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Há algo que
permanece em tudo que se separa. Esse algo é o que dói, mesmo
quando a separação é, ou foi ,o melhor caminho.
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Há um projeto
sempre irrealizado em toda a relação que se realiza. Uma
necessidade nova sempre se coloca a cada satisfação da anterior.
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Entre pessoas
que se amam, há verdades e sentimentos que, se aparecem quando
elas estão juntas, separam; e se aparecem quando elas estão
separadas, machucam, dão saudade, vontade de juntar.
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Gostar não é
apenas durante. É, sobretudo, depois.
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Amar é apesar,
aquém e além da pessoa amada.
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Dilema do homem.
Na vigência do casamento ele se sente preso e atado. Quer, quer
a separação. Não agüenta mais as limitações da vida comum. Aí
pinta a separação e ele, mais do que a mulher, entra em pânico.
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O homem está
menos preparado para a liberdade da mulher do que ela.
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Os verdadeiros
apetites sensuais sempre se manifestam com mais clareza quando a
inviabilidade, a dificuldade ou impossibilidade da relação se
impõe.
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Casais separados
conseguem certas intensidades amorosas impossíveis na vigência
do matrimônio.
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Certos graus de
amor só são perceptíveis a partir da impossibilidade de se
exercerem ou da ameaça de não poderem jamais vir à tona.
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O caminho da
liberdade pessoal, da descoberta das próprias potencialidades,
muitas vezes só é possível a partir de um sofrimento de amor.
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A vigência de
neuroses não complementares impede a possibilidade de melhora e
crescimento interior de ambos.
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Um neurótico
nunca vai para o brejo sozinho.
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Uma separação
dolorosa às vezes acaba por se transformar na melhor maneira de
ensinar a pessoa a ela mesma.
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Quase sempre
desprezamos a chance do novo em nossas vidas. Atados que estamos
a uma necessidade de eco e repetição de tudo o que nos traz(ia)
segurança.
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Em convivência e
em amor, o que perdura através do tempo, mesmo que à custa de
muita dificuldade e de um precário equilíbrio, revela a
existência de uma relação profunda. Tempo nem sempre é
acomodação. Muitas vezes é sinal de uma sabedoria intuitiva que
autoriza a permanecer com a ligação mesmo quando ela pareça
insatisfatória e incompleta. O que consegue vencer o tempo
consegue vencer, também, impulsos passageiros com sabor de
emoção e novidade.
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O que não acaba
apesar da convivência, abençoado está.
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Em amor, se é
preciso explicar, então já não se deu o entendimento profundo, a
adivinhação da verdadeira necessidade do outro.
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O que se precisa
explicar nunca será explicado.
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Quem não te
adivinha não te merece.
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Rende-te à
natureza de quem amas e esta começará a te obedecer.
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O que perdura
numa relação que se fragmenta é sempre o que de verdadeiro havia
nela.
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Uma
impossibilidade bem vivida é mais rica que uma possibilidade mal
vivida.
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O que volta
depois de ter passado é porque nunca deixou de existir.