais vizinhos, seguramente soltou balões, rodou pião e deve ter colocado galinha pra sambar em cima de lata quente.

       Começa a ajudar seu tio Joaquim a pintar e restaurar imagens sacras, isto porque naquele tempo em Brotas, não havia calçamentos nas ruas e o vento carregava o pó avermelhado para dentro das igrejas, sujando as imagens. Entusiasmado com a arte de manipular os pinceis, da janela de sua residência, na praça atualmente denominada Benedicto Calixto, começa a pintar tudo que vê do lado de fora, assinando muitas telas com a data de 1873, então com 22 anos de idade.
       Com o crescimento cultural de Santos, por volta de 1876, a cidade sente a falta de um teatro digno e majestoso. Após uma grande campanha a fim de criar o teatro, no dia 21 de dezembro de 1877 foi convocado uma reunião nas dependências do clube XV, localizado na rua Itororó, onde estavam presentes entre outros, o
     Visconde  de Vergueiroe e o Visconde  de Embaré (ambos respectivamente primeiro e segundo presidente da Associação Comercial de Santos, telas da A C S, pintadas por Henrique Bernardelli).
Nessa reunião criou-se a comissão encarregada dos estatutos, nome do teatro e local de sua construção, e no dia 3 de janeiro de 1881 foi assinado o contrato para sua construção. Tomás Antonio de Azevedo o “Mestre Tomás” que era carpinteiro e marceneiro foi escolhido como empreiteiro da obra, e já tinha montado em 1876 na rua Visconde de São Leopoldo próximo a praça dos Andradas em Santos, a primeira carpintaria com máquinas movida a vapor, ou seja, aproximadamente 100 metros do local onde foi erguido o Teatro Guarani.


 

Em ruínas hoje (ano de 2006) o teatro sobrevive com apenas quatro paredes cujo cimo enraizam e florescem vários arbustos e algumas quase pequenas árvores. Seu teto jaz ao solo. Finalmente em 7 de dezembro de 1882 a grande orquestra regida por Luiz Arlindo da Trindade executa a imortal obra do  compositor, Carlos Gomes “O Guarani” abrindo as portas do magnífico teatro para o grande público com o drama “Mário” do romance de Marthe de Kervenin.  Benedicto Calixto estava presente.

     Durante a construção do teatro, Nicolau de Campos Vergueiro (Visconde de Vergueiro) vistoriando a obra, assustou-se com vários “rabiscos” feitos em suas  belíssimas paredes.

    Quem fez essas “rabisqueiras" todas?
    Perguntou o Visconde. Quem foi?
    Mestre Tomás respondeu: Foi um “rapaz” que me ajuda lá na oficina.
  -Traga-me esse "cara" aqui!
    Tomás trouxe o rapaz.....
    O jovem assustado e trêmulo, olhando nos olhos do Visconde respondeu:
   - Sim senhor, eu estou desenhando e pintando essas paredes e também o pano de boca do palco.
    Perguntou  o Visconde:
   - Qual é seu nome?
   - BenedictoCalixto.
   - Pois bem, Sr. Benedicto, a partir de agora o senhor tem uma passagem de ida e volta para Paris, com todas as despesas pagas, e nós manteremos as despesas aqui, para toda sua família durante todo o tempo necessário para seus estudos na capital do velho mundo.
     Em janeiro de 1883 desembarca na capital francesa e passa também um período em Lisboa.
     Dominado pelo sentimento de saudades de sua família, do lar e do colorido que saltitam e bailam nos céus de   sua pátria, em fins de 1884 desembarca novamente em terras de Brás Cubas onde fervilhavam os movimentos a favor da Abolição da Escravatura e da República.
    Em 1885 pinta muito em Santos e é convidado pelo Colégio Azurara situado na rua João Pessoa, 57, para  assumir a cadeira de desenho.
    Em 1887 expõe na Casa Ipiranga em Santos, seus melhores telas.
    Em 1889 expõe no “Diário da Manhã”.
    Em 1890 muda-se para São Paulo .
    Em 1892 expõe “Inundação da Várzea do Carmo” hoje esta tela encontra-se exposta no Museu Paulista, em São Paulo.
    E m 1894 retorna a Baixada Santista indo residir em São Vicente, onde em 1897 consegue construir sua casa na rua Martim Afonso,192 ali monta seu ateliê
 
 
 
 
 
 
 
 
                   
 
 
 
onde pinta nos próximos 30 anos, ou seja até sua morte em 1927.

Fonte:
B. Calixto Imortalidade
De Milton Teixeira
UNISANTA - SANTOS  1992

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