Valença
de Ontem e de Hoje
Tema para Violino e Orquestra - Parte 2
Com James Last & Orchestra
CAPÍTULO 6
ASPECTOS GERAIS
MUNICÍPIO DE MARQUÊS DE VALENÇA
(1823-1952)
Distrito
de Santa Isabel do Rio Preto
Pela
deliberação de 15 de setembro de 1841, o território que, segundo o Alvará
de 17 de outubro de 1823 e o decreto de 3 de outubro de 1832, “ficou pertencendo
ao têrmo da vila de Valença e que se compreende entre as divisas atuais da
freguesia de Santo Antônio do Rio Bonito, Rio Prêto (Santa Izabel do), ribeirão
do “Patriarca” e serra do “Tunifel”, fica anexado à referida freguesia
e fazendo parte do seu 1o distrito de paz”.
O
antigo município de Valença compreendia as seguintes freguesias: Nossa
Senhora da Glória de Valença
(e o antigo povoado de Rancho Novo), Santo
Antônio do Rio Bonito
(atual Conservatória), Santa Izabel do Rio Prêto, Nossa Senhora da Piedade das
Ipiabas (atual Ipiabas, pertencente à Barra do Piraí), e Santa Teresa (atual
município de Rio das Flôres). Além destas freguesias, integravam o Município
os arraiais do Desengano (atual Barão de Juparanã) e São
Sebastião
do Rio Bonito (atual Pentagna).
O
território dessas freguesias pertencia ao município de Valença desde a instalação
da Vila, sendo que o antigo povoado de Barra do Piraí, então pertencente à
freguesia de Ipiabas (“Regimento das Câmaras
Municipais”, de Cortines Laxe – 2a edição,
correta e
aumentada por
Antônio Joaquim de Macedo Soares — Rio
de Janeiro — 1885;
págs. 555 a 558), foi desmembrado daquela freguesia pelo decreto n.
59, de 10 de março de 1890, criando-se o município de Barra do Piraí (“Legislação
sôbre os Municípios, Comarcas e Distritos”, organizada por Desidério
Luiz de Oliveira Junior — 1925, págs. 519 a 532); para Barra Mansa perdeu
Valença os territórios de Dôres e Amparo e para a antiga Santa Teresa (*)
a freguesia de igual nome, elevada à categoria de Vila pelo decreto n. 62,
de 17 de março de 1890, continuando o novo município de Santa Teresa a fazer
parte da Comarca de Valença.
Pelo
decreto n. 1, de 8 de maio de 1892, o município de Valença passou
a constituir-se do antigo município do mesmo nome, menos a antiga freguesia de
Santa Teresa, ficando com a área de 1.355,33 km.2, e formado pelos seguintes
distritos: 1o — Cidade (sede); 2o
Desengano; 3o — Rio Bonito (Conservatória) ; 4o
— Rancho Novo; 5o — Ipiabas
(*)
; 6o — Santa Izabel
do Rio Prêto; 7o — S. Sebastião do Rio Bonito. Como se vê, além
dos seis distritos, houve também, em 1892, o distrito de Rancho Novo, cujos
cargos de Juiz de Paz e suplente foram exercidos pelos cidadãos cap.
Agostinho Diniz Guimarães, Juiz de Paz e Lúcio Martins Esteves, suplente.
(*)
A antiga freguesia de Ipiabas foi criada com a denominação de Nossa Senhora da
Piedade das Ipiabas, por lei ou decreto provincial n.0 603, de
27-9-1852, tendo sido confirmada pelos decretos estaduais ns. 1. de 3-5- e
1-A, de 3-6-1892. Segundo a divisão administrativa do Brasil, referente ao
ano de 1911, o distrito de Ipiabas pertence ao município de Valença. Em
virtude da lei estadual n. 1798, de 20-11-1922, passou a denominar-se Pandiá
Calógeras. retornando, porém, à de Ipiabas, por fôrça do decreto
federal n.0 15.923, de 10.1.1923. Nas divisões administrativas de
1933 e territoriais datadas de 31-12-1936 e 31-12-1937, bem como no quadro anexo
ao decreto-lei estadual n0 392-A, de 31-3-1938, Ipiabas aparece como
distrito do município de Valença, continuando, desta maneira, no quadro fixado
pelo decreto estadual n. 641, de 15-12-1938, para vigorar no quinquênio
1939-1943.
Por efeito do decreto-lei estadual n. 1.056, de 31-12-1943, o
distrito de Ipiabas foi transferido do município de Marquês de Valença (ex-Valença)
para o de Barra do Piraí, no qual figura no quinquênio 1944-1948, fixado pelo
mencionado decreto-lei n. 1.056. (Da Secção
de Documentação Municipal —
1948 — I.B.G.E.).
O
distrito do Rancho Novo foi incorporado ao 1o distrito pelo decreto
n. 1-A, de 3 de junho de 1892, e o município passou, a ter a seguinte divisão:
Sede — Cidade de Valença. Distritos: 1o — Cidade e o antigo
povoado de Rancho Novo; 2o — Desengano; 3o — Rio
Bonito (Conservatória); 4o — Ipiabas; 5o — Santa
Izabel do Rio Prêto; 6o — São Sebastião do Rio Bonito.
Pelo
boletim de 6 de janeiro de 1917, o município de Valença ficou assim dividido,
relativamente aos seus distritos: 1o — Valença; 2o —
Desengano; 3o
—
Santo Antônio do Rio Bonito; 4o — Ipiabas; 5o
— Rio Prêto (Santa Izabel do); 6o — São Sebastião do
Rio Bonito.
Pelo
boletim de 13 de janeiro de 1918, ficou o município de Valença com a seguinte
divisão distrital: 1o distrito — Cidade; 2o distrito
— Desengano; 3o distrito — Rio Bonito (Conservatória) ; 4o
distrito — Ipiabas; 5o distrito — Rio Prêto (Santa Izabel do); 6o
distrito — São Sebastião do Rio Bonito.
Pela
lei n. 1811, de 28 de janeiro de 1924, desdobrou-se, em dois, o distrito de São
Sebastião do Rio Bonito, com as designações numéricas de 6o e 7o
distritos, que passaram a denominar-se São Sebastião do Rio Bonito e São
Sebastião do Rio Prêto, respectivamente.
Pelo
decreto-lei estadual n.0 641, de 15 de dezembro de 1938, ficou o
antigo município de Valença com a seguinte divisão distrital: 227 — Valença
(cidade) ; 228 — Desengano (vila); 229 — Conservatória (vila); 230 —
lpiabas (vila); 231 — Santa Izabel do Rio Prêto (vila); 232 — Pentagna,
ex-S. Sebastião do Rio Bonito (vila); 233 — Rio Prêto, ex-S. Sebastião do
Rio Prêto, (vila).
Pelo
decreto-lei estadual n.0 1.056, de 31 de dezembro de 1943, foram
desmembrados
do município de Valença os distritos de Conservatória (ex-Santo Antônio do
Rio Bonito) e de Ipiabas, para serem anexados ao município de Barra do Piraí.
Em
virtude do decreto-lei n.0 1.063 (art. 14), de 28 de janeiro de 1944,
ficou o Município assim dividido, com a seguinte classificação distrital: 1o
distrito — Marquês de Valença (ex-Valença); 2o distrito —
Desengano; 3o distrito
—
Santa Izabel do Rio Prêto; 4o distrito— Pentagna; 5o
distrito — Parapeúna (ex-Rio. Prêto).
De
acôrdo com os têrmos do art. 9, § único, das “Disposições
Constitucionais
Transitórias”, da Constituição fluminense, de 20 de junho de 1947, o
distrito
de Conservatória foi reanexado ao município de Marquês de Valença.
Atualmente (1952),
o município se compõe de seis distritos, com a seguinte classificação numérica:
1o
distrito — Marquês de Valença (ex-Valença)
2o
distrito — Barão de Juparanã (ex-Desengano e
ex-Juparanã)
3o
distrito — Santa Izabel do Rio Prêto
4o
distrito — Pentagna (ex-S. Sebastião do Rio Bonito)
5o
distrito — Parapeúna (ex-S. Sebastião do Rio Prêto)
6o
distrito — Conservatória — (ex-Rio Bonito ou Santo Antônio do Rio Bonito).
Por
portaria de 5 de fevereiro de 1803, foi o padre Manoel Gomes Leal nomeado
capelão dos índios que habitavam a região valenciana, com autorização do
bispo D. José Joaquim Justiniano, datada de 2 de março de 1803, “para
construir capela, levantar e benzer altar e praticar todos os atos necessários
a bem das almas dos índios”. Reunindo-se o padre Gomes Leal ao fazendeiro
José Rodrigues da Cruz e seus companheiros, fundou a pequenina capela de Nossa
Senhora da Glória na aldeia que tomou o nome de Valença em honra a D. Fernando
José de Portugal, descendente da nobre casa dos Valença.
O
bispo D. José Caetano de Azeredo Coutinho, constatando a necessidade de mais
ampla assistência religiosa à nova população branca que se formava na
aldeia,
atraída pela fertilidade do solo, e, em virtude de se acharem distantes as
matrizes das freguesias de Sacra Família, Conceição do Patí do Alferes e
Conceição da Paraíba Velha, resolveu criar, por Provisão de 15 de agôsto
de 1813, a freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença, assinalando-lhe
os limites, desde o rio Paraíba até ao rio Prêto, e desde a freguesia de
Sant’Ana do Piraí até à de Nossa Senhora da Conceição e da de S. Pedro e
S. Paulo da Paraíba Velha, concedendo-lhe a natureza colativa por Alvará de
10 de agôsto de 1817. Por decisão de 19 de agôsto de 1820, quando já iam
adiantadas as obras da igreja matriz que se erguera em substituição à capela
dos índios, elevou a igreja de Nossa Senhora da Glória à categoria de Paróquia.
Formação
administrativa —
O distrito de Valença, criado por carta régia de 19 de agôsto de 1807, foi
elevado à categoria de vila por fôrça do alvará ou decreto de 17 de
outubro de 1823, que criou o município de Valença, com territórios
desmembrados dos têrmos da cidade do Rio de Janeiro e das antigas vilas de São
José do Príncipe (depois São João Marcos) e Resende. A instalação da vila
efetuou-se no dia 12
de novembro de 1826.
A
criação do distrito de Valença foi confirmada pelos decretos estaduais ns. 1
e 1-A, de 8 de maio e de 3 de junho de 1892, respectivamente.
Em
virtude da lei provincial n. 961, de 29 de setembro de 1857, a vila
de Valença, sede do distrito e município do mesmo nome, recebeu foros de
cidade.
De
acordo com as divisões administrativas de 1911 e 1933, e territoriais de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, e o quadro anexo ao decreto-lei estadual n. 392-A, de
31 de março de 1938, o distrito de Valença é sede do município de igual
nome, assim permanecendo no quadro fixado para o quinquênio 1939-1943, pelo
decreto estadual n. 641, de 15 de dezembro de 1938.
Por
fôrça do decreto-lei estadual n. 1056, de 31 de dezembro de 1943, a
comarca, o têrmo, o município e o distrito de Valença passaram a
denominar-se
Marquês
de Valença. No quadro das divisões territorial, judiciária e administrativa
do Estado, em vigor no quinquênio 1944-1948, fixado pelo mencionado decreto-lei
n.0 1056, o distrito de Marquês de Valença (ex-Valença) figura
como sede do município de idêntico nome.
Limites
—
O distrito de Marquês de Valença, sede do município que tem o mesmo nome, é
limitado: ao norte, pelo distrito de Pentagna e parte do município de Rio das
Flôres; a leste, pelos municípios de Rio das Flôres e Vassouras; ao sul, pelo
distrito de Barão de Juparanã e município de Vassouras; e, a oeste, pelo
distrito de Conservatória e município de Barra do Piraí.
Divisas
interdistritais: (Decreto-lei
estadual n. 1056, de 31-12-43). — As divisas interdistritais são
as seguintes:
Entre
Marquês de Vaiença e Desengano:
começa
na serra de Santo Antônio, no ponto onde foi implantado um marco no alto da
mesma serra, defrontando com as nascentes do córrego Monte Alegre; segue
pelos serrotes da Concórdia, São Manoel e Conceição, até à nascente principal
do ribeirão Quirino, e, por êste, até à sua confluência no rio Paraíba.
Entre
Marquês de Valença e Pentagna: começa
no ponto em que a antiga linha de sesmaria, que tem a orientação de 54o
N.O. (1938), corta a serra de Cantagalo; segue pelas serras de Cantagalo e da
Charneca até à grande pedra da Charneca e daí, em reta, até à confluência
do rio Bonito no rio das Flôres.
Entre Marquês de Valenca e Conservatória: tem início na serra do Barreiro, bifurcação da serra Duboc, e segue pela primeira serra atravessando a estrada de rodagem Valença-Conservatória, segue depois pela serra de Cantagalo até interceptar a conhecida linha de sesmaria que vai desde o rio Prêto até ao rio Paraíba, demarcada a intervalos por valetas, sendo sua orientação atual 54o no magnético (1938).
Superfície
—
O distrito de Marquês de Valença tem uma área aproximada de 287 kms.2.
População
—
A sua população era de 15.580 habitantes, segundo o Censo Demográfico de 1-IX-40.
Sub-divisão
administrativa —
O distrito de Marquês de Valença se compõe da cidade de Marquês
de Valença (sede municipal e distrital) e dos povoados de Rancho
Novo, Chacrinha, Esteves, Osório e parte de Tabôas,
na divisa com o município de Rio das Flôres, todos à margem da Central
do Brasil.
CIDADE
DE MARQUÊS DE VALENÇA — A antiga cidade de Valença,
cognominada pelo
historiador Moreira Pinto — “a formosa Princesa do Estado do Rio”, — e
elevada à categoria de cidade pela lei provincial n. 961, de 29 de
setembro de 1857, sede do município do mesmo nome, situada nas fraldas da
serra Velha ou dos Mascates,
está assentada em terreno ligeiramente ondulado, dentro de enorme bacia
circundada, por um lado, pela imponente serra das Cobras.
Altitude
—-
Sua altitude é de 541,215 ms. acima do nível do mar.
Situação
—
Sua distância, em linha reta, até à Capital Federal, é de 93 quilômetros.
Rumo NNO. Está situada a 22o 13’ 01” — latitude S. e a 43o
42’ 51”— longitude de WGr (Anuário Estatístico do Brasil — 1939/40).
Eis
as distâncias quilométricas e tempo de percurso entre a cidade de Marquês
de Valença e as cidades vizinhas de— Barra
do Piraí: rodovia, via Esteves, (36 kms. em 1 h.) ou ferrovia E.F.C.B. (51
kms. em 1 h. 50m.); Barra Mansa:
rodovia
(132 kms. em 3 hs.) ou ferrovia E.F.C.B. (97 kms. em 2h. 30m.); Rio
das Flôres: rodovia (18 kms. em 30 m.) ou ferrovia E.F.C.B. 19 km. em
40m.); Vassouras: rodovia, via
Quirino (36 km. em 1h. 45m.) ou ferrovia E.F.C.B. (35 km. em 1 h.); Rio
Prêto (M.G.), rodovia (36 kms. em 1 h.) ou Ferrovia E.F.C.B. (39 km. em 1h.
40m.), até à estação de Parapeúna, ligada por uma ponte à cidade mineira
de Rio Prêto; e Santa Rita do Jacutinga.
(M.G.); rodovia (70 kms. em 3 hs.) ou ferrovia E.F.C.B. (76 kms. em 3 hs. e
30m.).
Perímetro urbano — Pela deliberação n.0 462, de 12 de julho de 1927, foi autorizado o prolongamento do perímetro urbano da cidade de Marquês de Valença até às iocalidades denominadas “Chacrinha”, “Ponte da Passagem”, “Matadouro”, “Fazenda’ das Palmeiras”, “Chácara” de Antônio Jorge Fontes e estrada de “Santa Cruz”. O perímetro urbano, antes de 1927, era de 1,553 km2.
População
da cidade : -—
12.400 habitantes, segundo o Recenseamento de 1950.
Divisas
urbanas e suburbanos —
(Decr.-lei n.0 1.242, de 9-10-44):
Zona urbana — E’ delimitada por uma poligonal que, partindo da ponte existente, logo além da reta da rua Dr. Júlio Xavier e pouco além da dupla bifurcação desta rua em dois caminhos dirigidos à direita e à esquerda, segue, em reta, passando pela bifurcação das estradas de Quirino e de Manoel Conceição, até à grande curva que faz a estrada de automóvel para Chacrinha e que corre, neste trecho, ao lado da estrada de ferro. Do ponto de tangência, vai, em reta, ao ponto de bifurcação das estradas para Chacrinha e para Conservatória. Segue pelo barranco da estrada de Chacrinha até à antiga passagem de nível.
Vista da Igreja da Glória, localizada em Valença - Foto de Ricardo Reis - 2001
Daí segue
por uma reta até à antiga enfermaria do 5o Grupo de Artilharia de
Montanha; dêste ponto segue em reta até à primeira ponte, na estrada de Monte
Douro ao rio das Flôres, que está acêrca de cento e cinquenta metros (150 m.)
da antiga Olaria Stivanin. Dêste ponto, em outra reta à ponte da estrada do
Rio Bonito e que se acha acêrca de cem metros (100 m.) antes do matadouro
municipal. Dêste ponto, em reta que vai ao P.T. (da estrada de ferro), no
sentido de Marquês de Valença. Segue pela tangente e pela linha até à
primeira passagem de nível no sentido de Marquês de Valença. Dêste ponto
parte uma reta que vai à estrada de Rio das Flôres, na bifurcação para
aquela cidade e para Júlio Furtado, próximo à chácara Vito Pentagna. Dêste
ponto parte, outra reta que vai à ponte que foi ponto de partida. Área urbana:
4.339,500 m2.
Zona
suburbana —
E’ delimitada por uma poligonal que, partindo do matadouro municipal, à
margem do rio das Flôres, segue em reta até à bifurcação das estradas de
Rio das Flôres e Granja das Palmeiras. Dêste ponto em reta ao marco implantado
no prolongamento da rua Dr. Júlio Xavier. Daí, outra reta a outro marco. Daí,
outra reta ao marco implantado na estrada, ao lado oposto à grande curva citada
no início da descrição da zona urbana (margem esquerda do córrego que corre
para Chacrinha). Daí nova reta ao primeiro P.C. além da estação de Chacrinha
(sentido de Desengano). Dêste ponto, em reta, à ponte sôbre o rio das Flôres,
na estrada que sai de Marquês de Valença pelo Monte Douro; e segue pelo rio
das Flôres até ao matadouro municipal. Área suburbana: 4.833,525 m2.
Logradouros
públicos —
A cidade de Marquês de Valença possui 101 logradouros, sendo 62 ruas, na sua
maioria calçadas a paralelepípedos e macadame; 8 praças; 1 beco; 2 ladeiras e
28 travessas. O centro urbano, que se acha em terreno ondulado, oferece-nos em
alguns pontos, as seguintes quotas de nível: E.F.C.B. (estação) — 541,215
ms.; Reservatório d’água (Aparecida) — 608,245 ms.; Capela N. Sa.
Aparecida — 565,0 ms.: Quartel do Exército — 567,0 ms.; Morro do Manduca
— 590,0 ms.; Catedral — 560 ms.; Jardim de Cima — 556,0 ms; Rua dos
Mineiros — 548,0 ms.; Jardim de Baixo — 546,0 ms.; Praça Balbina Fonseca
— 553,0 ms.; Chácara Pentagna — 562,0 ms.; Rua 27 de Novembro — 548,0
ms.; Praça Conde de Baependí — 556,0 ms.
Bairros
—
Os principais bairros da cidade de Marquês de Valença são:
Montedouro
Benfica
Aparecida
Laranjeiras
Barroso
Carambita.
Todos
êsses bairros são habitados por famílias de operários que constituem,
mais
ou menos, a terça parte da população urbana. O bairro do Montedouro é
o
mais populoso.
Urbanização
-—
No antigo morro do “Faria” ou “Manduca”, no centro da cidade, está
surgindo um novo bairro — o futuro bairro N. S. de Lourdes — em que estão
sendo construidas modernas casas residenciais, em logradouros traçados de acôrdo
com o plano urbanístico do engenheiro Luiz Jannuzzi.
Um
novo bairro foi recentemente inaugurado — o
bairro de São Cristóvão
—
onde inúmeros chauffeurs de praça já
possuem casa própria.
No
bairro do Barroso, grande área de terreno foi dividida em lotes onde foram
construidas 100 casas para ferroviários — graças à iniciativa do
ex-prefeito
Benjamin Ielpo.
Melhoramentos
urbanos —
Segundo os planos traçados pela administração municipal, está projetado o
calçamento a paralelepípedos de uma área de cêrca de 36.000 m2. serviço êsse
orçado em Cr$3.200.000,00.
A reforma geral do Serviço de Abastecimento d’água da cidade, com a desapropriação das vertentes do açude da Concórdia e captação de novas fontes, construção de quatro caixas distribuidoras, reforma das linhas adutoras e distribuidoras, com ligação a todos os prédios, importará em Cr$ 2.500.000,00.
Relativamente
a esgôto, o govêrno municipal está empenhado em reconstruir a rêde de esgôto
em tôda a cidade, serviço então orçado em Cr$ 1.400.000,00.
São
os seguintes os têrmos da deliberação de 31 de janeiro de 1866: —- “Fica
criado um distrito de subdelegacia de polícia — no lugar denominado Desengano,
na freguesia de Nossa Senhora da Glória, em Valença, tendo por limites, ao
sul, o distrito e freguesia de Ipiabas, ao norte, o distrito e freguesia de
Santa Teresa, pela estrada do Comércio, abrangendo a freguesia
do Desengano, que se compõe das de Santa Mônica, Sant’Ana e São
Francisco da Concórdia; as do Paraíso, pertencentes aos herdeiros de
Bernardo Gomes de Assunção; a sesmaria da viúva e herdeiros do falecido capitão
João Pinheiro de Souza; e a parte da sesmaria que foi de Maximiano Rodrigues
de Araujo, que pertence à freguesia de Nossa Senhora da Glória”.
Está
assim redigida a deliberação - de 29 de agôsto de 1868: — “Ao distrito de
Desengano, criado por deliberação
de 31 de janeiro de 1866, ficam pertencendo as fazendas de “São José dos
Pinheiros”, de José Pinheiro de Souza; da “Conceição”, do barão de
lpiabas; e as terras do capitão Inácio Pinheiro de Souza Werneck e Manoel
Francisco de Lima, que estão ao lado esquerdo da estrada de Comércio, bem como
as terras de Manoel Joaquim da Costa, José Francisco da Mota, José Francisco
da Silveira e João Antônio Leal; daí em diante as terras que ficam ao lado
direito do ribeirão de São Manoel até
ao rumo da fazenda de Jacinto Martins Pimentel que pertencerão ao mesmo
distrito, bem como as fazendas do major Antônio da Silveira Vargas e Antônio
da Silveira Dutra, inclusive as situações dos filhos e genros dêste”.
A
deliberação de 14 de dezembro de 1886 cria um distrito
de paz na povoação de Desengano, da paróquia da cidade de Valença,
compreendido o território que ora forma o distrito policial ali criado”.
A
Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decretou e o govêrno
aprovou a Lei n. 736, de 27 de dezembro de 1949, cujos têrmos são
os seguintes:
-
“Art. 1o - Fica aprovada a deliberação n. 136, de 30
de novembro de 1949, do
Município
de Marquês de Valença, pela qual passa a denominar-se “Barão de Juparanã”
o 2o distrito do aludido
município, bem como a Vila que lhe serve de sede.
Formação
administrativa —
O distrito de Desengano foi confirmado pelos decretos estaduais ns. 1, de 8 de
maio e 1-A, de 3 de junho de 1892.
Nas divisões administrativas de 1911 e de 1933, e territorial de 31-XII-936 e 31-12-1937, assim como no quadro anexo ao decreto-lei estadual n. 392-A, de 31 de março de 1938, Desengano figura como distrito do município de Valença, assim permanecendo no quadro da divisão territorial do Estado, em vigor no quinquênio 1939-1943, fixado pelo decreto estadual n. 641, de 15 de dezembro de 1938.
De
acôrdo com o quadro das divisões territorial, judiciária e administrativa do
Estado, vigente no qüinqüênio 1944-1948, fixado pelo decreto-lei estadual n.
1.056, de 31-12-1943, o distrito de Desengano pertence ao município de Marquês
de Valença (ex-Valença).
Limites
—
O distrito de Barão de Juparanã é limitado ao norte pelo distrito de Marquês
de Valença; ao sul e a léste pelo município de Vassouras; e a oeste, pelo
município de Barra do Piraí.
Divisas
interdistritais —
(Decreto n. 1.056, de 31-12-43). São as seguintes as divisas interdistritais: Entre
Marquês de Valença e Desengano — Começa na serra de Santo Antônio, no
ponto onde foi implantado um marco no alto da mesma serra, defrontando com as
nascentes do córrego Monte Alegre; segue pelos serrotes da Concórdia, São
Manoel e Conceição até à nascente principal do rio Quirino; e por êste até
à sua confluência no rio Paraíba.
Superfície
—
O distrito tem uma área aproximada de 80 km2.
População
—
A sua população é estimada em 2.807 habitantes, segundo o Censo Demográfico
de 1-IX-40.
Sub-divisão
administrativa —
Barão de Juparanã se compõe da vila de Barão de Juparanã (sede) e do
povoado de Quirino, pequeno centro de
criadores, que possui um cemitério inaugurado em 1900 e entregue à devoção
de Santo Antônio do Quirino.
VILA
BARÃO DE JUPARANÃ — Antiga Juparanã,
denominação dada à localidade, em homenagem ao barão do mesmo título e
que, segundo Max de Vasconcelos, em “Vias Brasileiras de Comunicações”
— 1935, vem de juparanan, e quer
dizer: rio grande de espinhos. Desconfiamos
dêsses espinhos, que não existem
no local, nem há notícia de que tivessem existido, e consultando Stradelli,
pareceu-nos,
de fato, haver um lapso na interpretação daquêle autor, confundindo iu
prefixo verbal, com iu espinho de uma
casta de palmeiras anãs. Recorremos então à competência do ilustre tupinólogo
Prof. Dr. Adaucto de Alencar Fernandes, que nos deu a seguinte solução: — “Juparanã:
a palavra deve ser Iuparanã, camposta
de iu, que só posposta ao nome é
voz apassivadora, e tem no nhengatú a
função do “se” português. Exemplo: — Suiu
(vai-se); re ico, ou re
icuiu, re icoiu (tem-se, a gente tem) etc. Quando vem anteposto ao
substantivo, como em iuparartã, tem
função verbal, e serve para dar ou imprimir à coisa um grau aumentativo. Paranã
ou paraná, significa rio.
Assim sendo, iuparanã quer dizer
rio largo, rio profundo, rio grande, isto é: rio
que tem largura, rio que tem profundidade, etc.
A
sede dêsse distrito está situada à margem esquerda do rio Paraíba e é
atravessada pela E. F. Central do Brasil (bitolas larga e estreita). E’ ponto
de baldeação para a cidade de Marquês de Valença. A vila está assentada
entre pequenos serrotes e uma parte central se encontra em ligeira planície.
Barão
de Juparanã tem um passado històricamente expressivo. Sabe-se que,
antigamente,
à estação da Central do Brasil foi dado o nome de Juparanã
em homenagem ao barão de Juparanã, que foi o maior benfeitor da Vila,
pois êle construiu, às suas expensas, o edifício da referida estação,
doando-o à antiga Estrada de Ferro D. Pedro II.
Mais
tarde, a vila passou a denominar-se Desengano, cuja origem vem da pendência
havida entre os barões de Juparanã e de Vassouras, disputando cada qual o
percurso a ser adotado pela antiga Estrada de Ferro D. Pedro II, pelos seus municípios.
“Podiam os vassourenses ficar desenganados
do seu projeto, vendo passar longe da sede do seu município a bitola larga
da atual Central do Brasil”.
Estação da E. F. Central do Brasil
No
dizer do historiador fluminense José Matoso Maia Forte —“o que
interessava aos vassourenses, quando se tratou dos estudos do traçado da
“D. Pedro II”, era a via férrea tomar por ponto de bifurcação das
linhas — uma para São Paulo, outra para Minas Gerais — um lugar intermédio
em Rodeio (Paulo de Frontin) e seguir para Morro Azul e daí ganhar as
proximidades
da cidade de Vassouras, de onde seguiria pela antiga Massambará, para alcançar
o Paraíba.
Êste
foi o traçado estudado por um engenheiro, americano ou inglês, que veio à
custa dos Teixeira Leite. Mas, os ingleses e americanos do serviço da “D.
Pedro II” (Companhia) optaram por outro traçado, fazendo-o seguir até Barra
do Piraí para aí fazer-se a bifurcação.
“Passando
a via férrea a 6 Kms. da cidade de Vassouras, não creio que os Teixeira Leite
tivessem interêsse em obstar a passagem por Juparanã, estando esta no interêsse
dos Nogueira da Gama, de Valença. Ora, a bitola larga não passou em
Vassouras (sede), e sim em Juparanã (atual Desengano). Quando a linha chegou à
Juparanã os vassourenses ficaram desenganados,
pois que não fôra adotado, graças ao prestígio e esfôrço do barão
de Juparanã, o traçado de Morro Azul, conquanto fizessem parte da Diretoria e
do Conselho Fiscal da “Companhia D. Pedro” pessoas de famílias
vassourenses, naquela ocasião”.
De
fato, o barão de Juparanã tinha inegável prestígio e a ironia da histórica
toponímia Desengano se converteu,
pelos anos em fora, em doce sonho dos valencianos, que sempre alimentaram a
esperança de ver passar pela sede do seu município a bitola larga da Central
do Brasil, como chegou mesmo a projetar o dr. Paulo de Frontin, com o fim de
encurtar distância.
A
“Revista do Clube de Engenharia”, n. 69, de 1940, traz o seguinte
comentário:
— “O nome Desengano, dado à
antiga estação de Juparanã, mostra quão acaloradas haviam sido as discussões
a propósito do percurso a ser adotado pela
E.
F. Pedro II.
Podiam,
com a inauguração daquela estação longe da sede do Município, ficar os
vassourenses desenganados do seu
projeto. O dr. Paulo de Frontin, nobre e cavalheirescamente, mudou o nome da
estação em terras vassourenses para Barão de Vassouras, em homenagem àquêle
ilustre Teixeira Leite, a cuja
pertinácia
se devia, afinal, em grande parte, aquela arrojada iniciativa”.
Conta-se
que o Barão de Vassouras, muito diplomática e pacificamente, respondera ao
Barão de Juparanã, mandando dar a uma antiga parada, logo depois da estação
de Desengano, o nome de Concórdia, atual
estação de Teixeira Leite.
“A
Noite”, do Rio, em 1945, noticiando a inauguração, em Desengano, do Pôsto
de Comando do Contrôle Centralizado do Tráfego, da Central do Brasil, no
trecho daquela localidade à Barra do Piraí, fez o seguinte comentário: —
“Uma estação com o nome de Desengano provoca sempre a curiosidade. E quer-se
saber a origem dêsse nome. O primeiro morador do lugar, a quem perguntamos,
contou-nos que êsse nome foi dado pelo barão de Juparanã, em atenção ao
desengano sofrido pelo barão de Vassouras, quando se estudava o traçado para
bitola. Ambos gozavam de prestígio e pleitearam a passagem da bitola larga
pelas suas terras. Seria mais fácil, porque menos dispendiosa, a escolha por
Vassouras. Mas o barão de Juparanã custeou a construção de duas pontes, da
Igreja e da Estação
que
denominou Desengano Feliz. Com o
tempo, ficou só Desengano. E não
perdurou uma tentativa de mudança da denominação para “Barão de Juparanã”.
Desengano já era um nome
consagrado. E ficou”.
Desengano
teve os seus beneméritos. Em agôsto de 1874, o barão de Juparanã e o Tte.
Cel. Francisco Nicolau Nogueira da Gama construiram à sua custa e ofertaram à
municipalidade o pequeno cemitério da antiga povoação.
Em
1877, a Câmara, em reconhecimento, doou às famílias dos finados benfeitores
áreas de terreno para nelas serem construídos os seus mausoléus.
Em
1890, a Câmara deferiu uma petição dos moradores da localidade, aceitando a
sugestão para mudança de nomes de logradouros públicos. Nêsse mesmo ano,
inaugurou-se no povoado de Desengano a iluminação pública, a querozene.
Em
1891, foi inaugurado o serviço de abastecimento d’água potável, numa linha
distribuidora de 286 ms., tendo sido instaladas duas torneiras públicas no
chafariz, sito na atual Praça Marechal Deodoro, serviço êsse feito às
expensas do barão de Juparanã.
Em
1892, foi aprovada uma proposta no sentido de ser aumentada a área do cemitério
local, tendo sido, em 1895, aprovada sua reconstrução, cujo contrato foi
executado por Manoel Batista da Fonseca, pela importância de Cr$ 6.915,00.
Em
1904, os vereadores Tte. Cel. Jaime Esteves, Comendador Luiz Vieira Machado da
Cunha e Egídio Rodrigues de Assis Araújo apresentavam parecer pedindo
designação de uma comissão para apurar o direito que a Câmara tinha sôbre
tudo quanto dizia respeito às águas potáveis da sede do Desengano, apontando
as medidas necessárias à melhoria do serviço de abastecimento.
Igreja Matriz de N. S. do Patrocínio
A
igreja da vila de Barão de Juparanã, cuja padroeira é N. S. do Patrocínio,
foi construida às expensas do barão de Juparanã, verificando-se sua
inauguração no dia 14 de janeiro de 1881, com a assistência de SS. MM.
Imperiais, a convite do barão de Santa Mônica. Nêsse dia faleceu, afogado no
rio Paraíba, Pedro Henrique da Silva, filho do Conde de Baependí e da prêta
africana Izabel Congo. As obras da igreja se elevaram a Cr$ 80.000,00.
A
atual estação ferroviária foi
também
construida à custa do barão
de
Juparanã, que a doou ao govêrno.
O
benemérito barão ainda construiu e doou duas casas para o funcionamento de
escolas públicas.
Divisas
urbana e suburbana: —
(Decr. lei n. 1.242, de 9-10-1944)
Zona
urbana —
A vila do Desengano é delimitada por uma poligonal que, partindo do ponto
em frente
ao
portão do cemitério, vai em reta até ao ponto final do beco que é o
prolongamento da rua 15 de Novembro; daí, em reta, até à caixa distribuidora
de água; daí, em reta, ao cruzamento das ruas S. João e Pedro Macedo; daí,
em reta, a um marco implantado na estrada de rodagem para Tabôas e sôbre a
direção dominante da vala que intercepta a via férrea; por esta direção até
à via férrea, e por ela (sentido do Rio de Janeiro) até à rua Pedro Macedo;
daí, até à rua das Flôres e pela direção da rua Macedo até ao rio Paraíba,
abrangendo tôdas as construções das ruas Pedro
Macedo
e S. João. Segue pelo rio acima até à rua do Pôrto, subindo por esta até à
via férrea, abrangendo tôdas as construções desta rua. Segue pela via férrea
até interceptar o primeiro córrego e daí, então, até ao portão do cemitério,
ponto inicial. Área urbana: 249.472 m2.
Zona suburbana — E’ delimitada pelo perímetro urbano, salvo na parte sôbre o rio Paraíba e pela linha envolvente, cuja descrição é a seguinte: do fim da rua do Pôrto (perímetró urbano) segue pelo rio acima até à foz do primeiro córrego; daí, em reta, à última chave da via férrea; pela normal à mesma via; por uma carreira de bambús, até ao alto do espigão a 160 ms. da via férrea; daí, em reta, a um marco implantado a 24 metros do canto NO. do cemitério, medidos na direção do muro que liga os cantos SO. — NW. Dêste vai em reta a outro marco implantado a 40 metros a W da sede da chácara de Antônio de Moura; daí, em reta, a outro marco implantado atrás de uma casa e à distância de 100 metros da convergência das ruas S. João e Pedro Macedo. Daí, em reta, à encruzilhada da antiga estrada para Marquês de Valença com a de Tabôas, junto ao triângulo. Segue daí pela valeta até à sua foz no rio Paraíba. E segue, então, pelo rio acima até interceptar a direção da rua Pedro Macedo, na zona urbana. Área suburbana: 279.496 m2.
Distâncias
—
A vila de Barão de Juparanã, sala-de-espera do município, está distante da
Capital Federal, em linha reta, 82 kms. e, pela ferrovia, 157,815 kms., distando
da sede municipal, pela estrada de rodagem, via Quirino, 25 kms.
Altitude
—
Sua altitude é de 341 ms. acima do nível do mar.
Clima
—
Saudável e temperado.
Melhoramentos
urbanos —
Os serviços de abastecimento de água e de esgôto são ainda deficientes. A
sede distrital, que é iluminada à eletricidade, possui 10 logradouros públicos,
sendo uma praça e nove ruas, não calçadas. A vila está destinada a rápido
desenvolvimento industrial, pois além de ser servida pela Light, está à
margem da Central do Brasil (bitola larga).
Meios
de transporte —
A vila Barão de Juparanã é servida pela Central do Brasil (bitolas larga e
estreita), sendo aí ponto de baldeação para Marquês de Valenca (bitola
estreita). A administração municipal está interessada em melhorar a estrada
de rodagem que liga o distrito à cidade de Marquês de Valença, via Quirino.
Instrução
-—
A instrução primària é ministrada no grupo escolar “Barão de Juparanã”,
além de escolas mistas isoladas na zona rural, estaduais e municipais.
Da
longa permanência dos índios “Araris”, na região de Conservatória, há
vestígios nas escavações feitas em diferentes lugares, no arraial e nas
fazendas, tendo-se encontrado artefatos de cerâmica indígena e algumas
ossadas, inclusive no largo da Matriz da Vila. A principio Conservatório
— em razão de ter sido território destinado à conservação dos índios
“Araris”. A tradição, porém, em seguida, alterou o nome para
“Conservatória dos Índios” e, mais tarde, em simplesmente Conservatória,
que perdura.
“Desembaraçados
nos movimentos —
escreve Saint Adolphe — eram
quase brancos, bem feitos e em maior número que os de Valença, chamados
“Purus”, que não são outros que não os “Puris”, citados na magistral
memória sôbre etnografia indígena, publicada pelo erudito Rodolfo Garcia,
no primeiro volume do “Dicionário Histórico, Geográfico e Etnográfico do
Brasil”.
A
êsse antigo aldeiamento foi dada uma légua de terras que se achavam medidas
e demarcadas no tempo em que os Ouvidores e depois os juízes de Órfãos faziam
inspeção sôbre os bens dos índios e “foram
dêsse terreno dados alguns passos em aforamento”.
Hoje, todo êsse terreno se acha ocupado por posseiros e sucessores dos
primitivos foreiros, sem que, por forma alguma, reconheçam domínio direto de
alguém. Não consta no arquivo da Prefeitura Municipal de Marquês de Valença
nenhum documento que destinasse essa légua de terras para patrimônio dos índios
de Conservatória.
Pelo
decreto n. 56, de 9 de dezembro de 1836, foi anexada ao curato de Santo Antônio
do Rio Bonito a parte dos fregueses pertencentes ao curato das Dôres,
estabelecidos no município de Valença.
O
serviço de arruamento e planta da povoação foi confiado ao engenheiro major
Cezar Cadolino, por contrato deliberado pela Câmara Municipal, em sessão de 16
de agôsto de 1838, graças à proposta do vereador Casimiro Lúcio de Azevedo
Coutinho Rangel.
No
ano de 1845, na sessão da Câmara, de 10 de outubro, foi deferido o
requerimento
do vereador padre João Joaquim Ferreira de Aguiar, que pedia se oficiasse ao
cidadão José de Souza Pires, designando-o para fazer o arruamento de
Conservatória.
O primeiro calçamento de Conservatória foi feito em 1874, na atual rua do Comércio,
pela firma Faria, Anosa, Vilaronga & Cia., pela quantia de 11:152$313. Pela
mesma firma, pela importância de 3$390 o metro quadrado, foi, nêsse mesmo ano,
calçado o largo da Matriz. Em 1878 e 1879 fez-se o calçamento da atual rua
Direita, cujas obras importaram em 18:111$232. Em 1884, foi contratado o calçamento
do trecho entre a rua do Benfica e o Largo da Misericórdia, o que importou em 5
:158$800.
A
erecção do curato de Santo Antônio do Rio Bonito, em freguesia, verificou-se
pelo decreto n. 136, de 19 de março de 1839, com a mesma denominação,
separada
da freguesia de Nossa Senhora da Glória de Valença, desde o rio Prêto até ao
rio das Flôres, pelas divisas que foram estabelecidas pelo antigo prelado,
entre esta freguesia e aquela quando curato, e do rio das Flôres até ao rio
Paraíba, pelos rumos das fazendas de Manoel Francisco de Avelar, de D. Bárbara
Joaquina da Silva, de Francisco Martins Pinientel e do Marquês de Baependí, as
quais passaram a pertencer à freguesia de Nossa Senhora da Glória.
Segundo
relatório apresentado à Câmara Municipal, na sessão de 9 de outubro de
1845, achava-se em construção, na povoação, um cemitério. Êsse cemitério
foi construido por iniciativa do major Anastácio Leite Ribeiro e se acha
colocado ao lado esquerdo da estrada que vai para Turvo. Mede 37m,60 x 44m,60 e
denomina-se “Cemitério Santo Anastácio”, em homenagem ao seu
patrocinador. Na sessão da Câmara de 23 de janeiro de 1871, por proposta do
vereador dr. Luiz Alves de Souza Lobo, ficou deliberado que se chamasse à
concurrência pública, para a construção de um novo cemitério em Conservatória.
O serviço foi contratado por Francisco José Ferreira, pela quantia de Cr$
5.000,00 e o terreno para êsse cemitério foi doado por D. Mariana Claudina
do Espírito Santo. Está colocado ao lado direito da estrada que vai para
Turvo, no fim da rua Santo Antônio, mede 57m,0 x 23m,0 e foi construído em
1871, por iniciativa do capitão Antônio Moreira Coelho Magalhães.
Na
sessão de 8 de janeiro de 1849, foi lida uma representação do povo de
Conservatória enviada ao govêrno Imperial, pedindo a criação de uma Agência
postal, tendo sido, nêsse mesmo ano, instalada e nomeado Agente o cidadão
Joaquim
Pedro de Almeida.
A
deliberação Municipal de 10 de fevereiro de 1849 dividiu em duas a
sub-delegacia de polícia local.
Pela
deliberaeÃo de 16 de junho de 1849 foi criada, na freguesia, mais uma
subdelegacia de rolícia, que se denominou — 3a — da dita
freguesia.
Pela
deliberação de 30 de abril dêsse mesmo ano, foi criado um 3o
distrito de Paz na freguesia de Santo Antônio do Rio Bonito, tendo por limites
o rio Prêto, desde a barra do ribeirão do Patriarca São Joaquim, até à do
de São Fernando, e por esta à do de São Paulo, pelo qual seguirá até à
fazenda do Barão do Pouso Alto, e, daí, em linha reta, à pedra denominada —
“Cavalo Russo” — na serra do Bananal, por cujo alto irá encontrar o
ribeirão do Patriarca São Joaquim, e, por êste, até ao rio Prêto.
Na
sessão da Câmara, em 22 de abril de 1850, foi lida uma representação da
população, relativa a uma subscrição em favor da construção de uma igreja.
Essa igreja, a atual igreja Matriz, mede 23 ms. x 37m,60, é construída em
cantaria, contendo suas paredes externas 1m,50 de espessura. Possui ao lado
direito a capela do Sagrado Coração de Jesus e, do outro lado, grande
consistório. Dispõe de altar-mor e 4 altares laterais. Não estava terminada a
obra, pois ainda lhe faltavam as torres. Em 1893, por solicitação do então
vigário João Batista da Cunha, a Câmara concorreu com a importância de Cr$
1.000,00 para consertos da igreja, tendo sido doada pelo govêrno da província
do Rio de Janeiro a importância de Cr$ 8.000,00, concedida pelo decreto n.0
2.987, de 23 de outubro de 1888.
Na
sessão de 26 de março de 1873, autorizava-se a Câmara a abastecer de água
potável a freguesia de Conservatória, tendo o govêrno da Província, pelo
decreto n. 1.902, de 10 de julho dêsse ano, autorizado a
dispender-se a importância de Cr$ 8.000,00. As águas que abastecem a Vila, têm
sua nascente à margem esquerda do rio Bonito, por detrás do cemitério
construido em 1871. Essa água foi canalizada por iniciativa do capitão Antônio
Moreira Coelho de Magalhães.
Em
1895, José Antônio Ribeiro contratava o serviço de nova canalização de água
potável, pela importância de Cr$ 5.000,00.
Com
relação à iluminação de Conservatória, na sessão da Câmara Municipal, em
24 de julho de 1885, foi aprovada uma proposta do vereador Adolfo de Carvalho
Gomes, para que se instalasse a iluminação pública na povoação. Os postes,
para essa iluminação, a querozene, foram doados pelo govêrno da Província do
Rio de Janeiro. Em 1918, na sessão da Câmara de 30 de dezembro, foi aprovada a
deliberação n. 192, de 31 de julho dêsse ano, que firmava contrato, com o
cidadão José Justino de Azevedo, para a instalação e conservação da
iluminação elétrica, na sede do distrito de Conservatória, pelo prazo de
20 anos, com isenção de impostos municipais.
Em
1880, foi construido, na povoação, um necrotério, em terreno doado por
D.
Mariana Cláudia de Carvalho.
Na
sessão da Câmara de 29 de março de 1885, foi aprovada uma proposta do
vereador João José Pereira da Silva, que pedia fosse removido para local
apropriado
o matadouro público.
Formação
administrativa —
A freguesia de Santo Antônio do Rio Bonito foi criada por fôrça da lei
provincial n. 136, de 29 de março de 1839. Sua criação foi confirmada pelos
decretos estaduais ns. 1, de 8 de maio de 1892, e 1-A, de 3 de junho dêsse
mesmo ano.
Segundo
as divisões administratiyas de 1911 e 1933, figura no município de Valença o
distrito de Santo Antônio do Rio Bonito, o qual, em 1933, tinha sua sede
localizada em Conservatória.
De
acôrdo com as divisões territoriais de 31-XII-1936 e 31-12-1937, o distrito
passou a denominar-se simplesmente Rio Bonito.
Por
fôrça do decreto-lei estadual n. 392-A, de 31 de março de 1938, o
distrito de Rio Bonito teve o seu topônimo alterado para Conservatória. No
quadro anexo a êsse decreto-lei 11.0 392-A, bem como no quadro fixado pelo
decreto estadual N. 641, de 15 de dezembro de 1938, para vigorar no quinquênio
1939-1943, consta, no município de Valença, o distrito de Conservatória.
Por
efeito do decreto-lei estadual N. 1.055, de 31 de dezembro de 1943, confirmado
pelo de N. 1.056, da mesma data, o distrito de Conservatória foi transferido
do município de Marquês de Valença para o de Barra do Piraí, onde figurou
no quinquênio 1944-1948.
Em
virtude do artigo 9o do Ato das Disposições Constitucionais transitórias,
promulgado em 20 de junho de 1947, o distrito de Conservatória foi desmembrado
do município de Barra do Piraí e reincorporado ao município de Marquês de
Valença.
Limites
—
O distrito de Conservatória é limitado, ao norte, pelo Estado de Minas Gerais,
separado pelo rio Prêto e pelo distrito de Parapeúna; ao sul, pelo município
de Barra do Piraí; a léste, pelos distritos de Pentagna e Marquês de Valença,
e pelo município de Barra do Piraí; e a oeste, pelo distrito de Santa Izabel
do Rio Prêto e pelo município de Barra do Piraí.
Divisas
interdistritais —
(Decr. Estadual N. 641, de 15-12-38). São as seguintes as divisas
interdistritais:
Entre
Conservatória e Santa Izabel do Rio Prêto: —
parte da bifurcação da serra do Barroso, na serra do Amparo, e segue por
aquela e pela serra dos Velhacos, que é cortada pelo túnel da Rêde Mineira de
Viação. Do fim da serra dos Velhacos vai em reta até à foz do ribeirão dos
Rochedos, no ribeirão São Fernando, seguindo por êste último até à sua
foz no rio Prêto.
Entre
Conservatória e Parapeúna: começa
no pico das Sete Léguas; segue pela linha de sesmaria de orientação 540 NW
descrita na divisa Conservatória-Valença, até ao rio Prêto.
Entre Conservatória e Pentagna: começa na serra do Barreiro, bifurcação da serra Duboc; segue pela primeira, atravessa a rodovia Valença-Conservatória, segue pela serra de Cantagalo até interceptar conhecida linha de sesmaria que vai desde o rio Prêto até ao Paraíba e de orientação 540 NO. Entre Conservatória e Marquês de Valença: tem início na serra do Barreiro, bifurcação da serra Duboc, e segue pela primeira serra, atravessando a estrada de automóvel Valença-Conservatória; segue, depois, pela serra de Cantagalo, até interceptar conhecida linha de sesmaria que vai desde o rio Paraíba, demarcada a intervalos por valetas, sendo sua orientação atual 54o NW magnético (1938).
Superfície
—
A área do distrito de Conservatória é calculada em cêrca de 320 km2.
População
—
A sua população era de 5.193 habitantes, segundo o Censo Demográfico de
1-IX-1940.
Sub-divisão
administrativa —
O distrito de Conservatória se compõe da vila de Conservatória
e dos povoados de Pedro Carlos, Leite
de Souza e Paulo de Almeida, à
margem da Rêde Mineira de Viação, e Coronel
Cardoso, servido pela Central do Brasil.
VILA
DE CONSERVATÓRIA — Sob o título
“A ironia de um nome”, Roberto
Macedo
escreveu
no “Correio da Manhã”, de 25-4-1941, êste artigo sôbre
Conservatória:
“Pouco
antes de Valença, escondido entre curvas doces de montanha, branquinho, como
um presépio, dorme o arraial de Conservatória”.
Dorme
— é o têrmo próprio. Quase não há comércio. Pelas ruas, calçadas ainda
com aquelas pedras informes que os pés dos escravos calcaram, raramente passa
um veículo moderno. Boiadas, tangidas sôbre estribilho monótono dos
vaqueiros,
e escassas tropas de fazenda, anunciadas de longe pelo chocalhar característico
do vasilhame de leite, são os únicos rumores de vida nêsse torrão de
silêncio.
Ao longe, nos seios verdes das ondulações, um ou outro cavalo solitário, uma
ou outra vaquinha nostálgica. As águas do rio Bonito (que em nada justificam
o nome) correm mansas e leves, como se tivessem receio de quebrar a harmonia
da solidão.
Envenenado
de fumaça, de ruídos enervantes, de afãs que sempre se renovam, o pobre
verme das cidades pode encontrar, nêsse recantozinho esquecido do mundo, um lar
ideal de repouso. E, no entanto, onde reina hoje a solidão exagerada, índice
de apatia, ressoaram outrora as forjas de labor. Onde os pastos ou a vegetação
raquítica escondem a terra com seu tapête verde, alinharam-se antigamente,
como pelotões de trabalho, os cafezais floridos.
Conservatória,
por triste ironia, não se conservou. No império, quando a lavoura do café,
trabalhado pelo braço dos cativos, era a única fonte econômica do Brasil,
Conservatória foi um centro importante. Mais de cem fazendas das
circunvizinhanças
para alí escoavam seus produtos. Não eram sítios. Fazendas, das
quais
trinta e oito figuravam no Almanaque Laemert como possuidoras de engenhos e
setenta e duas como desprovidas. Entre os fazendeiros sobressaíam o barão de
Ipiabas (Francisco Pinheiro de Souza Werneck) e o barão de Cajurú (Militão
Honório de Carvalho).
Havia
luxo, animação, grandes festas com os maiores cantores da côrte, um prado de
corridas de cavalos e vários estabelecimentos de ensino. Já em 1848 funcionava
a primeira escola masculina. Em 1853 o visconde de Baependí fundou outra,
masculina. Em 1859, atraidos pelo movimento local, foram instalados mais dois
colégios particulares, de José Amaro de Lemos Magalhães e d. Rita Sá Lobato.
Também
a educação artística não ficou descurada, pois os pianistas André Schmidt
e Carlos Janin, além do maestro Venâncio Rocha Lima Soáres, aceitavam alunos
de música. Tôdo êsse progresso parece hoje um sonho, para quem percorre aquêle
cemitério de vivos. Nem se afigura possível que o imperador tivesse visitado
Conservatória.
E,
todavia, é fato histórico: A 21 de novembro de 1883, D. Pedro II saía da Côrte
e ia inaugurar a estação ferroviária de Conservatória, recebido com
grandes homenagens.
No
mês de junho, Conservatória se engalanava. Santo Antônio, padroeiro local,
recebia
ruidosas
homenagens.
Fôra
numa antiga aldeia de índios Araris que se fundara, em 1824, o curato de Santo
Antônio do Rio Bonito, no lugar denominado Conservatória dos Índios.
As
festas consagradas ao padroeiro reuniam notáveis artistas da côrte e duravam
uma semana. A tradição está quase desaparecendo.
Em
tôrno das igrejas geralmente se ergueram as povoações primitivas do Brasil. A
de Conservatória é ampla e simples, com um adro silvestre, que lembra
qualquer cousa das igrejas de Portugal. A antiga capelinha, elevada à paróquia
em 1839, desapareceu na voragem de um incêndio. Coletaram-se os paroquianos,
e, obtendo vinte e três contos e quatrocentos e sessenta e um mil réis,
ergueram
o templo atual, em terras de Anastácio Leite Ribeiro.
Muito
mais imponentes são os venerandos solares, que se encontram no próprio centro
e nas cercanias. Fechados, imensos, rasgados de intermináveis janelas,
permanecem mudos e inúteis como símbolos de extintas grandezas. Aliás,
Conservatória
pode e deve ressurgir, se não no seu antigo esplendor, ao menos como centro de
vitalidade fluminense. Diz-se que há riquezas latentes no seu sub-solo, jazidas
de níquel nos quintais, fontes de água mineral desaproveitadas. Clima, dos
melhores.
E
quem tiver espírito histórico, amar a poesia do passado e quiser contemplar
numerosas relíquias do Império — vá visitar aquêle lugarejo bruxoleante,
espécie de Suíça rústica encravada no Brasil.
Divisas
urbana e suburbana —
(Decr. n. 392-A, de 31-3-38)
Zona
urbana —
Parte da ponte sôbre o rio Bonito, na estrada que vai à Santa Izabel do Rio
Prêto e segue rio abaixo até a uma forte curva, em “U”, no ponto em que o
rio mais se aproxima da rua Benfica. Daqui, uma reta normal à rua, segue até
ao ponto que se acha a cinquenta (50) metros do alinhamento oposto da rua. Segue
à direita, guardando sempre a distância de cinquenta metros até à estação
da via férrea. Segue por esta até ao PT (início da reta), imediatamente
antes do túnel. Daí ao marco situado no portão da estrada que sai do
prolongamento da rua Direita, em reta. Outra reta ao canto SW do cemitério
novo, Pelo muro que liga os cantos SW e NW e pela direção desta até ao rio
Bonito e por êle abaixo até à ponte que foi nosso ponto de partida. Área
urbana: 258.820 m2.
Zona
suburbana —
Parte do canto NW do cemitério velho e vai em reta até ao marco colocado acima
da chácara Madson. Nova reta ao marco da capela, na garganta da estrada de
Santa Izabel. Pela estrada, no sentido de Conservatória, até ao marco colocado
no fim de uma reta de cêrca de cento e trinta (130) metros. Daí, em reta, até
ao marco colocado no P.C. (início da curva) — sentido Pedro Carlos —
situado em frente ao campo de futebol. Pela estrada de ferro até ao primeiro PT
encontrado no sentido acima citado. Do marco ali cravado, até ao marco colocado
à margem do rio Bonito, próximo a grandes moitas de bambús. Pelo rio Bonito
abaixo até à ponte na estrada de Santa Izabel. Daí, a um marco cravado no
alto do espigão fronteiro ao campo de futebol. Dêste marco, uma grande reta ao
marco cravado no espigão fronteiro à estação da via férrea. Dêste marco ao
que foi colocado sôbre o túnel, outra reta. Daí, uma reta ao marco colocado
na encosta que se acha atrás da Matriz e dêste ao ponto de partida, no cemitério
velho, outra reta. Área suburbana: 582.692 m2.
Distâncias
—
A vila de Conservatória está distante da Capital Federal, em linha reta, cêrca
de 106 kms., e, pela ferrovia, via Barra do Piral, 153 kms., distando da sede
municipal 33 kms. pela estrada de rodagem.
Altitude
—
Sua altitude é de 518 ms. acima do nível do mar.
Clima
—
Saudável e temperado — um dos melhores climas do Estado do Rio. Conservatória
é, anualmente, muito procurada pelos veranistas.
Melhoramentos
urbanos —
Os serviços de abastecimento d´água e de esgôto são deficientes. A sede
distrital, que é iluminada à eletricidade, possui sete logradouros públicos,
sendo um largo e seis ruas, das quais duas calçadas a alvenaria.
Meios
de transporte —
A vila de Conservatória é servida pela Rêde Mineira de Viação e pela
rodovia Santa Izabel-Marquês de Valença.
Instrução
— A instrução primária é ministrada em escolas mistas isoladas, estaduais
e municipais, tanto na sede como no distrito.
O
antigo distrito de S. Sebastião do Rio Prêto surgiu em virtude do
desdobramento
do antigo distrito de S. Sebastião do Rio Bonito, como se vê nos têrmos da
lei n. 1.811, de 28 de janeiro de 1924, que está assim redigida: — “Art. 1o
— Fica desdobrado em dois, com as numerações de 6o e 7o
e as denominações respectivamente de São
Sebastião do Rio Bonito e São
Sebastião do Rio Prêto, o atual sexto distrito do município de Valença,
mantidas, como linhas perimétricas, as atuais divisas com os outros
distritos, com o município de Santa Teresa e com o Estado de Minas, e
dividindo-se os dois, entre si, por outra linha que, acompanhando quanto possível
a serra do Rio Bonito não corte, entretanto, em duas ou mais partes as
propriedades que lhe são contíguas, de modo que tais propriedades venham a
ficar pertencendo integral e exclusivamente a um só daquêles dois distritos.
Art. 2o — A linha a ser traçada por dentro do atual sexto distrito
coincidirá com as confrontações dos imóveis a que se refere o parágrafo único
dêste artigo. Parágrafo único — Ficarão pertencendo ao sétimo distrito as
fazendas de “São Domingos”, de Felipe Jorge; “São José”, do coronel
Benvindo de Paiva; “Mansinho”, da família Coelho; a situação de José de
Oliveira Lombo; o sítio de “São Luiz”, pertencente ao cessionário do espólio
de Brasilina Anunciação; a propriedade “Indaiás”, dos Irmãos Monteiro;
o sítio de Álvaro de Oliveira Pinho; a situação “Vargem Alegre”, de
José Rodrigues Chaves; “Claudionor”, de Francisco Nogueira Lemos; “Santo
Antônio do Bom Retiro”, de herdeiros de José Rosa Medeiros; as situações
de Euclides Furtado, Joaquim Lopes Maia e Antônio Soares Bastos: “Parada
Coroa”, de Antônio Nunes. da Silva; “Sobradinho”, de Miguel Alves
Cunha; “Rapadura”, de Manoel Pereira de Queiroz; “Santa Rita”, de
Vieira e Monteiro; e “Coroas”, de José Alves de Souza Lima. Art. 3,0
—
O sétimo distrito terá como sede a povoação de São Sebastião do Rio Prêto,
na estação da Estrada de Ferro Central do Brasil”.
Formacão
administrativa —
O antigo distrito de São Sebastião do Rio Prêto foi criado pela lei estadual
N. 1.811, de 28 de janeiro de 1924, constituindo-se com território desmembrado
do 6o distrito, São Sebastião do Rio Bonito.
De
acôrdo com as divisões administrativas de 1933 e territoriais de 31-12-36 e
31-12-37, bem como o quadro anexo ao decreto-lei estadual N. 392-A, de 31 de março
de 1938, o distrito de São Sebastião do Rio Prêto pertence ao município de
Valença.
Por
efeito do decreto estadual N. 641, de 15 de dezembro de 1938, que fixou o quadro
da divisão territorial, judiciária e administrativa do Estado, vigente no
quinquênio 1939-1943, o distrito de São Sebastião do Rio Prêto, passou a
denominar-se Rio Prêto.
Em
virtude do decreto-lei estadual N. 1.056, de 31 de dezembro de 1943,
a toponímia do distrito de Rio Prêto foi modificada para Parapeúna. No quadro
fixado por êsse mesmo decreto-lei N. 1.056, para vigorar no quinquênio
1944-1948, o distrito de Parapeúna (ex-Rio Prêto), figura no município de
Marquês de Valença (ex-Valença).
Limites
—
O distrito de Parapeúna é limitado ao norte pelo rio Prêto, que o separa do
Estado de Minas Gerais; ao sul, pelos distritos de Pentagna e Conservatória;
a léste, pelo Estado de Minas Gerais e distrito de Pentagna e a oeste, pelo
distrito de Conservatória.
Divisas
interdistritais —
(Decreto estadual N. 641, de 15-12-38). São as seguintes as divisas
interdistritais: Entre Parapeúna e
Pentagna — tem seu início no pico das Sete Léguas e segue pela linha de
cumiada das serras de Santa Luzia, Mondembo e Luiz Velho, até a um ponto
fronteiro e mais próximo da nascente principal do ribeirão do Macuco; dêste
ponto ganha a nascente dêste ribeirão e por êle desce até à sua confluência
no rio Prêto. Entre Parapeúna e
Conservatória
— começa no pico das Sete Léguas; segue pela linha de sesmaria de
orientação 54o NO. descrita na divisa de Conservatória-Valença,
até ao rio Prêto.
Superfície
—
O distrito tem uma área aproximada de 128 km.2.
População
—
A sua população era de 3.250 habitantes, segundo o Censo Demográfico de 1-IX-40.
Sub-divisão
administrativa —
O distrito de Parapeúna se compõe da vila do mesmo nome e dos pequenos
povoados Eng.0 Alberto
Furtado, Coutinho, Fernandes Figueira e Glória,
todos à margem da E.F.C.B.
VILA
PARAPEÚNA — Parapeúna — denominação dada pelo decreto-lei N. 1.056, de
31-12-1943, em substituição à antiga toponímia de Rio Prêto, então
confundível
com a vizinha cidade mineira do mesmo nome.
O
topônimo “Parapeúna” foi formado pelo historiador Matoso Maia Forte, para
substituir o vernáculo Rio Prêto. A fim de conhecermos a sua significação na
língua tupí, recorremos ao ilustre tupinólogo Adaucto de Alencar Fernandes,
que assim nos atendeu: — “Parapeúna:
Pará (mar), pé (caminho,
estrada, vereda) e una (negro,
escuro, prêto). Significa: que leva, conduz, ou vai ter ao negro mar, isto é,
profundo. E’, como se vê, um adjetivo que junta qualquer idéia à palavra Pará,
que é o substantivo mar, que vai
seguido de um outro substantivo, pé (caminho).
Em tais casos, o adjetivo una obriga
a um sentido figurado”.
A
nova paróquia de Santa Terezinha do Rio Prêto, (Parapeúna), que compreende
a capela de S. Sebastião do Rio Bonito (Pentagna), tem como padroeira Santa
Terezinha do Menino Jesus.
A
idéia da criação da paróquia de Santa Terezinha do Rio Prêto, deve-se ao
primeiro bispo de Valença, D. André Arcoverde.
O
bispo, dada a extensão da paróquia de Valença, ordenou, em 1929, ao padre
Francisco de Luna, que inaugurasse, na antiga vila do Rio Prêto, uma capela em
uma casa alugada pela Mitra diocesana, para que pudessem ser ministrados os
sacramentos aos fiéis.
No
dia 29 de junho de 1929, foi celebrada a primeira missa na capela provisória
do antigo 7o distrito.
Em
agôsto do mesmo ano, com a vinda para Valença dos padres agostinianos, D.
André Arcoverde resolveu criar o Curato de Santa Terezinha, cuja Provisão
foi assinada em 28 de outubro de 1929, tendo o referido Curato os seguintes
limites: “Partindo da margem do rio Prêto, onde o município de Valença se
limita com Santa Teresa, segue pela linha divisória dêsses dois municípios até
encontrar o rio das Flôres e, subindo pela margem dêsse rio até à confluência
do rio Bonito, e por êste até à confluência do riacho das Cobras, até às
suas cabeceiras e seguindo pelos limites atuais da freguesia de Valença com a
de Conservatória até à fazenda de S. Fernando, e compreendendo esta fazenda
e as de Santa Teresa, São Francisco e São Mateus, até à margem do rio Prêto
e desce por êste rio até o ponto de partida”.
A
19 de novembro do mesmo ano, com a presença do sr. Bispo Diocesano, foi benta a
primeira pedra do Santuário de Santa Terezinha, cujas obras se iniciaram em
17 de maio de 1930. A construção dêsse lindo templo deve-se ao vigário
padre Antônio Fernandez, que teve o apôio direto da Comissão, assim constituída:
presidente de honra — dr. Humberto Pentagna; presidente — dr. Humberto
Brandi, juiz de Direito de Rio Prêto; Miguel Pinto Barboza, tesoureiro;
Antônio
Monteiro de Carvalho, secretário; e conselheiros: Luiz Esteves da Costa,
Benvindo Antônio de Paiva, José Rodrigues Chaves, Dirceu Vilela, Felipe Jorge,
José de Oliveira e Cassiano Lopes Lisboa. Da direção das obras foi
encarregado
o cidadão Vasco Monteiro.
O
Santuário foi edificado em terreno doado pela municipalidade e no dia 30 de
setembro de 1935, foi inaugurado com a sagração da igreja pelo sr. bispo D.
André Arcoverde. O templo, que não tem estilo próprio, mas predomina o gótico,
tem 25 metros de comprimento por 2 metros de largura, com altar-mor em mármore
e totalmente ladrilhado a mosaico.
Com
a transferência do vigário padre Antônio Fernandez para Belo Horizonte em
março de 1936, foi o padre Francisco de Luna encarregado da regência da
freguesia até 27 de abril de 1938, quando foi nomeado vigário efetivo, com a
sua transferência voluntária de Valença, exercendo aquêle cargo até a data
presente.
Divisas
urbana e suburbana —
(Decr.-lei 11.0 1.242, de 9-10-1944)
Zona
urbana —
E’ delimitada por uma poligonal que parte da primeira chave do desvio da
estação de Parapeúna; daí em uma normal à tangente que contém a chave,
encontrando essa normal o rio e a estrada municipal Pentagna-Parapeúna.
Depois do trecho da reta compreendida entre o rio e a estação, segue pelo
barranco superior da estrada e do largo até à entrada da nova estrada Pentagna-Parapeúna,
fechando nêsse ponto o perímetro. Voltando ao ponto de partida, segue o
limite da zona urbana rio acima até ao ponto em que êste se aproxima da via
férrea, exatamente no ponto fronteiro ao meio do muro de arrimo; passa a via férrea,
seguindo por esta no sentido de Marquês de Valença, até quarenta metros (40
ms.) antes do meio da passagem de nível, ponto em que flete à direita sôbre a
normal a tangente da via férrea em um comprimento igual a cinquenta e três
metros e cinco decímetros (53,m5), e daí, em reta, até ao ponto inicial da
estrada Pentagna-Parapeúna. Área urbana: 107.600 m2.
Zona
suburbana —
Compreende duas faixas: a primeira é delimitada por parte do perímetro
urbano e pela linha que, partindo do ângulo do perímetro urbano sôbre a
entrada da estrada nova Pentagna-Parapeúna, vai em reta até ao P.T. sôbre uma
garganta na mesma estrada; pela tangente até ao P.C. onde se acha um marco. Daí
em reta até ao marco que se acha a 120 metros do segundo mata-burros (sentido
de Marquês de Valença) de passagem de nível, contados sôbre a normal à
tangente da via férrea; daí em reta paralela à tangente da via
férrea
(sentido de Santa Rita do Jacutinga) até encontrar sôbre um marco a normal à
dita tangente no P.C.; segue pela direita normal e pelo perímetro urbano até
fechar o polígono. A segunda faixa é limitada pela reta inicial do perímetro
urbano entre o rio e a estrada; pelo barranco superior da estrada (sentido de
Pentagna), numa extensão de 130 (cento e trinta) metros até a um marco; daí,
em reta, até ao canto SO. do cemitério, daí pelo muro do cemitério, na direção
NE. e em prolongamento até encontrar a estrada Pentagna-Parapeúna, daí em
reta, passando pela extremidade livre do triângulo da via férrea ate ao rio,
fechando-se rio acima o polígono. Área
suburbana: 133.040 m2.
Distâncias
—
A vila Parapeúna está distante da Capital Federal, em linha reta, cêrca de
114 kms. e, pela ferrovia, 221,308 kms., distando da sede municipal, pela
estrada de rodagem, 33 kms.
Altitude
—
Sua altitude é de 422,515 ms. acima do nível do mar.
Clima
—
Saudável e temperado.
Melhoramentos
urbanos —
Os serviços de abastecimento d’água e de esgôto são ainda deficientes. A
sede distrital, iluminada à eletricidade, possui quatro logradouros públicos,
sendo um largo e três ruas, não calçados.
Meios
de transporte —
Parapeúna é servida pela E. F. Central do Brasil (bitola estreita) e pela
estrada de rodagem Marquês de Valença-Parapeúna.
Instrução
—
A instrução primária é ministrada em todo o distrito em escolas mistas
isoladas, estaduais e municipais.
Pela
deliberação de 29 de agôsto de 1868 foi criado um distrito de sub-delegacia
de polícia, na capela de São Sebastião do Rio Bonito, filial da freguesia de
Nossa Senhora da Glória de Valença, tendo por limites: — ao sul, os do distrito
e freguesia de Santo Antônio do Rio Bonito, desde a fazenda de S. Luiz, da
Marquesa de Valença, até à de São Domingos, do major Herculano Furtado de
Mendonça, que pertencerá tôda ao novo distrito; e dai às fazendas da Vargem
e Morro Redondo, de Sebastião Soares Leite, até ao alto da serra do Tunifel,
em terras dêste que, igualmente, pertencerão ao novo distrito; ao norte, os
limites do distrito e freguesia de Santa Teresa, desde a fazenda das Coroas, da
referida Marquesa de Valença, até às terras que foram de Cipriano Gomes
Figueira, que pertencerão tôdas ao novo distrito; a léste, o alto da serra do
Tunifel, desde as terras de Sebastião Soares Leite até às de dona Inácia
Maria de Jesus, que também pertencerão ao novo distrito, bem como as que
foram do cap. José Alves Barbosa e findam nas já mencionadas terras de
Cipriano Gomes de Figueira; a oeste, o rio Prêto, divisa da província do Rio
de Janeiro com a de Minas Gerais, ficando para o novo distrito todo o território
compreendido nos limites descritos.
Pela
deliberação de 9 de junho de 1886, foi criado um distrito de Paz, na freguesia
de São Sebastião do Rio Bonito, com os limites fixados no decreto N. 2.790, de
17 de novembro de 1885.
Entre
os fatos mais importantes, verificados, na administração dêste distrito,
destacam-se os seguintes:
Na
sessão da Câmara, de 14 de janeiro de 1888, foi aprovada a proposta do
vereador Dr. José Bernardino de Sena para que se reconstruísse o pequeno cemitério
da Irmandade de S. Sebastião.
Na
sessão de 2 de julho de 1890, foi aprovada uma proposta do Intendente Manoel
Antônio de Souza Alves para que se mandasse orçar a despesa com o custeio e
colocação de lampeões para a iluminação pública, a querozene, na sede da
povoação.
Na
sessão de 6 de abril de 1895, foi deliberado que se instalassem três Iampeões
a querozene, para a luminação pública, no largo da Estação do antigo
povoado
de Rio Prêto, tendo sido, na sessão de 12 de fevereiro do mesmo ano,
deliberado
fossem colocados doze lampeões, para a iluminação pública, na sede do
distrito.
Relativamente
ao abastecimento d’água da povoação de S. Sebastião do Rio Bonito, na sessão
da Câmara de 30 de maio de 1895, foi aprovada uma proposta do vereador Antônio
Francisco Alves Bahia, autorizando a canalizar e distribuir a água potavel e
aumentar a caixa distribuidora na sede do distrito. Em 1899, novos reparos foram
feitos na rêde distribuidora do abastecimento d’água, tendo sido colocado um
chafariz na antiga rua José Prota, serviço êsse orçado em Cr$ 558,00,
ficando responsável por êsse serviço o fiscal do distrito, que percebia a
gratificação de Cr$ 15,00 mensais.
Na
sessão de 20 de março de 1903 foi aprovada uma proposta do vereador Albano
Alvim da Rocha, para que a Câmara mandasse orçar a construção de um
cemiterio na povoação do Rio Prêto, pertencente, ao distrito de S. Sebastião
do Rio Bonito, no terreno para êsse fim doado por Dona Maria Lucinda de Assis e
Silva e que se chamasse concurrência para êsse serviço, para cujo pagamento
os moradores do lugar concorreriam com um têrço da despesa.
Em
30 de maio de 1921, em face da deliberação da Câmara Municipal N. 272, de 9
de dezembro de 1920, Luiz Simões Corrêa contratava com a municipalidade a
instalação e conservação da iluminação pública, à eletricidade, na sede
do distrito, pela prazo de 20 anos, com isenção de impostos municipais, à razão
de CrS 2.322,00 anuais.
Formação
administrativa —
O distrito de São Sebastião do Rio Bonito foi criado por lei ou decreto
provincial N. 2.790, de 17 de novembro de 1855. Os decretos estaduais N. 1, de 8
de maio, e 1-A, de 3 de junho de 1892, confirmam a criação do distrito.
O
distrito de São Sebastião do Rio Bonito, quer nas divisões administrativas de
1911 e 1933, e territoriais de 31-XII-1936 e 31-XII-1937, como no quadro anexo
ao decreto-lei estadual N. 392-A, de 31 de março de 1938, figura no
município de Valença.
Por
efeito do decreto estadual N. 641, de 15 de dezembro de 1938, que fixou o quadro
territorial em vigor no quinquênio 1939-1943, o distrito de São Sebastião
do Rio Bonito, subordinado ao município de Valença, passou a denominar-se
Pentagna.
Segundo
o quadro das divisões territorial, judiciária e administrativa do Estado,
vigente no quinquênio 1944-1948, fixado pelo decreto-lei estadual N. 1.056, de
31 de dezembro de 1943, o distrito de Pentagna pertence ao município de
Marquês
de Valença (ex-Valença).
Limites
—
O distrito de Pentagna é limitado ao norte pelo Estado de Minas Gerais,
separado pelo rio Prêto; a léste, pelo município de Rio das Flôres; ao sul,
pelo distrito de Marquês de Valença; e a oeste e sudoeste pelos distritos de
Parapeuna e Conservatória, respectivamente.
Divisas interdistritais — (Decreto N. 1.056, de 31-12-43). São as seguintes as divisas interdistritais: Entre Pentagna e Marquês de Valença — começa no ponto em que a antiga linha de sesmaria que tem a orientação de 54o (cinquenta e quatro gráus) NO. (1938), corta a serra de Cantagalo; segue pelas serras de Cantagalo e da Charneca até à grande pedra da Charneca e daí, em reta, até à confluência do rio Bonito no rio das Flôres. Entre Pentagna e Parapeúna — tem seu inicio no pico das Sete Léguas e segue pela linha de cumiada das serras de Santa Luzia, Mondembo e Luiz Velho, até a um ponto fronteiro e mais próximo da nascente principal do ribeirão do Macuco; dêste ponto ganha a nascente dêste ribeirão e por êle desce até à sua confluência no rio Prêto. Entre Pentagna e Conservatória (Decr. N. 641, de 15-12-38) — começa na serra de Cantagalo, pela linha de sesmaria descrita na divisa entre Conservatória e Marquês de Valença; contorna o rio Bonito e cêrca de duzentos metros acima da foz do córrego Pedras Negras e vai até ao pico das Sete Léguas.
Superfície
—
O distrito tem uma área aproximada de 153 km2.
População
—
A sua população era de 4.209 habitantes, segundo o Censo Demográfico de 1o.IX.40.
Sub-divisão
administrativa —
O distrito de Pentagna se compõe da vila Pentagna
e dos povoados Santa Inácia e Coroas,
à margem da E.F.C.B.
VILA
PENTAGNA — Situada em terreno ondulante, vila Pentagna apresenta aspectos
interessantes, cortada que é pelo rio Bonito, donde lhe veio o antigo nome S.
Sebastião do Rio Bonito. S. Sebastião é o santo padroeiro da localidade.
Divisas
urbana e suburbana —
(Decr.-lei N. 1.242, de 9-10-1944)
Zona
urbana —
E’ delimitada por uma poligonal que, partindo do canto SE. da antiga usina de
laticínios e atual usina de eletricidade da vila, segue em reta até ao marco
implantado na curva da estrada de Marquês de Valença. Daí, em reta, à
primeira ponte na estrada, no sentido Pentagna-Parapeúna. Daí segue pelo córrego
até à sua foz no rio Bonito. Desce por êste até defrontar o marco implantado
na estrada que o margeia e que se acha acêrca de setenta metros (70 ms.) aquém
da ponte de concreto. Daí, em reta, até ao outro marco colocado acima da
estrada que vai ao cemitério. Pelo alto do barranco desta estrada até ao marco
colocado na bifurcação das estradas da estação e da chácara. Daí, em reta,
ao canto SE. da usina, ponto inicial. Área urbana: 148.672 m2.
Zona
suburbana —
E’ delimitada por uma poligonal que parte de um marco colocado na curva
esquerda, no alto da estrada de Marquês de Valença, e vai em reta até ao
marco colocado em uma curva da estrada de automóveis de Parapeúna. Dêste
marco por uma pequena reta até ao novo marco colocado na base de um grande
“U” que faz o rio Bonito. Segue, então, pelo rio abaixo até ao marco
colocado à margem no ponto em que o rio se aproxima de uma estrada, próxima
à porteira desta estrada. Desta parte uma reta até a um novo marco colocado
na via férrea Rio Bonito-Alberto Furtado, pouco além de um P.C. Segue agora
pela via férrea até à última chave da estação de Pentagna. Daí, em reta,
até ao ponto de partida. Área suburbana: 437.508 m2.
Distâncias
—
A vila Pentagna está distante da Capital Federal, em linha reta, cêrca de 108
kms. e, pela ferrovia, 197,949 kms., distando da sede municipal, pela estrada
de rodagem, 13 kms.
Altitude — Sua altitude é de 497,298 ms. acima do nível do mar.
Clima
—
Saudável e temperado. Vila Pentagna atualmente é procurada como estação de
repouso, existindo ali uma colônia de férias destinada a receber os enfermeiros
do Distrito Federal.
Melhoramentos
urbanos —
Os serviços de abastecimento d’água e de esgôto são ainda deficientes. A
sede distrital, que é iluminada à eletricidade, apresenta cinco logradouros públicos,
sendo um largo e 4 ruas, não calçados.
Meios
de transporte —
Pentagna é servida pela E. F. Central do Brasil (bitola estreita) e pela
estrada de rodagem Marquês de Valença-Parapeúna.
Instrução
—
A instrução primária é ministrada em todo o distrito em escolas mistas
isoladas, estaduais e municipais.
Segundo
se lê na História de Valença, de
Luiz Damasceno, já, em 1849, se cogitava da fundação e organização do
arraial de Santa Izabel do Rio Prêto. Assim é que, na sessão da Câmara de
11 de janeiro daquêle ano, foi lida e aprovada a seguinte proposta do vereador
Anastácio Leite Ribeiro: — “A distância em que ficam do arraial de Santo
Antônio do Rio Bonito os moradores da margem do rio Prêto até à serra do
Tunifel, desde o ribeirão do Patriarca S. Joaquim até aos ribeirões de S.
Fernando e S. Paulo, ora pertencentes ao 1o
distrito de Paz da referida Freguesia, torna impraticável a boa
administração da justiça,
pois
os últimos dêstes moradores ficam na distância de nove léguas do dito
arraial e assim muito conveniente seria a criação de um terceiro distrito de
Paz e de uma Sub-Delegacia de Polícia e segundo passo a indicar compreenderá
um território de sete léguas de extensão sôbre três de largura, no terreno
médio e contendo mais de 75 casas habitadas; igualmente muito conviria a criação
de uma outra Sub-delegacia de Polícia no atual segundo distrito de Paz da mesma
freguesia que fica à margem do rio Paraíba, distante do referido arraial seis
léguas e em direção oposta, assim, pois, proponho que se peça ao
Presidente da Província: 1o) que haja de criar um terceiro distrito
de Paz e uma Sub-delegacia na freguesia de Santo Antônio do Rio Bonito, com
os seguintes limites: rio Prêto desde a barra do ribeirão do Patriarca S.
Joaquim até ao de S. Fernando e por êste à barra de S. Paulo, pelo qual
seguirá até à fazenda do barão do Pouso Alto (Rochedo) e daí em linha
reta até à pedra conhecida pelo nome de — Cavalo Russo — na serra do
Tunifel (hoje Barroso), por cujo alto seguirá até encontrar o ribeirão do
Patriarca S. Joaquim e por êste ao rio Prêto; 2o) que haja
igualmente de criar outra Sub-delegacia de Polícia no segundo distrito de Paz
da Freguesia de Santo Antônio do Rio Bonito”.
Pela
lei provincial N. 484, de 26 de maio de 1849, foi criado o curato de Santa
Izabel do Rio Prêto. A freguesia de Santa Izabel do Rio Prêto está situada
à margem do ribeirão de S. Fernando, em terreno doado à padroeira local,
Santa Izabel, pelos srs. Antônio Cardoso, Antônio Lopes, José Pedro Alves,
Francisco José Lopes, Tte. Bento Ribeiro do Vale e outros — terreno êsse
medido pelo piloto João Batista Carrit, por ordem do então juiz municipal
Anastácio Leite Ribeiro. A escritura dessa doação está exarada no livro N. 2
de Notas (arquivo da cidade de Vassouras).
Santa
Izabel do Rio Prêto teve como seus primeiros habitantes as famílias Vicente
dos Lopes, dos Azevedo, dos Alves e dos Fontes, de cujas uniões,
posteriormente,
foram surgindo novas famílias que são, na sua maioria, os seus atuais
habitantes.
Em
29 de novembro de 1849, foi nomeado arruador da freguesia o cidadão Vicente
Xavier de Moura.
Em
11 de março de 1851, foram o Vigário e o Juiz de Paz designados para marcarem
o local destinado ao cemitério, tendo, em 1855, o govêrno da Província
contribuido com Cr$ 1.000,00 para sua construção, para o que, em 1856, a
Câmara
Municipal nomeou uma comissão constituída de Vicente José Lopes, Domiciano
José Alves e vigário Custódio Gomes Carneiro. Em 29 de janeiro de 1873, o
vereador José Leite de Souza propôs que se fizesse orçamento para a construção
de novo cemitério no povoado, o qual foi construido por Tertuliano José
Nogueira, pela quantia de Cr$ 6.782,89.
Em
15 de junho de 1853, criou-se a Agência postal.
O
serviço de abastecimento d’água potável destinada à população de Santa
Izabel,
proposto, em 26 de março de 1873, pelos vereadores dr. Luiz Pereira de
Castro
Filho, dr. José Rezende de Teixeira Guimarães e Domingos Custódio
Guimarães,
foi executado em 1874, por Joaquim Pinto de Medeiros, pela quantia de Cr$
7.308,27.
Quanto
à iluminação pública, foi, em 24 de novembro de 1885, aprovada pela Câmara
a proposta do vereador Antônio Leite Pinto de que se estabelecesse a iluminação
a querozene, na sede da freguesia de Santa Izabel. Em 7 de janeiro de 1887, o
cap. Afonso Aurora Terra firmava contrato com a Câmara para o assentamento de
15 colunas de ferro fundido, com lampeões de cobre e acessórios, pela quantia
de Cr$ 2.700,00. A inauguração dêsse serviço teve lugar no dia 22 de março
de 1887.
Na
sessão de 16 de agôsto de 1893, o vereador cel. Antônio Leite Pinto propôs
que se fizesse novo orçamento para as obras do cemitério da povoação.
Em
25 de novembro do mesmo ano, Ribeiro & Teixeira firmavam contrato com a Câmara
Municipal para o aumento do cemitério existente, cujo terreno foi desapropriado
em 1895, tendo sido, nêsse ano, construido um necrotério. Também, nessa
mesma data, foram tomadas providências no sentido de construir-se uma caixa
d’água destinada ao abastecimento público.
Na
sessão da Câmara de 3 de outubro de 1898, foi autorizada a construção de um
matadouro público.
Em
sessão de 16 de março de 1900, o vereador presidente coronel Antônio Leite
Pinto comunicava à Câmara estar terminado o serviço de canalização de águas
potáveis da vila, com a substituição dos antigos canos de chumbo pelos de
ferro.
Relativamente
à iluminação pública, à eletricidade, na sede do distrito, a Câmara
firmava, em 4 de abril de 1922, contrato com Manoel Monteiro Fernandes, para o
fornecimento de energia elétrica, pelo prazo de 25 anos, com isenção de todos
os impostos.
A
idéia da construção da igreja matriz de Santa Izabel data de 1852, quando o
antigo pároco João Bernardes de Souza promoveu uma subscrição popular, que
alcançou a quantia de Cr$ 10.794,60, sendo que, naquêle ano, já estava pronta
a capela-mor, e, por terminar, o corpo da igreja, apenas dependendo de
construção
o púlpito, o côro, os altares laterais e a sacristia. A bênção do referido
templo teve lugar no dia 25 de dezembro daquêle ano, tendo sido, então,
celebrada, nêsse dia, a primeira missa. O primeiro vigário de Santa Izabel
do Rio Prêto, em 1849, foi o padre Joaquim Gonçalves de Morais.
Formação
administrativa —
A freguesia de Santa Izabel do Rio Prêto foi criada pela lei ou decreto
provincial N. 573, de 9 de outubro de 1851. Sua criação foi confirmada pelos
decretos estaduais ns. 1, de 8 de maio e 1-A, de 3 de júnho de 1892.
Na
divisão administrativa do Brasil, referente ao ano de 1911, figura no
município
de Valença o distrito denominado Rio Prêto, assim permanecendo no boletim de
6 de janeiro de 1917, referente à Santa Izabel.
De
acôrdo com as divisões administrativas de 1933, e territoriais de 31-XII-1936
e 31-XII-1937, bem como o quadro anexo ao decreto-lei estadual N. 392-A,
de 31 de março de 1938, o distrito retomou a sua primitiva denominação de
Santa Izabel do Rio Prêto, o mesmo se verificando no quadro fixado pelo decreto
estadual N. 641, de 15 de dezembro de 1938, para vigorar no quinquênio
1939-1943.
No
quadro das divisões territorial, judiciária e administrativa do Estado, em vigência
no quinquênio 1944-1948, fixado pelo decreto-lei estadual N. 1.056,
de 31 de dezembro de 1943, consta no município de Marquês de Valença
(ex-Valença), o distrito de Santa Izabel do Rio Prêto.
O
distrito de Santa Izabel do Rio Prêto, presentes autoridades federais,
estaduais
e municipais, comemorou, solene e festivamente, no dia 9 de outubro de 1951, o
seu 1o centenário de
criação. Como parte integrante e expressiva do programa oficial, foi, em praça
pública, inaugurado o marco comemorativo daquela data, junto ao qual ouviram-se
discursos alusivos ao magno acontecimento izabelense.
Limites
-—
O distrito de Santa Izabel do Rio Prêto, situado em terras férteis que
medeiam os rios Paraíba e Prêto, é limitado, ao norte, pelo rio Prêto,
que
o separa do Estado de Minas; ao sul, pelos municípios de Barra Mansa e Barra
do Piraí; a oeste, pelo Estado de Minas Gerais, separado pelo rio Prêto, e
município de Barra Mansa; e, a léste, pelo distrito de Conservatória.
Divisas
interdistritais —
(Decr. estadual N. 641, de 15-12-38) — Entre
Santa Izabel do Rio Prêto e Conservatória: parte da bifurcação da
serra do Barroso, na serra do Amparo, e segue por aquela e pela serra dos
Velhacos, que é cortada pelo túnel da Rêde Mineira de Viação. Do fim da
serra dos Velhacos, vai
em
reta até à foz do ribeirão dos Rochedos, no ribeirão São Fernando,
seguindo,
por êste último, até à sua foz no rio Prêto.
Superfície
—
O distrito tem uma área aproximada de 262 km2.
População
—
A sua população era de 4.588 habitantes, segundo o Censo Demográfico de 10-IX-1940.
Sub-divisão
administrativa —
O distrito de Santa Izabel do Rio Prêto se compõe da vila de Santa
Izabel do Rio Prêto (sede), e dos povoados Leite
de Souza, à margem da Rêde Mineira, e Barbosa
Gonçalves e Santa Clara, servidos
pela Central do Brasil.
VILA
DE SANTA IZABEL DO RIO PRÊTO — Santa Izabel do Rio Prêto
—
denominação dada em honra à santa padroeira da localidade. O poeta izabelense
Manoel Quintão, em suas reminiscências “Santa Izabel do Rio Prêto” — dá-nos
uma idéia bem íntima do antigo arraial, em seus aspectos sociais e gerais.
Assim se refere êle a Santa Izabel do Rio Prêto:
“—
O sítio de meu pai, do Sossêgo chamado, confinava em parte com o ribeirão
de S. Fernando, muito da minha saudade e das minhas façanhas infantis. Foi nêle
que aprendi a nadar. Lá nos extremos da rua da Broca, depois da curva do Gregório,
a ponte de pranchas trepidantes e guardas laterais borradas a pixe, tinha, a
meus olhos inexperientes, proporções de monumento. Assim também, logo abaixo,
a “Cachoeira do Galindo”, a roncar por dias claros e noites escuras uma
sinfonia indefinível. Galindo, maduraço e glabro, voz em falsete feminino, era
o sócio do Guerra, português recatado e galrão, de timbre grosso e cerdosa
barba prêta. Admirável contraste! Galindo & Guerra, razão comercial que,
ainda hoje, me toa harmoniosa no tumulto evocativo de tantas vozes extintas.
Cinquenta
fogos, no máximo, dois sobrados, apenas. Um no largo da igreja, outro na rua
depois chamada da Estação. No primeiro, de sacadas verdes, morava o Dr.
Oliveira Pinto, médico e procer ativo do partido liberal; no segundo, de
janelas comuns, residia Dionísio Tolomei, cuja loja, ao rés-do-chão, era a
mais sortida e afamada, pôsto que menos aparatosa e ordenada que a de Gregório
Pereira de Souza, um luso austero de farta e grisalha bigodeira, invariàvelmente
bem pôsto nas calças brancas e paletó palha-de-sêda. Implícito que, neste
cômputo,
só estimo telhas de canal, que da francesa ninguém soubera. Nem os Ludolff
teriam nascido... Portas altas, maciças, janelas idem com vidraças de
caixilho,
em geral pintadas de azul, ou verde. E paredes lisas, caiadas de branco, quando
não apenas revestidas de rebôco fino. Mas havia à ilharga da vertente léste,
a rua da Palha, cairelada de
choupanas cobertas de sapé, que soiam oferecer a nota ígnea de um incêndio,
em noites de S. João.
Pois
foi nessa rua da Palha, bem me
lembro, que o Tourinho matou o Belisário. Se os conheci... Ferradores ambos,
morando na rua da Palha, dir-se-ia
que brigavam por dá-cá-uma-palha, se
não por ilustrar o magro cadastro policial.
Tourinho,
picado das bexigas, era um caboclo bronzeado, baixote e musculoso, mas,
covarde, apanhava sempre; Belisário, bem mais velho, esgalgo e lesto, era
mulato prosura e valentão. Goliardos ambos, o que até hoje ignoro é se, por
ciúmes de ofício, ou de mulheres, tanto bateu no rival que acabou por êle
estripado.
E
assim é que o estou a ver daqui, estatelado numa poça de sangue, na rua da Palha...
Outro
crime que me impressionou, ocorreu, se me não falha a memória, na fazenda de
Santa Clara, lá p’ras bandas do Rio Prêto. O escravo matara o feitor com um
só golpe de enxada, que lhe fendera o crâneo. A vítima, um português retaco,
lá ficara na igreja, esperando sepultura. Quando o magote fúnebre repontou,
cantando e chocalhando, na estrada de Santa Rita, a êle nos incorporamos,
curiosos. Frente unida, como não, se éramos nós quem fazia, de súcia, a
reportagem
da terra? Quantas vezes tenho pensado na psicologia dessa solidariedade
infantil, que raro, ou nunca, se verifica entre adultos. Essa camaradagem
escolar, em que pesem sopapos e pontapés eventuais, não há pátina de tempo
que a embote ou desgaste. Por isso, na trama difusa de seis décadas, aqui os
tenho lépidos, vivos e atentos à chamada” “Nhozinho” (Oswaldo Miiward),
“Cacau” (Carlos Coutinho — estafeta), “Chiquinho” — (o do alfaiate,
ou do flautim), “Juquinha” (José Carlos de Araujo), “Nonô” (Agnelo
França), “Parminha”, Toniquinho e Olímpio Diniz e dez, e trinta ou mais
outros, que inútil fôra aqui nomear. Dêles, não sei qual, diante do esquife,
onde o feitor exibia a fronte rude e cianosada, contou: — Não sabem? — pois
quando o defunto fica muito pesado êles arreiam o fardo na estrada, dão-lhe
de vara e o defunto fica mais leve...
—
Que pecado! não é mesmo? Também êsse florão criminoso do regime
escravagista
— felizmente a termo próximo — nunca se me apagou da retina espiritual.
Eu não avaliava o negror dêsse regime e mal poderia conceber que houvesse, além
dêle, outro mais negro e lamentável, quão difícil de perimir — a
escravidão branca...
A
salinha era pequena, mas a taboleta era grande e pomposa. “Colégio
Sâo José” ! O professor Pessoa de Barros, baiano louro de voz macia e
olhos azues, lembra aquêle Aristarco do “Ateneu”, do malogrado Pompéia. Eu
estava longe, porém, de conhecer o “Ateneu”, muito menos o Pompéia; e por
isso, reverenciava o mestre e lhe respeitava a férula e a meia calva luzidia.
Depois, fui notando que êle também contemporizava com D. Laura — a espôsa,
e sorria de cordeiro para Aninha — a filha magrinha e petulante, sempre que
elas intervinham na bancada em sarrafusca. De ver-se, então, como, afagando a
barba em leque, o “Barrinhos” (era assim que D. Laura o tratava) conosco
entrava a cantar a tabuada. Confesso, porém, que o que mais me impressionava no
professor Barros, eram o fraque cinzento e rabilongo e os sapatos de duraque
prêto, silenciosos, que lhe facultavam surpreender a calaçaria das bancas,
com olhares de felino.
Até
que um dia, atraído pelas maravilhas da terra
roxa, para onde se deslocavam tantos fazendeiros fluminenses, o Colégio
S. José arriou a taboleta. Aqui, vem de molde a registrar que um dos
maiores pregoeiros dêsse movimento migratório era o Dr. Augusto de Oliveira
Pinto, médico e deputado geral, que acabou, por sua vez, fixando residência
na cidade incipiente de Ribeirão Prêto, então considerada a “Meca”
do café. De um fazendeiro izabelense, sei eu que foi na onda: — o Cap. João
Evangelista Guimarães. Outro, o clínico Dr. Bráulio Joaquim Gomes, cuja ausência
foi assaz lamentada. Eram os pródromos da transformação da zona agrícola em
pastoril. Enfim, fechado o S. José, não
houve como dispensar a Escola Pública. E vieram Virgílio Godinho, magistral,
hieràticamente enfronhado na sobrecasaca prêta e Aristides Soares da Silva,
muito jovem e cinegético, além de exímio valsista, improvisador de bailes e
serenatas.
Os
bailes, tanto podiam puxar à sanfona, dedilhada pelo Emilio Viviani ou o
Campanelli, em casa do Luís Padeiro, como correr ilustrados à charanga, no
chalé
do Dr. Ferraz. A essa altura, já não havia entre mim e mestre Aristides,
constrangimento
nem cerimônias. Êle era seu fessô lá
na escola, mas, fora disso, apenas colega de estante e boemia, no bloco do
Benedito Neves, onde eu já dedilhava o pistão e êle apenas soprava o
trombone.
Era
o nervo, a vida do arraial. Benedito Neves, professor de música, à noite, e
alfaiate de dia, morava na parte do arraial que deveria chamar-se Largo da
Matriz, e que todo mundo designava por atrás
da igreja. A igreja, diga-se, não tinha tôrre nem relógio. O sino lhe
ficava fora, à direita da entrada, sôbre um estrado coberto e alto de um
metro, mais ou menos. Era dali, que o Carlos de Matos badalava religiosa e
sacristãmente às 12, o Ângelus e o toque do “Aragão”, às 22 horas. Às
vezes, em noites tempestuosas, o Carlos metia-se nas encóspias, não havia
“Aragão”, nem Ângelus, nem nada. Mas, como também não havia iluminação
pública, com o cerrar das portas do comércio, o que só se ouvia no
bojo
da noite era o latido dos cães, coaxar de rãs e serrazinar de grilos, afora o
ruido cavo da Cachoeira do Galindo.
Pois
foi lá, atrás da igreja, numa
salinha acanhada, que, à luz fumarenta dum lampeão belga azinhavrado, estudei
os rudimentos da mais pura das Artes, que tantos amavios me proporcionou na
adolescência e nos albores da juventude remota. As ladainhas do Mês Mariano,
com a voz forte do vigário Cabral, de olhos piscos e lábios sorridentes, os
leilões de prendas com a mesa farta de bolos e flôres; os circos equestres,
serenatas dolentes em noites de luar, enterros e bailes... rico acervo de emoções,
que ainda hoje suavizam agruras da jornada longa.
Dos bailes, colhe aqui citar um só, por
episódio de maior evento nacional. No dia 15 de novembro de 1889, ninguém
ouviu o apito da locomotiva na curva do rasgão, em demanda ao arraial, distante
um quilômetro.
A E. de F. de Santa Izabel do Rio Prêto,
seu ponto terminal, não tinha serviço telegráfico; e o telefônico era
privativo, primitivo e irregular. Sem notícias da côrte, avultavam boatos e
conjecturas, em face da exaltação política dos últimos tempos. Não me
ocorre, porém, que no esfervilhar das hipóteses e comentários entre
“chimangos” (liberais), “cascudos” (conservadores) e republicanos
adesistas
do partido da lavoura recentemente constituído, em consequência da Abolição,
alguém aventasse a hipótese da mudança do regime político, qual se deu.
Barra do Piraí, Ipiabas, Conservatória,
chamadas com insistência, continuavam mudas.
A
estação repleta, o agente Bonfim, rapaz simpático e afável, prometia ficar
alerta, avisaria ao primeiro sinal. Mas o sinal não chegou. No dia 16, pela
manhã, telefonemas vagos, da Barra, anunciavam revolução, mas não
determinavam
a extensão nem o caráter do movimento. Afinal, quando chegou o trem com a notícia
de que a República fôra proclamada, a estupefação foi maior que a alegria.
Aristides Lobo tinha razão. O povo, a massa, não saberia morrer de amores
pelo trono e muito menos poderia compreender a República. O deputado Oliveira
Pinto expedira boletim às autoridades locais, responsabilizando-as pela
manutenção
da ordem, em nome do Govêrno Provisório. Meu pai, suplente de sub-delegado
em exercício, e que, perdendo escravos, embora, não desertara das fileiras
liberais, solidário com a corrente do Cel. José Leite de Souza, houve, a
contra-gôsto, de cingir o fitão e acompanhar o improvisado foguetório ao som
da Marselhesa, que mestre Benedito ensaiara às pressas.
Zé Meirinho, .prêto de qualidade que
fizera a guerra do Paraguai e vira o Imperador em Uruguaiana, — Zé Merinho
que era, de cotio, um riso aberto, fechara a carranca e mal roncava no
bombardão.
A seguir, foi o baile oficial, no chalé
marron, quase fronteiro à Estação. Lanternas chinesas, escudos e
galhardetes, profusão de luzes, palmas e flôres. Bebidas, também... O
palanque da charanga foi armado fora, rente à janela, com poupança de espaço
vital, (já naquêle tempo)... Enfim, um baile de arromba, como se dizia então.
E foi o último em que toquei. Dos pares que lá deslizaram e me perpassam aqui,
nítidos, folgazes, pela retina do espírito, não sei se algum ainda aqui, na
rechã dêste mundo em ânsias de eternidade, fixará estas linhas...
Sinto, entretanto, que elas ainda assim
me reconfortam, graças a Deus”.
José
Marinho de Araujo, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, com
o título “O primeiro Barão de Santa
lzabel e a Revolução de 1842, no “O Clarim”, de 15-2-49, dá-nos os
seguintes comentários históricos:
“A região em que se assenta Santa
Izabel do Rio Prêto esteve em foco durante os dias movimentados da Revolução
de 1842. Foi sacudida pelos acontecimentos iniciados em Barbacena e terminados
com a batalha de Santa Luzia, que constituiu uma vitória de Caxias.
“João Gualberto, o revolucionário do
Turvo, organizou, em Santa Rita do Jacutinga, uma fôrça de perto de duzentos
homens, secundando o grito emanado de Barbacena. Pronta, para o combate, desde o
dia 13 de julho, marchava de Turvo para Santa Rita do Jacutinga, procurando
desfazer o espírito pro-legalidade que tomava formas, nessa localidade.
“O juiz de paz do Rio Prêto, José
Furtado de Figueiredo, fez marchar uma fôrça de 36 homens — 24 de infantaria
e 12 de cavalaria — postando-se na fazenda de Santa Clara, cujo proprietário,
o capitão Francisco Tereziano Fortes, avisara a Figueiredo que estava pronto em
dirigir a fôrça em aprêço, de acôrdo com o dr. Antônio Joaquim Fortes de
Bustamante, a fim de ocupar as possíveis passagens dos rebeldes para o território
da província do Rio de Janeiro e ocupar Rio Prêto.
“Na linha tirada, desde Aiuruoca, até
Santa Bárbara, estavam postados, em ótimas condições, para mais de 1.000
homens, que dominavam as estradas de Bom Jardim, Santa Rita do Jacutinga e Rio
Prêto. Constituía êsse aparato um sério perigo para Santa Izabel do Rio Prêto,
arraial ainda em formação.
“José
Feliciano Pinto Coelho, em 18 de julho, encarregou ao major Joaquim Manuel de
Azevedo e Paiva do comando da fôrça que se achava na guarnição que vigiava
Rio Prêto. Enviou, ainda, para a estrada do Bom Jardim, uma fôrça de 300
homens.
“Mas chega o dia 21 de junho de 1842.
O arraial de Santa Rita do Jacutinga se encontrava entregue a um grande
sobressalto. E essa apreensão se estendia até Santa Izabel do Rio Prêto, e
com justificado motivo, pois marchavam, em sua direção, duas fôrças
legalistas, a fim de desalojar os rebeldes que se encontravam na localidade.
Uma vinha da povoação de Nosso Senhor dos Passos do Rio Prêto (hoje cidade do
Rio Prêto), constituida de 80 praças de cavalaria e infantaria da Guarda
Nacional do Rio Prêto, e outra se formara em Santo Antônio do Rio Bonito
(hoje Conservatória). Esta passa por Santa Izabel do Rio Prêto, e se posta no
pôrto Zacarias, margem do Rio Prêto, divisor das províncias de Minas Gerais e
Rio de Janeiro, a poucos quilômetros do arraial.
“Havia, entre elas, uma combinação:
desalojar os rebeldes que se haviam apoderado do arraial de Santa Rita do
Jacutinga. A do Rio Prêto veio margeando o rio dêsse nome, até se encontrar
com a de Conservatória, postada já no lugar Zacarias.
“Devido às enchentes constantes,
desapareceu o povoado dêsse nome, na margem do rio Prêto. Ali, existiu,
pouco depois, uma Recebedoria. Uma Agência do Correio, um hotel, destacamento
policial, compunham a vida da pequena povoação, satélite de Santa Izabel do
Rio Prêto. No local, as fôrças legalistas fizeram construir uma sólida ponte
de madeira, a fim de dar passagem às tropas revolucionadas.
“Comandava as fôrças fluminenses o
tenente coronel Antônio Diniz da Costa Guimarães.
“A fôrça do arraial do Rio Prêto
estava entregue ao capitão José Tomaz de Aquino Cabral, encarregado da instrução
da gente do Rio Prêto. Mas, ao passar pela fazenda de Santa Clara, confiou o
seu comando a Francisco Tereziano Fortes, proprietário da fazenda, o qual
havia organizado, por si, um contingente que guarnecia as margens do Rio Prêto,
no caminho da freguesia dêsse nome até Santa Rita do Jacutinga.
“A
Costa Guimarães e José Tomaz, as ordens foram dadas por Francisco Peixoto de
Lacerda Werneck, o bravo comandante das 8a
e 13a Legiões da Guarda Nacional da Província do Rio de
Janeiro.
“O arraial de Santa Rita do Jacutinga
tornou-se entregue, sòmente, aos revolucionários. Por volta do meio-dia,
aparecem, por sôbre os morros que circundam
a localidade vizinha, alguns homens armados, fazendo patrulhamento.
Daí-a-pouco
a fôrça legalista, segura do terreno em que pisava, aproxima-se do arraial. No
centro da povoação, não encontrou nenhuma dificuldade, diante dos homens que
representavam os revolucionários mineiros. Sem dar um tiro, conseguiu o seu
objetivo
a fôrça comandada por Antônio Diniz da Costa Guimarães.
“Mesmo sem dar um tiro. Exatamente.
Com a presença dêsses homens, os rebeldes fugiram, em debandada, pelas
estradas que penetram pelo interior da província de Minas Gerais. Não
tiveram tempo para uma retirada regular. Apenas avistaram as armas legalistas,
puseram-se a correr. O trabalho da fôrça ocupante foi, apenas, o de reunir a
prêsa de guerra — doze ou treze cavalos; igual número de selins e um
clarim. E tudo isso no mais completo abandono.
“Soube-se
ser comandante dessa fôrça o capitão Antônio José de Souza, que não
resistiu ao denôdo e bravura da fôrça de Costa Guimarães.
“Depois
dessa ocurrência, o bravo comandante permaneceu, com sua gente, na localidade,
teatro dêsses acontecimentos memoráveis, pelo espaço de vinte e um dias,
debaixo da melhor ordem e disciplina.
“Em
17 de novembro de 1851, dom Pedro II, querendo glorificar um cidadão que reunia
em si tão boas qualidades e tão ótimos serviços vinha prestando ao Império,
assinou um decreto criando o título de Barão de Santa Izabel, concedendo-o a
Antônio Diniz da Costa Guimarães.
“Foi
o primeiro do título e faleceu no ano de 1858”.
Divisas
urbana e suburbana —
(Decr.-lei N. 1.242, de 9-10-1944).
Zona
urbana —
E’ delimitada por uma poligonal que, partindo do canto NE. do cemitério
local, tangenciando o seu muro, cuja direção é NW e, sôbre o seu
prolongamento, transpondo a estrada de rodagem e a de ferro que se dirigem a
Leite de Souza, atinge o rio São Fernando, onde foi fincado um marco. Sobe o
rio, em cujo curso é transposta a estrada de ferro, até ao ponto em que o rio
mais se aproxima da linha férrea, daí por esta até a primeira passagem de nível.
Daí, em reta, transpondo o rio, até a um marco na estrada de N. S. do Amparo,
e, subindo o morro até a um antigo cruzeiro; e daí, em reta, até a um marco.
Daí, em reta, até a outro marco próximo a uma moita de bambús. Daí, em
reta, tendo à esquerda as casas da rua da Palha, até ao marco à margem
direita da estrada Santa Izabel-Marquês de Valença e que se acha a vinte e
quatro metros (24 ms.) do ponto mais meridional da capela. Segue pela estrada no
sentido de Marquês de Valença até ao primeiro trilho encontrado à direita,
onde foi fixado um marco. Daí, em reta, transpondo estrada e córrego, até
novo marco no canto SE. do campo de futebol, de onde, em reta ao ponto
inicial, no canto NE. do cemitério. Área urbana: 206.640 m2.
Zona
suburbana —
E’ delimitada por uma poligonal que, partindo da caixa de arêia do
abastecimento d’água à vila, segue em reta rumo à ponte da via férrea,
que se encontra a duzentos e poucos metros além do km. 210. A oitenta metros
da referida ponte, medidos sôbre a dita reta, flete à direita sôbre a
paralela
à linha até encontrar a curva que passa pelo km. 210; daí, flete à esquerda,
transpondo a linha até oitenta metros (80 ms.) além desta, voltando então à
esquerda sôbre a paralela à via férrea até à antiga fábrica do Chalet
onde, em reta, atravessa o rio e vai a um marco implantado na última curva da
estrada N. S.
do
Amparo em reta ao marco que se implantou a uma distância, do Cruzeiro, de cem
metros medidos sôbre a reta que coincide com o Cruzeiro e a rua Deputado Ismar
Tavares. Daí, em reta, a novo marco, implantado na última curva da estrada da
Serra. Dêste ponto a outro marco, de onde, em reta, atinge o marco do perímetro
urbano que se encontra na estrada de Marquês de Valença. Segue pela estrada
até ao ponto da curva, situada na pequena greta, cuja origem é na garganta
transposta pela mesma estrada de Marquês de Valença, onde há um marco. Dai
vai a outro marco no espigão fronteiro sôbre a estrada
velha
que se liga à estrada há pouco citada. Daí, em reta, ao encontro de dois
valos acima do campo de futebol. Daí ao ponto culminante da estrada de Leite de
Souza, situado acêrca de cento e oitenta (180 ms.) metros do canto do cemitério,
medidos sôbre a estrada. Do marco aí cravado vai em reta, ao ponto de partida,
na caixa de arêia. Área suburbana: 509,560 m2.
Distâncias
—
A vila de Santa Izabel do Rio Prêto está distante da Capital Federal, em linha
reta, 118 kms., e, pela ferrovia, via Barra do Piraí, 184 kms., distando da
sede municipal, pela estrada de rodagem, 60 kms.
Altitude
—
Sua altitude é de 541,6 ms. acima do nível do mar.
Clima
—
Saudável e temperado. A vila é muito procurada, anualmente, pelos veranistas.
Melhoramentos
urbanos —
Os serviços de abastecimento d’água e de esgôto são ainda deficientes. A
sede distrital, que é iluminada à eletricidade e assentada em terreno
montanhoso, possui 8 logradouros públicos, sendo 1 praça e 7 ruas, em sua
maioria não calçadas.
Meios
de transportes —
E’ servida pela Rêde Mineira de Viação e se comunica com a sede municipal
por meio de estrada de rodagem ainda deficiente.
Instrução
—
A instrução primária é ministrada, em todo o distrito, em escolas mistas
isoladas, estaduais e municipais.