Valença de Ontem e de Hoje

CAPÍTULO 7

ASPECTOS SOCIAIS 

SAÚDE PÚBLICA E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

PARTE 1

Clicar sobre os títulos a seguir para ir direto ao assunto:

Epidemias

Assistência Hospitalar

Postos de Saúde

Associações de Beneficiência Mutuaria

Asilos e Recolhimentos

Organizações Trabalhistas e de Classe

Cooperativas

Outras Organizações

EPIDEMIAS

Em 1832, Valença atravessava um período de sérias apreensões, dado o violento surto epidêmicó da varíola, que atacava, de preferência, as pessoas pobres.  

Antes da construção do “lazareto”, havia uma pequena casa que servia para recolher os bexiguentos, outrora existente na encosta do morro do “Benfica”. Em 8 de outubro de 1832, graças à iniciativa do comendador Silveira Vargas, então presidente da Câmara, tornou-se obrigatória a vacina contra a varíola, recebida, no município, sem repulsa. E’ curioso realçar o espírito de visão que dominava os valencianos, si o compararmos com o movimento armado levado a efeito contra a vacina obrigatória, no Rio de Janeiro, em 1906.  

Em 1855, constituiu-se a primeira comissão sanitária da Vila de Valença, composta do delegado de polícia dr. Antônio da Cunha Cavalcanti de Albuquerque e Melo, do presidente da Câmara dr. Manoel Antônio Fernandes, do provedor da Santa Casa dr. Joaquim Saldanha Marinho e dos cirurgiões Francisco Antônio de Souza Nunes e Carlos José Cardoso. Em 29 de setembro dêsse ano, a Santa Casa da Misericórdia criava uma caixa de socorros, amparada pelos fazendeiros e capitalistas do município, os quais ofereciam recursos para atender às necessidades dos indigentes atacados da epidemia.  

A referida comissão encarregou os subdelegados de polícia das freguesias de procurarem casas em que se instalassem enfermarias de emergência.  

Ainda nêsse mesmo ano, verificaram-se muitos casos de cólera morbus, observando-se maior número de falecimentos entre os escravos.  

Na Santa Casa, foi preparada uma enfermaria especial para os coléricos; outra, na Casa da Câmara, para cuja instalação ofereceu o vereador Antônio Carlos Ferreira a roupa de cama necessária, oferecendo o comendador Agostinho José Vieira os colchões.  

Em 7 de janeiro de 1856, a Câmara solicitava do govêrno providências no sentido de que fossem enviados à Valença médicos e dois enfermeiros, bem como uma irmã de caridade, em vista de haver surgido no município a cólera morbus.

 

Em 1864, intensificou-se a vacinação contra o mal variólico, tendo sido designados, para êsse serviço, pela Câmara, os médicos Augusto Calmon de Siqueira e Luiz Alves de Souza Lopes, para procederem à vacinação, todos os domingos, da população local. Ainda, com relação à epidemia de cólera morbus, tão ameaçadora para o município, a Câmara Municipal nomeou, em 9 de maio de 1867, uma comissão constituída dos cidadãos Pedro Moreno de Alagão, José Francisco de Araujo Silva e comdor. Agostinho José Vieira, para preparar uma casa com as instalações necessárias ao recolhimento e tratamento das pessoas acometidas do mal, prestando-lhes tôda assistência aconselhável. Para auxiliar essa comissão, a Câmara nomeou os drs. Francisco Antônio de Souza Nunes e Augusto Calmon de Siqueira, a fim de designarem o lugar mais apropriado para a instalação de um pequeno hospital de emergência.

 

Em 1872, novamente a varíola invadia a cidade, e mereceram a gratidão pública, pelos relevantes serviços prestados à coletividade, os facultativos José Vieira dos Santos e Henrique José de Matos. O médico Manoel Antônio Fernandes cedia, gratuitamente, uma casa para recolher os enfermos, e o vigário Luiz Alves dos Santos organizava uma subscrição popular para socorrer os pobres atacados do mal.

 

Em junho de 1892, a Câmara, sob a presidência de Antônio Leite Pinto, aprovava um voto de louvor ao médico Guilherme Alberto Neves Milward pelos serviços prestados à população da vila de Santa Izabel do Rio Prêto, por ocasião da epidemia da febre amarela.

 

Valença muito deve ao dr. Francisco Júlio Xavier, o médico da pobreza, que foi de uma abnegação incalculável durante a última epidemia da febre amarela. Filho do grande patriarca da medicina no Brasil o velho dr. Xavier, nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de fevereiro de 1849, vindo a residir em Valença por mais de 20 anos. Ainda perdura na memória de antigos valencianos o que foi a obra de assistência médica do popular dr. Júlio Xavier, assistindo aos que padeciam, na sua medicina de bondade, de fraternidade e de desinterêsse. Daí a justiça do povo valenciano, agradecido, perpetuando-lhe a memória num dos logradouros públicos da cidade, com uma placa com seu sempre lembrado nome.

 

 

                                                                                                  Dr. Júlio Xavier

 

Ainda, no mesmo ano de 1892, irrompeu, no antigo povoado de Desengano (atual Barão de Juparanã), a epidemia da febre amarela, muito tendo trabalhado, para combatê-la, o médico Pedro Corrêa de Macedo. Aí, o mal foi debelado imediatamente.

 

Ao lado esquerdo da antiga estrada que corta o bairro do “Barroso”, na cidade de Valença, em terreno adquirido pela Municipalidade, em 11 de junho de 1895, levantava-se o edifício do velho “Lazareto”, inaugurado em 1896, com acomodações próprias. De um só pavimento, o edifício era amplo e dispunha de 12 compartimentos, todos com água encanada. Ocupava uma área de 403 m2.

 

Em meiados de março de 1899, chegava ao conhecimento da Câmara que o antigo povoado de Desengano fôra invadido, novamente, agora com mais intensidade, pela epidemia da febre amarela, constatando-se, em junho dêsse mesmo ano, a existência de 101 doentes atacados do mal, dos quais, 10 vieram a falecer. Em novembro seguinte, surge, novamente, nêsse mesmo povoado, a varíola, com raríssimos casos fatais.  

Dr. Ernesto Cunha  

Relevantes serviços profissionais prestou, em Valença, o dr. Ernesto da Cunha, chefe de tradicional família valenciana e figura de real prestígio que gozava da simpatia popular. Foi um verdadeiro apóstolo na defesa  da saúde do pobre.

 

Em 1903, na vila de Conservatória, a febre amarela fez algumas vítimas, prestando serviços de assistência médica, o dr. Antônio Milward de Azevedo.

 

No ano seguinte, em vários pontos do município, reapareceram casos de varíola, tendo a Câmara providenciado imediatas medidas.

 

A febre amarela, agora, benigna, preocupa, em Desengano, a população, pois, decorridos vários anos, só em 1912 é que ela reaparecia. A varíola, em 1913, ainda ceifou algumas vidas na sede do município. À frente do corpo clínico estavam os drs. Eugênio de Souza Nunes e Nicolau Abramo, com ótimos serviços prestados na debelação do mal e à saúde pública. Em 1914, irrompe, no 1o distrito, violenta epidemia de varíola, predominando nas fazendas de “Santa Catarina” e “Velha”, mas, desta vez, não foi assinalada aí a sua passagem com casos fatais, não obstante o número elevado de acometidos e a violência com que reapareceu.

 

Em 1918, como em tôda a parte do país, a gripe espanhola, funesta consequência da Grande Guerra, levou para o leito inúmeras pessoas e não foi pequeno o número de casos fatais, apesar da pronta e assídua assistência do govêrno municipal e dos facultativos locais.

 

ASSISTÊNCIA HOSPITALAR

Santa Casa da Misericórdia Cêrca de três anos antes da fundação oficial do hospital da Santa Casa da Misericórdia de Valença, isto é em 1835 funcionava, na então vila de Valença, uma enfermaria de emergência, para doentes, declaradamente pobres, dirigida pelo comendador João Batista de Araujo Leite, e mantida à sua própria custa, tendo, também, o auxilio dos fazendeiros Joaquim Pinheiro de Souza, Manoel do Nascimento de Jesus e Francisco Martins Pimentel. A convite do comendador Araujo Leite, o conde de Baependí, dado o seu prestígio, tomou imediatas providências, no sentido de fundar, na vila, um estabelecimento de caridade, convidando, para isso, alguns de seus inumeros amigos.

 

A 2 de julho de 1838, fundou-se, na então vila de Valença, a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Valença. Segundo o seu primeiro estatuto, êsse estabelecimento de caridade tinha por finalidade “o louvável fim de curar, no seu hospital, os enfermos necessitados, tratar da criação dos expostos, socorrer os pobres encarcerados e dotar os órfãos pobres.”

 

Em comemoração à data do aniversário natalício de S. M. D. Pedro II, teve lugar, no dia 2 de dezembro de 1838, a inauguração do primeiro hospital da Santa Casa da Misericórdia de Valença, instalado, provisòriamente, em um prédio alugado, de propriedade de Manoel Paes de Vasconcelos, na rua Conde de Valença. Sòmente a caridade pública mantinha o hospital, a par do zêlo permanente dos mesários, além dos serviços gratuitos do cirurgião Casemiro Lúcio de Azeredo e do médico José Leopoldino Gamard, bem como do boticário Josué Antônio de Queiroz, que fornecia medicamentos gratuitamente.

 

Foram fundadores da Santa Casa da Misericórdia de Valença: Visconde de Baependi, depois conde do mesmo título provedor; dr. José Ildefonso de Souza Ramos, depois visconde de Jaguarí escrivão; José Teixeira da Silva tesoureiro; comendador João Batista de Araujo Leite procurador; e conselheiros: Tenente-coronel Herculano Furtado de Mendonca, major José da Silveira Vargas, padre João Joaquim Ferreira de Aguiar, vigário Joaquim Cláudio Viana das Chagas, José Alvares Pinto, Anastácio Leite Ribeiro e João Pinheiro de Souza.

 

O hospital se manteve, por muito tempo, à custa de mesários de todas as crenças religiosas.

 

Em 1842, com o saldo da subscrição promovida para sustento das fôrças encarregadas de sufocar a revolução que rebentara, naquêle ano, na antiga Província de Minas Gerais, comprou a Irmandade da Santa Casa dois prédios na antiga rua Voluntários da Pátria, atual D. André Arcoverde, para onde mudou o seu primitivo hospital e nêles funcionou até à instalação definitiva, no atual edifício, à Praça Balbina Fonseca, antiga da Misericórdia.

                                                                Santa Casa da Misericórdia de Valença

Em 1850, o então provedor José da Silveira Vargas propôs, em reunião da Mesa, que se nomeasse uma comissão para promover uma subscrição, a fim de dar-se comêço à edificação do atual hospital, com acomodações suficientes para os doentes, expostos e capela, sendo, nessa ocasião, nomeada a comissão que ficou composta do próprio provedor Silveira Vargas, do dr. Joaquim Saldanha Marinho, João Damasceno Ferreira e José Bandeira Viana, os quais agenciaram quantia superior a vinte mil cruzeiros.

 

A êsse tempo, começou o govêrno da antiga Província do Rio de Janeiro a contribuir com algumas quantias para êsse hospital. Com o produto de loterias, esmolas e donativos, reconstruía-se o edifício com uma capela, enfermaria para ambos os sexos, cômodos para empregados e salão para sessões da Irmandade. Trasladou-se o hospital, para o atual edifício, em 1857, sendo, nessa época, provedor o dr. Joaquim Saldanha Marinho, a cujo zêlo e boa direção se deve a conclusão do velho edifício da Praça Balbina Fonseca.

 

Sucedeu a Saldanha Marinho, na provedoria, o major Antônio Leite Pinto, que promoveu uma subscrição que rendeu cêrca de trinta mil cruzeiros, destinados a formar um patrimônio para o estabelecimento, de forma que passou a ser mantido com os rendimentos dessa quantia e com o produto de loterias que, anualmente, se extraiam para a manutenção das casas de caridade da então Província do Rio de Janeiro.

 

Sucedeu ao major Leite Pinto, na provedoria da Santa Casa, o Visconde do Rio Prêto, que encheu de benefícios aquela casa de caridade, com donativos de grande valor, tanto para a sua manutenção, como para as obras de que necessitava o edifício, promovendo festividades, no que era coadjuvado pelo então escrivão da Irmandade José Francisco de Araujo Silva, tabelião.

 

O hospital da Santa Casa da Misericórdia de Valença é um edifício amplo, de um só pavimento, construído de pedra e cal, e satisfaz, plenamente, tôdas as condições higiênicas, dotado de moderna sala de operações, de excelente aparelho de Raios X, de quartos particulares, enfermarias para ambos os sexos, lavanderia elétrica, farmácia, sala do banco, capela (de Santa Izabel), além de espaçoso páteo onde se encontra o necrotério.

 

O patrimônio da Santa Casa, em 1920, constava de cento e quarenta e uma apólices da Dívida Pública Nacional, do valor de mil cruzeiros cada uma; uma de quinhentos cruzeiros e três de duzentos cruzeiros cada uma, além de 43 apólices de mil cruzeiros cada uma e mais quatro de duzentos cruzeiros, pertencentes ao extinto Asilo das Meninas Desvalidas. Ultimamente, por testamento, foram feitas as seguintes doações: Cr$ 100.000,00, doação de D. Maria Amélia d’Azevedo, neta do Visconde do Rio Prêto, e Cr$ 60.000,00, doação de João Batista Vieira. O comendador José Fonseca fez doação, à Santa Casa, da importância de Cr$ 1.100.000,00, em obrigações de guerra, destinada à manutenção do Dispensário “José Fonseca” (para tuberculosos).

 

Em 1893, segundo as estatísticas da época, o efetivo de doentes era de 70 a 80, diàriamente. Nêsse ano, a Câmara Municipal criou o imposto de 10% adicional sôbre todos os impostos, para a manutenção do hospital, e, em 1.895, ficou êle isento do pagamento de quaisquer impostos. O referido imposto de 10%, concedido pela Câmara Municipal, produzia, então, de 10 a 12 mil cruzeiros anuais, tendo, porém, mais tarde, a Câmara substituido essa quota por uma subvenção anual, inferior, embora continuando a arrecadar os 10% adicionais. O Estado, que também concorria com uma quota anual, tirada do seu orçamento, suspendeu, na mesma ocasião, êsse auxílio.

 

Tornava-se, assim, gravíssima a situação do hospital, já pela diminuição de suas rendas, já pela dificuldade em encontrar quem quisesse exercer o cargo de provedor, sem sacrificar-se, pelo que a administração de 1902-1904, que foi totalmente reeleita para o ano seguinte e da qual era provedor o dr. Henrique Graça, juiz de Direito da Comarca, tratou de tomar providências no sentido de sanar êsse mal, pois, por falta de recursos, estava o hospital ameaçado de fechar suas portas, com um débito já superior a 29 mil cruzeiros. Com o produto de subvenções, esmolas e muita economia, conseguira a administração cobrir o referido débito.  

Quando provedor da Santa Casa, em 1911, o coronel Frederico Sôto de la Vega, uma comissão, constituida dêste e de mais quatro cavalheiros valencianos, se dirigiu ao comendador Antônio Jannuzzi, conhecido construtor italiano, então residente em Valença com sua família, convidando-o para ser sócio daquela pia instituição. O comendador Jannuzzi fez notar a impossibilidade de aceder àquêle convite, pois não sendo católico, mas crente evangélico, não devia fazer parte daquela Irmandade, o que viria contrariar o seu estatuto. De fato, o estatuto, aprovado em 1838, permitia que sòmente católicos podiam ser membros da Irmandade e que, na opinião da referida comissão, não mais podia reger uma instituição, em 1912.

 

Em assembléia geral da Mesa Conjunta da Santa Casa, realizada em 2 de junho de 1912, composta de mesários e definidores, foi apresentado o projeto de reforma do Compromisso em vigor, tendo sido nomeada a comissão constituída dos cidadãos drs. Eugênio de Souza Nunes, Celso Esteves e Nicolau de Moura Neves, que apresentaram parecer, transformando essa instituição em sociedade civil leiga, sob a denominação de “Associação da Casa de Caridade de Valença”.

 

Os fatos não desmentiram a expectativa: o estatuto foi reformado e aprovado, tendo por base a liberdade de consciência, e o comendador Jannuzzi foi eleito provedor da Casa de Caridade de Valença e assumiu a provedoria em 10 de agôsto de 1912.

 

“O comendador Jannuzzi assume a provedoria em 1912 e o velho pardieiro que ameaçava ruína é transformado num hospital digno dêsse nome, um dos mais perfeitos hospitais das cidades do interior.

 

“Enquanto isso, sócios de todos os matizes religiosos, de tôdas as opiniões e de várias nacionalidades confraternizam-se na obra sagrada da Caridade e a instituição progride, dia a dia.

             

“Nesta nova orientação civil e leiga, se seguem os gestos fecundos do Coronel Joaquim Cardoso e do sr. José Siqueira Silva da Fonseca”. (Do Jornal do Comércio, pág. 14, de 30-7-1922).

 

A administração do comendador Antônio Jannuzzi, durante o biênio 1912-1914, dispendeu, em obras, a importância de Cr$ 88.387,98.

 

Em sessão de 15 de setembro de 1915, o provedor Antônio Jannuzzi, então reeleito, esclareceu já haver concluído as obras de que carecia o edifício e que, para essas reformas, havia recebido da firma Antônio Jannuzzi, Filhos & Cia. o valioso donativo de Cr$ 80.000,00.

 

Findo o biênio 1914-1916, estava novamente a Casa de Caridade de Valença com um deficit de Cr$ 21.000,00 e, para solvê-lo, deliberou-se em assembléia contrair a mesma Casa de Caridade um empréstimo naquela importância, o qual fôra amortizado com o resultado de festivais e animadas quermesses que a família Antônio Jannuzzi fazia realizar, anualmente, nos salões do próprio hospital, no dia 2 de julho, por ocasião da visitação geral aos enfermos.

 

Para o biênio 1918-1920 foi eleito provedor o coronel Manoel Joaquim Cardoso, grande fazendeiro no município, que muito concorreu para a manutenção do hospital.

 

Sucedeu a essa provedoria o capitalista comendador José Siqueira Silva da Fonseca que, desde 1920, vem mantendo, com sua generosidade e proverbial espírito de benemerência, até à presente data, aquêle hospital, não só defendendo-o contra os deficits, como, também, realizando nêle, à sua custa, custosas obras de reconstrução e adaptação, tornando-o, assim, um estabelecimento servido de confortáveis instalações como requer a assistência médico-hospitalar moderna.

 

O comendador José Fonseca, desde o início de sua gestão, até 1940, teve, como seu braço direito, na administração da Santa Casa, o sr. Nicolau Leoni, ativo e dedicado vice-provedor e secretário, que, com o seu espírito de disciplina, ordem e economia, tudo obtinha e realizava, com anuência do provedor Fonseca, em favor da manutenção do hospital. Logo ao empossar-se, o comendador Fonseca doou, em seu nome e no de sua espôsa, D. Balbina Mourão da Fonseca, vinte e cinco apólices da Dívida Pública Nacional, de um conto de réis cada uma, ao patrimônio do estabelecimento, tendo igualmente arrecadado das Companhias de “Tecidos Industrial” e “Santa Rosa” nove apólices de um conto de réis e de D. Georgina de Araujo Maia, quinze apólices também de um conto de réis cada uma. Não contente ainda, o provedor José Fonseca, aproveitando os bons ofícios do dr. Henrique Borges Monteiro e do Conde Modesto Leal, conseguiu que a Casa de Caridade de Valença fosse contemplada com a quota anual, inicialmente, de Cr$ 3.500,00, para a sua manutenção.

 

Em 1921, tendo sido vendidos em leilão, por deliberação da assembléia geral, os imóveis de aluguel, pertencentes à Casa de Caridade, rendeu êsse leilão a importância de Cr$ 42.260,00 que, adicionada ao saldo do extinto Asilo de Nossa Senhora da Glória e às jóias de sócios, foi aplicada na compra de apólices para o patrimônio aumentado de 114 apólices.

 

A 2 de julho de 1922, tomou posse a nova administração para o biênio 1922-1924, e, na sessão dêsse dia, o provedor interino, sr. Nicolau Leoni, convidou os membros do Diretório para uma reunião, a fim de deliberar-se sôbre o ofício do bispo de Niterói, D. Agostinho Benassi, solicitando providências com relação à restauração do antigo Compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Valença, por não estar de acôrdo com a transformação da Irmandade, que é católica, apostólica romana, em sociedade civil. A 2 de agôsto do mesmo ano, em reunião de assembléia geral extraordinária, a que compareceram 53 sócios, foi deliberada, baseada em acórdão do Supremo Tribunal Federal e parecer do jurisconsulto dr. João M. de Carvalho Mourão, a nulidade do estatuto que regia a Casa de Caridade de Valença, e, consequentemente, a restauração do antigo Compromisso da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Valença. Por 40 votos contra 12 foi restaurado o antigo compromisso católico, tendo o bispo diocesano determinado, por ofício, que continuassem os mesmos membros da Mesa Administrativa a dirigir os destinos da Irmandade, até à nova eleição, a qual, eleita, tomou posse em 3 de novembro de 1922.

 

A gestão do comendador José Fonseca teve, a enriquecê-la, desde 1920, os inestimáveis serviços do comendador Nicolau Leoni que, ora como secretário, ora como provedor ou vice-provedor, foi, até 1941, o braço direito do provedor Fonseca, que nêle depositava tôda sua confiança. Nicolau Leoni, por mais de 20 anos consecutivos, sempre à testa da administração do hospital da Santa Casa onde, coração sem vaidade e espírito ativo, foi de uma incansável dedicação a tôda prova, pois, embora não contribuindo com esmolas porque era pobre, tinha, no seu desinterêsse e zêlo pelos destinos da Santa Casa, a sua inconfundível religião de buscar os benefícios da caridade pública para os indigentes sofredores, confiante, como estava sempre, na magnífica benemerência do provedor comendador José Siqueira Silva da Fonseca, de quem tudo obtinha em benefício da Santa Casa nas suas mais críticas situações.

 

Sob a presidência do então bispo de Valença, D. André Arcoverde, reuniram-se, no dia 19 de março de 1926, os membros da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Valença e muitas pessoas gradas, em sessão solene, para comemorar as bodas de prata do casal José Fonseca-Balbina Fonseca, que tantos benefícios tem prestado àquela instituição de caridade.

 

Em sessão solene de 17 de abril de 1932, com a presença do prefeito municipal, bispo diocesano e demais pessoas da sociedade valenciana, foi inaugurado o novo edifício destinado ao Asilo Balbina Fonseca, a cargo da Santa Casa, com doação, no valor de Cr$ 83.700,00, feita pela espôsa do provedor José Siqueira Silva da Fonseca.

 

A 30 de junho de 1932, foi aprovada a reforma do Compromisso da Santa Casa, a qual se acha ainda em vigor.

 

Em 27 de dezembro de 1932, inaugurou-se a secção de quartos particulares para enfermos, em uma das dependências da Santa Casa, cujas despesas, que orçaram em Cr$ 18.269,50, foram integralmente pagas pelo provedor José Fonseca, tendo, por isso, tomado o pavilhão, merecidamente, o seu nome.

 

Em 7 de julho de 1935, inaugurou a Santa Casa a sua nova e moderna sala de operações, para cuja construção concorreu o ilustre valenciano dr. Raul Fernandes com a importância de Cr$ 9.000,00.

 

Ainda, graças à generosidade do provedor comendador Fonseca, está a Santa Casa dotada de moderno aparelho de Raios X e de uma lavanderia eletro-mecânica.

 

Em 1937, por ocasião do seu aniversário natalício, foi inaugurado, em 1o de janeiro, no salão nobre, entre os notáveis vultos do império e de nossos dias, o retrato do provedor interino sr. Nicolau Leoni que, pelos méritos de sua abnegada dedicação à vida do tradicional estabelecimento de caridade, vinha fazendo jus a tão honrosa manifestação de aprêço. D. André Arcoverde, bispo dioce­sano, que, em intenção ao homenageado, havia celebrado missa, na capela de Santa Izabel, naquêle dia, e presidindo, à noite, no salão nobre da Santa Casa, presentes tôda a Mesa Administrativa e grande número de representantes da sociedade valenciana, deu a palavra ao dr. Savério Vito Pentagna que saudou, em nome da Irmandade, o sr. Leoni, inaugurando-se, nessa ocasião o seu retrato entre os benfeitores daquela casa de caridade. Em seguida, D. André Arcoverde fez referências elogiosas àquela justa solenidade e felicitou o sr. Nicolau Leoni num rápido improviso. O homenageado agradeceu, por fim, muito sensibilizado, aquelas homenagens que lhe eram prestadas pela Irmandade da Santa Casa de Valença.

 

        Comendador Nicolau Leoni

 

A fim de comemorar-se, em 2 de julho, o seu primeiro centenário, a Santa Casa passou, em 1938, por acentuadas reformas, cujas obras orçaram em cêrca de Cr$ 70.000,00 e foram pagas totalmente pelo provedor sr. José Fonseca. Em 2 de julho de 1938, por ocasião do 1o centenário da Irmandade, a sua administração era a seguinte: José Siqueira Silva da Fonseca provedor; Nicolau Leoni vice-provedor; dr. Gabriel Martins Vilela tesoureiro; dr. Floriano Sobral Leite Pinto procurador, e Conselheiros: Pedro Carneiro Furtado, Benjamin Ielpo e Celso Chagas Gomes.

 

Vai a Santa Casa, aos poucos, conseguindo aumentar o seu patrimônio que, em 1911, não valia talvez Cr$ 50.000.00; entretanto, em 1922, o seu ativo foi calculado em Cr$ 618.636,95. O patrimônio da Santa Casa da Misericórdia de Valença, em 1938, era constituído, além dos edifícios em que se acha instalada, de cerca de trezentas apólices da Dívida Pública Nacional, de um conto de réis cada uma. E o edifício próprio do antigo Asilo Balbina Fonseca, anexo à mesma Santa Casa, o qual, possivelmente, será adaptado para a instalação de uma pequena “Casa de Saúde”, possui um patrimônio de sessenta apólices, também da Dívida Pública Nacional, de um conto de réis cada uma. Atualmente, o patrimônio da Irmandade sobe a mais de 3 milhões de cruzeiros.

 

A Santa Casa é subvencionada, oficialmente, pelos governos federal, estadual e municipal.

 

Têm sido, até a presente data, médicos do hospital: cirurgião Casemiro Lúcio de Azevedo Coutinho, drs. José Leopoldino Gamard, Manoel Inácio de Figueiredo, Jaime Frederico Emilio Jahn, Antônio Luz da Cunha Manso Sayão, Francisco Antônio de Souza Nunes, Luiz Alves de Souza Lobo, Ernesto Frederi­co da Cunha, Eugênio de Souza Nunes, Nicolau Abramo, Cesar Francisco de Almeida, Luiz de Almeida Pinto, Carlos Luiz Jannuzzi, Alfredo de Souza Lemos e Leônidas Mendonça Nunes.

 

Foram seus provedores: Visconde de Baependí (1838-1841); major José da Silveira Vargas (1841-1845); Visconde de Jaguarí (1845-1848); major José da Silveira Vargas (1848-1854); dr. Joaquim Saldanha Marinho (1854-1860); major Antônio Leite Pinto (1860-1863); Visconde do Rio Prêto (1863-1868); Barão do Rio Prêto (1868-1870); major Antônio Carlos Ferreira (1870-1871); Visconde de Ipiabas (1872-1874); Barão da Vista Alegre (1874-1878); comendador Ma­noel Antônio Esteves (1878-1879); comendador Domingos Teodoro de Azevedo Junior (1880-1882); Barão de Guaraciaba (1882-1884); Barão de Ipiabas (1884-1886); Barão de Aliança (1886-1888); Barão de Santa Fé (1888-1890); dr. Francisco Martins Esteves (1890-1892); cel. Antônio Leite Pinto (1892-1894); Manoel Pereira de Sampaio (1894-1896); cel. Antônio Leite Pinto (1896-1902); doutor Henrique Graça (1902-1906); dr. Ernesto Ribeiro de Souza Rezende (1906-1908); vigário Ladisláu Adolfo de Sales e Silva (1908-1910) ; Frederico de Sôto Garcia de la Vega (1910-1912); comendador Antônio Jannuzzi (1912-1918); cel. Manoel Joaquim Cardoso (1918-1920) e comendador José Siqueira Silva da Fonseca, atual provedor.

 

Entre os recentes melhoramentos introduzidos na Sansa Casa, destacam-se: construção e instalação do Dispensário “José Fonseca”, inaugurado em 15-8-950. cujas obras foram custeadas pelo comendador José Fonseca e importaram em Cr$ 375.035,80, e reforma completa das enfermarias, custeada ainda pelo mesmo comendador Fonseca, que dispendeu a importância de Cr$ 353.728,90.

 

A Legião Brasileira de Assistência, quando presidente o ilustre valenciano dr. Elmano Cardim, diretor e proprietário do Jornal do Comércio, do Rio, contribuiu com a importância de Cr$ 360.000,00, para a aquisição e instalação, na Santa Casa, de um moderno aparelho de Raios X, tendo a referida Legião, ainda, doado à mesma casa de caridade, a importância de Cr$ 2.100.000,00, para a construção e instalação de moderna Maternidade, em terrenos, já desapropriados para êsse fim, junto à Santa Casa. A sua construção, por iniciativa do sr. José Fonseca, está orçada em Cr$ 4.000.000,00.

 

A atual (1950) administração da Santa Casa está assim constituida: provedor — comendador José Siqueira Silva da Fonseca; vice-provedor — dr. Floriano Sobral L. Pinto; secretário — Reinaldo Medeiros; tesoureiro — Celso Gomes e procurador dr. Osvaldo Fonseca.

 

                                                                               Dr. Luiz Pinto  

 

Hospital Alzira Vargas — Sob o patrocínio do “Instituto Valenciano de Assistência Social“, fundado, por iniciativa do médico-operador Luiz de Almeida Pinto, em 1-5-1937, foi instalado e inaugurado, à rua Carneiro de Mendonça, 139, em Marquês de Valença, a 9 de janeiro de 1940, o “Hospital Alzira Vargas”, a cuja inauguração esteve presente o casal comandante Ernani do Amaral Peixoto, além de autoridades federais, estaduais e municipais, bem como representantes da sociedade local. Na solenidade de inauguração do Hospital, o prof. Oscar Clark proferiu atraente oração, saudando o seu fundador — dr. Luiz de Almeida Pinto, da qual extraímos o seguinte trecho:

   

— “A felicidade verdadeira, assim a definiram filósofos da velha Grécia, consiste na prática de um ato que redunda na felicidade alheia. Você é, portanto, uma criatura feliz. A sua vitória não é surprêsa para mim. Tive a ventura de contá-lo entre meus alunos e, desde então, nutri a certeza de que, mais cedo ou mais tarde, assistiria à justa glorificação do seu nome. Nunca vi moço mais estudioso, nem mais trabalhador. Desde os bancos escolares você sentia “le gout du malade” — condição essencial aos verdadeiros discípulos de Esculápio.

 

“Chegou o dia previsto. Inaugura-se, hoje, na cidade de Valença, um templo sagrado, por isso que é o Templo da Saúde. Recebe, na pia batismal, o nome de “Hospital Alzira Vargas”, em consagração aos inúmeros atos de benemerência praticados por essa senhora tão estimada e venerada pelo povo brasileiro, graças às suas excepcionais qualidades de coração e a sua brilhante inteligência.”

 

O “Instituto Valenciano de Assistência Social”, iniciativa particular, com a alta finalidade de proteção à maternidade e à infância, integrando o “Hospital Alzira Vargas”, cuja construção e instalação resultaram da boa vontade do povo valenciano, principalmente dos fazendeiros e criadores do município, — é o fruto de uma grande dedicação do dr. Luiz Pinto, que obteve do sr. Amaral Peixoto, quando interventor federal no Estado do Rio, valiosa contribuição em dinheiro em favor de sua campanha humanitária.

 

Possui o Hospital os seguintes serviços: internamento de doentes, pronto socorro, maternidade, ambulatório infantil, creche, lactário, assistência social e clínica médica e cirúrgica. O “Hospital Alzira Vargas”, que possui uma área coberta de 1.200 m2, é de construção moderna, com dois pavimentos e é assistido, permanentemente, pelas religiosas das “Pequenas Irmãs da Divina Providência”. Possui duas enfermarias, para adultos do sexo feminino e para crianças, bem como para adultos do sexo masculino. Contam-se 5 quartos particulares, dispondo o Hospital de duas modernas salas de operações (séptica e asséptica); um gabinete de eletroterapia; um de otorino, e mantém salas de banco. Trabalham no Hospital 5 médicos (pediatras, otorinolaringologistas, operadores e ginecologistas), além de parteiras e 5 enfermeiras. Sob a orientação técnica do dr. Luiz Pinto, atuam no hospital os médicos Lourenço Capobianco, Euvaldo Lopes Terra, Carlos Luiz Jannuzzi e Leônidas M. Nunes.

 

        Fachada do “Hospital Alzira Vargas”  

A construção do Hospital, cujo patrimônio, em 1940, atingia a Cr$ 370.025,00, é mais uma das grandes obras de fraternidade do povo valenciano, que elevam a sua cidade entre as primeiras, no Brasil, dotadas de assistência social. No saguão do Hospital, expressas em placas comemorativas, lêem-se as seguintes legendas:  

 

“A.D. M.C.M.XXXIX ALOISIUS de Almeida Pinto. FECIT.” — “A Ernani do Amaral Peixoto, Mario Pinotti, Osvaldo Terra, pela dedicada colaboração e reconhecimento do I.V.A.S.” — e — “A Benjamin Guimarães, José Fonseca, Luiz G. Jannuzzi, Matheis & Cia., Marcos Esteves, Oscar Salgado, pelo desinteressado auxílio prestado. Gratidão do I.V.A.S.”  

Casa de Caridade de Conservatória — A “Associação Casa de Caridade de Conservatória”, foi fundada em 13 de junho de 1931, por iniciativa do médico Luiz de Almeida Pinto (diretor-técnico), comandante Francisco Gonçalves da Costa (presidente), Estevam Marques de Andrade (tesoureiro), Lupércio de Castro Filho (1o secretário), e Valentim de Castro (2o secretário), que constituíam a sua primeira diretoria. A inauguração do hospital da Casa de Caridade de Conservatória teve lugar em 6 de setembro de 1931, o qual se acha instalado em prédio adaptado e possui três enfermarias, sendo uma para crianças. Dispõe de três quartos particulares e de uma sala de operações. Em 1949, foi o hospital aumentado de uma sala para refeições, quartos para enfermeiros, cozinha, completa instalação sanitária e necrotério.

 

Não obstante os parcos recursos de que dispõe a “Associação Casa de Caridade de Conservatória”, o hospital vem prestando excelentes serviços de assistência, pois recebe, em média, cêrca de 60 doentes por ano, abrigando, ainda, dentro de suas possibilidades, velhos e crianças desamparados.

 

Associação Hospital Santa Izabel — “O Candieiro”, antigo quinzenário que se editava em Santa Izabel do Rio Prêto, sob a direção dos drs. Rodolfo Alves Milward e Sebastião de Castro Ferreira Pinto e dos srs. Severino Damasceno de Morais e Tobias Lenzi, na sua edição de 1o de agôsto de 1931, lançava a idéia da fundação de uma casa de caridade naquela vila, publicando uma subscrição que apresentava, então, as primeiras seguintes contribuições: saldo de iniciativa d’“O Candieiro” — Cr$ 480,00; drs. Rodolfo A. Milward, Sebastião de Castro Ferreira Pinto, José Leite Pinto e sr. João Evangelista do Vale — Cr$ 200,00 cada um; Severino D. Morais e Tobias Lenzi — Cr$ 100,00 cada um. Assim, pois, prosseguindo “O Candieiro” na campanha humanitária em favor dessa obra social, é que, em 2 de junho de 1932, em reunião na residência do extinto coronel Carlos Antônio Ferraz, foram aprovados os estatutos da “Associação Hospital Santa Izabel”, sendo, nessa ocasião, eleita a sua primeira diretoria, assim constituída: presidente — padre José Custódio Pereira Barroso; vice-presidente — dr. Rodolfo Alves Milward; tesoureiro — Rubem Castelo Branco; secretário — dr. Sebastião de Castro Ferreira Pinto, e procurador — Tobias Lenzi. O Conselho Fiscal era composto dos cidadãos — coronel Carlos Antônio Ferraz, major Antônio Dias de Souza e dr. José Leite Pinto.

 

No dia 30 de setembro de 1940, lançava-se, na vila de Santa Izabel do Rio Prêto, a pedra fundamental do hospital, a cuja solenidade estavam presentes os drs. Rubem Farrula, secretário da Agricultura do Estado do Rio, Mário de Oliveira, diretor do Departamento da Produção Animal do Ministério da Agricultura e coronel dr. Jesuíno de Albuquerque, secretário de Saúde e Assistência do Distrito Federal, tendo êste último ofertado todo o mobiliário do hospital. Algum tempo depois foi firmado, com o construtor Jorge Mouffron, contrato para a cons­trução do edifício do hospital, cuja inauguração, com a presença do então interventor no Estado, comandante Amaral Peixoto, Antônio Leite Castelo Branco, prefeito municipal, D. Rodolfo Pena, bispo diocesano, e outras autoridades, teve lugar no dia 3 de maio de 1946.

 

Em fevereiro de 1947, o hospital, ao dar inicio às suas atividades, recebeu do então interventor federal no Estado — dr. Alvaro Rocha Pereira da Silva -— um auxílio de Cr$ 50.000,00. Prosseguindo na sua finalidade social, a “Associação Hospital Santa Izabel” ostenta, em suas dependências internas, gravados, os nomes de seus maiores benfeitores Joaquim Corrêa da Silva, D. Olímpia de Andrade Monteiro e coronel Jesuino de Albuquerque.

 

A Associação, que não possui renda própria, vem se mantendo à custa da ge­nerosidade dos izabelenses, auxiliada por subvenções oficiais. O hospital possui acomodações para 32 doentes.

 

POSTOS DE SAÚDE

Desde 8 de junho de 1940 que funciona, na sede municipal, o “Pôsto de Saúde de Valença” — dependência do Departamento de Saúde Pública do Estado do Rio de Janeiro, controlado pelo 7o Distrito Sanitário, sediado em Barra do Piraí. Seus serviços de assistência, que são todos gratuitos e mantidos pelo govêrno do Estado, obedecem ao seguinte programa: higiene pré-natal; higiene infantil; higiene escolar; sífilis e moléstias venéreas; endemias e doenças contagiosas; vacinação e revacinação; ambulatórios para curativos e injeções, e polícia sanitária. O “Pôsto de Saúde”, que se achava instalado, provisòriamente, no “Hospital Alzira Vargas”, está, desde 1949, funcionando, em suas instalações modernas, em próprio do govêrno do Estado, à rua D. André Arcoverde. E’ seu médico-chefe o dr. Alfredo de Souza Lemos.

 

Outra pôsto, à rua Dr. Oliveira Figueiredo, na cidade de Marquês de Valença, é o “Pôsto Médico N. 15”, do Serviço de Assistência Social da E.F.C.B., instalado em 1941. Entidade destinada a servir aos funcionários da Central do Brasil, com serviço de assistência e ambulatório de clínica médica e pequena cirurgia, além de organizado serviço de fichário clínico.

 

Na mesma rua, encontra-se instalado o “Pôsto Médico” da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários, da Central do Brasil (CAP), destinado a atender, em seu ambulatório, aos ferroviários e respectivas famílias.

 

Em Santa Izabel do Rio Prêto, vem prestando reais serviços à saúde pública o “Pôsto de Higiene”, mantido pelo govêrno do Estado e instalado, provisòriamente, no Hospital Santa Izabel, daquela vila.

             

ASSOCIAÇÕES DE BENEFICÊNCIA MUTUÁRIA

Sociedade União Operária Valenciana — Fundada em 2 de fevereiro de 1920, tem por escopo a assistência médico-farmacêutica e auxílio pecuniário, aos operários, em caso de enfermidade. Foram seus diretores-fundadores: José Nogueira (presidente), Constantino Aliter, Antar Fontoura da Silva, Pedro Alves da Cruz, Paulo Gioseffi, OsvaIdo Silva e Antenor José dos Santos. Em edifício próprio, encontra-se instalada à rua Cel. Ben.jamin Guimarães N. 228, na sede municipal.

 

Sociedade União dos Proprietários do Município de Valença — Fundada em 22 de março de 1932, por um grupo de proprietários, sob a presidência do sr. Ildefonso Coutinho, esta sociedade tem por finalidade defender os interêsses dos proprietários de imóveis de todo o município, prestando-lhes assistência jurídica e promovendo empréstimos e financiamentos para obras dos associados. A sua sede, em Marquês de Valença, está instalada, em prédio próprio, à rua Silveira Vargas N. 100.

 

    Prédio da Associação Comercial de Valença

 

Associação Comercial de Valença — A “Associação Comercial de Valença” foi fundada em 5 de julho de 1938, na cidade de Marquês de Valença, onde tem sua sede social. A sua finalidade é assegurar, aos seus associados, a assistência jurídico-médico-social e a defesa de seus interêsses. A Comissão fundadora da Associação se compunha dos principais componentes do comércio local, a qual, reunida no edifício da extinta “Sociedade Italiana de Beneficência “, à rua Silveira Vargas, apresentou o respectivo estatuto que foi aprovado, sendo, nessa ocasião, eleita a primeira diretoria, assim constituida: Joaquim de Melo Antunes (presidente), Floriano Pellegrini (secretário), e Abrahim Mattar (tesoureiro). Deve-se, sem dúvida, a essa diretoria a atual situação de prestígio que desfruta essa Associacão no seio das classes conservadoras do município. Os seus serviços de secretaria foram logo organizados, graças à capacidade de trabalho e competência do secretário Pellegrini, no que concerne à aquisição de selos, registro de livros, pagamentos de impostos e assistência jurídica na defesa contra multas e orientação sôbre leis e regulamentos do fisco. Quando presidente da Associação o sr. Benjamin Ielpo, ao lado do incansável secretário Floriano Pellegrini, realizou-se, em 5 de julho de 1940, memorável assembléia, sob a presidência do sr. Manoel Ferreira Guimarães, então presidente da Federação das Associações Comerciais do Brasil, na qual foi aprovado o plano da construção da sede social, à rua Nílo Peçanha, esquina com a de Silva Jardim, ali inaugurado, há pouco, em magnífico prédio de 4 pavimentos. Entre os serviços prestados pela Associação, um dos mais relevantes é, sem dúvida, a manutenção da Escola Técnica de Comércio “Cândido Mendes”.  

 

“Soc. Beneficiente Maçônica Perfeita União” (1950)

 

“Sociedade Beneficente Maçônica Perfeita União — Em 15 de junho de 1864, sob a denominação de “Loja Capitular União, ao Vale de Valença”, fundou-se na antiga cidade de Valença, essa sociedade que teve como seu primeiro Venerável o cidadão José Francisco de Araujo Silva, mais tarde tabelião, o qual, reeleito, se conservou naquêle pôsto durante seis anos consecutivos. A loja Maçônica chegou a contar, naquela época, mais de cem sócios — pessoas cultas da cidade e do município, as quais lhe davam prestígio, auxiliando os desvalidos da fortuna, com as suas ofertas generosas, tendo tomado parte ativa nos trabalhos de socorro, em 1867, em auxílio às autoridades locais, empenhadas nos preparativos de defesa contra a epidemia da cólera morbus, que ameaçava a coletividade valenciana, cujo reaparecimento, com justas razões se temia, face ao que sucedera em 1856, época em que foram dizimadas várias dezenas de escravos das fazendas próximas. A primitiva sede dessa sociedade era no prédio N. 11 (sobrado da família Calmon), outrora pertencente a Laurindo Gomes Leal, sito na atual Praça da Bandeira, em frente à Catedral. Anualmente, ali, por ocasião da posse das respectivas diretorias, se realizavam animadas reuniões e lautas ceias, às quais comparecia a nobresa valenciana. Essa organização social teve existência até 1879. Em 21 de abril de 1922, reorganizava-se a Loja Maçônica de Valença, com a denominação de “Fraternidade Valenciana” que, a 1o de julho do mesmo ano, por ocasião de sua reorganização, em sua sede provisória, à rua Saldanha Marinho, 17, passou a denominar-se “Loja Maçônica Perfeita União’, tendo mais tarde, em sua sede própria, à rua Silveira Vargas N. 57, recebido a atual denominação oficial — “Sociedade Beneficente Maçônica Perfeita União”, a instalar-se, definitivamente, em sua nova sede social, recentemente construída, à rua Cel. Benjamin Guimarães.

 

Assistência Social dos Empregados da Companhia Têxtil Ferreira Guimarães — Fundada em 1924, destina-se a prestar assistência em geral aos operários e respectivas famílias da Cia. Têxtil Ferreira Guimarães, compreendendo: assistência médica, dentária, escolar, bem como alimentação e vestuário, auxílios funerário e pecuniário. A sua sede social está instalada em edifício próprio, à rua Cel. Benjamin Guimarães N. 101, em Marquês de Valença. A assistência social que a Companhia, em suas preocupaçoes humanitárias, dispensa aos seus empregados e dependentes, data antes mesmo das leis que amparam o operário. Da assistência prestada destacam-se os serviços de alimentação e residencial. Há vários anos mantém um restaurante próximo à fábrica, onde eram fornecidas refeições a Cr$ 0,40. O problema da moradia dos seus operários está sendo encarado com entusiasmo e vai sendo resolvido parcialmente, tendo a Companhia já construído várias residências, cujos aluguéis partem de Cr$ 25,00, 40,00, 100,00 e 120,00, mensais.

 

Caixa Beneficente dos Músicos da Sociedade Musical Progresso de Valença — Fundada em 1942, presta auxílios pecuniários aos sócios que são os próprios músicos que compõem a banda de música. Tem a sua sede à rua Silveira Vargas, onde se acha instalada a “Sociedade Musical Progresso de Valença”.

 

Sociedade Beneficente 21 de Abril — Essa sociedade foi fundada em 21 de abril de 1918, sob os auspícios dos cidadãos José Gonçalves, Teófilo Henriques e Antônio Corrêa Tavares. Presta aos seus associados assistência pecuniária e funerária. Sua sede social está instalada em edifício próprio, à rua Cel. João Rufino N. 199, na sede municipal. O progresso dessa sociedade filantrópica é devido ao espírito infatigável de Miguel Bonésio Cortez, que desde sua fundação vem se dedicando ao desenvolvimento de seu quadro social e aperfeiçoamento dos seus estatutos. A “Sociedade 21 de Abril” é considerada de utilidade pública pela deliberação municipal N. 5, de 3-11-1936.

 

Caixa Beneficente dos Operários da Cia. Santa Rosa S/A — Fundada em 1929, tem sua sede social em edifício próprio, à rua Vito Pentagna N. 32, na cidade de Marquês de Valença, onde presta assistência médica, farmacêutica, dentária e funerária aos empregados e respectivas famílias da Cia. de Fiacão e Tecidos Santa Rosa.

 

Assistência Social aos Empregados da Companhia Progresso de Valença — Fundada em 1938, esta entidade presta assistência médica, farmacêutica, dentária e funerária aos empregados e suas famílias, da Cia. Progresso de Valença. Tem sua sede social à rua Silva Jardim N. 401, na sede municipal.

 

Círculo Operário de Marquês de Valença — Êste círculo, sob a orientação do padre Natanael de Veras Alcântara, foi fundado em 1944 e presta assistência médica, dentária, escolar, etc., aos operários associados. Mantém aulas de corte e costura, bem como ministra a arte culinária às mocas. A sua sede social se acha instalada em prédio próprio, à Praça Visconde do Rio Prêto, N. 128, na cidade de Marquês de Valença.

 

ASILOS E RECOLHIMENTOS

Asilo Balbina Fonseca — A idéia da fundação, em Marquês de Valença, de um asilo para meninos desamparados, é muito antiga. Data de 1871, quando d. Ana Adelaide Machado Pena iniciou, de comum acôrdo com a administração da Santa Casa da Misericórdia de Valença, animada campanha destinada a angariar donativos para a construção de um asilo. Honrou a lista de subscrição, com a sua assinatura no valor de Cr$ 400,00, Sua Majestade D. Pedro II, que foi seguido de membros da família imperial. A importância então angariada, por ter sido insuficiente, foi, mais tarde, entregue à guarda da Irmandade da Santa Casa, na expectativa de melhor oportunidade.  

Decorridos anos, pouco mais ou menos em 1920, o industrial valenciano José Siqueira Silva da Fonseca foi procurado por uma comissão integrada pelo então vigário padre Antônio Corrêa Lima, promotor de Justiça — dr. Gastão Neto Reis e Francisco Ielpo, a qual cuidava de fundar, na cidade, um asilo para meninas, com a denominação de “Asilo Nossa Senhora da Glória”. O sr. José Fonseca ponderou à referida comissão que, para que lograsse êxito tal empreendimento, era preciso que não faltasse o apôio financeiro. E, demonstrando imediatamente o seu espírito de cooperação e fraternidade, fez logo doação do prédio que já havia sido escolhido para a sede do referido asilo, sito à Praça Visconde do Rio Prêto, onde funcionou o antigo “Colégio Marinoni”, com a condição de que se o asilo não se instalasse, reverteria o prédio para a Santa Casa, juntamente com outros donativos.  

Depois de dois anos, aconteceu o que fôra previsto pelo comendador José Fonseca: após intenso trabalho conseguira a comissão, além do prédio doado, apenas a importância de Cr$ 3.000,00. O prédio foi vendido em leilão e o dinheiro empregado na aquisição de apólices federais, em favor do patrimônio da Santa Casa da Misericórdia.  

Não obstante, estava, pois, lançada a boa semente em terreno fértil...  

Decorridos alguns anos, a idéia da criação de um asilo fez com que o comendador José Fonseca, em uma das reuniões da Mesa da Irmandade da Santa Casa, propusesse a sua execução: a Santa Casa, de início, recolheria 10 meninas pobres em uma das dependências do hospital, para isso destinada. A proposta foi aprovada e a Mesa deu à nova organização o nome de “Asilo Meninas Desvalidas de Valença”. Em poucos dias, as 10 vagas foram preenchidas.  

A senhora Balbina Mourão da Fonseca, saudosa espôsa do comendador José Fonseca, acompanhando com grande interêsse as atividades assistenciais que se desenvolviam no meio social de Valença, manifestou desejo de aumentar a capacidade do asilo ora fundado e já em funcionamento, para 50 asiladas, tendo ela, para isso, tomado a iniciativa da construção do respectivo edifício. Assim, precisamente no dia em que o casal José Fonseca festejava, em Valença, as bodas de prata do seu casamento, foi solenemente lançada a pedra fundamental do asilo que, por proposta do comendador Nicolau Leoni, passou a denominar-se “Asilo Balbina Fonseca”, em substituição à antiga denominação. Essa fundaçao, sem dúvida, “objeto expressivo de caridade particular — mais do que particular —pessoal da distinta dama”, foi o marco de novas iniciativas no terreno da assistência social em Marquês de Valença.

 

Levantado com todos os requisitos de higiene e aparelhagem das construções modernas, o edifício foi construído sob a orientação do engenheiro valenciano Luiz G. Jannuzzi, tendo sido inaugurado em 25 de abril de 1925. À sua mauguração compareceram o comendador José Fonseca e senhora, o primeiro bispo de Valença — D. André Arcoverde — clero, autoridades locais e representantes das classes conservadoras e sociais. Em nome da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia usou da palavra, em saudação e agradecimento à sra. d. Balbina Mourão da Fonseca, o dr. Floriano Sobral Leite Pinto, tendo ainda saudado à distinta doadora o cidadão Renato Amora, representante do então prefeito Ataulfo de Andrade. Agradeceu a ambos o comendador José Fonseca.

 

Associação Balbina Fonseca —Na véspera do Natal, em 1939, num memorável discurso aos brasileiros, o presidente Getúlio Vargas concitou “os homens de sentimentos nobres e especialmente as pessoas de fortuna ao dever de aplicar em obras de filantropia e assistência social parte do que lhes sobeja se não desejarem ser apontados como egoistas endurecidos e simples amealhadores de pecúnia”. Muito antes de serem proferidas essas palavras pelo Chefe da Nação, já na cidade de Marquês de Valença, demonstrando ver­dadeiro sentimento de fraternidade, o casal José Fonseca-Balbina Mourão da Fonseca voltava suas vistas para as criaturas necessitadas, tais as suas provas de solidariedade humana, há mais de 30 anos, inaugurando, na Santa Casa da Misericórdia de Valença, a grande cruzada do Bem.

 

                                                           D. Balbina Mourão da Fonseca

Sob a inspiração da saudosa e benemérita d. Balbina Mourão da Fonseca, fundou-se, em 19 de março de 1938, a “Associação Protetora das Crianças”, cujos estatutos foram mais tarde modificados, passando essa entidade — em memória à sua criadora espiritual — a denominar-se — “Associação Balbina Fonseca”— cuja primeira diretoria estava assim constituida: José Siqueira Silva da Fonseca (presidente), Ademar da Silva Fonseca (1o vice-presidente), dr. Osvaldo Augusto Terra (2o vice-presidente), Floriano Sobral Leite Pinto (1o  secretário), Gabriel Martins Vilela (2o secretário), Cristóvão Barbosa Giesta Junior (1o  tesoureiro), Celso C. Gomes (2o tesoureiro), Reinaldo Medeiros (1o procurador) e José Cadinelli Filho (2o procurador).

              

Com a modificação dos estatutos, um novo programa de realizações sociais foi instituído pela Associação: a construção e instalação, na cidade de Marquês de Valença, de abrigos para meninos e meninas, bem como para a velhice desamparada.

 

Fundada e instalada a “Associação Balbina Fonseca”, tratou-se, imediatamente, de concretizar o programa estabelecido, cogitando-se do funcionamento da secção masculina. Com êsse intuito, a Associação adquiriu, por compra, o histórico solar do Visconde do Rio Prêto, sito na praça do mesmo nome: sofreu êsse edifício radical transformação, ficando, no entanto, cuidadosamente conservado o seu estilo arquitetônico, e, na fachada, conservados e restaurados os brasões do saudoso titular do Império, tão digno da veneração dos valencianos.  

No dia 2 de julho de 1938, em comemoração à memorável data do 1o centenário de fundação da Santa Casa da Misericórdia de Valenca, presentes os srs. interventor federal, comandante Amaral Peixoto; Ministro do Trabalho, dr. João Carlos Vital; drs. Horácio de Carvalho — Secretário do Interior e Justiça; Lupércio dos Santos — secretário da Agricultura e Viação; Mano Pinotti, Danton Jobin, diretores da Saúde Pública e do Departamento de Turismo, respectivamente; Plínio Catanhede, presidente do I.A.P.I; dr. Osvaldo Terra, prefeito municipal; Manuel Duarte, ex-presidente do Estado do Rio, e muitas outras pessoas gradas, além de grande massa popular, — foi, pelo comandante Amaral Peixoto, colocada a pedra fundamental do futuro “Lar José Fonseca”, usando da palavra, nessa ocasião, o sr. João de Paiva Lacerda, que saudou as autoridades presentes, pondo em relêvo o gesto marcante daquela obra de caridade.  

A 9 de janeiro de 1940, com a presença do sr. Interventor federal, comandante Amaral Peixoto e exma. espôsa, D. Alzira Vargas do Amaral Peixoto; dr. Alfredo Neves, presidente do Departamento Administrativo; dr. João Carlos Vital, presidente do Instituto de Resseguros; dr. Saul de Gusmão, Juiz de Menores do D. Federal; dr. Plínio Catanhede, presidente do I.A.P.I.; dr. Luiz de Almeida Pinto, prefeito Municipal, e dr. Oscar da Cunha Lima, juiz de direito da Comarca, e outras autoridades locais — teve lugar a inauguração do “Lar José Fonseca”, estabelecimento aparelhado para receber e educar duzentos meninos pobres.  

Nêsse mesmo dia, foi colocada a pedra fundamental do futuro “Lar Balbina Fonseca”, destinado a recolher cem meninas desamparadas e, em patronato anexo, mais vinte moças.  

A direção do “Lar José Fonseca” está confiada aos irmãos franciscanos da C.F.P. e é seu diretor frei Paulo Brener, estando sua secretaria a cargo do sr. Jacy Almada Amorim. As instalações do “Lar José Fonseca”, que se acha situado em terreno cuja área mede cêrca de 16.000 m2, têm a seguinte apresentação: salão nobre, seis salas para aulas, capela, gabinete dentário, enfermaria, secretaria, acomodações para os frades e dependências sanitárias.

 

  Fachada do “Lar José Fonseca” (antigo palacete do Visconde do Rio Prêto)

                              

Não foi suficiente o antigo e histórico edifício para comportar as instalações do “Lar José Fonseca”, impondo-se, por isso, a realização de obra nova. Sob a responsabilidade do engenheiro Luiz Jannuzzi, construiu-se novo prédio, em linhas modernas, de concreto armado, com três pavimentos, junto ao antigo solar, o qual veio completar o plano mantido pela Associação, quanto a êsse estabelecimento. Essa parte nova do “Lar José Fonseca” tem as seguintes dependências: refeitório, dois dormitórios, rouparias, banheiros e lava-pés, gabinete médico, sala de refeições dos frades, cozinha, copa, despensa e depósito para material. Relativamente às instalações externas, sobressaem o “Altar da Pátria”, uma dependência de dois pavimentos destinada à rouparia, sala de música, instalações sanitárias do recreio e salão de estudos, bem como espaçosa área para recreio e grande praça de esportes.  

No “Lar José Fonseca”, o ensino primário é ministrado sob a orientação de professores estaduais, bem como o ensino da música, sob a direção de frei Paulo Brener, a 27 meninos que constituem a banda de música daquêle abrigo. Os serviços médico e dentário estão confiados ao médico Alfredo de Souza Lemos e ao dentista Jacy Cesar Pentagna.  

Em 1940, pôde o “Lar José Fonseca” apresentar, devidamente disciplinado, ao sr. Getúlio Vargas, presidente da República, o seu grupo de escoteiros que foram recebidos carinhosamente por S. Excia. no Palácio do Catete.

   

Parte lateral (nova) do “Lar José Fonseca”

 

Em relatório datado de 19 de março de 1943, o comendador José Fonseca, presidente da “Associação Balbina Fonseca”, anunciava, perante assembléia geral, que estavam terminadas as obras de construção do edifício do “Lar Balbina Fonseca”, erguido na rua D. André Arcoverde, na cidade de Marquês de Valença, e que sua inauguração seria efetivada dentro em poucos dias. Sem favor, essa obra, que teve a orientação técnica do engenheiro valenciano Luiz Jannuzzi, honra a terra valenciana, o Estado do Rio e a assistência social no Brasil. A sua inauguração teve lugar no dia 8 de agôsto de 1943. Presentes as autoridades civís e religiosas, além da administração da “Associação Balbina Fonseca”, procedeu-se à bênção do edifício pelo revmo. bispo diocesano D. Rodolfo Pena, franqueando-se o novo estabelecimento à visitação pública. O prédio, que é imponente pelas suas linhas arquitetônicas, dispõe de 3 pavimentos e apresenta as seguintes instalações: internamente, hall à entrada; sala da diretoria, quatro salas de aulas, gabinete dentário, amplo salão para refeições, sala de refeições das irmãs dirigentes, cozinha, despensa, instalações sanitárias, lavanderia etc. Nos pavimentos superiores estão dois grandes salões-dormitórios, instalações sanitárias com banheiros e chuveiros anexos, além das instalações completas destinadas a vinte moças.  

Os prédios, os terrenos, as benfeitorias e as instalações, tanto no “Lar José Fonseca” como no “Lar Balbina Fonseca”, eram, em 1942, avaliados em Cr$ 1.824.223,80. O fundador da Associação — sr. José Siqueira Silva da Fonseca — naquêle ano, contribuiu, para a efetivação do seu grande programa de assistência social, com a importância de Cr$ 2.287.188,50, para a manutenção dos lares.  

Com a inauguração e consequente funcionamento do “Lar Balbina Fonseca”, foram suspensas as atividades do antigo “Asilo Balbina Fonseca”, anexo à Santa Casa da Misericórdia de Valença, cujas meninas ali internadas foram transferidas para o novo estabelecimento ora inaugurado.

 

                

                                  Fachada completa do “Lar Balbina Fonseca”

 

O comendador José Fonseca, no desejo de dar o indispensável e seguro amparo financeiro à “Associação Balbina Fonseca”, a fim de que ela tenha, em definitivo, os meios de renda para sua existência e manutenção, fez-lhe doação, por escritura pública, de um edifício de apartamentos, de sua propriedade, situado à rua Corrêa Dutra N. 56, no Flamengo, Distrito Federal, cuja renda bruta atende, em sua maior parte, às despesas dos “lares”.  

Entre as doações feitas à Associação, contam-se, pela sua expressiva origem, valiosos objetos, então pertencentes ao finado 2o bispo de Valença — D. Renato de Pontes —ofertados por sua mãe, sra. Sarah de Pontes, bem como a oferta, feita pelo sr. Humberto Mendonça Pentagna, de objetos de uso pessoal do referido bispo, dos quais se destacam: mitra com pedras preciosas, báculo episcopal, cruz episcopal de ouro e brilhantes, cálice de ouro para missa, etc., legado especial de D. Renato Pontes ao doador. A obra de assistência da “Associação Balbina Fonseca” ainda não está terminada: é forte desejo de seu fundador completá-la com a instalação de uma ampla escola profissional, no “Lar José Fonseca” — iniciativa de elevada oportunidade que visa resolver, em definitivo, dentro das finalidades da Associação, a situação, na vida prática, de cada menino, segundo as suas inclinações profissionais.

 

Casa de São Vicente — A idéia da construção de um albergue ou asilo para velhos desamparados, principalmente os esmoleres, vem de remotos tempos. Na época em que era vigário da Paróquia o padre Antônio Corrêia Lima, foi por êste lançado o projeto da construção de uma casa de recolhimento, cuja idéia não vingou, face à falta de recursos.  

Em 1933, Benjamin Ielpo, quando Delegado de Polícia, idealizou também um asilo para os anciãos desvalidos, tendo, em 1935, quando vereador, apresentado à Câmara projeto de lei, pelo qual o acréscimo de Cr$1,00 no imposto predial daria a renda suficiente para a manutenção do asilo. Como presidente da Associação Comercial de Valença, auxiliado pelo ex-vigário cônego Francisco de Luna, iniciou, com o mesmo fim, a campanha do Natal em benefício dos pobres da cidade, com cujo saldo iria formar o necessário pecúlio para a construção do albergue.  

Em 1937, o comendador José Fonseca pensou em construir um asilo para os velhos. Chegou a adquirir terreno para êsse fim, tendo-se interessado pelo assunto D. Renato de Pontes, 2o Bispo de Valença. Essa idéia, por circunstâncias diversas, não foi avante.  

Em 1948, o cônego Natanael Veras Alcântara, atual cura da Catedral, desenvolveu ativa campanha em favor de um asilo para os velhos de Valença, tendo, com auxílio do povo, construído, na sede do “Círculo Operário”, alguns quartos onde recolhia anciãos desamparados.  

Mais tarde, isto é, em 1951, o padre Tomaz Tejerine e D. Rodolfo de Oliveira Pena, atual bispo de Valença, consertaram a idéia de construir um albergue para velhos, em prédio próprio. Tôda a cidade recebeu a iniciativa com aplausos e simpatia. Aderiram logo ao movimento humanitário o deputado estadual Benjamin Ielpo, que conseguiu do Estado duas subvenções, uma de Cr$ 30.000,00 e outra de Cr$ 50.000,00, para a construção do asilo; Floriano Pellegrini, presidente da Asociação Comercial de Valença; comendador José Fonseca, d. Maria. Clara Pentagna, família Ferreira Guimarães, Benjamin Vieira Damasceno, Cia. Progresso de Valença, F. Cupelo & Cia., almirante Francisco Pedro Rodrigues Silva e muitas outras pessoas gradas. A comissão encarregada da construção do asilo e nomeada pelo sr. Bispo Diocesano, se compunha dos srs. cônego Tomaz Tejerine do Prado, presidente; almirante Francisco Pedro Rodrigues Silva, vice-presidente; Floriano Pellegrini, tesoureiro, e dr. Francisco Emanuel Jannuzzi, secretário. Elaborados e aprovados os estatutos da “Associação Diocesana de Auxílio à Velhice Desamparada”, de que é presidente o cônego Tomaz Tejerine, foi em terrenos doados pelo Ginásio São José, inaugurado, em 3 de agôsto de 1952, o edifício da “Casa de São Vicente”, sob a direção das Irmãs pertencentes à congregação das Filhas do Divino Zêlo, de Roma.  

Existiam em 31-12-1952, internados nêsse estabelecimento, 26 velhos desamparados, dos quais 12 homens e 14 mulheres. Presta-lhes permanente assistência médica o dr. Carlos Jannuzzi, ao lado da cooperação direta de Sebastião Cosate.

 

Asilo Agrícola Santa Izabel — O “Asilo Agrícola Santa Izabel”, instalado na antiga fazenda “Monte Cilene”, na sede do distrito de Barão de Juparanã, foi fundado, em 28 de abril de 1886, pela “Associação Protetora da Infância Desamparada”, de que foram fundadores o Conde D’Eu e a Princesa Izabel.  

Em terreno de 52 alqueires, o asilo dispõe de água potável e está situado a 339 metros acima do nível do mar, fazendo divisa com a antiga fazenda de “Santa Mônica”, atual Pôsto Zootécnico Federal.  

O “Asilo Agrícola Santa Izabel” iniciou suas atividades com doze meninos asilados. Ante a impossibilidade de manter-se o estabelecimento, a “Associação Protetora da Infância Desamparada”, por proposta do seu então presidente — desembargador Alfredo de Almeida Russel, houve por bem incorporá-lo à “Associação Promotora da Instrução”, fundada, em 1874, pelo conselheiro Manoel Francisco Corrêa e outros.

 

           Vista geral do Asilo Agrícola Santa Izabel

 

Em 1916, ao ser extinta a “Associação Protetora da Infância Desamparada”, seu patrimônio, com direitos e encargos, foi transferido à “Associação Promotora da Instrução” e como esta, mais tarde, não pudesse manter o Asilo, acordou transferí-lo ao “Patronato de Menores” — o que não chegou a efetivar-se, preferindo a “Associação Promotora da Instrução” arrendar, ao Ministério da Justiça (contrato de 6 de dezembro de 1923), a fazenda “Monte Cilene”, onde se acha instalado o Asilo. Pelo aludido contrato (cláusula 12), o Ministério da Justiça fez entrega da administracão do “Asilo Agrícola Santa Izabel” ao “Patronato de Menores”, cuja manutenção assegurava mediante subvenção anual. O “Patronato de Menores é uma instituição civil, fundada em 1906, que tem como seu dedicado presidente o desembargador Augusto Sabóia Lima, atual administrador de mais cinco estabelecimentos congêneres.  

Atualmente, o Asilo, — dadas as recentes reformas por que passou, com o acréscimo de novos “pavilhões” — está abrigando 461 meninos pobres e desamparados, que recebem instrução primária, moral e religiosa, ensinamentos práticos de pecuária e agricultura e prevocacionais de carpinteiro, marceneiro, sapateiro, corrieiro, alfaiate e músico.  

A finalidade maior do “Asilo Agrícola Santa Izabel” é ensinar o menino a amar a terra, a par de bons ensinamentos cívicos que lhe proporciona a sua biblioteca, onde se encontram os retratos de Lincoln, de Churchill e de Santos Dumont — que ali estão familiarizando os adolescentes na compreensão das grandes iniciativas humanas.

              

Patronato de Menores (Escola Salgado Filho) — Desde 21 de junho de 1951 vem funcionando, na cidade de Marquês de Valença, no próprio do Exército Nacional (antigo “5o Grupo”), o patronato de menores — “Escola Salgado Filho” — instituição mantida pelo Serviço de Assistência a Menores do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, estando à frente de sua direcão o sr. José Constantino Pedron. Sua capacidade é para 240 meninos, havendo, atualmente, 100 menores internados.

 

ORGANIZAÇÕES TRABALHISTAS E DE CLASSE

Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem de Valença — Fundado em 15 de maio de 1932 e reconhecido nêste mesmo ano com o nome de “Sindicato Têxtil de Valença”, tem sua sede social à Praça D. Pedro II N. 567. Sua finalidade é defender os interêsses dos operários téxteis, pertencentes aos quatro estabelecimentos fabrís locais. Deve-se ao sr. Claudemiro de Oliveira Melo — seu principal organizador — o prestígio de que goza o sindicato entre os seus associados. A sua primeira diretoria era constituida dos srs. Lucas Evangelista da Silva (presidente), José Dantas Moreira (secretário), e Pedro Vasconcelos (tesoureiro). Pelo decreto-lei N. 1.402, de 5 de julho de 1939, verificou-se a sua adaptação, recebendo a denominação atual de — “Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Fiação e Tecelagem de Valença”. Mantém uma escola noturna destinada a ministrar o ensino primário aos seus sócios e filhos.

 

Sindicato dos Mestres e Contra-Mestres na Indústria de Fiação e Tecelagem de Valença — Fundado em 25 de setembro de 1941 e reconhecido em 1943, êsse sindicato visa a defesa dos interêses da classe, prestando-lhe tôda a assistência, de acôrdo com a legislação trabalhista. A sua primeira diretoria era constituida dos srs. Scylas Gomes Leal (presidente), João Jácomo e José Eurico Sogno (secretários) e Nélio Ramos da Silva (tesoureiro).

 

Sindicato dos Lojistas do Comércio de Valença — Fundado e reconhecido em 1948, destina-se o “Sindicato dos Lojistas do Comércio de Valença” zelar pelos interêsses da classe dos comerciantes varejistas do município onde, a êle filiados, contam-se mais de 80 estabelecimentos. Tem sua sede social no edifício da “Associação Comercial de Valença”.

 

COOPERATIVAS

Cooperativa, de Laticínios S. S. Rio Bonito — Fundada em 5 de abril de 1936, tem sua sede na vila Pentagna, sede do distrito do mesmo nome. A sua instalação se verificou em 15 de novembro de 1936, sendo registrada, nêsse mes­mo ano, sob o N. 14. E’ filiada à Cooperativa Central dos Produtores de Leite Ltda., do Rio de Janeiro. Finalidades: compra e venda em comum. Essa coopera­tiva é a mais antiga das que se instalaram no Estado do Rio.

 

Cooperativa Agro-Pecuária Santa lzabel de Resp. Ltda. — Cooperativa de laticínios, fundada em 9 de maio de 1940, foi instalada em 1 de outubro de 1941. Tem sua sede na vila de Santa Izabel do Rio Prêto. O seu registro recebeu o N. 949, em 15 de junho de 1940. E’ filiada à Cooperativa Central dos Produtores de Leite Ltda., do Rio de Janeiro. Finalidades: compra e venda em comum.

 

Cooperativa Agro-Pecuária de Rio Prêto de Resp. Ltda. — Cooperativa de laticínios, fundada em 1o de abril de 1941, tendo sido instalada em 1o de abril de 1942. O seu registro recebeu, em 14 de abril de 1941, o N. 1.141. Tem sua sede na vila de Parapeúna. E’ filiada à Cooperativa Central dos Produtores de Leite Ltda., do Rio de Janeiro. Finalidades: compra e venda em comum.

 

Cooperativa Agro-Pecuária de Esteves Ltda. — Cooperativa de laticínios, fundada em 11 de janeiro de 1942 e instalada em 1o de outubro do mesmo ano. Foi registrada sob o N. 1.464, em 6 de junho de 1943. E’ filiada à Cooperativa Central dos Produtores de Leite Ltda., do Rio de Janeiro. Tem sua sede no povoado de Esteves (1o distrito). Finalidades: compra e venda em comum.

                 

Cooperativa Agro-Pecuária de Conservatória Ltda. — Cooperativa de laticínios, fundada em 12 de fevereiro de 1942 e instalada em 1o de janeiro de 1943. Foi registrada, em 30 de abril de 1943, sob o N. 1.655. E’ filiada à Cooperativa Central dos Produtores de Leite Ltda., Rio de Janeiro. Tem sua sede na vila de Conservatória. Finalidades: compra e venda em comum.

 

Cooperativa Agro-Pecuária de São Fernando Ltda. — Cooperativa de laticínios, fundada em 27 de Fevereiro de 1943 e instalada na mesma data. Foi registrada, em 10 de setembro de 1943, sob o N. 1.786. E’ filiada à Cooperativa Central dos Produtores de Leite Ltda., do Rio de Janeiro. Tem sua sede em Coronel Cardoso, no distrito de Parapeúna. Finalidades : compra e venda em comum.

 

Cooperativa de Consumo dos Empregados na Industria Têxtil de Valença —Fundada em 18 de fevereiro de 1942 e instalada em 23 de outubro do mesmo ano — essa cooperativa se destina à venda de gêneros de primeira necessidade entre os operários cooperados. Foi registrada, em 21 de outubro de 1942, sob o N. 1.543. Sua sede está instalada à rua Nilo Peçanha N. 203, na cidade de Marquês de Valença. Não é filiada a nenhuma entidade central.

 

OUTRAS ORGANIZAÇÕES

Sociedade Amigos de Valenca — Com a denominação de “Sociedade dos Amigos de Valença”, foi esta entidade fundada em 19 de maio de 1945, tendo sido eleita a sua primeira diretoria, constituida dos srs. D. Rodolfo das Mercês de Oliveira Pena (presidente de honra), José Siqueira Silva da Fonseca (presidente). Conselho de administracão: srs. drs. Durval Passos de Melo, Floriano Sobral Leite Pinto, José Garcia Lopes, Luiz de Almeida Pinto, Luiz Gioseffi Jannuzzi, Osvaldo da Cunha Fonseca e Savério Vito Pentagna. A sociedade, que é alheia à política partidária, tem por fim, de acôrdo com o seu estatuto: resolver os problemas ligados ao desenvolvimento e progresso da cidade e município de Marquês de Valença; estimular e fomentar a edificação de novos prédios, dentro de um plano de urbanização condigno; despertar, por meio de propaganda adequada, o movimento de turismo, de modo a assegurar o perfeito conhecimento das condições climatéricas e de salubridade da cidade e do município, propugnando, ainda, pelo desenvolvimento dos meios de transporte e comunicações; pelo melhoramento e incentivo à produção agro-pecuária e industrial do município; pelo desenvolvimento das artes; pela conservação e restauração das obras de arte; pelo culto das tradições locais; pela conservação do patrimônio histórico do município; pela integridade territorial do município; e finalmente, pela promulgação de leis que facilitem as construções, com isenção de impostos e taxas. A “Sociedade dos Amigos de Valença” se compõe de número ilimitado de sócios, que não estão sujeitos a qualquer contribuição, reservando-se, porém, o de aceitar a sociedade as que lhe forem espontâneamente feitas.

 

Rotary Club de Marquês de Valença — Por iniciativa do comendador José Siqueira Silva da Fonseca, apoiado pelo desejo da sociedade local, foi fundado, na cidade de Marquês de Valença, em 30 de abril de 1950, o “Rotary Club de Marquês de Valença”. Os limites territoriais do referido clube são os dos municípios de Marquês de Valença e Rio das Flôres.  

O “Rotary Club de Marquês de Valença”, membro do “Rotary Internacional” — tem por objetivo estimular e fomentar o ideal de servir, como base de todo empreendimento digno, o desenvolvimento do companheirismo, o reconhecimento do mérito de tôda a ocupação útil e a difusão de normas de ética profissional, a melhoria da comunidade pela conduta exemplar de cada um e a aproximação dos profissionais de todo o mundo, visando a consolidação das boas relações, da boa vontade e da paz entre as nações”.  

Está assim constituida a sua atual diretoria: Osvaldo da Cunha Fonseca, presidente; Angelo Pinheiro Bittencourt, vice-presidente; José Maria Valadares, 1o secretário; Roberto Tabet, 2o secretário; Antônio Garcia de MeIo, tesoureiro; e Afrânio Furtado, diretor do protocolo.

 

Comissão Municipal da Legião Brasileira de Assistência — Fundada e instalada em 31 de outubro de 1942, na cidade de Marquês de Valença, tem sua sede à rua Carneiro de Mendonça. Presta auxílio à maternidade e à infância desvalida, oferecendo-lhe assistência dentária, com fornecimento de remédios e de vestuário, além dos serviços do registro civil. Está subordinada à “Legião Brasileira de Assistência”, a cujo programa de assistência obedece. Mantém a Comissão Municipal o lactário do “Hospital Alzira Vargas”.

 

 

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