Pouco Grão

Maria da Graça Almeida


Terra seca, 
ventre oco,
pobre chão.
Magros sonhos, 
muita boca,
pouco grão.

O rei -que não sente
a seca inclemente-
só finge não ver 
a gente que sofre,
morrendo carente,
no chão sem semente, 
sem pão pra comer.

A água que falta
no colo do solo,
que mata o grão,
renasce, então, farta,
nos olhos do homem, 
que teme a fome
nascida do chão.

Terra seca, 
ventre oco,
pobre chão.
Magros sonhos,
muita boca,
pouco grão.

 

 

LUIZ DELFINO DE BITTENCOURT MIRANDA

26082002

Hosted by www.Geocities.ws

1