Por que os casais se separam?
A
união do casal pode formalizar-se através do casamento civil e/ou religioso,
ou na decisão de viverem juntos.
O casamento afasta o medo da solidão e o rótulo designado pela sociedade de
que estar só é não ter sido capaz de formar um par. Casar-se, muitas vezes,
é uma decisão motivada por fatores externos ao próprio casal. Por exemplo: o
casamento motivado por casais que querem tornar-se independentes dos pais; por
mudanças de cidade ou país; ou ainda, devido a morte de um dos progenitores.
Muitos desses conflitos internos são "evitados" através do
casamento.
Casar-se passa a ser a solução mágica para os conflitos: "casaram-se
foram felizes para sempre". Quem já não ouviu esta frase no final das
histórias contadas ao longo de suas vidas, seja em um conto de fadas, seja em
um filme, novela ou em um romance literário.
Com a união conjugal, dá-se início ao processo de conhecimento das duas
pessoas, a convivência é que permitirá que ajustes necessários ocorram. Cada
um procurará impor seus costumes e hábitos e aceitará, se aceitar, com
dificuldades, os do companheiro; essa diferenças vão desde o sono, à
alimentação, à organização da casa e ao dinheiro.
A confiança no outro é um fator a ser considerado; enquanto ser humano somos
tomados de um sentimento de posse em relação aquilo que achamos que é nosso,
dizemos: "meu filho", "meu marido", "minha
esposa"..., e com isso queremos que essas pessoas comportem-se exatamente
como nós esperamos e esquecemos que cada um possui sua própria personalidade.
Temos uma expectativa muito grande em relação ao comportamento do outro como
por exemplo: "Você não chegou no horário!" (que eu esperava que
chegasse). E os problemas dele(a) eu desconsidero? A individualidade deve
ser preservada. Podemos considerar-nos "uma só carne" após o
casamento, porém, com personalidade própria e ímpar.
A individualidade deve ser preservada em cada detalhe. A sua hora de banho, de
dormir, de comer e até o momento em que deseja ficar a sós. Muitas vezes,
fazemos coisas que não queremos somente para agradar o outro mas, essa prática
constante tende a saturar o relacionamento; você deixa de ser autêntico e
passa a viver em função do outro. Muitas vezes o dormir em cama ou quartos
separados passa a ser uma necessidade, se um ronca o outro não; um gosta de ar
condicionado e outro não;... detalhes que passam despercebidos mas que com o
tempo vão se acumulando e acabam por detonar brigas intensas por motivos que
são desconhecidos do casal. Só sabem que brigam.
As limitações da individualidade estão presentes no simples ato de impedir
que o marido pratique seu esporte preferido ou que a esposa visite as amigas ou
vá passear no shopping. As proibições contribuem para a perda da
individualidade. A relação deve ser ponderada. Usando-se o bom senso para não
expor o outro a situações constrangedoras, deve-se sair com os amigos,
conhecer novas pessoas, estudar, trabalhar para, quando estiverem juntos, terem
o que trocar um com outro além de lamentações da vida cotidiana.
A vida sexual tem fator decisivo na estabilidade do casal, principalmente
se na fase do namoro o comportamento era diferente do apresentado após o
casamento. No namoro há uma tendência da atividade sexual ser mais quente e
constante e, com a vida conjugal isso tende a esfriar. A mulher constrange-se
muitas vezes acreditando que deve ter uma postura mais séria (afinal de contas,
agora sou uma mulher casada!). Se engorda um pouco, inibe-se frente ao parceiro.
O homem por sua vez perde parte de seu romantismo, deixando de lado o jogo da
conquista. Descuida-se da barba por fazer, da limpeza do carro para o passeio de
fim de semana, como se não precisasse mais conquistar - "já é meu"
-.
Com o nascimento dos filhos a tendência é a situação agravar-se, a mulher
torna-se mãe e suas atribuições no casamento aumentam, mas a freqüência
não é tudo, não podemos perder de vista a qualidade.
A emancipação feminina tem seu papel na separação. Historicamente, a mulher
saía da casa dos pais direto para o casamento, sendo que na separação ela era
devolvida aos pais. Hoje, a mulher mora sozinha mesmo antes do casamento e tem
sua independência financeira. Para alguns homens, o sucesso da mulher incomoda,
pois ele não será mais o dono da situação, perdendo o controle como
"cabeça do casal", como se isto fosse necessário. O homem não está
preparado para ser sustentado por uma mulher, o que provoca um sentimento de
impotência.
Poderíamos seguir páginas e páginas descrevendo situações que contribuem
para o fim de um relacionamento conjugal, mas, o objetivo deste artigo foi de
elucidar as causas mais comuns.
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