Muro

Maria da Graça Almeida


Exangue a mão 
que pinta o branco, 
ingênua e tênue, 
o pulso é franco, 
sob o luar, 
pincela a rua, 
acena em cena, 
na tinta, a pena!

O vulto obscuro,
no muro puro, 
com tinta pinta 
um ponto duro! 
O muro, eu juro, 
avilta a rima, 
o muro é sujo, 
com tinta em cima! 

Que pena, a pena 
manchou o muro... 
o muro escuro
é muro impuro. 
Turva-me os olhos, 
sombreia o chão, 
enche-me o peito 
de indignação! 

 

LUIZ DELFINO DE BITTENCOURT MIRANDA

26082002

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