logtudoepermitido.GIF (1583 bytes)

. ,
1991

ENQUETE

        Em 91, o Kid Abelha pôs no mercado uma "bomba musical", com letras "corajosas e ousadas", trabalhadas com muitos violões e guitarras, chamada Tudo é Permitido. "Nosso amadurecimento passa pela preocupação com a qualidade dos arranjos. Levamos cinco meses para gravar o disco", conta Paula.

        Para ela, a explicação desta mudança radical nas composições foi por causa da maternidade que a fez interessar-se por assuntos como crueldade e erotismo. "Todos pensavam que o disco seria de canções de ninar ou coisa desse tipo. Mas, ao contrário, depois que tive meu filho, peguei um gosto pelas coisas mais brutas. Queria escrever sobre meu lado erótico, mas acho que ainda não consegui", comenta. A voluptuosidade pode ser comprovada em músicas como "A indecência", "Fantasias" e "Lolita", que inverte os papeis, fazendo do o homem a caça e, a menina, a caçadora, quem dita as regras do jogo e seduz cruelmente.

Paula Toller no show "Onde Tudo é Permitido" no Imperator - Rio, 91 / Arquivo pessoal de Leonardo Pires

        Para dar um toque diferente e sofisticado ao disco, George Israel introduziu violão com cordas de aço, metais e cítaras (sampleadas do Lp Revolver, dos Beatles). "O belíssimo toque dos violões aliado a um clima oriental, realçado pelos efeitos e percussão, revela o que seria quase uma carta de intenções; onde os desejos não são simples e se sonha com o impossível", resenhou Renato Russo.

        Tudo é Permitido marca também uma nova fase para o saxofonista: sua estréia como vocalista na faixa "Eletricidade" – de parceria com Nilo Romero e Cazuza -, com uma sonoridade especial a la Otis Redding, bem semelhante ao trabalho paralelo feito por ele na Midnigth Blues Band, banda de covers de blues e rhythm’n blues que possui junto com a galera do Barão e mais um naipe de metais.

        O disco tem duas canções dos anos 60 redescobertas: "Não vou ficar", de Tim Maia, que fez sucesso na voz de Roberto Carlos no clássico cult dos anos 70, O Diamante Cor de Rosa, e "Fuga número dois", assinada pelos Mutantes. "Foi muito engraçado, pois o que parecia ser uma coincidência foi se tornando uma coisa totalmente necessária, pois a gente tirou outras músicas que havíamos escrito para completar as dez faixas do LP. Essas duas músicas têm muita coisa em comum, pois além de as termos achado em filmes da época, falam do mesmo assunto, sendo que a dos Mutantes de uma maneira meio psicodélica e a do Tim de um jeito mais gaiato", comenta Paula.

        A turnê Onde Tudo é Permitido teve a produção de Fernanda Abreu e cenários de Luís Stein. No palco, um visual clean, com pouca fumaça e projeções de filmes produzidos especialmente para o show davam um toque sofisticado. O som também era mais seco, mais cool, sem naipe de matais e com a adição de percussão eletrônica.

Voltar ao disco anterior Próximo disco
Voltar à seção de "Discografia"

Hosted by www.Geocities.ws

1