Valença de Ontem e de Hoje

CAPÍTULO 7

ASPECTOS SOCIAIS 

 EDUCAÇÃO, ARTE E DIVERSÕES

PARTE 3

Clicar sobre os títulos a seguir para ir direto ao assunto:

Linha de Tiro

Contingentes Militares

A Música em Valença

Teatro

Cinema

Corridas de Cavalo e Cavalhadas

Clubes Recreativos

Carnaval e “Entrudo”

Futebol

LINHA DE TIRO

O “Tiro de Guerra 551”, fundado em 19 de novembro de 1917, na sede municipal, numa das dependências do “Clube dos Democráticos de Valença”, teve a sua primeira diretoria assim constituida: dr. José Donadio Blois Júnior — presidente; Samuel Carlos de Araujo — vice-presidente; Afonso Xavier Pragana — diretor do Tiro; Alberto Augusto Terra — secretário: Manoel da Silva Gaspar —sub-secretário; Osvaldo Augusto Terra — tesoureiro, e Cyro de la Vega — procurador. A Prefeitura Municipal, pela deliberação N. 182, de 13 de dezembro de 1917, subvencionava o “Tiro de Guerra 551”. Marquês de Valença ficou privada por muitos anos da assistência do seu tiro de guerra, que, muito mais tarde, ressurgiu, graças aos incontidos esforços de João José Cosati e outros. O “Tiro de Guerra 551”, em sua segunda fase, teve, também, existência efêmera. O “S. C. Benfica”, da cidade de Marquês de Valença, manteve, por muito tempo, a Escola de Instrução Militar N. 10., que facilitava aos jovens a tarefa de obter o seu certificado militar. Essa Escola foi fechada, pouco tempo depois, por fôrça de decreto do Govêrno Federal.

 

CONTINGENTES MILITARES

Em 25 de fevereiro de 1915, por fôrça da lei federal N. 11.499, ficou o “1o Grupo de Artilharia de Montanha” sem o seu efetivo, sendo, então, restabelecido pelo decreto N. 12.739, de 7 de dezembro de 1917. A sua reorganização, na cidade de Marquês de Valença, teve lugar em 25 de março de 1918, tendo sido nomeado seu primeiro comandante o major André Trajano de Oliveira. A sua sede era na antiga chácara “Vila Leonor”, de propriedade do comendador Antônio Jannuzzi, que a vendeu ao govêrno da União. Em 18 de julho de 1919, passou êsse contingente a ter nova denominação oficial -— “5o Grupo de Artilharia de Montanha”, em face dos decretos N. 13.651, 13.652 e 13.653, de 18 de junho de 1919, pertencendo 5a Divisão do Exército e provisòriamente como fôrça adida à 1a Divisão. 

 

            

                                   Quinto Grupo de Artilharia de Montanha.

 

Durante a sua permanência em Marquês de Valença, o “5o Grupo de Artilharia de Montanha” fez duas excursões ao Estado da Bahia, a primeira em 27 dc fevereiro de 1920 e a segunda em 12 de março de 1924, tendo tomado parte ativa nos combates contra os revoltosos, em São Paulo, onde lutou desde 8 até 28 de julho de 1924. Mais tarde, por ter sua sede oficial no Paraná, para aquêle Estado foi transferido o referido 5o Grupo, a cujo embarque assistiu, emocionada, tôda a sociedade valenciana.

Outros contíngentes militares passaram por Marquês de Valença, como os Depósitos de “Remonta” (dois), a “1a Formação Sanitária”, o “32o  Batalhão de Caçadores”, organizado para missão especial no Estado de Santa Catarina, e o “1o Batalhão de Saúde Expedicionário”, que se reorganizou, na sede municipal, e foi lutar, em 1943, fazendo parte da Fôrça Expedicionária, nos campos da Itália, onde, entre os brasileiros que tombaram, perderam a vida dois valencianos — Arlindo dos Santos e Fluery Silva — nomes perpetuados em logradouros públicos da cidade de Marquês de Valença — sua terra natal.

 

A MÚSICA EM VALENÇA

Do jornalista valenciano Francisco Tiago (João da Terra), conhecem-se os seguintes comentários sôbre a música na antiga Valença: — “J. G. de Araujo Jorge, primoroso poeta da moderna geração, escreveu êstes lindos versos:

 

“Há sempre um velho piano de bairro esquecido na memória da gente, e que nas tardes mansas sonoriza visões de  outrora ao nosso ouvido.”

 

“Valença foi a terra dos pianos. Havia-os por tôda a parte, nos lares mais desafogados, e os nossos ares veiculavam, pelas tardes calmas e amenas, os sons das valsas enternecedoras e das polcas saltitantes da época, quando ainda não se permitia compor música para a chinfrineira barulhenta da atualidade. Não se conhecia, nem se sonhavam, shimies e suingues, nem a caixa de fósforo se havia erigido em instrumento sonoro, para os sambas africanos.

 

“Pensando nisso, e lembrando-me dos pianos, que o rádio emudeceu; pensando nas valsas dolentes, que o batuque africano e o samba afugentaram; nas célicas harmonias dos violinos e das flautas, que os suingues barulhentos e malucos abafaram, num satânico culto ao barulho, chego a perguntar-me se a humanidade terá embrutecido?!”.

 

A velha Valença foi sempre, desde os primórdios, muito devotada à boa música. Em 15 de outubro de 1859, fundava-se, na cidade, a “Sociedade Particular de Musica Euterpe Valenciana”, cujos estatutos foram assinados e aprovados em 24 do mesmo mês e ano, por José Luiz da Silva Pinto — presidente, João Rufino Furtado de Mendonça -— secretário, Manoel José Vieira — tesoureiro, e José Cardoso do Nascimento Lisboa — procurador.

 

Foram aclamados seus grandes protetores a Marquesa de Valença e o Barão do Rio Prêto. Em resposta à comunicação que a diretoria lhes dirigira sôbre a sua nomeação de protetores da “Euterpe Valenciana”, a Marquesa de Valença enviou à sociedade o seguinte ofício: — “lImo. Sr, — Recebi o honroso ofício que V. S, dirigiu-me, e conhecendo a grande utilidade e mesmo a necessidade desta cidade de uma instituição qual a de Euterpe Valenciana, não posso deixar de aceitar o título que a muito digna Diretoria lembrou-se de oferecer-me e procurarei não desmerecê-lo, concorrendo quanto possível para a conservação e progresso de tão esperançosa Associação. Deus guarde a V. S. Valença, 13 de janeiro de 1860. Ilmo. Sr. João Rufino Furtado de Mendoça, muito digno Secretário da Associação “Euterpe Valenciana”. — (a) Marquesa de Valença”.

 

O Barão do Rio Prêto, agradecendo, endereçou, também, à Diretoria, êste ofício: — “limo Sr. Acuso a recepção do oficio que V. S. me dirigiu, em data de hoje, por parte da “Sociedade Euterpe Valenciana”, convidando-me para ser seu Sócio Protetor. Em muito me linsonjeio com a distinta honra que me fez a Sociedade, e, por isso, com prazer aceito o honroso lugar que me oferece e desde já me considero Sócio, e como tal prontamente satisfarei os ônus que me forem impostos pelos Estatutos e farei quanto em mim couber para que a Sociedade atinja os seus fins. Rogo, por isso, a V. S. queira levar minha resposta à Sociedade, Deus guarde a V. S. Valença, 11 de janeiro de 1860. Ilmo. Sr. João Rufino Furtado de Mendonça, digníssimo secretário da Sociedade “Euterpe Valenciana”. (a.) —   Barão do Rio Prêto,”

 

 

Em 1879, instalava-se outra instituição denominada “Sociedade Filarmônica”, que, segundo seus estatutos, aprovados em 18 de fevereiro de 1879, tinha a seguinte diretoria: comendador Manoel Pereira de Souza Barros, presidente; dr. Manoel Benício Fontenelle, vice-presidente; Antônio José Dias de Castra, 1o secretário: José Augusto Vieira Machado, 2o secretário, e dr. José Vieira doa Santos, tesoureiro. Era regente dos concertos o maestro Gregório Resende.

 

Em 18 de abril de 1894, instituiu-se na cidade a “Sociedade Musical 7 de Setembro”, presidida por Armando Figueira de Almeida, Agostinho Santos Junior, Epaminondas Tavares, Pedro Cardoso de Oliveira e Francisco Magalhães. Ainda muito moço, era seu regente o ilustre professor valenciano Agnelo França.

 

Em 3 de março de 1895, fundava-se a “Sociedade Artística de Socorros Mútuos”, que mantinha aulas noturnas de música. Era seu regente Guilherme Antônio Rodrigues. Foi seu primeiro presidente Rafael Calmon de Siqueira.

 

A 1 de janeiro de 1900, à rua Dr. Figueiredo, Manoel Gomes Vieira, Antônio Pereira Barboza e Manoel Andrade Ribeiro fundavam a “Sociedade Filarmônica Nova Aurora Valenciana”, com um corpo cênico que muito animava a sociedade. Em 21 de janeiro do mesmo ano, foi aprovado o Regulamento da banda de música, cujo primeiro diretor foi Bernardino Luiz Machado da Costa. A sua primeira diretoria estava assim constituída: Manoel Gomes Vieira, presidente; e Manoel de Andrade Ribeiro, secretário. A instalação da Sociedade teve lugar a 20 de maio de 1900, realizando-se, à noite, a inauguração do salão Carlos Gomes” e do salão-teatro “Manoel Lourenço” e verificando-se, também, a inauguração do retrato do grande maestro brasileiro Carlos Gomes, sob os aplausos da seleta assistência que ovacionou, com entusiasmo, o grande tribuno Francisco de Paula Monteiro de Barros, A “Sociedade Nova Aurora” teve existência animadíssima até 1921.

 

Em 22 de junho de 1908, Pascoal Jannuzzi, Agostinho Santos, Arlindo de Melo e Marcos Marchi fundavam a sociedade musical denominada “Euterpe Valenciana”.

 

Em 7 de setembro de 1913, um grupo de amantes da música, como Francisco Magalhães -— o velho Chico Seleiro -—,  José Magalhães, Veríssimo Magalhães, Ernesto Sílvio de Matos, Eurico Silvio de Matos e Cassiano Placiano da Silva fundavam a sociedade musical “Grupo do Zeca”, que alcançou grande êxito pela sua disciplina e excelente execução.

 

        Agnelo França, a maior expressão da música de Valença.

       

Entre os músicos valencianos de notável expressão artística figuravam em Valença, em outros tempos, Agnelo França, mais tarde lente catedrático de “Harmonia” e diretor, por várias vezes, do antigo Instituto Nacional de Música; Antônio Rodrigues Silva, que fez seus estudos na Itália durante cinco anos e que foi belo intérprete de clássicos; José Firmino Rodrigues Silva, excelente mestre de piano — o professor das famílias — como era então conhecido; Augusto de Almeida Junior e Juca Batista, — o arranca-tôco — e seus irmãos, ao lado de Custódio de Almeida; João Cupertino, Artur Cupertino João Corrêia, Delpeche e muitos outros contribuíram para a arte musical. Destacavam-se ainda o prêto Atanásio Corrêa de Castro, o músico de tôdas as festas, que executava todos os instrumentos; muitas vezes, alcoolizado, era carregado por seus amigos para o côro da antiga Matriz, onde, no dia da grande festa da Padroeira de Valença, mesmo naquêle estado, se revelava, não obstante, um exímio contra­baixista de corda, seu instrumento predileto. Atanásio morreu quase aos cem anos de idade e toda a cidade sentiu o seu passamento.

 

João Norberto era um hábil violinista, vivendo mais nas fazendas dos antigos barôes e viscondes a ensinar música: João Norberto e seu afilhado, — o popularíssimo Quincas Maia —, que tocava bombo, foram músicos de tôdas as bandas de Valenca por mais de meio século, bem como Antônio Urso, o tocador de caixa que envergava fraque a chapéu-côco nas grandes festas.

 

Outros artistas enriqueceram o convívio musical de Vaiença, como José Nigro, o Pepino, de origem italiana, excelente flautista; o velho Manoel Filósofo, os professores Indaléssio de Oliveira, seu irmão Ataliba de Oliveira, Antônio Guerra, José Pimenta Brasiel e o maestro Raposo, por alcunha o sabiá mineiro —, muitos dêstes dirigiam as grandes orquestras das tradicionais festas de Nossa Senhora da Glória e da Semana Santa. Com os remanescentes da fazenda do Visconde Pimentel, formou-se o conjunto musical do velho prêto Estanislau, constituído, em seu início, de elementos escravos, o qual fazia as delícias, por suas excentricidades, das antigas festas do Carambita.

 

Nêstes últimos anos, professores, como Luiz Seabra e Pascoalino Capobianco — o Pepita —, Manoel de Andrade Ribeiro e Justino Gomes Godinho e outros, emprestaram o seu gôsto e a sua competência à arte musical em Valença.

 

Em dezembro de 1925, graças à iniciativa de Manoel Guimarães, ex-mestre de linha da Central do Brasil, fundou-se, em Valença, a “Filarmônica 31 de Julho”, progredindo no decorrer do ano de 1926, então ao lado do músico Manoel Leandro e de outros dedicados elementos. O engenheiro da Central do Brasil, Antônio Tertuliano da Fonseca Lessa, animador da arte, tomou as rédeas da corporação, dando-lhe novos aspectos, com o contrato do 1o sargento-músico Cantidiano Dantas que, imprimindo à banda de música uma disciplina quase militar, deu a Valença a mais aparatosa corporação musical de todos os tempos. Mais tarde, seguindo a mesma disciplina e o mesmo programa social, a banda passou a ser regida pelo maestro Alfredo Moreira Barbosa, outro esforçado músico que conquistou grandes êxitos. A “Filarmônica 31 de Julho” não chegou a dois anos de existência.

 

Presentemente, a cidade é animada pela “Sociedade Musical Progresso de Valença”, fundada em 20 de novembro de 1929, tendo sido seus fundadores os cidadãos Antônio Cortês Tavares, Osvaldo dos Santos, Daria de Sá Guimarães, Manoel MeIo do Espírito Santo, Waldemar Cortês Almeida e Cesá­rio Cabral. E’ seu atual presidente Celso Chagas Gomes e diretor de estante Osvaldo dos Santos, que dirige um curso noturno de música para filhos de operários.

 

 

No “Lar José Fonseca”, a “Associação Balbina Fonseca” mantém disciplinada banda de música, constituída sòmente de meninos.

 

Na vila Barão de Juparanã, o “Asilo Agrícola Santa Izabel” mantém, também, uma pequena banda de música formada por adolescentes.

 

TEATRO

Em 7 de outubro de 1867, por proposta do vereador Pedro Moreno de Alagão, a Cãmara Municipal deliberou conceder em aforamento, um terreno, então na atual praça Visconde do Rio Prêto (onde se acha hoje edificado o Cine-Teatro Glória), para a fundação de um teatro. Organizou-se imediata­mente a emprêsa a que deram a denominação de “Companhia Regeneradora”, com o capital subscrito de CrS 24.000,00, dividido em 120 ações.

 

Em princípios de 1868, pela primeira vez, a sociedade valenciana assistiu a espetáculos por companhia dramática em que se exibiram artistas de nomeada, destacando a célebre cantora Italiana Candiani, que cantou, por diversas vezes, para os viscondes, barões a comendadores, num modesto prédio, recentemente demolido, sito à rua Domingos Mariano (esquina), ao lado oposto à Cadeia Pública.

 

No dia 4 de maio de 1868, foi lançada a pedra fundamental do edifício do então Teatro da Glória, as óperas “Favorita”, “Trovador”, “Guarani”. Compunha-se êsse edifício de dois pavimentos na parte da frente, com capacidade para 600 espectadores; sua platéia, em forma de ferradura, era com­posta de 200 poltronas, 22 frisas e 23 camarotes, além de espaçosa galeria. Êsse teatro teve a sua expressiva parcela na histórica propaganda republicana, quando nêle se fez ouvir a palavra de Silva Jardim.

 

No antigo Teatro da Glória, então iluminado a gás, além do auxilio dos lampeões belgas, realizou-se, em 23 de agôsto de 1869, imponente festival artístico, em que o genial pianista Gottschalk dera um concêrto memorável, a convite do Visconde de Pimentel.

 

Consoante se lê na “Gazeta de Valença”, em sua edição de 25 de janeiro de 1885: “Depois de grande interrupção, foram as portas do nosso teatro abertas para os belos espetáculos que nos proporcionou a Companhia Lírica Italiana, dirigida pelo distinto Professor Luiz Franciscolo, de passagem por esta cidade”. Segundo o mesmo jornal, foram levadas à cena, nessa ocasiao, no velho Teatro da Glória, as óperas “Favorita”, “Trovador”, “Guarani” e “Barbeiro de Sevilha”, ouvindo-se também, nos intervalos, o violoncelista Victoria Consigli e o Professor H. Boyer em oboé. A “Gazeta” conclui a sua nota assim: “A distinção com que foi acolhido êste gênero de espetáculos pela elite do público valenciano, convence-nos certamente de que esta cidade, por sua civilização e pelo bom gôsto de seus habitantes, oferece vasto campo às excursões artísticas de primeira ordem.”

 

Posteriormente, isto é em 1882, ainda no mesmo teatro, a atrizinha Gêma Cuniberti, de fama mundial, com oito anos de idade, dava, sob aplausos delirantes, uma série de espetáculos, a que assistiu tôda a velha nobreza de Valença. Tal foi o sucesso daquêles concertos que a filha da Baronesa da Vista Alegre, a menina Leocádia Pereira de Souza Barros, ofereceu à jovem artista um lindo e custoso anel de brilhantes.

 

Em 1o de janeiro de 1900, sob os auspícios da “Sociedade Musical Nova Aurora Valenciana”, o amador teatral José Joaquim Veloso Guimarães, o popular Zeca, fundou o corpo cênico “Nova Aurora , cujos primeiros espetáculos se realizaram no velho Teatro da Glória. O grêmio dramático registrou uma época de marcante sucesso artístico, e tinha como diretor Manoel Gomes Vieira e, ensaiador, José Guimarães, tomando parte no corpo cênico Athos da Silva Santos, Nhonhô Balloussier, Antônio Carlos de Araujo, Joaquim Carlos de Araujo, Cristóvão Barbosa Giesta Junior, Antônio Dantas Moreira e as amadoras Olga Machado e Nenem Cunha, tendo como “ponto” Lindolfo Martins e, como “contra-regra”, Heitor de Freitas Castro.

 

Em 1913, o velho Teatro da Glória era ocupado pela Companhia Dramática “Alzira Leal”, com o seu magnífico conjunto artístico, numa série de espetáculos diários.

 

  José Guimarães  

 

Nessa mesma época, mais ou menos, ainda no Teatro da Glória, o amador José Guimarães montava a primeira revista local, intitulada “Valença em tiras”, de sua autoria.

 

 

Em 1918, o maestro Brito Fernandes, diretor do trio bufo “Balbina-Milton-Terras”. apresentava, naquele teatro, uma série de revistas em dois atos, com excelentes arranjos musicais.

 

Em 27 de abril de 1919, fundava-se na cidade de Marquês de Valença, o Grêmio Dramático “Artur Azevedo”, então dirigido por Manoel Gomes Vieira, ao lado dos amadores José Guimarães e Antônio Dantas Moreira. Tomavam parte no corpo cênico o ator valenciano João José Teixeira (Jóca) e os amadores João José Cosati, José Leoni Iório e a srta. Jurací Pôrto.

 

Em 1924, o ator Alvaro Fonseca transporta para Valença, as grandes revistas dos teatros do Rio e apresenta a novidade dos números de cortina.

 

Em 1929, monta-se e é exibida, por três dias consecutivos, no Teatro da Glória, a revista de costumes locais, intitulada “A Princeza da Serra”, da autoria de José Guimarães e José Leoni Iório, sendo confiado o principal papel à atriz Balbina Milano. Os seus ensaios foram dirigidos pelo ator Pereira da Costa. Nessa revista tomaram parte todos os amadores locais.

 

No “Pavilhão Leoni”, de propriedade da Ven. Irmandade de N. S. da Glória de Valença, desde 1920, foram promovidos inúmeros festivais com os amadores locais, sob a direção de José Guimarães. Eram espetáculos, cujas rendas se destinavam às obras diocesanas, o que vem acontecendo atualmente sob os auspícios do “Grêmio Dramático José Guimaráes”, fundado em 15 de novembro de 1945, por José Leoni Iório e João José Cosati, o qual tem como presidente o antigo amador Cristóvão Barboza Giesta Junior. Tinha o grêmio, na estréia, formando seu corpo cênico, os amadores Iório, Cosati, Geraldo Pio, Ubirajara Araujo e as srtas. Lourdes Ribeiro, Isa Basilio, Hercília Resende, Romilda, Geralda e Terezinha Alves de Souza e Ivete Duboc, tendo como “contra-regra” Geraldo Guimarães.

 

O que foi o teatro de amadores em Valença, escreve Francisco Tiago (João da Terra), em uma de suas crônicas relativas à vida social de sua terra natal:

 

 “A organização do Grêmio Dramático “José Guimarães” aflorou a minha saudade e trouxe-me recordações muito agradáveis do tempo da “Nova Aurora”, de cujo grupo cênico era o Zéca o diretor, depois do saudoso Bertúcio Alvernaz, barbeiro nas horas vagas, excelente causeur, sempre jovial e brincalhaço. Saudade e recordação dos dramalhõees de capa e espada que junto representámos, com o Cristovinho e o Raul Giesta, os Gomes (Alfredinho e Capitão), e Dantas, o Joca, o Antonico e a Olga Machado, e quando o João Grijó soluçava na platéia e se assoava, ruidosamente, ao grande lenço vermelho, de limpar o rapé das ventas resfolegantes. Saudade e recordação das várias “companhias”, de artistas mais ou menos mambembes, que aqui aportavam, e nós os ajudávamos a cavar a vida.

 

 “Lembro-me de um casal Constantini, italianos, que apareceu cantando canções napolitanas, cuja mulher o Zéca fez representar a heroína de “O Dote”, de Artur Azevedo, ensinando-a, em oito dias, a falar português.

 

“Lembro-me dc uma certa Arminda “Lombriga”, que o Jóca empreitou, antes de ir fazer companhia ao Sebastião Arruda, em São Paulo. Lembro-me da Maria Béssa, boa camarada, camarada à béssa!...

 

“Lembro-me...

 

“Mas, lembro-me. também, que o gôsto pelo teatro e pela arte não nasceu com Zéca e Bertúcio. Vinha de mais longe. Quando começamos, já Isaura Teixeira, irmã do Jóca, era notável amadora. Poderia ter feito figura muito brilhante, ao lado de quaisquer artistas. Poderia ter seguido as pegadas de Clélia Iório, a qual, casando-se com artista, Aprígio de Oliveira, fez-se, ela própria, artista, das melhores, e correu todos êsses Brasís.

 

“Era o Zéca daquêles tempos recuados, quando os amadores, que nos antecederam, representavam peças maquinadas e musicadas, como “Milagres de Santo Antônio”, “Anjos do Inferno” e Pêra de Satanaz”, e dramalhões retumbantes, e quando Manoel Lourenço dos Santos, do qual ainda ai há descendentes, uns Paranhos, era o animador, o ensaiador, o maquinista, o cenógrafo.

 

“Era dêsse tempo um alfaiate, Boaventura Giesta, o qual, apesar de não saber ler, decorava muito bem os papéis e tinha-os sempre na “ponta da língua”. Não é à-toa, nem por acaso, que Cristovinho e Raul deram um cunho notável aos papéis de que se incumbiam! Coisas do sangue!...

 

“Antes da “descoberta” da Isaura, os papéis femininos eram desempenhados por um rapazote, muito bonito, muito mimoso, filho do Zéca Vieira, o Calú.

 

“Também já havia críticos e senso artístico. Os elogios do espetáculo vinham depois, escorrupichados, com todos os matadores, no jornal A Atualidade, único órgão de imprensa na época, de propriedade e redação de Custódio Antônio da Silva, mais propriamente “Custódio Barão”, como todos o conheciam, ou, ainda “Barão do Bacalhau”, jornal onde o David aprendeu a compor e a imprimir, pois que a A Atualidade foi para êle uma espécie de “casa da sogra”, de vez que o Barão foi seu primeiro sogro!...

 

“Mas, nem tudo as gazetas registram, razão por que o faço agora. O grupo “Manoel Lourenço” representava um dramalhão puxado à sustância. no qual os personagens apresentavam-se rigorosamentc vestidos: todos de casaca!...

 

“Dois espectadores, na platéia, comentavam. E um deles inquiria:

 

—“Onde, diabo, terão êles arranjado tanta casaca?

 

“Eis que atravessa a cena, a longas pernadas, metido numa sobrecasaca muito rabuda, o esguio e pernilongo Nicolau de Moura!

 

“E o outro:

 

—“Olhe, Artur, a mãe das casacas!”

 

CINEMA

Ali por volta de 1908, passa por Valença o português Matias Serra, exibindo, com o seu aparelho de cinema a gás acetileno, fitas naturais de 40 metros, além de ligeiras comédias e dramas em duas partes.

 

Em 1911, o velho Carlos Leal, antigo morador de Valença, instala no seu grande circo de cavalinhos um cinema, com exibições semanais. Foi êste o primeiro cinema montado cm Valença.

 

Mais tarde, José Guimarães, Domícío Ariosa e Martinho Franck montam o Cinema Pathé, no antigo Teatro da Glória.

 

Em 1916, por iniciativa de Pascoal Jannuzzi, exibem-se em Valença, os filmes americanos.

 

 

Em 1921, começa o cinema diário em Valença, patrocinado pela emprêsa Jannuzzi & Ielpo, no Cine-Roma, ainda no velho edifício do “Glória”. Com essa emprêsa os valencianos conheceram, em 1930, o cinema sonoro, Novas emprêsas vieram suceder a Jannuzzi & Ielpo. como Agostinho Menezes, Menezes & Cupelo, Francisco Cupelo, e, finalmente, a atual F. Cupelo & Cia. Ltda., proprietária do “Circuito Glória”, que compreende vários cinemas nos Estados do Rio, Minas e Rio Grande do Sul.

 

Com o desenvolvimento social de Valença, sentia-se a necessidade de uma confortável casa de diversões. Daí o haver Francisco Cupelo, apoiado pelo banqueiro dr. Gabriel Martins Vilela, formado a emprêsa F. Cupelo & Cia. Ltda., inaugurando, na cidade, em 28 de julho de 1938, o Cine-Teatro Glória, que, sem favor, é uma das mais modernas casas de diversões no interior fluminense.

 

                              Edifício do Cine-Teatro Glória, inaugurado em 1938

 

Localizado na Praça Visconde do Rio Prêto, o Cine-Teatro Glória apresenta elegante fachada. Suas vitrines, seu “hall”, as suas bilheterias, o bar e as duas largas escadarias que levam para o interior do teatro, formam um conjunto harmonioso. A platéia e o balcão apresentam linhas modernas. O palco, conquanto pequeno, oferece regular confôrto a artistas que porventura apareçam. A platéia tem capacidade para mais de 1.600 espectadores, afora o balcão, que comporta mais de 200 pessoas.

 

CORRIDAS DE CAVALOS E CAVALHADAS

Valença tem uma partícula significativa na distribuição das glórias do turfe, e, assim, se expressa o jornalista valenciano — F. Tiago (João da Terra):

 

“Rincão de vida simples, esta terra que, só a muito custo, vai agora aderindo à vida moderna das cidades barulhentas dos esportes e dos clubes abertos, ela teve, contudo, em seu seio, todos os reflexos da vida elegante da metrópole, e, senão permanentemente, aqui se davam rendez-vous, nas épocas de veraneio, altas personalidades do mundo oficial do Império e os fazendeiros ilustres, marqueses, barões, viscondes, que, com suas prósperas fazendas de café, estabeleciam o cinturão de ouro do município.

 

Assim, as tertúlias elegantes, sadias, cheias de nobres atrativos, também aqui tiveram o seu habitat.

 

Entre os ricos fazendeiros, dos mais próximos da cidade, recordamo-nos dos barões da Vista Alegre, os Souza Barros, dos quais ainda há remanescentes distintos, e de cuja fidalguia ainda há viva lembrança em nosso meio.

 

Desportista, turfman apaixonado, o barão da Vista Alegre mantinha, na Côrte, famosa coudelaria, a mais famosa e importante daquêles tempos, e aqui, na sua fazenda, próxima da estação de Chacrinha, a estação de repouso dos seus craques e de criação dos futuros espécimes que iriam, depois, levantar o entusiasmo dos fans do nobre esporte, então o esporte dos nobres, na Côrte. A fazenda, além das confortáveis instalações para os parelheiros, possuía uma pista de corridas, para o treinamento dos animais, e nela se instalavam, nos períodos de férias, o compositor (hoje chama-se “compositor” o antigo entraineur, o treinador), o velho uruguaio Santiago Villalba, e os seus ajudantes, alguns rapazes recrutados na própria fazenda e nas imediaçôes da antiga rua da Palha, rapazes que a generosidade do barão e o ôlho clínico do velho Santiago transferiam depois para o fausto da Côrte, transformando-os em cavalariços de cocheiras que se poderiam apelidar da reais, diante dos das fazendas. Um mulatinho franzino, que depois foi o jóquei Abel Vilalba, conquistou vários triunfos no Derby e no Jóquei, do Rio.

 

Com êsse pequeno redondel, os treinos famosos de não menos famosos parelheiros, como Aventureiro, Donna Stella, e outros que o barão os possuia dos melhores, ficou-nos, por algum tempo, o gôsto pelas “carreiras” de cavalos, e, à falta de “prados” apropriados, muitos dos nossos pangarés crioulos deram as suas corridinhas em pistas improvisadas no chão duro e batido das estradas. Era nas “Perobas”, na Glória, e alhures, que, de quando em quando, o nosso caipira astuto, possuindo um cavalinho mais ligeiro, assim como umas fumaças de um dezasseis de sangue nobre, ia deitar desafio para uma aposta, a outro roceiro, com iguais possibilidades, e, aos domingos, reuniam os “apaixonados”, fechavam-se as apostas, e os cavalinhos davam o galope.

 

De tempos menos recuados, há memória, ainda, de amantes de bons cavalos, que vez por outra, experimentavam a sua ligeireza e apostavam uns “cobres” nos seus cascos, como agora se faz uma no jacaré ou no porco. Tivemos um Hilário Prateado, na rua da Palha, que ajaezava os seus animais com grandes peças de prata nos cabeços da arriata, nos estribos, nas rédeas, na cabeçada; o Virgílio, -— o “roxo”, que manteve durante muitos anos, de parceria com o italiano Vicente Durante, uma cocheira de animais para aluguel; o Borba, dos cavalinhos malhados, árdegos, ligeiros, de boa figura. Ainda nos albores dêste século, aí por 1902, realizaram-se “carreiras” na antiga rua Nova. A pista estendia-se da esquina da rua São José, agora Nilo Peçanha, até à entrada para o cemitério novo, depois de vencido um pequeno lombo, após a chácara do Rosendo de Castro. Aí conquistou fama, pela sua invencibilidade, um cavalo prêto, de boa estampa, o Gurupi, de propriedade de Alfredo de Souza Gomes, um português abastado, progressista, bom, generoso, que aqui viveu longos anos e patrocinou, com a sua generosidade várias iniciativas.

 

Dos “aficionados”, que assistiam, ufanos, às vitórias do negro Curupí, levando um molequinho nas ancas, há, ainda, aqui, um bom número de pessoas, talvez com saudades daquelas rumorosas tardes domingueiras”.

 

Outra espécie de diversão — eram as “Cavalhadas” que, em Valença. alcançaram grande sucesso.

 

Em 1876, segundo registra a “História de Valença”, a senhora Umbelina Guião, então proprietária da antiga fazenda “Santa Rosa” — em cumprimento a uma promessa — fez realizar uma pomposa festa popular, em louvor ao Divino Espírito Santo, tradicionalmente festejado em Valença, a qual constou, principalmente, de “cavalhadas”, realizadas na extinta praça da estação da antiga E. F. União Valenciana.

 

Mediante licença concedida pela Câmara Municipal, mandou aquela dama fechar a referida praça por meio de taboado, fornecido pela sua própria fazenda, circundando-a de arquibancadas e palanques para as autoridades.

 

Êsse divertimento era constituído de dois “partidos” — “Cristãos” e “Mouros” — em que, adequadamente trajados, e cavalgando belos e fogosos animais, os “peões” disputavam prêmios que eram oferecidos pela festeira.

 

Êsses “partidos” se compunham de quarenta cidadãos, todos caracterizados, destacando-se, dentre eles, Heliodoro Antônio de Oliveira Duboc, Antônio Pedro da Rosa e os irmãos José e Joaquim da Silva Xavier.

 

Essa festa, que teve grande assistência, durou três dias consecutivos.

 

CLUBES RECREATIVOS

Antigamente Valença não possuia clubes dansantes. A sociedade valenciana se divertia na intimidade dos lares — tudo em família. Havia muita animação nas festas organizadas para comemorar-se um batizado ou um casamento, naquêle tempo em que Valença dormia à luz das estrêlas.

 

Não era sòmente a elite que se divertia em familia. Ainda estão na memoria de alguns valencianos antigos os animados bailes que se realizavam nos bairros do Carambita, Montedouro, Benfica e rua da Palha (Aparecida), nos quais pontificava a sanfona em mão de músicos de oreIhada, como o exímio João Medeiros, que tinha a concorrência de uns músicos da antiga banda do prêto Estanislau.

 

Antigamente, em Valença, no que diz respeito às festas sociais, havia união. Dizia-se até que “quem não era parente, era compadre”.

 

Há setenta anos atrás, havia, apenas, por tradição, bailes e festas intimas, como as que realizavam as famílias Inácio caboclo, no Montedouro, e Chico Medeiros, em Santa Cruz, que revezavam, em cada sábado, os lugares, ora no Montedouro, ora em Santa Cruz. Posteriormente, não menos famosas foram as reuniões dansantes promovidas pela prêta Benedita, no Montedouro, às quais comparecia a jeunesse dorée da época, atraida, sem dúvida, pelas suculentas galinhas assadas e gostoso doce de côco. -— como assinala Francisco Tiago em suas crônicas “No tempo do onça”.

 

Em 1871 a 1875, a cidade de Valença possuia quatro sociedades recreativas: Recreio Comercial”, “EstréIa do Sul”, “Guarani” e “Filarmônica”. Mais tarde, em 7 de maio de 1893. fundou-se, na cidade, o “Clube Recreativo de Valença”, por iniciativa dos cidadãos José Augusto Vieira Machado, João de Almeida Vieira, Frederico de la Vega, Antônio Rodrigues de Oliveira e outros, cuja soirée inaugural teve lugar no dia 4 de junho daquêle ano, nos salões do Hotel Central, em cima da atual Casa Mineira. Êsse clube era o ponto de reunião da elite valenciana, principalmente dos chefes políticos da época. Havia nêles jogos, leitura de jornais e perfídias político-partidánias... raramente bailes. Funcionou durante muitos anos. Sòmente em 1828 é que desapareceu, dando lugar à fundação, em sua substituição, do “Tenis Clube de Valença”, que teve vida efémera.

 

Em 2 de março de 1914, Armando de Almeida Ribeiro, Antônio Tavares Pereira e João José Tei­xeira (Jóca), fundaram a sociedade carnavalesca “Clube dos Democráticos Valencianos”.

 

Foi seu primeiro presidente o advogado Hiram de Almeida Kirck, tendo como companheiros de diretoria cap. Antônio Augusto Cardoso Figueira, Antônio Tavares Pereira, José Joaquim Veloso Guimarães, João José Teixeira, Angelo Aléssio, Cristóvão Barbosa Giesta Junior, Ciro de Medeiros e Luiz Vieira Pereira.

 

Recentemente, com a reforma dos estatutos, passou a denominar-se “Clube dos Democráticos de VaIença”.

 

No dia 12 de fevereiro de 1949, por iniciativa do seu atual presidente Francisco Trócoli — o maior benfeitor do veterano clube carnavalesco foi inaugurada, em memorável solenidade, sua nova sede social, condignamente instalada em confortável edifício próprio, em estilo de casa de campo, à Praça D. Pedro II (junto à Prefeitura), a cuja solenidade compareceram autoridades e grande número de associados e respectivas famílias. A nova sede do “Democráticos” possui um dos maiores salões de dansas, pois mede 220 m2, além de duas dependências, como sejam o bar, “toilette” para senhoras, tudo higiênicamente instalado.

 

A 16 de abril de 1922, por iniciativa de Anísio de Sales Montarroios, Alcebíades Joaquim Arêas e Armando de Almeida Ribeiro, fundou-se, em Valença, o “Clube dos Fenianos”, também com finalidades carnavalescas.

 

Foi seu primeiro presidente o saudoso dr. Osvaldo Augusto Terra. Desde 1947 estão suspensas, por falta de sede, as suas atividades sociais.

 

Mais tarde, fundou-se, em 28 de março de 1937, na cidade, o “Clube Recreativo 1o de Maio”, verificando-se sua festiva instalação em 1o de maio daquêle ano. A existência sempre animada dêsse clube deve-se, desde a sua fundação, ao seu incansável fundador Gumercindo de Oliveira.

 

CARNAVAL E "ENTRUDO"

O Carnaval é, no Brasil, a maior das diversões populares, e, apesar disso, nunca deixou de provocar os mais variados comentários. Eis como o poeta Arnaldo Nunes começa uma de suas crônicas sôbre o “Rei-Momo”: “ - é o filho da Noite, o deus pagão da zombaria, da pândega, da licenciosidade, do excesso, da loucura. Em vão os padres da igreja, hoje, como ontem, Tertuliano, São Cipriano, São Clemente de Alexandria e São João Crisóstomo, reprovam cáusticamente os incríveis desatinos humanos; em vão os puritanos de todos os tempos se erguem inflamados para fulminar a fraqueza com que tanta gente boa se atira e mergulha nas tentações dêsse abismo insondável. Será um mal, não há dúvida, mas humano. Uma emergência inevitável, um apêlo incontido, um desabafo, uma explosão do instinto, em busca de um instante de plena liberdade, sem peia alguma. E’ a máscara do carnavalesco que encobre o indivíduo, para desmascarar a alma da coletividade...”

 

Apesar disso, os principais responsáveis pelo destino dos povos nunca foram os mais discretos. Há um decassílabo de Domingos de Magalhães: — “Nasce de cima a evolução dos povos” — que o poeta várias vezes teve parodiado —— “Nasce de cima a corrupção dos povos” — Vejamos em rápida pincelada: — “Carlos VI gostava dos bailes de máscaras que começaram em sua época, tendo sido êsse rei leviano morto em um dêles, fantasiado de urso. As mulheres da côrte de Francisco I foram as que primeiramente adotaram as máscaras loups, que eram de veludo e forradas de tafetá branco. O reinado de Henrique III vulgarizou definitivamente a máscara: os cortezãos, como as damas, usavam Ioups, e o próprio Henrique III dormia até com sua máscara untada, por dentro, com pomada de alvaiade.

 

No dia do entrudo de 1583, saiu o rei com os favoritos, todos mascarados, em passeata pelas ruas de Paris. No tempo de Henrique IV só os fidalgos e as donzelas nobres tinham o privilégio de usar máscara. Pela época de Luiz XIII, entretanto, caiu em desuso a máscara, tão longe iam os excessos; eté que enfim, a Revolução proscreveu as festas carnavalescas, para ser restabelecida em 1799, a liberdade da máscara”.

 

Aí temos uma pequena mostra do máu exemplo oficial. Entre nós -— comenta Vieira Fazenda: -—“Em tempos mais próximos, o “entrudo” tocou ao seu auge por vir o exemplo de cima: o primeiro imperador — dizem —— era louco por uma brincadeira. O segundo seguiu-lhe as pegadas e conforme conta o dr. Rafford, em seu trabalho — “Pessoas e coisas do Brasil” — o Paço de S. Cristóvão tornava-se teatro de lutas em que tomavam parte o jovem soberano, seus camaristas e seus augustos irmãos. Já velho, quando em Petrópolis, era alvejado pelos mimosos limões de cheiro, atirados por donas e donzelas. Chegava ao palácio molhado como um pinto”.

 

O exemplo de cima havia de influir sôbre a população da Capital; havia de irradiar-se pelo interior; não podia deixar de vir até Valença. E, em Valença, se implantou desde os seus primórdios.

 

Os maiores excessos foram os do entrudo, que resistiu por muito tempo, tendo desaparecido há cêrca de quarenta anos, graças à evolução social e as precauções da policia. O Carnaval de Valença era, mais ou menos, como o de todo o interior do país, destacando-se, aqui e ali, por certas predileções locais.

 

No início do ano, um grupo de foliões, formando o bando do Zé Pereira, anunciava à cidade o próximo Carnaval. Êsse Zé Pereira se compunha de um grande estandarte luminoso, seguido de inúmeras lanternas multicores, empunhado pelos rapazes. Atrás do estandarte, um bombo e algumas baterias enchiam o ambiente com o seu barulho característico, para glória dos brincalhões e imprecaçôes dos neurastênicos e reumáticos. Era uma passeata semanal, quase sempre aos sábados, à noite, antes da entrada triunfal do Rei Momo.

 

                     E o “entrudo” começava logo com a bacia d’água!...  

 

Embora essas grandes festas constituíssem já um hábito valenciano, só em 1880 Valença viu, de fato, o Carnaval com carros de crítica e préstitos alegóricos, em geral bem apresentados, e, porisso mesmo, muito bem acolhidos. O “entrudo”, com todos os seus exageros, não deixou de ter, em Valença, a sua popularidade. Baldes, jarros, bacias, latas de água eram atirados, inesperadamente, sôbre os transeuntes distraídos. A preocupação máxima, nos três dias de Carnaval, era evitar as surpresas que surgiam a cada passo: — as rajadas de água que vinham das janelas, portas, portões, sôbre a vitima descuidada. De par com esse, um outro brinquedo muito “delicado” fazia o encanto dos foliões — o pó-de-sapato para os rostos brancos, e a farinha de trigo para as caras prêtas, brincadeira amável que quase sempre acabava em pancadaria grossa...

 

Menos violentos, eram, de uso mais comum, os “repuxos” ou os “esguichos”, uma espécie de seringas feitas de gomos de bambú ou de fôlha de Flandres, cujo jato d’água era impulsionado por uma bucha de pano, petrecho êsse conduzido sob o paletó ou dentro da manga do casaco, O “esguicho” alcançava distâncias apreciáveis, e, frequentemente, se ouviam nas sacadas, nas escadarias e nas ruas, gritos, protestos, gargalhadas e zombaria, quando era atingido o alvo desejado, Era uma verdadeira “guerra”, ofensivas, defensivas e desforras por todos os cantos da cidade e até mesmo nos estabelecimentos comerciais e residências invadidos. Era de ver pelas ruas, sob a algazarra das vaias e trotes, criaturas de tôdas as classes, molhadinhas...

 

 

Entre a gente simples, o brinquedo era mais violento: — pegavam as vítimas à fôrça e levavam-nas sob os chafarízes públicos, onda lhes davam um banho em regra!...

 

O vendedor de “limões de cheiro”

 

Em compensação, havia, também, o uso menos bruto dos “limões de cheiro” ou “laranjinhas”, feitos de cêra, que variavam da água pura ao melhor perfume, do mais simples ao mais enfeitado, vendidos em taboleiros, por molecotes, ao preço de 20 a 200 réis cada um. Êsses “limões de cheiro” ou “laranjinhas”, que variavam também do tamanho de um ovo de pombo a uma bola de bilhar, eram fabricados em fôrmas de madeira, em cujo interior, por um orifício, se derramava a cêra derretida, agitando-a em varios sentidos para formar a película aderida à madeira, e depois de fria, pelo mesmo orifício se injetava a água ou o perfume, obturando-o, em seguida, com cêra quente. Quando não se tinham à mão as tais fôrmas de madeira, empregavam-se, com o mesmo resultado, duas campainhas de despertador.

 

 

Mais tarde, êsses “limões” e “repuxos” foram substituidos pelos «revólveres” (cabo de borracha e cano de alumínio) e pelos “relógios” (bisnagas redondas, também de alumínio), que se enchiam repetidamente de água ou perfume — precursores do moderno lança-perfume. Era já o Carnaval que se “civilizava”...

 

No tempo do entrudo e até mesmo bem depois do comêço dêste século, os folguedos iam de manhã até alta noite, mas apenas durante os tres dias consagrados à Folia. Não havia, então, como agora, o sábado da véspera, que já é de pleno carnaval. Mascarados, havia-os sempre muitos e a crítica mordaz era a nota de maior popularidade. As casas comerciais, como, principalmente, as antigas “Casa Sampaio” e “Casa Mineira” - requintavam no mais completo estoque de artigos carnavalescos: — máscaras de todos os tipos, fantasias, confetti, bisnagas, serpentinas, etc. Marcaram época, na critica, leve e feliz, irônica e espirituosa, mas jamais agressiva, os inveterados boêmios Júlio Furtado de Mendonça, Alcebíades Arêias, Antônio Tavares Pereira, Antônio Veloso Guimarães, Salvador Jannuzzi, Petito de Mendenga, João Teixeira e outros. Apesar da relativa moderação, a polícia sempre intervinha, com prudência, para evitar os excessos. Os préstitos de crítica e alegoria, puxados por garbosa “guarda de honra”, na terça-feira gorda, constituíam, principalmente ao tempo do capitalista Alfredo Gomes, a maior atração do Carnaval de rua. Aos realmente notáveis cenógrafos Manoel Lourenço e Molinari, sucedeu Armando Ribeiro, menos artista, mas, em verdade, inspirado e quase fanático carnavalesco. Ricos e luxuosos uns, bens lançados outros, os carros: berrantes êstes, pelas côres e adornos: encantadores aquêles, pela delicadeza da arte e pelo sorriso que as jovens familiares atiravam, de cada carro, à multidão que enchia as ruas — eram o arremate pomposo do Carnaval externo. De todos os carros atiravam-se ao público, em profusão, avulsos de várias côres, com versos alusivos, já que não faltava, em Valença, a musa a inspirar o grande poeta F. P. Monteiro de Barros, o dr. Salvestrino e o Nunes “barbeiro” (João Rodrigues Nunes).

   

                              

                                         A troca de “limões” divertia a cidade

 

Dessa “turma”, pela primeira década dêste século, restava Armando Ribeiro, que atraiu à liça novos “batalhadores” como, principalmente, o maestro e ator Brito Fernandes; e então, com dois clubes, — aquêle com os “Democráticos”, e êste com os “Fenianos”, reergueram do ligeiro letardo o carnaval valenciano, embora já sem aquêle cunho de outrora. A primeira “pugna” entre os dois marcou época. Cada qual se esforçou como pôde, e o que perdeu, em finura e arte, para o passado, ganhou em número, em vistosidade.

 

 

 

A tradicional rua dos Mineiros era o ponto de convergência e onde o julgamento público decidia da vitória. A “guarda de honra” esteve últimamente a cargo dos “convencidos” foliões Nenem Calmon, Antero de Carvalho e João Teixeira, que cavalgavam ginetes escolhidos e bem adornados, com largos mantos de fantasia, até quase às patas, lanças em punho e à frente do cortejo, com os seus clarins. A retaguarda, num trole puxado por dois ou quatro cavalos brancos, enfeitados de plumas, iam os diretores do clube respectivo, de cartola, fraque e calças brancas. Uma miniatura bem cuidada, já se vê, dos préstitos cariocas. Na atualidade, o carnaval externo, como em tôda e parte, vai desaparecendo. Hoje, o que se vê nas três noites consagradas a Momo é, apenas passeata de povo pelas ruas centrais da cidade onde, de quando em vez, surgem os “cordões”, os “blocos” e os foliões avulsos, sem aquela graça dos mascarados antigos.

 

Em contraste com os aspectos rudes do entrudo e aIgumas outras manifestações menos louváveis do Carnaval de rua, os bailes de antanho, no velho Teatro da Glória, como os do “Clube Recreativo” — expressão máxima da elite valenciana — primavam sempre pela elegância social, sem as explosões ridículas dos excessos instintivos. Êsses bailes tomaram incremento, em Valença, por volta de 1846, logo que a atriz italiana Del Mastro, cantora e carnavalesca de fama, inoculara, nos cariocas, o gôsto pelos bailes de máscaras.

 

No Teatro da Glória, o maior do Estado do Rio àquêle tempo, depois de sobreposto um assoalho à platéia, nivelando-a ao palco, aí se realizavam os retumbantes bailes de máscaras. No amplo salão do pavimento superior, à frente do teatro, tinham lugar os bailes dos não mascarados, únicamente para as famílias. O acesso a essas partes superiores do teatro era vedado aos máscaras, porque privativas das famílias que dispunham, ainda, dos camarotes e das galerias não só para descanso como para assistir às dansas dos foliões, em baixo. Os máscaras, por sua vez, além do imenso salão improvisado para os bailes populares, dispunham, além do saguão de entrada, da enorme “caixa” do teatro, por onde encontravam “bars” e balcões com artigos carnavalescos e cadeiras e mezinhas...

 

De quando em quando, no salão de máscaras, surgia, entre a multidão suarenta, um “grupo” mais original, que era, então, recebido com palmas e dos camarotes desciam, em profusão, os confetti e as serpentinas. Naquele tempo, as dansas prediletas eram o “chôro”, o maxixe, o samba e a valsa.

 

 

Se no salão familiar havia luxo, o dos mascarados não ficava atrás, nunca passando o seu maior excesso de um ligeiro decote... Êsses bailes ainda hoje são lembrados com entusiasmo, tão funda impressão deixaram no povo valenciano.

 

O Carnaval de hoje está muito mudado. E’ que tudo cansa e a necessidade de novas sensações impele a outras modalidades de diverti­mentos...

 

Em Marquês de Valença, na atualidade, o Carnaval interno se restringe a grandes bailes à fantasia, nos clubes dos “Democráticos”, “Coroados e “1o de Maio”, bem como em salões improvisados, para onde se movimenta quase tôda a cidade, até altas horas da noite.

FUTEBOL

Em 1912, num casual encontro entre Benjamin de Morais, antigo jogador do “América F. C. e do “S. Cristóvão’, do Rio, e Deodato Diniz, também amante do esporte bretão, e outros rapazes da época, surgiu, entre êles, a idéia da fundação, na cidade de Marquês de Valença, de um clube de futebol. E a idéia teve logo repercussão e maior animação motivada, ainda, pela transferência de residência do sportman Morais, para Marquês de Valença, e tomou vulto, dela se originando a reunião promovida pelos desportistas acima mencionados, presentes Manoel da Silva Gaspar, João José Cosati, Ciro de la Vega, Melquíades de Almeida, Pascoal Jannuzzi, Reginaldo Ramos, Arlindo Ramos e outros. Nessa reunião, realizada na redação do antigo jornal “Comarca de Valença”, instalada à rua Saldanha Marinho, foi fundado o “Sport Club Valenciano”, cuja comissão de fundação teve como seu presidente Manoel da Silva Gaspar.

 

                                                                 Benjamin de Morais  

 

O sportman Benjamin de Morais foi, sem dúvida, o pioneiro do futebol em Marquês de Vaiença. Arregimentou a mocidade e a cidade começou a viver as suas magníficas tardes esportivas, na antiga praça da Alegria (atual Conde de Baependí), onde se verificaram interessantes partidas. Morais destacou-se como um dos melhores keepers do Estado do Rio, embora sua posição definitiva fosse a de back.  

 

Em 1914, ano em que o futebol alcançou sua maior animação, a vida esportiva de Marquês de Valença teve pleno êxito, quando da memorável partida amistosa entre o “Sport Club Valenciano” e o invencível combinado do antigo colégio “Ateneu Valenciano”, em comemoração a visita oficial do então presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca, e dr. Paulo de Frontin, (então diretor da Central do Brasil, que, em Marquês de Valença, presidiram a inauguração da nova estação ferroviária, depósito e oficinas daquela estrada, bem como do busto do dr. Paulo de Frontin, na praça do mesmo nome, em homenagem e gratidão àquêle ilustre e saudoso engenheiro que tanto trabalhou pela encampação da antiga estrada de ferro “União Valenciana” à Central do Brasil. Após o jôgo, presentes aquelas autoridades e tôdas as classes sociais valencianas, foi Benjamin de Morais alvo de significativos aplausos, tendo recebido, pessoalmente, daquelas altas personalidades, expressivos cumprimentos, pela sua atuação no cam

Mais tarde, o “Sport CIub Valenciano”, tendo na presidência o dr. Savério Vito Pentagna, adquiriu fama invulgar, e as suas memoráveis pugnas com fortes conjuntos cariocas marcaram interminável série de vitórias, dentro e fora do município, assinalando assim o mais brilhante período esportivo de Marquês de Valença.

 

Na antiga Vila de Desengano, atual Barão de Juparanã, surgiu, em 1013, por iniciativa de David Mário Esteves, o “Juparanaense Sport Club”, que teve vida efêmera.

 

Mais tarde, depois de um período de calma esportiva, a cidade de Marquês de Valença animou-se novamente, e o esporte bretão ressurgiu, com a fundação, em 5 de janeiro de 1930, por iniciativa de João José da Silva, Sebastião Hipólito Nascimento, Fernando Melo, Orestes Figueira, Herval Lopes, Edson Giesta, Waldemiro Faria e outros — do Sport Club Benfica”, hoje possuidor, no bairro do mesmo nome, de um campo dotado de farta iluminação elétrica -— o Estádio “Dr. Humberto Pentagna” — em homenagem ao seu primeiro presidente. Seu atual presidente: dr. Ângelo Pinheiro Bittencourt.

 

Em 15 de agôsto de 1935, fundou-se o “Avenidense F. C.”, instalado em campo arrendado, estando atualmente na sua presidência Osmar Pascoal da Silva.

 

O “Central Ferroviário Clube” foi fundado em 1o de maio de 1936, por iniciativa de animados ferroviários da Central do Brasil. Êste clube teve existência durante cêrca de três anos.

 

O “Esporte Clube Barroso”, instalado no bairro do mesmo nome, foi fundado em 14 de março de 1937, o qual, tendo como seu atual presidente, Euzébio de Almeida, possui praça de esportes que tem a denominação de “Estádio Jaime Brandão”, em homenagem a um dos seus fundadores.

 

O “Monte D’Ouro F. C.” foi fundado em 5 de julho de 1937 e tem como seu presidente Ubirajara Sampaio Araujo.

 

Em 5 de dezembro de 1937, ano em que o futebol de novo se animou em Marquês de Valença, por iniciativa dos antigos associados do extinto “Sport Club Valenciano”, fundou-se o “Valenciano Atlético Clube”, que possui espaçosa praça de esportes, com arquibancadas em concreto, à qual foi dado o nome de “Estádio Nêna”, em homenagem a Nelson Fernandes Pentagna, amador devotado e que faleceu em consequência de desastre numa de suas excursões. E’ seu presidente Alberto Mouffron.

 

Em 8 de julho de 1938, instala-se na sede municipal, a “Liga Atlética Valenciana”, atualmente denominada “Liga Valenciana de Desportos”, subordinada à “Federação Fluminense de Desportos”, à qual se acham filiados os clubes de Marquês de Valença.

 

Em 5 de novembro de 1938, surge na cidade o “Tração F. C.”, que teve vida curta.

 

Em 1o de maio de 1939, alguns elementos do antigo “Central Ferroviário Clube”, tendo à frente o dr. Osvaldo Fonseca, deram aos seus antigos estatutos nova orientação social, passando o clube a chamar-se “Clube dos Coroados”, que congrega tôdas as classes sociais, mesmo os antigos elementos ferroviários. Está instalado, em sua sede própria, à rua Dr. Oliveira Figueiredo, onde se encontra o “Estádio Dr. Osvaldo Fonseca”, com as suas quadras para basquet, vôlei, tenis, etc. E’ seu presidente o dr. Durval Passos de Melo.

 

O “Fluminense F. C.”, fundado na cidade, em 9 de março de 1940, foi mais uma organização que pouco durou.

 

Na vila de Santa Izabel do Rio Prêto surgiu, em 1941, o “Izabelense F. C.”’ que anima o esporte naquêle trecho da Rêde Mineira de Viação.

 

Em 1946 aparece, na vila de Barão de Juparanã, o “Desengano F. C.” e, finalmente, o “Social Olímpico Ferroviário de Marquês de Valença” surge, nesta cidade, por iniciativa exclusiva de ferroviários, em 1947, tendo, atualmente, como presidente, o dr. Rui da Costa Maia.

 

 

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