Valença de Ontem e de Hoje
Tema Para Violino e Orquestra - Parte 3
Com James Last e Orquestra
CAPÍTULO 6
ASPECTOS GERAIS
MUNICÍPIO DE MARQUÊS DE VALENÇA
(1823-1952)
Agência
Municipal de Estatística
Divisão
e Administração Judiciárias
Leis
Provinciais e Estaduais (Ementário)
Prefeitura
Municipal —
O
edifício da antiga Câmara Municipal, hoje Prefeitura, foi construído na
atual Praça D. Pedro II, no seguimento da antiga rua 7 de Setembro, atual Cel.
Leite Pinto, em frente ao parque D. Pedro II.
O
plano de sua construção, da autoria do engenheiro cap. Antônio Pinto de
Figueiredo Mendes Antas, foi aprovado, em 21 de novembro de 1853, pelo então
presidente da Província do Rio de Janeiro, Visconde de Baependi.
Edifício da Prefeitura no início do século XX.
A
Câmara, na sessão de 19 de dezembro daquêle ano, nomeou uma comissão
composta dos vereadores dr. Manoel Antônio Fernandes, dr. Francisco Antônio
de Souza Nunes e cap. Antônio Leite Pinto, para administrar essa obra e indicar
o lugar onde deveria ser ela construida.
Essa
comissão opinou que a construção fosse feita na Praça D. Pedro II, onde já
existia uma pequena casa de propriedade da Câmara, por compra feita a Joaquim
Izique (Atas das sessões de 4-9-1849 e de 19 e 20-12-1853).
A
17 de janeiro de 1854 lançou-se a primeira
pedra
do alicerce dêsse edifício, cuja construção foi custeada por meio de uma
subscrição popular
e
da subvenção de Cr$ 120.000,00, concedida pelo
decreto
provincial N. 866, de 10 de setembro de
1856.
A
inauguração do edifício da Prefeitura teve
lugar
em 1856.
A
sua construção é de pedra e cal, sendo os vãos das janelas de cantaria de
granito; sua fachada é uma composição clássica e simples. Dispõe de dois
pavimentos: no superior, funcionam, atualmente, a Câmara Municipal, de um
lado, e o Cartório Eleitoral e o Juri, do outro; no andar térreo, estão
instaladas as dependências da Prefeitura: de um lado, a secção de
contabilidade e de outro o gabinete do Prefeito. Ao fundo, funcionam a secção
funerária da municipalidade e o Serviço de Recrutamento Militar.
Presidentes da Câmara Municipal:
José da Silveira Vargas (1829);
Visconde de Baependí (1833);
dr. José Ildefonso de Souza Ramos (1841);
João Batista de Araujo Leite (1845);
Visconde de Baependí (1849);
cap. Floriano Leite Ribeiro (1857);
Barão do Rio Prêto (1861);
Manoel Jacinto Carneiro Nogueira da Gama (1869);
comdor. José Gonçalves de Morais (1873);
dr. José de Rezende Teixeira Guimarães (1877);
comdor. Domingos Teodoro de Azevedo Junior (1881);
cap. João Rufino Furtado de Mendonça (1883);
Barão da Vista Alegre (1885);
tente. Benjamin de Sales Pinheiro (1885);
João José Pereira da Silva (1887);
dr. Carlos Augusto de Oliveira Figueiredo (1888);
dr. Ernesto Frederico da Cunha (1889);
dr. Augusto de Oliveira Pinto (1890);
dr. João Francisco Barcelos (1890);
dr. Antônio José Fernandes (1890);
dr. Joaquim lnácio de Melo e Souza Jequiriçá (1891);
Antônio Leite Pinto (1891);
dr. João Francisco Barcelos (1892);
dr. Ernesto Frederico da Cunha (1893);
dr. Romualdo de Andrade Baena (1895);
major Carlos Antônio Ferraz (1898);
cel. Antônio Leite Pinto (1898);
dr. Ernesto Frederico da Cunha (1901);
cel. Carlos Antônio Ferraz (1903);
dr. Ernesto Ribeiro de Souza Rezende (1905);
cel. Antônio Leite Pinto (1906);
dr. Ernesto Ribeiro de Souza Rezende (1907);
cel. Frederico de Soto Garcia de la Vega (1910);
cel. Antônio Leite Pinto (1916);
cel. Carlos Antônio Ferraz (1917);
José Hipólito de Oliveira Ramos Filho (1921);
cel. Manoel Joaquim Cardoso (1922);
dr. Humberto de Castro Pentagna (1924);
dr. Luiz de Almeida Pinto (1937);
Floriano Sobral Leite Pinto (1947-1950) e
Pedro Ramos Gomes (1950), atual presidente.
Prefeitos municipais:
Cel. Carlos Antônio Ferraz (1922-23);
cel. Manoel Joaquim Cardoso (1922-23, 1924 e 1926);
Fernando de Castro Corrêa de Azevedo (1923-24);
dr. Humberto de Castro Pentagna (1924-29);
Osvaldo Augusto Terra (1929);
lsmar Tavares (1929-30);
Argonauta Machado (1930);
Adolfo Sucena (1930-31);
A. Eudes de Andrade (1931-32);
Luiz Carneiro de Mendonça (1932-35);
Vitor Willmsens (1935);
Adolfo Sucena (1935-36);
Major Virgílio de Azevedo (1936);
Osvaldo Augusto Terra (1936-37);
dr. Luiz de Almeida Pinto (1939-40):
Osvaldo da Cunha Fonseca (1940- 45);
Antônio Leite Castelo Branco (1945);
José Siqueira Silva da Fonseca (1945);
padre Francisco de Luna (1946-47);
Benjamin Ielpo (1947-1950) e
dr. Luiz de Almeida Pinto, atual Prefeito.
Os
serviços de estatística municipal, em todo o Brasil, é controlado pelo
Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, autarquia diretamente subordinada à
presidência
da República.
Em
1934, foi criado pela Prefeitura o serviço de estatística municipal.
A Agência Municipal
de Estatística de Marquês de Valença foi instalada, em virtude do Convênio
assinado com a União, o Estado e o Município, como sucede em todo o país,
pela Prefeitura Municipal.
Até
1942, a Municipalidade mantinha o cargo de Agente Municipal de Estatística,
cujos serviços de coleta estatística e registro eram orientados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (I.B.G.E.).
Agentes
de Estatística em Marquês de Valença: Alvaro Cunha (1934); Eduardo Serrano
(1935-36); Antônio Luiz Mautoni (1936); Manuel Carlos de Araujo (1936-39); José
Leoni Iório (1939-48); João Antônio de Oliveira Souza
(1948);
Antônio Paiva Pontes (1948-49); Sebastião Rodrigues de Souza (1949-50) e Ossonôr
Guimarães (1950), atual Agente.
Por decreto Imperial
de 15 de janeiro de 1833, a província do Rio de Janeiro era constituida de 6
comarcas, com os respectivos Juízes de Direito, sendo uma delas a de Rezende,
que compreendia então os têrmos das vilas de Rezende, Valença, Barra Mansa
e S. João Marcos.
Pela lei provincial
N.14, de 13 de abril de 1835, foi a província do Rio de Janeiro dividida em 8
comarcas, incluindo-se Vassouras que, então, passou a compreender os têrmos
de Valença e Paraíba do Sul.
A
deliberação de 15 de julho de 1836 declara a vila de Valença —
cabeça
de distrito para as eleições de regente do Império, senadores e deputados à
Assembléia Geral Legislativa e da Província; o distrito eleitoral da
referida Vila compreendia o seu têrmo e o curato das Dôres, desmembrados dos
distritos eleitorais das vilas de Rezende e Vassouras.
Pela
deliberação de 13 de outubro de 1838 (art. 3o,
§
5o)
foi
criado o distrito da Junta de Paz de Valença, composto dos do distrito de paz
de Ipiabas, criado por esta deliberação, do curato de Santo Antônio do Rio
Bonito e das freguesias de Nossa Senhora da Glória de Valença, de Nossa
Senhora da Conceição de Vassouras, de Sacra Família do mesmo têrmo e de
Nossa Senhora da Conceição do Patí do Alferes. A Junta compunha-se dos seis
juízes de paz respectivos e suas duas primeiras reuniões se realizaram na vila
de Vassouras e as duas últimas na de Valença.
Pelo
decreto provincial N. 720, de 25 de outubro de 1854, criaram-se onze
comarcas na província do Rio de Janeiro, inclusive Vassouras, que compreendia
os têrmos de Valença e Iguaçú, ficando revogada a lei N. 14, de
13 de abril de
1835.
O
decreto n.0 1.637, de 30 de novembro de 1871, ratifica a declaração
de que o têrmo de Valença pertence à comarca de Vassouras.
Pelo
decreto provincial N. 1.734, de 27 de novembro de 1872, elevou-se o têrmo
de Valença à cabeça de Comarca, compreendendo os têrmos de Valença e Santa
Teresa.
Pela
deliberação de 8 de fevereiro de 1890, foi criado o novo distrito policial,
na freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença, denominado “Rancho
Novo”, com sede na fazenda Velha, o qual dividia com Conservatória, Ipiabas e
Glória.
Pelo
decreto N. 78, de 28 de abril de 1890, foi criada a comarca de Santa
Teresa, com os limites do têrmo do mesmo nome, verificando-se sua instalação
no dia 10 de julho dêsse mesmo ano (Delib. de 2 de julho de 1890).
Pela deliberação de
27 de janeiro de 1891, foi criado o distrito de Paz do Rancho Novo, com os
mesmos limites do distrito policial já criado.
Pela
deliberação de 10 de março de 1891, criou-se o distrito policial das Cobras,
tendo os seguintes limites: a fazenda de Santa Zelinda, desmembrada da freguesia
de Santo Antônio do Rio Bonito, até à margem do rio Prêto; e daí pela
estrada que vem à fazenda da Harmonia e daí até à serra do Tunifel, que
divide a freguesia de Nossa Senhora da Glória e a de S. Sebastião do Rio
Bonito, abrangendo a situação de Francisco Rodrigues Silva.
Pelo
decreto N. 8, de 19 de dezembro de 1891, foi extinta e passou à
categoria de têrmo anexo à comarca de Valença —
a
comarca de Santa Teresa.
A
lei N. 43-A, de 1o
de
março de 1893, declara que a comarca de 2a
entrância
de Valença se compõe dos municípios de Valença e Santa Teresa, com sedes
na cidade de Valença e na vila de Santa Teresa, respectivamente.
Pelo
decreto N. 268, de 11 de abril de 1896, foi elevado à categoria de
comarca de 1a
entrância
—
o
município de Santa Teresa.
O
decreto N. 667, de 16 de fevereiro de 1901, torna extinta a comarca
de Santa Teresa e declara que a comarca de Valença se compõe dos municípios
de
Valença
e de Santa Teresa, com sedes nêsses municípios —
o
que foi confirmado pelo decreto n. 681, de 28 de março do mesmo
ano.
A
lei N. 643, de 7 de setembro de 1904, declara que a comarca de Valença,
com sede em Valença, se compõe do têrmo do mesmo nome e do município de
Santa Teresa.
A
lei N. 740, de 29 de setembro de 1906, cria novamente a classificação
das comarcas em duas entrâncias e declara que a comarca de 1a
entrância
de Valença, com sede em Valença, é composta dos têrmos de Valença, com
sede em Valença, e Santa Teresa, com sede em Santa Teresa.
Pela
lei N. 1.137, de 20 de dezembro de 1912, as comarcas e têrmos em que
se
dividia o Estado, passaram a ser de uma só categoria ou entrância, ficando a
comarca
de Valença, com sede em Valença, composta dos têrmos de Valença e
Santa
Teresa. Essa lei foi confirmada pela lei n.0 1.580, de 20 de janeiro
de
1919.
Pela
lei N. 1.804, de 12 de janeiro de 1924, foi elevado à categoria de
comarca o têrmo de Santa Teresa, que ficou desmembrado da comarca de Valença.
Pelo
decreto-lei estadual N. 640, de 15 de dezembro de 1938, foi
reorganizada a Justiça do Estado do Rio, considerando a antiga comarca de
Valença de 2a
entrância,
abrangendo os têrmos de Valença e Santa Teresa.
Atualmente,
o município de Marquês de Valença é comarca geral, em face do decreto
estadual N. 77, de 28 de fevereiro de 1940.
Eis, a seguir, a relação
das autoridades e serventuários da antiga e atual comarca de Marquês de Valença:
Alcaide
—
Manoel
Antônio Xavier —
1827.
Juizes
almotacés —
José
Silveira Vargas —
1827,
e Antônio José da Silva
—
1827.
Juizes
ordinários —
Capitão-mor
Custódio Ferreira Leite —
1827;
José Tomaz de Aquino Cabral —
1827;
Sargento-mor Manoel Gomes França —
1828;
Anastácio Leite Ribeiro —
1828;
capitão-mor Manoel do Vale Amado —
1829;
Sargento-mor Antônio da Silva Caldeira —
1829;
Joaquim José de Araujo Maia
—
1830;
Reginaldo de Souza Werneck —
1830;
Francisco Antônio de Almeida Gama —
1831;
Inácio José Nogueira da Gama —
1831;
Anastácio Leite Ribeiro
—
1832
e Pedro Vieira Machado —
1832.
Juizes
de órfãos —
Bernardo
Vieira Machado —
1827;
Francisco Joaquim
Arêas
—
1828;
Manoel Vieira Machado —
1829;
Antônio Luiz Arêas —
1830;
Manoel
Caetano de Avelar —
1831;
padre João Batista Soares de Meireles —1833;
João Antônio da Silva Péres -—
1836;
Teófilo Ribeiro de Rezende —1839
e Anastácio Leite Ribeiro —
1841.
Juizes
de Direito —
João
Caldas Viana —
1834
(*);
Dom
Manoel de Assis Mascarenhas —
1835
(**);
Manoel de Jesus Valdetaro —
1838;
Francisco de Paula Negreiros Sayão Lobato —
1840;
Diogo Teixeira de Macedo —
1846;
Alexandre Joaquim de Siqueira —
1848;
Manoel Joaquim Bahia —
1850;
Alexandre Joaquim de Siqueira —
1851;
Luiz Antônio Barbosa de Almeida —
1853;
Marcos Antônio de Macedo —
1857;
Joaquim Francisco de Faria —
1861;
Dario Rafael Calado —
1864;
Luiz Francisco da Câmara Leal —
1866;
Raimundo Furtado de Albuquerque Cavalcanti -—
1874
(***);
Antônio Gonçalves de Carvalho —
1885;
Enéas de Araujo Torreão —
1890;
Francisco José de Souza Nogueira —
1891;
Henrique Graça —
1893;
Manoel Rodrigues de Carvalho Paiva
—
1911;
Bernardo de Souza Viana —
1919;
Manoel Barreto Dantas —
1929;
Everardo Barreto de Andrade —
1934;
Oscar da Cunha Lima —
1937
e Durval Passos de Mello —
1944
(atual).
(*)
Rezende -
cabeça
de comarca.
(**)
Vassouras -
cabeça
de comarca.
(***)
Valença-
cabeça dc comarca.
Promotores
públicos
—
Francisco
Carlos Corrêa Lemos —
1833;
Severino da Silva Tavares —
1834;
Francisco Antônio de Almeida Gama —
1834;
Antônio
José
Osório de Pina Leitão —
1835;
Genuino Antônio da Silva Péres —
1839;
Pedro
Corrêa
Taborda de Bulhões —
1841;
Emídio José Ribeiro —
1841;
Joaquim Francisco de Faria —
1851;
Severino Aives de Carvalho
Junior
—
1852;
Luiz Rômulo Péres de Moreno —
1865;
João Batista de Almeida Werneek
—
1868;
Antônio Joaquim de Sena Junior —
1870;
Rodolfo Leite Ribeiro —
1872;
José Jorge Paranhos da Silva —
1874;
Felipe de Sampaio Corrêa —
1875;
Salvador Antônio Muniz Barreto de Aragão —
1876;
Cândido Drumond Furtado de Mendonça —
1879;
João Monteiro Peixoto —
1881;
Carlos Ferreira de Souza Fernandes —
1882;
José Augusto de Godoi Vasconcelos —
1894;
Nuno Alvaro Pereira —
1894;
Luiz Lopes Domingues —
1895;
Francisco
de Paula Monteiro de Barros —
1899;
José Hipólito de Oliveira Ramos Filho —
1903;
Bernardo de Souza Viana —
1906;
Gastão Neto dos Reys —
1916;
Aidano Vaz Sampaio
—
1919;
Saturnino Cardoso de Castro —
1921;
Luiz de Andrade Leal —
1923;
Izidoro Pereira da Silva —
1924;
Oscar Leite Pinto —
1924;
Emilio Luiz Mallet Jacques —
1939;
Raul Figueiredo Meireles —
1942;
José Navega Creton —1943;
Jandir Cesar Sampaio —
1945
e João Fausto de Magalhães —
1947
(atual).
Tabeliães
do Primeiro Oficio —
Bonifácio
Rodrigues Vilarinho —
1837;
José Francisco de Araujo Silva —
1845;
Gaudêncio Cezar de Melo —
1876;
Francisco Vieira Machado da Cunha —
1905;
Ernesto Vieira da Silva Machado —
1914;
Licídio Silveira —
1918,
e Ludovico Cosate —
1945
(atual).
Tabeliães
do Segundo
Ofício
—
Manoel
Joaquim de Souza —
1827;
Antônio Joaquim Domingues Claro -—
1830;
Jerônimo Máximo das Chagas Viana —
1835;
Fernando
Rodrigues Silva -—
1850;
José Benedito da Cunha —
1888;
Augusto
Cesar
de Oliveira Cansado —
1894;
Frederico de Sôto Garcia de la Vega
-—
1906;
Nuno Alvaro Pereira —
1922;
José Antônio Ribecco —
1925,
e Floriano
Sobral
Leite Pinto —
1929
(atual).
Tabeliães
do Terceiro
Ofício
—
Eurico
Lengruber —
1942;
Américo Ferreira da Cunha —
1947,
e João Bernardino de Campos Pilar —
1950
(atual).
Até
1829 o registro de nascimentos (batizados), casamentos e óbitos era feito pela
igreja católica.
Na
sessão da Câmara Municipal, realizada em 17 de dezembro de 1879, foi lida uma
portaria do govêrno da Província, ordenando se pusesse em execução o
Regulamento
de nascimentos, casamentos e óbitos de católicos e acatólicos, conforme
decreto n.0 3.069, de 17-4-1863.
Criado
o Juízo de Paz, mais tarde com a denominação de Registro Civil, do distrito
de N. S.
da
Glória, foram seus escrivães e oficiais, os seguintes cidadãos:
Marcelino
de Barros Barbosa (1829-1831); José Alvares Pinto (1831-1833); Gabriel José
de Matos (1833-1834); Jerônimo Máximo das Chagas Viana (1834-1836); José
Rodrigues Barbosa (1836-1837); Augusto José Joaquim Vilela (1837-1840); José
Joaquim do Carmo (1840-1842); José Augusto Escobar (1842-1850); Alexandre
Duarte de Lacerda (1850-1865); Benedito Gomes da Silva Saboia (1865-1867); João
Carlos Corrêia de Castro Lemos (1867-1869); Paulino Antônio de Carvalho
(1869-1870); Manoel Gonçalves Viana França (1870-1875); Ovídio Pinto da
Fonseca
(1875-1876); José Fredesvindo de Araujo Silva (1876-1878); José Augusto Vieira
Machado (1878-1879; Manoel Dupré (1879-1885); José Augusto Escobar
(1885-1891); José Augusto Vieira Machado (1891-1898); Nicolau de Moura Neves
(1898-1904); Francisco Tiago Alves (1904-1905); Euticiano Batista Ramos
(1905-1918); Lindolfo da Fraga Martins (1918-1923); Benjamin de Morais
(1923-1931); Francisco Ribeiro Magalhães (1931-1940); e Tente. Aluízio Vital
Barbosa (1940), atual escrivão de paz.
Damos abaixo o
movimento do Registro Civil da sede do Município, desde 1940 até 1952:
ANOS | NASCIMENTOS | ÓBITOS | CASAMENTOS | ||||
HOMEM | MULHER | TOTAL | HOMEM | MULHER | TOTAL | ||
1940 | 334 | 262 | 596 | 163 | 145 | 308 | 54 |
1941 | 214 | 218 | 432 | 140 | 136 | 276 | 102 |
1942 | 204 | 183 | 387 | 131 | 141 | 272 | 109 |
1943 | 220 | 226 | 446 | 148 | 146 | 294 | 98 |
1944 | 240 | 224 | 464 | 72 | 80 | 152 | 86 |
1945 | 289 | 305 | 594 | 139 | 120 | 259 | 116 |
1946 | 307 | 301 | 608 | 150 | 128 | 278 | 143 |
1947 | 398 | 379 | 777 | 123 | 112 | 235 | 133 |
1948 | 379 | 338 | 717 | 179 | 158 | 337 | 103 |
1949 | 359 | 358 | 717 | 180 | 167 | 347 | 129 |
1950 | 365 | 351 | 716 | 154 | 136 | 290 | 112 |
1951 | 420 | 353 | 773 | 189 | 149 | 338 | 159 |
1952 | 380 | 390 | 770 | 136 | 134 | 270 | 135 |
Pelo
recenseamento
geral de 1872 (censo federal), o antigo município de Valença contava
com
42.131 habitantes; pelo recenseamento geral de 1890 (censo federal), a sua
população desceu —
em
virtude da queda do café e da consequente evasão de colonos —
a
33.623 pessoas; pelo recenseamento estadual, realizado em 1892, verificou-se o cômputo
de 33.263 habitantes; pelo censo federal de 1900, foram recenseadas, no município,
36.869 pessoas; pelo recenseamento geral de 1920 (censo federal), a população
passou a ser de 41.389 habitantes. No recenseamento geral de 1940, que teve,
em Valença, como delegado o sr. Celso Peçanha, a população de fato foi de
36.748 habitantes, calculando-se a densidade demográfica do município em 28,33
habitantes por km2, verificada a percentagem de 1,99, em relação à população
do Estado do Rio de Janeiro (1.847.857 habs.). A população da sede municipal
representava, em 1940, 28,88% da população total do município.
Eis
o quadro oficial do censo demográfico (população por distritos), resultante
do recenseamento geral de 1940 (“Sinopse Estatística” —
1948
—
do
I.B.G.E.):
DIVISÃO DISTRITAL | TOTAL | LOCALIZAÇÃO (ZONAS) | |
URBANA E SUBURBANA | RURAL | ||
VALENÇA | 15.580 | 10.614 | 4.966 |
CONSERVATÓRIA | 5.193 | 698 | 4.495 |
DESENGANO | 2.807 | 884 | 1.923 |
IPIABAS | 1.121 | 182 | 939 |
PENTAGNA | 4.209 | 313 | 3.896 |
RIO PRÊTO | 3.250 | 409 | 2.841 |
SANTA IZABEL DO RIO PRÊTO | 4.588 | 744 | 3.844 |
TOTAL DO MUNICÍPIO | 36.748 | 13.844 | 22.904 |
O
recenseamento de 1940, no antigo município de Valença, foi feito sob os três
aspectos seguintes: a) população de fato: 36.748, sendo 18.326 homens e 18.422
mulheres; b) população de direito: 36.635, sendo 18.260 homens e 18.375
mulheres; e c) população presente: 36.405, sendo 18.133 homens e 18.272
mulheres.
Em
relação à côr, registraram-se: a) brancos —
20.874
habs., dos quais
10.461
homens e 10.143 mulheres; b) prêtos —
10.404,
dos quais 5.172 homens
e
5.232 mulheres; c) amarelos —-
5,
dos quais 4 homens e 1 mulher; d) pardos —
5.446,
dos quais 2.681 homens e 2.765 rhulheres; e e) de côr não declarada —19,
dos quais 8 homens e 11 mulheres.
Em
relação ao estado conjugal: a) solteiros —
24.694,
sendo 12.758 homens e 11.936 mulheres; b) casados —
10.175,
sendo 5.073 homens e 5.102 mulheres; c) separados, desquitados, divorciados —
29,
sendo 10 homens e 19 mulheres; d) viúvos —
1.712,
sendo 444 homens e 1.268 mulheres; e e) de estado conjugal não declarado —
138,
sendo 41 homens e 97 mulheres.
Em
relação à nacionalidade: a) brasileiros natos —
36.342,
dos quais 18.061 homens e 18.281 mulheres; b) brasileiros naturalizados —
98,
dos quais 69 homens e 29 mulheres; e c) estrangeiros —
308,
dos quais 196 homens e 112 mulheres.
Em
relação à instrução: a) sabem ler e escrever —
13.517,
dos quais 7.304
homens
e 6.213 mulheres; b) não sabem ler nem escrever —
17.568,
dos quais
8.164
homens e 9.399 mulheres; e e) de instrução não declarada —
44,
dos quais
21
homens e 23 mulheres.
Em
relação à religião: a) católicos —
34.875,
dos quais 17.401 homens e 17.474 mulheres; b) protestantes —
586,
dos quais 256 homens e 330 mulheres; c) israelitas —
16,
dos quais 9 homens e 7 mulheres; d) espíritas —
899,
dos quais 449 homens e 450 mulheres; e) de outra religião —
85,
dos quais 50 homens e 35 mulheres; f) sem religião, 97, dos quais 56 homens e
41 mulheres; e g) de religião não declarada —
190,
dos quais 105 homens e 85 mulheres.
Em
1945, com o desmembramento dos distritos de Ipiabas e Conservatória para o
município de Barra do Piraí, o município de Marquês de Valença, reduzido,
pois, a cinco distritos, teve a sua população estimada em 31.000 habitantes,
apresentando uma densidade demográfica de 27,85 habitantes por km2. Com a
reanexação do distrito de Conservatória, em 1947, ao município de Marquês
de Valença, a sua população passou a ser estimada em 37.289 habitantes.
Finalmente,
o Recenseamento Geral de 1950, sob o patrocínio do I.B.G.E. —
cujos
trabalhos, em Marquês de Valença, foram chefiados pelo Agente de Estatística,
sr. Ossonor Guimarães —
deu
para o município, agora constituido de 6 distritos, o resultado oficial de
36.126 habitantes, apresentando-se a cidade (zonas urbana e suburbana) com
12.688 habitantes, verificada a percentagem de 34,72 em relação ao total do
município.
Entre
os resultados dos censos de 1940 (36.748 habs.) e de 1950 (36.126 habitantes),
há, para todo o município, uma diferença, para menos, de 622
habitantes.
Com relação à cidade (zonas urbana e suburbana), verifica-se que a
diferença,
para mais, entre os resultados daquêles censos, foi de 1.855 habitantes —
acréscimo
da população em 10 anos.
Quanto
à população presente, em 1o
de
julho de 1950, nas zonas urbana, suburbana e rural, o Censo em Marquês de
Valença registrou:
DISTRITOS | POPULAÇÃO PRESENTE EM 1 DE JULHO de 1950 | ||||||||
POR SEXOS | TOTAL | ZONA URBANA | ZONA SUBURBANA | ZONA RURAL | |||||
HOMENS | MULHERES | HOMENS | MULHERES | HOMENS | MULHERES | HOMENS | MULHERES | ||
M. DE VALENÇA | 8.772 | 9.370 | 18.142 | 5.324 | 6.104 | 502 | 539 | 2.946 | 2.727 |
B. DE JUPARANÃ | 1.532 | 1.266 | 2.798 | 458 | 480 | 203 | 204 | 871 | 582 |
CONSERVATÓRIA | 1.893 | 1.798 | 3.691 | 262 | 335 | 60 | 55 | 1.571 | 1.408 |
PARAPEÚNA | 1.976 | 1.838 | 3.814 | 200 | 210 | 14 | 15 | 1.762 | 1.613 |
PENTAGNA | 1.610 | 1.496 | 3.106 | 141 | 140 | 120 | 110 | 1.349 | 1.246 |
STA. ISABEL DO RIO PRÊTO | 2.347 | 2.228 | 4.575 | 312 | 412 | 57 | 73 | 1.978 | 1.743 |
TOTAL | 18.130 | 17.996 | 36.126 | 6.697 | 7.681 | 956 | 996 | 10.477 | 9.319 |
População
presente no município de Marquês de Valença (cidade e vilas), segundo o
sexo, com indicação da instrução para as pessoas de 5 anos e mais (“Sinopse
preliminar e seleção dos principais dados do Censo Demográfico”—1951)
CIDADES E VILAS | POPULAÇÃO PRESENTE | |||||||
TODAS AS IDADES | PESSOAS DE 5 ANOS OU MAIS | |||||||
TOTAL | SABEM LER E ESCREVER | NÃO SABEM LER E ESCREVER | ||||||
TOTAL | HOMENS | MULHERES | HOMENS | MULHERES | HOMENS | MULHERES | ||
M. DE VALENÇA (sede) | 12.469 | 5.826 | 6.643 | 10.747 | 3.829 | 3.864 | 1.137 | 1.917 |
B. DE JUPARANÃ (vila) | 1.345 | 661 | 684 | 1.124 | 394 | 376 | 154 | 200 |
CONSERVATÓRIA (vila) | 712 | 322 | 390 | 630 | 191 | 216 | 95 | 128 |
PARAPEÚNA (vila) | 439 | 214 | 225 | 360 | 124 | 127 | 45 | 64 |
PENTAGNA (vila) | 511 | 261 | 250 | 415 | 146 | 116 | 64 | 89 |
STA. ISABEL DO RIO PRÊTO (vila) | 854 | 369 | 485 | 737 | 195 | 222 | 116 | 204 |
(*)
Não estão incluidos neste quadro os registros da zona rural do município.
Entretanto, sabese, oficialmente, que das 16.312 pessoas de 5 anos e mais,
recenseadas na zona rural de todo o município, 5.334, —
das
quais 3.155 homens e 2.179 mulheres —
sabem
ler e escrever; e 10.978, —
das
quais 5.522 homens e 5.456 mulheres -—
não
sabem ler nem escrever.
EMENTÁRIO
DAS PRINCIPAIS LEIS PROVINCIAIS E ESTADUAIS SÔBRE O MUNICÍPIO DE VALENÇA (1835-1949)
Lei
N. 14, de 13-4-1835 —
Declara
que o têrmo de Valença pertence à comarca de Vassouras.
Deliberação
de 15-7-1836 —
Eleva
a vila de Valença à cabeça de distrito para as eleições de regente do Império,
senadores e deputados à Assembléia Geral Legislativa e à da Província,
compreendendo o distrito eleitoral da referida vila o seu têrmo e o curato
das Dôres, que ficam desmembrados dos distritos eleitorais das vilas de Rezende
e de Vassouras.
Decreto
n.0 56. de 9-12-1836 —
Fica
anexada ao curato de Santo Antônio do Rio Bonito a parte dos fregueses
atualmente pertencentes ao das Dôres, que tem o seu domicílio eøtabelecido no
Distrito e município de Valença.
Lei
N. 96, de 6-12-1837 —
Eleva
à categoria de Vila a freguesia de Sant´Ana do Piraí, procedendo-se a
demarcação dos limites com Valença, S. João do Príncipe, Barra Mansa e
Vassouras, e estabelece que a referida vila de Pirai fique pertencendo a
Vassouras.
Deliberação
de 28-9-1838 —
Estabelece
normas para execução da lei N. 96
de 6-12-1837.
Deliberação
de 13-10-1838 —
Cria
o distrito de Ipiabas em Valença, etc.
Decreto
N. 136, de 19-3-1839 —
Eleva
o curato de Santo Antônio do Rio Bonito à categoria de Freguesia com a mesma
denominação, e estabelece os limites com os curatos das Dôres e do Arnparo,
pelas divisas estabelecidas, entre os municípios de Valença, Barra Mansa e
Pirai.
Deliberação
de 14-8-1840 —
Ordena
a execução do decreto N. 136, de 19-3-1839.
Decreto
N. 230, de 6- 4-1841 —
Estabelece
divisa entre o município e freguesia de Valença e o município e freguesia de
Paraíba do Sul.
Deliberação,
de 15-9-1841 —
O
território que, segundo o Alvará de 17-10-1823, e o Decreto de 3-10-1832,
ficou pertencendo ao termo da vila de Valença e que se compreende entre as
divisas atuais da freguesias de Santo Antônio do Rio Bonito, Rio Prêto, ribeirão
do Patriarca e a serra do Tunifel, fica anexado à referida freguesia e
fazendo parte do seu 1o
distrito
de paz. O distrito de Ipiabas se denominará d’ora em diante 2o
distrito —
da
freguesia mencionada.
Deliberação,
de 10-2-1849 —
Fica
dividida em duas a Subdelegacia de polícia da freguesia de Santo Antônio do
Rio Bonito, tendo a 2a por limites os que se acham marcados para o
atual 2.0
distrito
de paz.
Deliberação,
de 30-4-1849 —
Cria
um 30
distrito
de paz na freguesia de Santo Antônio’ e dispõe sôbre os seus limites
(limites do distrito de paz).
Decreto
N. 484, de 26-5-1849 —
Cria
um curato com a invocação de N. S. da Piedade das Ipiabas, no 2o
distrito,
e estabelece os limites; cria outro curato sob a invocação de Santa lzabel do
Rio Prêto, no 3o
distrito
e estabelece seus limites.
Decreto
N. 485, de 30-5-1849 —
Reconhece
curato a capela do Patriarcha São Joaquim, no município de Barra Mansa,
menos o território pertencente ao município de Valença.
Deliberação.
de 16-6-1849 —
Cria
na freguesia de Santo Antônio do Rio Bonito mais uma subdelegacia de polícia, 3a
da
dita freguesia.
Deliberação,
de 25-8-1849 —
O
govêrno aprova a nova denominação dada pela Câmara Municipal de Valença
aos distritos de paz e da subdelegacia de polícia da freguesia de Santo Antônio
do Rio Bonito, ficando d’óra em diante conhecidos por:
1o
distrito
—
o
dist. da freguesia de Santo Antônio do Rio Bonito;
2o
distrito
—
o
dist. do curato de N. S. da Piedade das Ipiabas;
3o distrito —
o
dist. do curato de Santa Izabel do Rio Prêto;
Decreto
N. 573. de 9-10-1851 —
Eleva
o curato de Santa Izabel do Rio Prêto à categoria de freguesia, com a mesma
invocação e os mesmos limites.
Decreto
N. 589, de 20-10-1851 —
Autoriza
o govêrno da Próvíncia mandar estudar melhores divisas a se estabelecer
entre Piraí e Barra Mansa pelo lado das freguesias de Dôres e de Amparo.
Decreto
N. 603, de 27-9-1852 —
Eleva
à categoria de freguesia o curato de N. S. da Piedade das Ipiabas.
Decreto
N. 720, de 25-10-1854 —
Declara
que o têrmo de Valença pertence à comarca de Vassouras revoga a lei N. 14,
de 13-4-1835.
Decreto
N. 820, de 28-9-1855 —
Eleva
a curato de S. José do Turvo, passando do município de Barra Mansa para o de
Piraí, e estabelece limites com Barra e Valença.
Decreto
N. 858, de 26-8-1856 —
Declara
pertencer a fazenda do Barão de Santa Izabel à freguesia de Santo Antônio
do Rio Bonito.
Lei
N. 961, de 29-9-1857 —
Fica
elevada à categoria de cidade a vila de Valença.
Decreto
N. 1.242, de 14-12-1861 —
Desmembra
da freguesia de N. S. da Piedade das Ipiabas, no
município
de Valença, e incorpora a de N. S. das Dôres, do município de Piraí.
Decreto
N. 1.306, de 29-12-1865 —
A
fazenda de cultura de café, propriedade de José Pinheiro de Sotias, no município
de Valença, fica pertencendo à freguesia de Nossa Senhora da Glória.
Deliberação,
de 31-1-1866 —
Fica
criado por êste decreto um distrito de subdelegacia de polícia no lugar
denominado “Desengano”, na freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença
e fixa os seus limites.
Deliberação,
de 29-8-1868 —
Cria
um distrito de subdelegacia de polícia na capela de S. Sebastião do Rio Bonito
e estabelece seus limites.
Decreto
N. 1.637, de 30-11-1871 —
Declara
que o têrmo de Valença pertence à Comarca de Vassouras.
Decreto
N. 1.734, de 26-11-1872 —
Fica
criada mais uma comarca que será formada do têrmo de Valença.
Decreto
N. 2.388, de 19-11-1879 —
A
fazenda do capitão Estanislau José da Silva, situada nas freguesias de Santa
Izabel do Rio Prêto e de S. Joaquim da Barra Mansa fica pertencendo
exclusivamente a esta freguesia.
Decreto
N. 2.452, de 19-12-1879 —
Passa
para a freguesia de S. Joaquim da Barra Mansa tôdas as águas vertentes para
o ribeirão do Patriarca desde as suas cabeceiras até à foz do rio Prêto.
Deliberação,
de 4-8-1880 —
Dispõe
sôbre o que determina o decreto 2.452. de 19-12-1879 (até definitiva aprovação
da Assembléia).
Decreto
N. 2.532, de 7-12-1882 —
Aprova
a Deliberação de 4-8-1880.
Decreto
N. 2.623, de 9-10-1882 —
Desmembra
da freguesia de Santa Izabel do Rio Prêto e incorpora à de S. Joaquim, no
município de Barra Mansa, a fazenda de José Gomes de Oliveira Campbel.
Decreto
N. 2.697. de 18-9-1884 —
Revoga
o decreto 2.623, de 9-10-1882, voltando a fazenda desmembrada a pertencer ao
município de Valença.
Decreto
N. 2.790, de 17-11-1885 —
Cria
a freguesia de S. Sebastião do Rio Bonito e mantém seus limites.
Deliberação,
de 9-7-1886 —
Cria
um distrito de paz na freguesia de São Sebastião do Rio Bonito.
Deliberação,
de 14-1 2-1886 —
Cria
um distrito de paz na povoação de Desengano.
Deliberação,
de 8-2-1890 —
Cria
um distrito policial na freguesia de N. S. da Glória, no têrmo de Valença.
Decreto
N. 59, de 10-3-1890 —
Cria
o município de Barra do Piraí, ao qual são incorporados alguns distritos de
paz desmembrados dos municípios de Piraí, Vassouras e Valença.
Decreto
N. 62, de 17-3-1890 —
Eleva
à categoria de Vila a freguesia de Santa Teresa, desanexando-a de Valença.
Deliberação,
de 15-4-1890 —
Designa
o dia 21 de abril corrente para a instalação do têrmo de Santa Teresa.
Deliberação,
de 19-4-1890 —
Adia
para o dia 22 de abril corrente a instalação do têrmo de Santa Teresa.
Decreto
N. 28, de Abril de 1890 —
Cria
a comarca de Santa Teresa com os limites do têrmo do mesmo nome.
Deliberação,
de 2-7-1890 —
Designa
o dia 10 de julho corrente para a instalação da comarca de Santa Teresa.
Deliberação,
de 27-1-1891 —
Cria
o distrito de paz do Rancho Novo, no município de Valença, e estabelece
limites.
Deliberação,
de 10-3-1891 —
Cria
o distrito policial das Cobras, no município de Valença, e estabelece limites.
Decreto
N. 8, de 19-12-1891 —
Fica
extinta e passa à categoria de termo anexo a comarca de Santa Teresa.
Decreto
N. 1, de 8-5-1892 —
O
município de Valença é formado do antigo município do mesmo nome menos a
antiga freguesia de Santa Teresa
Sede:
Cidade de Valença.
Área:
1.355 km. 33.
Limites
—
como
consta da presente lei:
Distritos:
1o
, cidade:
2o
, Desengano;
3o
, Rio
Bonito (Conservatória) ;
4o
, Rancho
Novo;
5o, Ipiabas: 6o , Santa Izabel do Rio Prêto: 7o,
S.
Sebastião do Rio Bonito. Decreto N. 1-A, de 3-6-1892 —
Estabelece
a divisão distrital seguinte:
1o
distrito —
cidade
e o antigo Rancho Novo; 2o distrito —
Desengano;
3o
distrito
—
Rio
Bonito (Conservatória); 4o
distrito
—
Ipiabas:
5o
distrito
—
Santa
Izabel do Rio Prêto; 6o distrito
—
S.
Sebastião do Rio Bonito.
NOTA
- Êste
decreto retificou o de N. 1, de 8-5-1892.
Lei
N. 43-A, de 1-3-1893 —
Declara
que a comarca da 2a entrância de Valença se compõe dos municípios
de Valença e Santa Teresa.
Decreto
N. 268, de 11-4-1896 —
Eleva
à categoria dc comarca de 1a entrância o município de Santa
Teresa.
Lei
N. 449, de 11-12-1900 —
Autoriza
a revisão das comarcas, ficando abolida a classificação comarcas e municípios
em duas entrâncias.
Decreto
N. 667, de 16-2-1901 —
Extingue
a comarca de Santa Teresa, passando a ccmpôr-se a de Valença dos dois municípios,
“com sedes nêsses municípios”.
Decreto
N.
681,
de 28-3-1901 —
A
comarca de Valença se compõe dos municípios dêste nome e do de Santa Teresa.
Lei
N. 643, de 7-9-1904 —
A
comarca de Valença, com sede em Valença, se compõe do têrmo do mesmo nome e
do município de Santa Teresa.
Lei
N. 740, de 29-9-1906 —
Cria
novamente a classificação das comarcas em duas entrâncias, e declara que a de
1a entrância de Valença, com sede em Valença, compõe-se dos têrmos:
Valença
—
com
sede em Valença;
Santa
Teresa —
com
sede em Santa Teresa.
Lei
N. 907-A, de 26-10-1909 —
Desmembra
do distrito de paz de Santo Antônio do Rio Bonito
e anexa ao de
Ipiabas, o sitio denominado S. Sebastião. do Cel. Francisco Leite Ribeiro.
Lei
N.
1.137,
de 20-12-1912 —
As
comarcas e têrmos em que se divide o Estado são de uma só categoria ou entrância.
A comarca de Valença,
com sede em
Valença, se compõe dos têrmos:
Valença
—
com
sede em Valença;
Santa
Teresa —
com
sede em Valença.
Boletim,
de 6-1-1917 —
O
município de Valença se compõe dos seguintes distritos:
1o
—
Valença;
2o
—
Desengano;
3o
—
Santo
Antônio do Rio Bonito; 4o
—
Ipiabas;-
5o —
Rio
Prêto; 6o
—
S.
Sebastião do Rio Bonito.
Boletim,
de 13-1-1918 —
Divisão,
de acôrdo com o decreto N.1-A, de 3-6-1892, leis e decretos posteriores até
31-12-1917:
1o
, cidade;
2o , Desengano; 3o
, Rio
Bonito (Conservatória) ;
4o
, Ipiabas; 5o
, Rio
Prêto; (Santa Izabel do) ;
6o, S.
Sebastião do Rio Bonito.
Lei
N. 1.850 de 20-1-1919 —
A
comarca de Valença, com sede em Valença, compõe-se dos têrmos de: Valença
(sede) e Santa Teresa (sede)
Lei
N. 1.804, de 12-1-1924 —
Eleva
à categoria de comarca o têrmo de Santa Teresa, desmembrado da comarca de
Valença.
Lei
N. 1.811, de 28-1-1924 —
Desdobra
em dois, com as numerações de 6o
e 7o
, com
as denominações respectivas, o distrito de S. Sebastiâo do Rio Bonito,
ficando criado o de S. Sebastião do Rio Prêto, à margem da E.F.C.B.
Decreto-lei
N. 392-A, de 31-3-1938 —
Declara
o município constituido dos seguintes distritos:
Valença,
Desengano, Ipiabas, Conservatória (ex-Santo Antônio do Rio Bonito, depois Rio
Bonito), Santa Izabel do Rio Prêto, São Sebastião do Rio Bonito e São
Sebastião do Rio Prêto.
Decreto
n.0 641, de 15-12-1938 —
(*)
Fixa
o quadro territorial do município e suas divisas interdistritais para
vigorar no quinquénio 1939-1943, o qual se constitui dos seguintes distritos:
Valença, Conservatória, Desengano, Ipiabas, Pentagna (ex-São Sebastião do
Rio Bonito), Rio Prêto (ex-São Sebastião do Rio Prêto) e Santa Izabel do Rio
Prêto.
(*)
Por efeito dêsse decreto, o distrito de São Sebastião de Rio
Bonito passou a denominar-se Pentagna.
Decreto-lei
N. 1.055, de 31-12-1943 —
Transfere
os distritos de Conservatória e Ipiabas para o município de Barra do Piraí,
onde figuram no quinquênio 1944-1948.
Decreto-lei
N. 1.056, de 31-12-1943 —
(**)
Na
divisão territorial para vigorar no quinquênio 1944-1948, o município de
Marquês de Valença (ex-Valença) figura com 5 distritos: Marquês de Valença
(ex-Valença),
Desengano,
Parapeúna (ex-Rio Prêto), Pentagna e Santa Izabel do Rio Prêto, ficando
transferidos para o município de Barra do Pirai os distritos de Conservatória
e Ipiabas. A comarca de Marquês de Valença (ex-Valença) passa a
compreender os têrmos de Marquês de Valença (ex-Valença) e Rio das Flôres
(ex-Santa Teresa).
(**)
Por
efeito dêsse decreto-lei, o
distrito de Rio Prêto (antigo S. Sebastião do Rio Prêto) passou a
denominar-se Parapeúna.
——
de
20 de junho de 1947 —
Em
virtude do Ato das “Disposições Constitucionais Transitórias”, da
Constituição Estadual, o distrito de Conservatória é desmembrado do município
de Barra do Piraí, e reincorporado ao município de Marquês de Valença.
Lei
N. 736, de 27-12-1949 —
Aprova
a deliberação N. 136. da Câmara Municipal de Marquês de Valença, pela
qual passa a denominar-se “Barão de Juparanã” o antigo distrito de
Desengano, bem como a Vila que lhe serve de sede.
Dos
vultos ilustres que, como chefes políticos, no Império, pontificaram na
administração pública de Valença, cujo progresso inicial se deve,
incontestàvelmente,
àqueles que conduziram seu povo a épocas de fausto e de engrandecimento
social; destaca-se, em primeiro lugar, a figura respeitável do comendador José
da Silveira Vargas, o primeiro presidente da Câmara Municipal. Foi êle quem,
no período de 1829 a 1832, semeou, entre inúmeras iniciativas benéficas, em
prol da coletividade valenciana, a instrução primária, inaugurando, na então
vila de Valença, em 7 de setembro de 1832, a primeira escola; promoveu o
tombamento da vila, a obrigatoriedade da vacina contra a varíola, a denominação
dos logradouros públicos e a obtenção do terreno, outrora pertencente aos
índios, para a edificação do atual prédio onde funciona a Prefeitura, cuja
construção êle planejou e realizou por meio de subscrição popular. Por
sua iniciativa, foram inaugurados o mercado e a primeira agência postal.
Voltando suas vistas para a lavoura, conseguiu abrir algumas estradas de
rodagem, auxiliando os lavradores na extinção da formiga saúva. Prestou
relevantes serviços à Santa Casa da Misericórdia local, da qual foi um dos
fundadores, e, por dez anos consecutivos, provedor, concorrendo do seu bôlso,
para a manutenção dêsse estabelecimento de caridade, com largas e generosas
somas em dinheiro. Foi um dos pioneiros da construção, em 1850, do atual edifício
da Santa Casa. A antiga igreja Matriz muito lhe deve como um dos fundadores da
Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Glória de Valença. Ocupou, no município,
por nomeação do govêrno imperial, vários cargos de confiança, tais como:
os de Juiz de Orfãos e de Almotacel, e o de Coletor da Décima Urbana,
exercendo, posteriormente, o cargo de Juiz de Paz, da então freguesia, de Nossa
Senhora da Glória de Valença. Pelos altos méritos e pela messe de serviços
que prestou a Valença, a Câmara inaugurou, numa justíssima homenagem, em sua
sala de sessões, o seu retrato a óleo, cuja solenidade se verificou na sessão
de 14 de julho de 1919, por ocasião da reposição do retrato de S. Majestade
D. Pedro II, dali retirado antes, face à exaltação republicana.
Outro
benfeitor da vila de Valença foi o visconde de Baependí, notável homem público,
que presidiu os destinos políticos da terra valenciana desde 1833 até 1840,
prestando-lhe valiosos serviços, quando tinha em vista a causa pública. Valença
muito lucrou por fôrça do seu prestígio, e, graças às suas atividades
políticas,
foram, no período de 1849 a 1856, assinalados marcantes melhoramentos.
Notável
foi também o visconde de Ipiabas, que se revelou o incansável amigo de Valença.
O seu carinho pelo porvir da futurosa Vila, êle o alimentava como se fôra um
valenciano. A administração pública, a Santa Casa da Misericórdia, a
igreja católica e suas irmandades muito lhe devem, pela sua devotada assistência
e seu direto auxílio material.
João
Batista de Araujo Leite, comendador e cidadão popular, outra figura de realce
na política valenciana. Quando presidente da Câmara Municipal, no período
de 1845 a 1848, muito contribuiu para o progresso local. Desfrutava inequívocas
provas de prestígio, e o seu nome ficou como um exemplo de probidade e de
dinamismo inteligente e produtor.
Outro,
foi o grande e inesquecível Barão do Rio Prêto, mais tarde Visconde do
mesmo título. Grande benfeitor de Valença. O povo jamais esquece o que êle
fez pela Vila e pela Cidade. Com o concurso de seus escravos, calçou várias
ruas da antiga vila, contribuindo, para isso, com significativas quantias. Doou
encanamentos e torneiras para os logradouros públicos da cidade, abastecendo,
gratuitamente, a diversas residências. No decurso de 1861 a 1868, sua bôlsa
abriu-se generosamente à pobreza, além das benemerências que praticou,
auxiliando a administração da Santa Casa. A gratidão de alguns valencianos, lá
pelo ano de 1914, fez com que se obtivesse a promessa da firma Antônio Jannuzzi
& Cia., do Rio, para a fundição de um busto em bronze, do Visconde do Rio
Prêto, a ser erigido na praça do mesmo nome. A referida firma executou o modêlo
em gesso, o qual, só mais tarde, em 1932, foi por ela oferecido,
gratuitamente, à Municipalidade. E’ possível surja, um dia, a iniciativa de
levar-se avante essa obra de reconhecimento coletivo.
Possuidor,
no Império, de singular prestígio, foi Manoel Jacinto Carneiro Nogueira da
Gama (Barão de Juparanã), um grande titular e um grande político.
Presidente da Câmara Municipal no período de 1869 a 1872, prestou a Valença,
principalmente a Desengano, inestimáveis serviços que lhe valeram a estima e
a gratidão públicas.
A
cidade de Valença teve, desde 1888 a 1889, a dirigir-lhe os destinos políticos
o dr. Carlos Augusto de Oliveira Figueiredo, que foi um verdadeiro amante da
terra valenciana... Oliveira Figueiredo nasceu no Rio de Janeiro a 4 de novembro
de 1837, e era filho do coronel Manoel Higino de Figueiredo, veador, camarista
e moço fidalgo da Casa Imperial, irmão do barão de Alhandra, ministro do
Brasil em Roma e S. Petersburgo, e dona Felisberta Adelaide de Oliveira
Figueiredo, irmão do Visconde de Sepetiba, Aureliano de Souza e Oliveira
Coutinho. Filho único, deram-lhe seus progenitores educação vasada em
preceitos da mais severa moralidade, de que foi exemplo, com sua virtude
imaculada,
o seu tio Frei Pedro, Bispo de Crisópolis, o notável educador do Imperador D.
Pedro II. Oliveira Figueiredo obteve o grau de bacharel em direito, pela
Faculdade de São Paulo, em 1858, na turma do conselheiro Lafaiete, Visconde
de Ouro Prêto e outros notáveis vultos, tendo sido escolhido para orador da
turma. Em 1859, foi nomeado Secretário da Polícia da Província do Rio de
Janeiro, só se afastando do cargo a 11 de janeiro de 1861, por ter sido
nomeado Secretário da Relação da Côrte. Dêste cargo demitiu-se para abrir
banca de advogado na cidade de Valença, onde Dr.
Oliveira Figueiredo se tornou o ídolo da população, em virtude de suas
atitudes de benemerência com que se houve em 1888, por ocasião da irrupção
da febre amarela, socorrendo os flagelados numa eloquente manifestação de
solidariedade humana, que lhe valeu a gratidão do povo valenciano. As
senhoras de Valença ofereceram-lhe um álbum com assinaturas da maioria da
população, tendo na primeira página uma poesia de Lúcio de Mendonça. Os
Anais Judiciários registram monumentos de verdadeira ilustração dialética
e verdade jurídica, como notáveis trabalhos seus. Na tribuna Judiciária
Criminal, contam-se por dezenas os triunfos que sua palavra fácil e vibrante
conquistou, tornando-o notável na defesa desinteressada do pobre, do desvalido,
do inválido, da viúva e do órfão. Era, com justa razão, considerado cidadão
valenciano. Em 1873, devido a circunstâncias especiais, não pôde aceitar
o cargo de presidente da Província do Paraná. Em 4 de fevereiro de 1887,
aceitou o cargo de presidente da Província de Minas Gerais, exercendo-o com
inexcedível brilho até 9 de julho, quando pertinaz enfermidade obrigou-o a
renunciar.
O povo mineiro rendeu-lhe as mais calorosas homenagens. Fixando residência na
Capital Federal, foi aí surpreendido com sua nomeação para Ministro do
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, cargo que, pelos seus
extraordinários
méritos, lhe valeu a alcunha “Turgot” das finanças fluminenses”. O
grande brasileiro Alberto Torres tinha-o como seu braço direito e fê-lo
deputado ao Congresso Federal em diversas legislaturas, ocupando a cadeira de
senador na vaga deixada por Nilo Peçanha. No Parlamento, foi escolhido para
fazer parte da Comissão Revisora do Código Civil, merecendo, pelos resultados
de sua dedicação, um voto de congratulações do presidente da Comissão
Especial, sr. J.
J. Seabra. Em
1911, foi levado à cátedra da alta magistratura do país, na qual revelou
grande saber e cultura jurídica. A 30 de outubro de 1912, falecia, no Rio, o
dr. Oliveira Figueiredo, entre as maiores homenagens do govêrno brasileiro e de
seus patrícios. O então presidente da República, marechal Hermes da Fonseca,
além de mandar uma rica coroa com expressiva dedicatória, fez questão de
acompanhar-lhe os restos mortais e até de segurar a alça do caixão. O general
Pinheiro Machado ao ser insistido para passar uma das alças do caixão do ilustre
morto a outra pessoa, respondeu:
—
“Não, a êste homem temos obrigação de
acompanhar até o último momento e prestar-lhe tôdas as homenagens”. Nilo
Peçanha,
no Parlamento, teve a seguinte frase: “A vida do Conselheiro Oliveira Figueiredo
foi um grande exemplo de austeridade, de saber e de grandes virtudes cívicas”.
Os srs. Antônio Carlos e Raul Fernandes prestaram ao grande morto
significativas homenagens, pronunciando memoráveis discursos. Falando na
Câmara
Federal, em nome do Estado do Rio e de Valença, o dr. Raul Fernandes teve as
seguintes expressões: — “Homem notável pelas suas raras qualidades cívicas
e privadas, notável pela ilustração e saber, notável pelos serviços valiosíssimos
que prestou à Nação, homem leal, firme aos seus amigos, bondoso a tal ponto,
que, em Valença, onde advogou, pertencendo ao Partido Conservador, êle foi,
sem embargo, o consultor e o conselheiro dos mais graduados membros do Partido
Liberal, o amigo dileto e inseparável do Barão de Souza Lima, chefe liberal
do Município.” A cidade de Valença honra-lhe a memória, gravando em uma
das suas ruas o seu nome inesquecível.
Na
política de Valença, foi, também, nome de projeção o dr. Ernesto Frederico
da Cunha. Possuidor de altos méritos e respeitável chefe político local, com
seu espírito popularissimamente democrático, era o dr. Ernesto Cunha o médico
da pobreza. O seu coração generoso era a sua principal característica, e, por
isso, a população lhe devotava singular admiração. Foi presidente da Câmara
Municipal nos períodos de 1889 a 1893 e de 1901 a 1902. Viveu pobre, e pobre
morreu, porque viveu para os pobres. O seu nome inscrito numa das ruas da
cidade de Valença é bem a mais justa prova do seu valor como médico e da sua
bondade como homem.
Cel.
Leite Pinto
Grande
prestígio tinha o velho chefe político coronel Antônio Leite Pinto, notável
pelas suas demonstrações de independência e desprendimento. Valença se
orgulha dêsse nome pertencente a tradicional família. Muito realizou o cel.
Leite Pinto pelo engrandecimento da cidade e do município. A sua atuação, na
chefia do partido local, então dominante, era de realizações em prol do
bem-estar do povo. Não media sacrifícios e a sua bôlsa estava sempre aberta
para as horas decisivas das campanhas e das lutas partidárias. Grandes somas
dispendeu por causa da política, e soube honrar o nome de sua terra natal nos
momentos mais difíceis em que periclitavam seus destinos. Decidido e altivo, não
temia os embates: era um apaixonado das lutas que êle sabia cultuar pelo bem
de Valença. Filho do major Antônio Leite Pinto, fazendeiro no município, foi
o coronel Leite Pinto presidente da Câmara Municipal no ano de 1891, no período
de 1898 a 1900 e nos anos de 1906 e 1916. Exerceu, também, o cargo, de
vice-presidente da Câmara Municipal no ano de 1893 e no período de 1895 a
1897. Nascido em Santa Izabel do Rio Prêto, o coronel Leite Pinto, o popular e
simpático Tanico, tem, mui
justamente, o seu nome gravado num dos logradouros públicos da cidade, como
justa
homenagem dos valencianos que nêle reconheceram o verdadeiro chefe político
e orientador das massas, respeitado pelos adversários, que jamais lhe negaram
as virtudes ornamentais de sua nobre personalidade.
Outros
vultos de prestígio surgiram no cenário valenciano e muito contribuiram para
a elevação da política local, chefiando partidos. Destacaram-se: os cidadãos
Ernesto de Souza Ribeiro Rezende, cel. Frederico de la Vega, major Antônio
Carlos Ferraz, José Hipólito de Oliveira Ramos Filho, cel. Manoel Joaquim
Cardoso, drs. Humberto de Castro Pentagna, Adolfo de Azevedo Sucena, Osvaldo
Augusto Terra e, atualmente, Luiz de Almeida Pinto, ao lado de Osvaldo Fonseca e
Benjamin Ielpo; e drs. Atanagildo Leite Ferraz e Savério Vito Pentagna e
outros.
Em
1905, desde quando se verificaram as mais intensas campanhas partidárias,
Valença teve a dirigir-lhe os destinos políticos, como presidente da Câmara
Municipal, o cidadão Ernesto Ribeiro de Souza Rezende, neto do Marquês de
Valença, o qual, pela segunda vez, tomou as rédeas do govêrno municipal, de
1907 a 1909.
Em
1910, surgiu dominante a figura do cel. Frederico Sôto Garcia de la Vega que,
chefiando por espaço de dez anos consecutivos a política local, conquistou
tal prestígio no município e fora dêle, a ponto de conseguir para Valença,
então em franca decadência, fosse assinalada uma era de imediata prosperidade
e de atividades político-sociais, animando a cidade, que se achava morta, para
novos surtos de progresso. Havia, nessa época, em Valença, dois partidos políticos:
um, chefiado pelo coronel Antônio Leite Pinto; e outro, pelo farmacêutico Teófilo
dos Santos, ambos apoiando o govêrno de Nilo Peçanha. Verificada a cisão no
Estado, entre Nilo Peçanha e Alfredo Backer, Frederico de la Vega ficou do lado
da facção nilista, isto é, com o partido “Republicano Fluminense”; e,
por outro lado, o farmacêutico Teófilo dos Santos e dr. José Hipólito de
Oliveira Ramos Filho acompanharam a corrente Backer, em oposição ao govêrno
Oliveira Botelho.
Com
a queda de Oliveira Botelho, os políticos locais drs. Firmino Silva e José Hipólito
de Oliveira Ramos Filho, com o padre Antônio Corrêa Lima, passaram para o
partido chefiado por Nilo Peçanha, continuando Frederico de la Vega a apoiar a
Oliveira Botelho.
Verificada,
mais tarde, a intervenção no Estado do Rio, subiu à presidência fluminense
Nilo Peçanha, tendo sido, nessa ocasião, eleito presidente da Câmara de Valença
o médico Firmino Rodrigues Silva, de tradicional família valenciana.
Em
1921, José Hipólito de Oliveira Ramos Filho foi, por apoiar Nilo Peçanha,
eleito presidente da Câmara Municipal de Valença, enquanto que o antigo clínico
valenciano Eugênio de Souza Nunes passava a chefiar o partido bernardista
local, representado pelo então vigário Antônio Corrêa Lima.
O
partido nilista era apoiado em Valença por dois grupos: o de Humberto Pentagna,
ao lado do cel. Manoel Joaquim Cardoso e José Hipólito de O. Ramos Filho, que,
embora adversários entre si, apoiavam a “Reação Republicana”. Eugênio
Nunes e Corrêa Lima, tendo agora por companheiro o farmacêutico Osvaldo
Augusto
Terra, constituíam outro grupo que apoiava o partido chefiado por Bernardes.
Vitorioso Bernardes, deu-se em Valença, como era de esperar, o acôrdo entre o padre Corrêa Lima, amigo pessoal de Bernardes, e Humberto Pentagna, empenhado que estava o vigário apoiasse êste, no Estado, a política bernardista. Ante êsse acôrdo, passou a dominar a política local o dr. Humberto de Castro Pentagna, dirigindo, com apôio da maioria da população do município, o partido, por alguns anos consecutivos.
A
cisão Cardoso-Pentagna, verificada mais tarde, teve como resultado a vitória
eleitoral de Humberto Pentagna, que passou, então, a chefiar o partido que
obedecia à orientação do ex-presidente do Estado, sr. Manuel Duarte.
Efetuou-se,
mais tarde, a eleição para vice-presidente do Estado do Rio. Na campanha
estadual foi vitoriosa a candidatura de Humberto Pentagna, que teve em oposição
o coronel Cardoso, candidatura apoiada por Maurício de Lacerda e Cesar Tinoco.
No
largo período em que chefiou o partido dominante local, foi Humberto Pentagna,
inegàvelmente, nêstes últimos tempos, o chefe que maior prestígio desfrutou
em Valença, repercutindo fora do município a sua atuação ilibada e a sua
popularidade. Tinha Humberto Pentagna, no seio do partido que chefiava, como
mentor, o seu companheiro de lutas partidárias Ismar Grei Tavares, que, embora
não fosse valenciano de nascimento, muito trabalhou pela política do
município
nas altas esferas estaduais e federais. Taquígrafo da Câmara Federal, Ismar
Tavares conquistara a estima dos deputados. A essa época, militava na
imprensa carioca, colaborando assiduamente no “O Imparcial”. Jornalista
primoroso, o orientador da política de Humberto Pentagna animou e dirigiu,
também, em Niterói, o matutino “Gazeta Fluminense”.
O seu talento e a sua sagacidade faziam-no um espírito sensível às lutas
partidárias. Tinha o dom de pressentir, adivinhar mesmo, e, na hora exata, em
que pesavam os vendavais, sabia, com maestria, aparar os golpes que vinham da
oposição, e fazia-o com denodo em favor de seu partido. Ismar Tavares não
era somente o representante do seu distrito — Santa Izabel do Rio Prêto,
mas o brilhante embaixador que soubera sempre elevar o nome de Valença nas
grandes pugnas e nos momentos difíceis para a vida do município. Orador
ardoroso
no parlamento estadual, atraía a atenção pela sua sátira e pela sua verve.
Deputado por Valença, eleito pelo partido “Evolucionista”, na segunda República,
Ismar Tavares foi a maior expressão político-partidária da época. Na política
local, foi vereador, presidente da Câmara Municipal, e ao ser instalado o
regime do Estado Nacional — prefeito de Valença.
O
jornalista fluminense Oliveira Rodrigues, comentando o desaparecimento de Ismar
Tavares, escreveu: “A morte de Ismar Tavares subtrai à inteligência e à
cultura fluminenses uma de suas ricas preciosidades. Não era só o político
hábil e discreto, o parlamentar pouco interessado nos passes de mágica do
malabarismo
legislativo. O que seduziam em Ismar Tavares eram a jovialidade do seu espírito,
os caracteres fortes da sua inteligência, o seu constante bom-humor, a sua crítica
leve e mordaz, a respeito de tudo e de todos”.
Ismar
Tavares faleceu, no Rio de Janeiro, com a idade de 54 anos, no dia 31 de março
de 1941.
Por
ocasião das eleições para presidente da República, quando candidato Júlio
Prestes, Humberto Pentagna apoiava essa candidatura, em oposição ao partido
chefiado por Adolfo Sucena.
Em
Valença, como em todo o Brasil, a liberdade da opinião pública, inaugurada
no quatriênio Washington, permitiu a organização das fôrças políticas
oposicionistas
em dois grandes e poderosos grupos: um político pròpriamente dito, formado
pelas oposições municipais; outro, revolucionário, produto da influência
da reação militar de 22 e 24. Chefiava o primeiro grupo local o antigo
político
Adolfo Sucena, a cuja orientação deu sua colaboração revolucionária o
médico
Carlos Luiz Jannuzzi, jovem sem malícia partidária, mas que nem por isso
deixou de revelar suas tendências democráticas, colocando-se, depois do
advento da Revolução de 30, ao lado do partido “Socialista”, que o fez
candidato à Constituinte estadual, logrando mais de 17.000 votos, só não se
elegendo, nas eleições suplementares, por não querer transigir com os
partidos que lhe ofereceram votação.
Concorreram
às eleições federais e estaduais os seguintes partidos, pela ordem de sua
importância local: “Evolucionista”, chefiado por Humberto Pentagna;
“Radical”, que tinha como chefe Adolfo Sucena; “Progressista”, tendo à
frente Carneiro de Mendonça; “Socialista”, orientado por Carlos Jannuzzi, e
os líderes trabalhistas, dirigindo o “Partido Nacional do Trabalho”; e,
finalmente, a facção “Operária Camponesa”.
Em
1935, na campanha anti-nazifacista, o grupo socialista local, organizado em
frente popular, fez séria oposição ao grupo integralista.
Nas
eleições, realizadas, em Valença, em 5 de julho de 1936, os partidos
políticos
“Concentração Liberal Valenciana”, chefiado por Humberto Pentagna e Luiz
de Almeida Pinto; “Coligação Radical-Socialista”, tendo à frente Adolfo
Sucena e Carlos Jannuzzi; e “Ação Integralista” e outros, movimentaram
lutas renhidas, em que os candidatos a prefeito municipal — Osvaldo Augusto
Terra e Atanagildo Leite Ferraz — eram os nomes de maior projeção partidária,
saindo vitorioso o primeiro, após memorável pugna.
Para
a representação na Câmara Municipal, as fôrças oposicionistas se uniram a
“Coligação Radical-Socialista”, tendo os radicalistas eleito três
vereadores
e os socialistas também três, dos quais dois operários, sendo um têxtil e
outro
ferroviário.
Por
ocasião do golpe de 10 de novembro de 1937, a Câmara Municipal estava assim
constituida: srs. dr. Luiz de Almeida Pinto (presidente), dr. Gabriel Martins
Vilela, Benjamin Ielpo, Antônio leite Castelo Branco, Constantino Francisco
Silvestre e Pedro Carneiro Furtado (pela coligação “Liberal Valenciana”)
dr. Rodolfo Alves Milward, Alcides Augusto de Souza e Aulino Lourenço de Souza
(radicalistas); e dr. Carlos Luiz Jannuzzi, Vicente Batista Cardoso e Vicente
Michel Arcanjo Gioseffi (socialistas).
Contavam-se,
em 1945, no município de Marquês de Valença, os seguintes partidos políticos:
Partido Social Democrático (P.S.D.), União Democrática Nacional (U.D.N),
Partido Trabalhista Brasileiro (P.T.B.), Partido Comunista Brasileiro (P.C.B.) e
outros de pouca expressão eleitoral.
Anunciadas
as eleições para o legislativo e executivo municipais, a pugna eleitoral foi
concorridíssima, pois os candidatos a prefeito, srs. Benjamin Ielpo (P.S.D.),
dr. Savério Vito Pentagna (U.D.N.) e André Ruggeri (P.T.B.) foram fortes
concorrentes, elegendo-se o primeiro dêles por expressiva maioria de votos,
com o apôio de grande número de adeptos de outras facções partidárias, o
qual foi empossado em 19-10-47.
Benjamin
Ielpo
A
Câmara Municipal de Marquês de Valença, eleita em 28-9-1947 e empossada em
19-10-47, estava constituida dos vereadores: dr. Floriano Sobral Leite Pinto
(presidente), dr. Carlos Luiz Jannuzzi (líder da maioria), Pedro Ramos Gomes
(1o secretário), Gustavo Monteiro de Carvalho (2o secretário),
Constantino Francisco Silvestre, Artur N. C. Kopke Junior, Jorge Moufron, Arnôr
Silvestre Vieira, Vicente Batista Cardoso e Alvaro Monteiro, todos pelo P.S.D.;
e drs. Deputado Benjamin Ie!po, Ângelo
Pinheiro Bittencourt, Nilo Borges Graciosa e Heitor Alves Barreira, todos pela
U.D.N. e Ubirajara S. Araujo, pelo P.T.B.
Em
3 de outubro de 1950, disputaram as eleições gerais, no município de Marquês
de Valença, as seguintes agremiações partidárias: Partido Trabalhista
Brasileiro, União Democrática Nacional, Partido Social Democrático, Partido
de Representação Popular e outros.
Foram
candidatos a prefeito: dr. Luiz de Almeida Pinto, pelo P.T.B. (eleito) e André
Ruggeri, pela U.D.N. e P.S.D. Foram eleitos vereadores: pelo P.T.B. — srs.
Pedro Ramos Gomes (presidente da Câmara), Pascoalino Guelpel (vice-presidente),
Oscar Dias de Souza (1o secretário),
Aladim de Oliveira Maia (2o secretário), dr. Carlos Luiz Jannuzzi,
Hermínio de Souza, Nélio Ramos da Silva, dr. Roberto Tabet, Constantino
Francisco Silvestre e Ariovaldo Sales; pela U.D.N. — srs. dr. Nilo Borges
Graciosa, dr. Manoel de Oliveira Lima, Dário Dias Ferreira, Antônio Assunção
(licenciado) e José Alonso Ribeiro Y Gil (suplente em exercício); e pelo
P.S.D.: sr. João Quintino Junqueira. Apoiados pelo Partido Trabalhista
Brasileiro, foram eleitos deputados, federal e estadual, os srs. dr. Osvaldo da
Cunha Fonseca e Benjamin Ielpo, respectivamente.