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Sobre o show Ac�stico no ATL HALL - 2003       
Roqueiros quarent�es - 2002     
Sobre o Ac�stico MTV - 2002       
Lan�amento do Ac�stico MTV - 2002       
Grava��o do Ac�stico MTV por Jo�o Pimentel - 2002    
Grava��o do Ac�stico MTV por Jamari Fran�a - 2002     
Grava��o do Ac�stico MTV - 2002       
Estr�ia do show Parabol�ide Hiperb�lico - 2001
Lan�amento do Surf - 2001
Show do Kid Abelha no Rock In Rio - 2001
Show do Kid Abelha no Canec�o - 2000
Sa�da do do Kid Abelha da Warner Music - 2000
Show do Kid Abelha & Bar�o Vermelho no Metropolitan - 2000
Lan�amento da turn� Autolove - 99
Perfil de Paula Toller - Planeta Globo - 98
Bastidores do clipe "Eu s� penso em voc�" - 98
Recebimento do disco de ouro no Metropolitan - 96
Critica sobre o disco Tudo � Permitido - 91     
Paula fala de seus h�bitos e lugares favoritos no Rio - 89  
Critica sobre o disco Kid - 89     
Sobre o show do Kid na primeira edi��o do Rock In Rio - 85 
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Roda (de viol�o) gigante

        Quem foi ao Rock in Rio 3, no dia 20 de janeiro de 2001, lembra: n�o teve Oasis, Guns 'N Roses ou R.E.M. que tivesse a resposta que o Kid Abelha arrancou do p�blico. Pintura �ntima, L�grimas e chuva, Na rua, na chuva, na fazenda, Amanh� � 23... o n�mero de sucessos � intermin�vel. A banda aproveitou a for�a de seu repert�rio e o recheou de viol�es e arranjos elegantes no disco Ac�stico MTV, um dos maiores sucessos deste in�cio de ver�o.

- A gravadora nos sugeriu gravar o disco para comemorar nossos 20 anos de carreira, lembra a cantora Paula Toller. A gente nem tinha se tocado da data.

        Ao lado de m�sicos da pesada, Paula, Bruno Fortunato (viol�es) e George Israel (viol�o e saxofone) mostram todos esses sucessos e novas m�sicas, como Gilmarley e Nada sei, hoje e amanh�, �s 22h, no ATL Hall. � como aquela roda de viol�o em que todo mundo canta. S� que com milhares de pessoas.

CD segue a f�rmula 'Ac�stico MTV'

        O CD tem tudo que o ac�stico MTV consagrou. Convidados: tem o guitarrista Edgar Sacandurra, Lenine na m�sica 'Na rua, na chuva, na fazenda' ('Resolvemos fazer parceria com dois m�sicos que n�o eram nem �dolos, nem brothers', dizem ), vers�es inusitadas como 'Quero te encontar', de Claudinho e Buchecha ('Experimentamos a m�sica pela primeira vez, num show. No dia seguinte, soubemos do acidente. Mas resolvemos manter', recordam), hits como 'Amanh� � 23', 'Grand�Hotel' e 'Te amo pra sempre' ('Sen�o, ir�amos ser linchados', justifica Paula Toller) e - claro - arranjos de cordas. Mas eles dizem que procuraram centrar as can��es no trio Paula-George-Bruno.

- O desafio foi colocar m�sicas novas ao lado de outras que j� eram consagradas. Voc� tem que arriscar - diz Paula que, durante quase todo o shoow, permanece sentada num banquinho. Mas a mo�a j� disse: na turn� vai querer ficar em p�.

        Entre as vers�es, tamb�m h� a releitura (ou retoque, como eles dizem) de 'Brasil', de George, Cazuza e Nilo Romero.

- T�nhamos o aval de gravar j� que um dos compositores faz parte da banda - disse Bruno Fortunato.

 Sobe


Como ser roqueiro quarent�o

        Quando amigos de col�gio ou faculdade se juntam para levar um som e fazer umas musiquinhas, qual a chance de a bandinha deles vingar e durar 20 anos? Os Beatles n�o duraram. E a probabilidade de se chegar �s duas d�cadas fazendo sucesso, renovando o p�blico e ganhando pr�mios? Pois grupos do rock brasileiro formados nos anos 80, como Tit�s, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso e Capital Inicial — este com uma breve interrup��o — est�o atingindo essa marca, todos em bons momentos profissionais. Enquanto isso, boa parte da gera��o 90 enfrenta problemas, sejam de brigas ou de queda nas vendas — dos Raimundos ao Rappa, do Jota Quest aos Hermanos. Os quarent�es conseguiram manter-se unidos, resistir �s inevit�veis crises e est�o loucos para estourar o champanhe e cair de boca em 2003. O GLOBO reuniu Paula Toller, cantora do Kid Abelha — que, al�m de manter seu grupo em atividade, est� envolvida na cria��o da Associa��o Brasileira dos Criadores de Disco (ABCD), nos moldes da entidade das grandes gravadoras, a ABPD, para representar os artistas — e os bateristas Jo�o Barone, dos Paralamas, e Charles Gavin, dos Tit�s, para a conversa que se segue.

O que � preciso para uma banda durar 20 anos?
CHARLES GAVIN:
No nosso caso, a gente gosta de tocar junto, isso � mais forte do que qualquer coisa. Gostamos de tocar, de fazer m�sica e shows juntos. Somos uma banda essencialmente de estrada. Prova disso � que, mesmo com a morte do Marcelo Fromer, h� um ano e meio, e a sa�da do Nando Reis, alguns meses atr�s, j� vamos gravar um disco novo. Acredito que a gente ainda tem muita coisa a dizer.

PAULA TOLLER: N�o vou entrar na compara��o entre as gera��es, acho que � um reflexo de um momento muito espec�fico. Acho que o nosso anivers�rio de 20 anos � resultado de um trabalho de muita rala��o. Fomos melhorando, tocando melhor, compondo melhor.

JO�O BARONE: Nunca nos sentimos como um artista estabelecido. Temos que matar um le�o por disco. Se tem uma regra que sempre nos orientou, � que n�o podemos nos sentir estabelecidos, muito menos no Brasil. Houve um momento de euforia no mercado fonogr�fico daqui, mas sabemos que o showbiz � muito inconstante. N�o podemos pensar que fizemos a fama e deitarmos na cama. Cada disco novo � um recome�o.

Por que as bandas dos anos 90 est�o em um momento comercial pior do que o de voc�s?
GAVIN:
N�s tamb�m atravessamos crises, faz parte do amadurecimento. Acho que esses grupos, que s�o mais jovens do que a gente, est�o passando por essas fases que n�s j� atravessamos. A gente tamb�m se questionou, perguntou tudo. Acho que a gente tinha uma estrutura boa, discut�amos tudo, n�o t�nhamos l�der, isso nos ajudou a respeitar as diferen�as, mais do que muita gente que tem por a�. Acho que sustentar uma banda � dif�cil. N�s, dos Tit�s, dos Paralamas e do Kid Abelha, hoje somos exce��es.

BARONE: Acho que artistas como n�s t�m tanto tempo no mercado que adquirimos uma solidez, fruto desse aprendizado que a Paula falou. Temos uma associa��o s�lida o suficiente para durar o tempo necess�rio para o que pretendemos fazer. Isso chama a aten��o exatamente em um momento em que algumas bandas que vieram depois da gente n�o tiveram essa solidez. At� hoje fico inconformado de ver, por exemplo, os Raimundos desmembrados. � estranho ver como estava tudo indo t�o bem e de repente, por uma raz�o ou por outra, sa�ram dois integrantes.

PAULA: N�o vou julgar, mas tenho a mesma impress�o que me vem quando sei de algumas separa��es. No primeiro problema, o casal se separa. De repente h� uma imaturidade. Problemas existem em qualquer trabalho. Quando h� uma equipe, como uma banda, � mais complicado ainda.

Qual a diferen�a entre as gera��es dos anos 80 e 90?
GAVIN:
A nossa gera��o pensa muito diferente desse pessoal mais novo, s�o valores muito diferentes. Acho que, apesar de todos os problemas que a ind�stria fonogr�fica e a economia do Brasil enfrentaram, os Tit�s sempre passaram por essas crises acreditando que a melhor coisa era ficarmos juntos. O Nando foi o �ltimo a questionar isso. N�s, os cinco que sobramos, continuamos gostando de estar juntos.

BARONE: Talvez essa turma toda tenha encontrado uma realidade muito diferente da que a gente encontrou. Na nossa �poca a coisa era muito mais dura, voc� tinha que fazer mais concess�es.

PAULA: A gente meio que inaugurou o mercado como ele � hoje. Na �poca, havia uma velha-guarda nas gravadoras, nas r�dios e nos jornais. A nossa gera��o mudou tudo, ajudou a criar um novo mundo, de certa forma.

BARONE: A gente foi meio boi de piranha nessa coisa da superexposi��o do rock. N�o vou ter a arrog�ncia de dizer que o rock brasileiro come�ou nos anos 80, porque sabemos que isso n�o � verdade. As bandas foram muito expostas, naquele momento depois do Rock in Rio 1, na abertura pol�tica, e com o Circo Voador e a R�dio Fluminense. A gente foi pegando um suingue com tudo o que ia acontecendo. �ramos novos, inexperientes, e fomos aprendendo, brigando, o que talvez seja muito diferente do que aconteceu na d�cada de 90, quando as bandas j� pegaram uma certa estrutura pronta.

PAULA: Por outro lado, para eles h� uma cobran�a muito maior. O fato de termos come�ado essa grande exposi��o do rock brasileiro — que vinha da Jovem Guarda e depois passou por uma fase muito underground — nos fez adquirir um certo respeito. Ningu�m chega para n�s e nos diz como fazer o nosso disco. Mudamos de gravadora e mesmo assim ningu�m se mete, a gente � que convida o pessoal da gravadora para ouvir o disco, quando achamos que j� est� na hora. Vejo muitas bandas hoje em dia muito presas, querendo fazer sucessos. A gente n�o tem essa vis�o. Essas tr�s bandas t�m um monte de sucessos, mas, se voc� me perguntar como se faz um sucesso, eu n�o sei. N�o existe uma f�rmula.

E quais s�o os planos para 2003?
GAVIN:
Estamos encerrando a turn� de "A melhor banda de todos os tempos da �ltima semana", que foi �tima, o disco ultrapassou as 250 mil c�pias vendidas e "Epit�fio" foi a segunda m�sica mais tocada no Brasil em 2002. J� estamos nos encontrando para compor o repert�rio do pr�ximo disco, e devemos come�ar as grava��es no primeiro semestre.

BARONE: Vai ser um ano de muito trabalho. Ficamos surpresos com as vendas de "Longo caminho" nesses primeiros meses, que j� s�o pr�ximas dos 300 mil discos. Acho que ainda temos lastro para tocar muito pelo Brasil durante todo o ano de 2003.

PAULA: Estamos apenas come�ando a turn� do disco "Ac�stico MTV", que deve nos tomar o ano inteiro tamb�m. O nosso disco anterior, "Surf", n�o teve vendas muito boas e mesmo assim tocamos, ao todo, para cerca de 500 mil pessoas, afora o Rock in Rio 3. Ent�o, certamente, estaremos muito ocupados.

 


E o Kid?

        No come�o dos anos 80, n�s ainda ach�vamos que o rock era capaz de mudar o mundo. Ou, ao menos, o nosso mundinho, chamado Brasil. O pa�s estava num processo de abertura pol�tica "lenta, segura e gradual", tensionada entre o desejo dos quart�is e o dos com�cios. Nesse processo, os roqueiros, antes vistos como alienados pr�-ianques, bancavam os bois de piranha revolucion�rios. Legi�o Urbana, Blitz e Leo Jaime, entre tantos outros, davam voz �s ruas. Suas m�sicas, falando que na favela e no Senado havia sujeira para todo lado, que queriam ver a menina nua, que na Aids n�o ia adiantar botar band-aids, testavam e alargavam os limites da Censura Federal, bra�o antiintelectual do regime militar.

        At� um dos grupos mais engra�adinhos do lote, o Ultraje a Rigor, teve a honra de ser citado pelo doutor Ulysses Guimar�es, que, em janeiro de 1984, em plena Campanha das Diretas J�, recomendou que o general-presidente Jo�o Figueiredo escutasse "In�til" ("A gente n�o sabemos escolher presidente/ A gente n�o sabemos tomar conta da gente"). E o Kid Abelha? Bom, nesse contexto de indigna��o c�vica era politicamente incorreto dizer que se gostava dele, de seu som pop, sua new wave suave, suas letras levinhas, intimistas. No m�ximo, se flagrados em delito, pigarre�vamos, d�vamos uma disfar�ada machista e diz�amos que s� prest�vamos aten��o na banda por causa da cantora gostosinha.

        Na �poca, eles se intitulavam Kid Abelha & Os Ab�boras Selvagens, n�o apenas Kid Abelha. (Fico imaginando se um dia ainda v�o adotar um radioheadiano Kid A. Nada a ver, nada a ver) Acho que assisti ao seu segundo show. Foi no Monte L�bano, a 5 de dezembro de 1982. (N�o, nada t�o marcante assim, mas eu tenho um �lbum com canhotos de ingressos, lembra?) Era uma festa-show de lan�amento para o �lbum ao vivo "Still life", dos Rolling Stones. V�rios grupos se apresentaram no sal�o. Tocaram suas m�sicas e deram um jeito de meter uma vers�o para os Stones no meio. O Kid cantou "Let’s spend the night together". O Kid era Paula Toller (vozinha), Carlos Leoni (baixo), Carlos Beni (bateria), George Israel (sax), Beto Martins (guitarra) e Richard Owens (teclados).

        No ano seguinte, uma forma��o ligeiramente alterada, sem os dois �ltimos, se tornou a primeira banda de rock brasileiro dos anos 80 a conquistar compacto de ouro — mais de cem mil c�pias vendidas — com "Por que n�o eu?". Cinco anos depois, num Festival Alternativa Nativa, realizado no Maracan�zinho lotado, Paula tirou uma de Marilyn Monroe com seus cabelos rec�m-platinados. Ela se agachou na beira do palco, sua saia subiu com um corrente de ar e, bem, os fot�grafos se fartaram. Eu estava por perto. Ainda ali, tendo o grupo v�rios discos elogiados e bem vendidos, a �nfase costumava ir toda para a cantora, n�o para a can��o. Hoje, conforme escuto o seu rec�m-lan�ado �lbum "Ac�stico MTV", penso: "Meu Deus, como fomos tolos!"

        Preocupados com coisas materiais, n�o tivemos coragem para assumir que o Kid Abelha tamb�m elevava o esp�rito e que, portanto, n�o havia nenhuma raz�o para nos envergonharmos de gostar dele. Fa�o essa autocr�tica n�o � de hoje. Este ac�stico, por�m, � outra prova cabal de que, sim, � poss�vel fazer m�sica pop no Brasil sem descambar para a irrelev�ncia. "Grand’ Hotel", por exemplo, parceria de Israel com Paula e seu marido, o cineasta Lui Farias, tem um verso cruel e preciso para descrever a modorra em que se transformam certos relacionamentos: "O nosso amor se transformou em ‘bom dia’". Isso est�, em v�rios sentidos, muito adiante de "baba, baby, baba". Ou da bonitinha "Quero te encontrar", de Claudinho & Buchecha, que o Kid toca no CD.

        Ali�s, imagino a trabalheira do grupo e do produtor Paul Ralphes — um craque gal�s radicado no Brasil por amor — ao selecionar repert�rio e bolar arranjos para este "Ac�stico MTV". Primeiro, pelos 20 anos de sucessos. Segundo, porque o Kid j� tinha gravado um �timo �lbum semi-ac�stico ao vivo, bem intitulado "Meio desligado" (1994). Nada bate. Mesmo as tr�s �nicas m�sicas nos dois discos, "Como eu quero", "Eu tive um sonho" e "Grand’ Hotel", surgem muito diferentes. E, de l� para c�, novas belezinhas somaram-se �s antigas: "Nada sei", "Eu contra a noite", "Eu s� penso em voc�", "Te amo pra sempre". O fato � que o Kid — h� bastante tempo um trio com Paula, Israel e Bruno Fortunato (guitarra) — melhorou com o tempo. A "cantora gostosinha", em particular, tornou-se m�e, encorpou uma bela voz e at� ficou mais bonita aos 40 anos.

        Na alvorada de um ver�o que pelo visto trar� mais tatuagens descendo por barriguinhas do que um homem com minha press�o arterial pode suportar, quedo-me em paz escutando o Kid Abelha, sem nenhum saudosismo, apenas sabendo que a vida nos torna menos indefesos ante a sedu��o da �ltima novidade musical. Porque sabemos que ela com certeza n�o � a �ltima e que ela muito provavelmente nem � nova. De qualquer forma, satisfeito com os White Stripes e os Strokes, decepcionado com os Hives, indiferente ao Calling e aos Vines, o ouvido j� co�a curioso por esse tal The Coral. Isso n�o acaba nunca?

Sobe


 O elo perdido entre Paula Toller e Kelly Key

        Edgar Scandurra, guitarrista do Ira!, � canhoto. Mas n�o toca guitarra com as cordas invertidas. Ou seja: tentar acompanh�-lo � quase um suic�dio. Pois foi o que George Israel e Bruno Fortunato tiveram que fazer na quase-improvisa��o de 'Mudan�a de comportamento', uma das m�sicas do CD ac�stico do Kid Abelha.

- O Edgar ia tocar apenas 'Como eu quero'. Num ensaio, v�spera da grava��o, come�amos a improvisar esta m�sica do Ira!. Todos vieram falar que ela tinha que entrar - lembra a vocalista.

        No dia seguinte, l� estavam eles executando a can��o e tentando 'colar' do guitarrista canhoto. Este foi um dos �nicos momentos de improviso do show porque, de resto, estava tudo ensaiadinho, ensaiadinho. Tanto que o grupo tentou refazer alguns momentos em est�dio - o que, eles fazem quest�o de dizer, faz parte o processo - e, no final, optaram pelas tomadas ao vivo, realizadas em dois shows.

    Ac�stico MTV Kid Abelha ser� um programa de TV, um DVD (com extras e uma faixa a mais, 'Pintura �ntima') e o CD, com 19 m�sicas. N�o � a primeira vez que o grupo faz um disco ac�stico. Em 95 eles tinham lan�ado 'Meio desligado'.

- Aquele CD era o fechamento do ciclo dos anos 80, est�vamos experimentando arranjos sofisticados. Este � de um novo momento, mais para simplificar e apontar caminhos.

        CD tem hits e in�ditas - Simples, mais ou menos. O disco tem tudo que o ac�stico MTV consagrou. Convidados: al�m de Edgar, h� Lenine na m�sica 'Na rua, na chuva, na fazenda' ('Resolvemos fazer parceria com dois m�sicos que n�o eram nem �dolos, nem brothers', dizem ), vers�es inusitadas como 'Quero te encontar', de Claudinho e Buchecha ('Experimentamos a m�sica pela primeira vez, num show. No dia seguinte, soubemos do acidente. Mas resolvemos manter', recordam), hits como 'Amanh� � 23', 'Grand�Hotel' e 'Te amo pra sempre' ('Sen�o, ir�amos ser linchados', justifica Paula Toller) e - claro - arranjos de cordas. Mas eles dizem que procuraram centrar as can��es no trio Paula-George-Bruno.

        Outro por�m do lan�amento s�o as in�ditas. Elas s�o 'Nada sei (Apn�ia)', 'GirlMarley Song' - dedicada a Gilberto Gil e Bob Marley - e 'Meu v�cio agora'.

- O desafio foi colocar m�sicas novas ao lado de outras que j� eram consagradas. Voc� tem que arriscar - diz Paula que, durante quase todo o show, permanece sentada num banquinho. Mas a mo�a j� disse: na turn� vai querer ficar em p�.

        Entre as vers�es, tamb�m h� a releitura (ou retoque, como eles dizem) de 'Brasil', de George, Cazuza e Nilo Romero.

- T�nhamos o aval de gravar j� que um dos compositores faz parte da banda - disse Bruno Fortunato.

        Avaliando o disco, os m�sicos dizem que algumas m�sicas acabaram mais simples e puras do que as originais.

- 'Eu contra a noite', por exemplo, foi produzida pelo Mem� e, o que fizemos no ac�stico, foi quase um mix. Afinal, a m�sica original j� era o remix - compara Paula.

        Nos extras do DVD, a grande supresa � Paula Toller dando uma de Kelly Key e cantando 'Baba'. O Kid jura que n�o � piada.

- N�o � ironia, nenhum pouco - assegura Paula.

- 'Baba' tem um parentesco com 'Pintura �ntima' - diz George Israel.

        O primeiro show da turn� acontece em Salvador, em dezembro. Em janeiro eles chegam no Rio e, em abril, em SP.

Sobe


Roteiro vai nos sucessos de sempre

        Por Jo�o Pimentel - O primeiro dos dois dias de grava��o do "Ac�stico MTV" do Kid Abelha, na noite de anteontem, foi marcado pela descontra��o, pela aus�ncia de famosos e por um p�blico que, se deixou muitas cadeiras vazias no P�lo de Cinema e V�deo, cantou com Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato quase todas as 20 m�sicas do roteiro inteligentemente calcado em sucessos da banda.

        Intercalando m�sicas do in�cio da carreira, como "Pintura �ntima", "Fixa��o", "Como eu quero" e "Os outros" (dos dois bons primeiros discos, "Seu espi�o" e "Educa��o sentimental, de 1984 e 85), com as in�ditas "Nada sei", "Meu v�cio agora" e "Gilmarley song", o Kid Abelha foi acompanhado por um p�blico formado em grande parte por f�s-clubes.

        Duas coisas ficaram flagrantes. A primeira � que a banda tem sucessos para dar e vender. A segunda � que tais sucessos t�m mais de dez anos. Mesmo assim, um show do Kid agrada a todos. Aos mais velhos, pelas can��es que marcaram a d�cada de 80. Aos mais novos, pela tem�tica adolescente que, passados 20 anos, ainda permeia a banda.

        Fugindo ao lugar-comum, as vers�es de "Quero te encontrar" (Claudinho & Buchecha); "Mudan�a de comportamento", do Ira!, com a excelente participa��o de Edgar Scandurra ao viol�o; e uma dispens�vel "Brasil" (Cazuza, Nilo Romero e George Israel) na voz de Israel.

 

RESPOSTA DE PAULA TOLLER PARA A REPORTAGEM:

Rio, 21 de Setembro de 2002

        Caro Jo�o Pimentel, Escrevo para lhe agradecer pela manchete da sua cr�tica (19/9) ao show ac�stico MTV de minha banda, Kid Abelha, "Roteiro vai nos sucessos de sempre". Talvez n�o tenha sido a inten��o elogiar, mas considero-me uma artista pop privilegiada por deter sucessos de sempre e n�o sucessos de nunca ou sucessos de vez em quando, por exemplo.Depois de citar quatro m�sicas do in�cio de nossa carreira junto �s in�ditas do repert�rio, o sr. escreveu que os sucessos da banda t�m mais de dez anos, portanto, pelo menos 11. Para contest�-lo, mando o set-list sub-11: "Eu contra a noite" (2001), "Maio" (98), "Eu s� penso em voc�" (98), "Na rua, na chuva, na fazenda" (96), "Te amo pr� sempre" (96), "Eu tive um sonho" (93). Quase um ter�o do show foi ignorado no seu texto para dar a impress�o de que somos acomodados com os primeiros �xitos, o que n�o � verdade, haja vista que, durante todos esses 20 anos, continuamos a lan�ar regularmente CDs de composi��es in�ditas, sendo que, deles, o mais vendido � de 1996 ("Meu mundo gira em torno de voc�"). Nada foi comentado sobre a excel�ncia dos novos arranjos, dos m�sicos ou da minha performance como cantora e mestre-de-cerim�nias; nada sobre a qualidade das novas can��es. O sr. preferiu chamar a aten��o para a aus�ncia de "famosos" (sic), e ainda considerou o super-hit "Brasil" "dispens�vel", o que �, no m�nimo, um inc�modo ato falho nesses tempos de profunda reflex�o e desejos de mudan�a no nosso pa�s. O primeiro samba-rock da gera��o 80, primorosa parceria de Cazuza com George Israel e Nilo Romero, continua fundamental e � uma das m�sicas prediletas de todos que j� assistiram aos ensaios e espet�culos ao vivo.N�o vou nem comentar, ali�s vou, o velho clich� "tem�tica adolescente que... ainda permeia a banda". O que significa tem�tica adolescente? Afogamento existencial ("Nada sei"), revir�o musical ("Meu v�cio agora") e antimegalomania pacifista ("Gilmarley")?Por fim, em tempos t�o bicudos e com tanta pirataria, me permita corrigir a frase "a banda tem sucessos para dar e vender". S�o s� para vender. Obrigada

PAULA TOLLER

Sobe


Kid Abelha grava o Ac�stico MTV que marca 20 anos de carreira da banda

        O primeiro dia de grava��o do Ac�stico MTV do Kid Abelha ter�a � noite no Rio teve um come�o tenso e um final para l� de descontra�do. O grupo entrou travado em ''L�grimas e chuva'', nem pareciam veteranos com 20 anos de estrada. Uma hora depois, Paula Toller j� estava matando todo mundo de rir com sua imita��o de Kelly Key, ficou cantarolando can��es que tivessem a palavra �gua enquanto aplacava uma garganta seca que a perseguiu pela grava��o inteira. 'Sei um monte de can��es com dinheiro, amor, cora��o, ilus�o e chuva, mas �gua tem poucas,' comentou entre um gole e uma retocada da maquiagem.

        Paula � a mais nova quarentona do peda�o mas est� com um corpinho de 18, o rosto sem sinais de dobrinhas impostas pelos anos e cada vez mais bonita. Seus colegas de Kid, George Israel, 42, e Bruno Fortunato, 46, mostram sinais de idade, comportamento t�pico de homem que n�o liga para essas coisas.

        A loca��o � no Polo de Cinema e V�deo em Jacarepagu�, colado na Barra da Tijuca. A cen�grafa Isabella Bittencourt, teve uma inspira��o carnavalesca, pendurando alegorias de carnaval no teto com luzes acopladas e cortinas penduradas, alguns enfeites parecidos com vasos no palco circular, tudo ressaltado com uma luz viva de C�sio Lima. Os inevit�veis banquinhos estavam l�, em alguns momentos Paula disse que a MTV deixou a banda ficar de p�, mas n�o por muito tempo. Bruno contou que eles queriam ficar de p� direto, mas a produ��o n�o deixou. Paula comentou que o lance t�cnico da grava��o contribuiu para seu nervosismo. 'A gente est� acostumado a ir direto, n�o tem isso.' Ela tinha dois fones no ouvido por onde ouvia sua voz e o som da banda e tamb�m as instru��es da diretora Romi Atarashi.

        Eles tiveram apenas um convidado no primeiro dia, o guitarrista do IRA! Edgar Scandurra, que emprestou seu estilo �mpar a ''Como eu quero'', solando num viol�o de a�o de seis cordas com os dedos nus, cantando com Paula e, a seguir, levando com ela ''Mudan�a de comportamento'', m�sica de sua banda, uma bela surpresa que n�o estava no roteiro. Pela primeira vez o Kid tocou ''Brasil'', sucesso de Cazuza, composta por ele com George Israel e Nilo Romero (ex-baixista e produtor da banda).

        Eles prestaram uma homenagem � dupla carioca de funk Claudinho e Buchecha, desfeita com a morte do primeiro em julho �ltimo num desastre de carro. 'Os dois fizeram muito pelo alt�ssimo astral do Rio de Janeiro, a m�sica deles transmite muita alegria,' disse Paula, atacando um dos sucesssos da dupla, ''Quero te encontrar'' em arranjo black tie, com quarteto de cordas e um solo de trumpete com surdina de Jefferson Victor.

        Outra de fora foi ''Na rua na chuva na fazenda'', dos anos 70, que o Kid levou de volta �s paradas de sucesso h� seis anos, gravada com a participa��o de Lenine no segundo dia, ontem � noite. Na ter�a-feira, Paula cantou sozinha e leu um telegrama enviado por Hyldon. 'Fala galera do Kid. Estou daqui sempre torcendo por voc�s, senta o pau. Na d�vida, siga a intui��o,' disse a mensagem de Hyldon, um veterano do Soul Brasil, da turma de Tim Maia e Cassiano.

        As tr�s m�sicas in�ditas s�o promissoras. ''Gilmarley song''' Paula dedicou a 'todas as pessoas da m�sica e da paz', um animado reggae bai�o que ela e George fizeram inspirados no show/disco Kaya N'Gan Daya de Gilberto Gil, dedicado a Bob Marley. ''Nada sei'' � uma can��o de amor t�pica do Kid, feita para o r�dio e ''Meu v�cio agora'' � uma pequena obra prima da dupla, uma can��o em que o Kid demonstra maturidade, deixando de lado a s�ndrome da eterna adolesc�ncia que pode explicar seus revezes recentes. Um belo arranjo para a banda e quarteto de cordas enfatizam uma letra inspirada: 'N�o vou mais falar de sol, do mar, da rua, da lua ou da solid�o/ Meu v�cio agora � a madrugada/ Um anjo, um tigre, um gavi�o/ Que desenho acordada contra o fundo azul da televis�o (...)/ N�o vou mais verter l�grimas baratas sem nenhum porque/ N�o vou mais vender mel�s manjadas de karaok�/ E mesmo assim fica interessante/ N�o ser o avesso do que eu era antes/ De agora em diante/ Ficarei assim/ Desedificante.'

        Outro belo momento foi quando ela cantou ''Os outros'' s� com o piano de Humberto Barros. Ao final, repetiu mais duas vezes e, na �ltima, conseguiu um resultado emocionante. E os sucessos � claro: ''Eu s� penso em voc�'', ''Grand'Hotel'', ''Amanh� � 23'', ''Fixa��o'', ''Te amo pra sempre'' e ''Pintura �ntima''. Todos trabalhados por viol�es e bandolim, ressaltados por piano ou �rg�o e ainda o balan�o e a firmeza da cozinha com Ramiro Musotti (percuss�o), Kadu Menezes (bateria) e Rodrigo Santos (baixo), este integrante do Bar�o Vermelho.

        Num dos intervalos da grava��o, Paula cantou um peda�o de ''O port�o'', de Roberto Carlos ('Eu voltei/ agora pra ficar/ Porque aqui/ aqui � o meu lugar'), que ficou bem jeitosinho, da� come�ou a fazer apelos � sua majestade para que liberasse a can��o. 'O Roberto n�o vai deixar rolar a do port�o. Deixa Roberto, eu n�o falei 'n�o' e n�o tem nada marrom aqui,' brincou Paula, que ao final de ''Te amo pra sempre'', agradeceu em italiano - 'grazie mille' - e saiu cantando o tema da novela Esperan�a. 'Eu adoro cantar isso'.

        Antes do boa noite final, foram, refeitas as duas m�sicas com Edgar Scandurra e as tr�s primeiras da noite, ''L�grimas e chuva'', ''Eu contra a noite'' e ''Nada sei'', uma id�ia providencial porque o nervosismo deles tinha desfigurado as tr�s. Refeitas, tudo ficou nos conformes e ainda faltava o segundo dia. O disco e DVD devem sair em novembro, a tempo das providenciais compras de final de ano.

Sobe


20 anos depois: Uma musa de 40

        Vai fazer 20 anos, mas parece que foi ontem: no dia 13 de novembro de 1982, o Kid Abelha, j� com a demo de "Distra��o" na programa��o da R�dio Fluminense, fez o primeiro show de sua hist�ria, abrindo para Z� da Gaita e Jards Macal� — no Circo Voador, naturalmente. � �poca, os Rolling Stones comemoravam duas d�cadas de carreira e a cantora Paula Toller, que era f� de Marcos e Paulo S�rgio Valle, Stevie Wonder e Rita Lee (principalmente de Rita Lee), achava tal dura��o um absurdo.

— Para mim era coisa de outro mundo uma banda ficar de p� por tanto tempo — lembra. — Hoje penso que 20 anos � s� um n�mero, mas acho bom comemorar. � t�o dif�cil trabalhar, � t�o dif�cil fazer m�sica e � t�o dif�cil viver de m�sica...

        Paula, George Israel e Bruno Fortunato — o atual Kid Abelha, enfim — estavam pensando em lembrar a data com um show no Circo (ou "nas ru�nas do Circo", como ela diz). Mas acabaram convidados para fazer um disco do projeto Ac�stico MTV. Saiu melhor que a encomenda: o grupo acaba de gravar hoje, no P�lo de Cine e V�deo, em Jacarepagu�, o CD que chega �s lojas em meados de novembro. Na hora "H", portanto.

        O "Ac�stico MTV" do Kid Abelha vem com novidades. Al�m dos grandes sucessos e das participa��es especiais que j� viraram marca do projeto — desta vez tem Lenine (em "Na rua, na chuva, na fazenda", de Hyldon) e Edgar Scandurra (guitarrista e compositor do Ira!, em "Como eu quero") — o disco traz tr�s faixas in�ditas cujas letras marcam uma nova fase no caminho do Kid Abelha: "Meu v�cio agora", "Nada sei (apn�ia)" e "Gilmarley song", parcerias de Paula e George, falam de um universo at� ent�o estranho �s letras do grupo.

— As m�sicas novas t�m uma cara diferente dos nossos sucessos. Quero falar de outros assuntos e este disco j� apresenta uma mudan�a que vem por a� — adianta Paula, que em seguida acha melhor trocar a forte palavra "mudan�a" pela mais simp�tica "andan�a". — Em uma dessas m�sicas, digo que n�o vou mais falar de amor e dor, elementos que est�o sempre nas minhas letras. Estou mostrando uma vis�o menos particular das coisas. And�vamos meio reclusos. � bom fazer uma coisa diferente.

‘A Paula sempre foi uma esp�cie de Nara’, diz Gil

        "Gilmarley song" � diferent�rrima . Escrita na noite em que Paula viu o show "Kaya N’Gan Daya", de Gilberto Gil, a m�sica �, segundo a autora, "um recado a favor da paz e da m�sica e contra a megalomania" ("Vamos falar mais baixo/Vamos falar pra escutar/Uma barriga roncando/Uma mam�e chorando", diz uma estrofe). O baiano recebeu um CD com a homenagem na �ltima segunda-feira, assim que p�s os p�s no Rio de volta de uma temporada de apresenta��es pelo Nordeste.

— Fico encantado. A Paula, apesar de surgida no seio dessa coisa rock, sempre teve um recato, sempre foi uma esp�cie de Nara Le�o, at� mesmo no jeito de cantar, com uma voz muito pr�pria, natural, sem afeta��o. � lindo que gente como ela tenha se encantado com um show t�o singelo e feito uma m�sica por causa de Gil e de Marley — derrete-se Gil.

        A admira��o m�tua acaba de render a Paula um convite para se apresentar no trio el�trico Expresso 2222, no pr�ximo carnaval soteropolitano. Ela adorou a id�ia porque acredita que a f�rmula do sucesso de um artista � justamente o contato constante com o p�blico. O que esse p�blico n�o sabe, ou parece n�o saber, � que a Paula Toller que em cena corre de l� para c� e exibe um corpinho malhado, conquistado �s custas de alongamento, muscula��o (ambos tr�s vezes por semana, em casa, com a ajuda de um professor particular) e partidas de t�nis (duas vezes por semana, sempre contra o marido, o cineasta Lui Farias), completou 40 anos no �ltimo dia 23 de agosto. Se bem que a idade, para ela, n�o faz muita diferen�a.

— S� sinto que fiquei mais alegre. Era cheia de problemas e hoje n�o invento mais problemas. Sou uma pessoa do sim, gosto de ver o lado bom das coisas — divaga.

        O marido, que divide a vida com a rec�m-quarentona h� 14 anos (antes, por�m, Paula foi casada com Herbert Vianna), concorda. Para ele, Paula � totalmente do bem e quase n�o mudou com o tempo:

— Ela � uma pessoa muito constante, sempre teve uma dire��o muito precisa e definida do que quer. Al�m disso, � carinhosa, generosa, inteligente, muito consciente e domina muito bem a profiss�o que tem, da letrista � empres�ria. Do ponto de vista profissional, � muito madura.

        Nem sempre foi assim. No in�cio de sua trajet�ria, Paula teve problemas s�rios com a imprensa: quando surgiu no fervilhante cen�rio musical oitentista, ficou muit�ssimo chateada com a imagem de aparvalhada que colaram � sua imagem. E o trauma s� passou recentemente.

— Tinha 20 anos, era uma garota de classe m�dia sem nenhum traquejo e me pintaram como uma boba — reclama. — Tinha uma turma a fim de dar opini�o, de aparecer. J� eu, quis sumir. Mas agora relaxei.

        Mesmo assim, Paula continua passando muito tempo em casa, na G�vea. Gosta de cantar com o filho, Gabriel, de 13 anos, apreciador de rock, reggae e rap. Come bem ("e de tudo") mas h� muito largou o v�cio da Coca-Cola, que para ela tem "muita qu�mica". Adora praia. Est� em d�vida com o cinema ("Quando estou dentro da sala, adoro, mas d� pregui�a de pegar o carro, estacionar..."). N�o morre de amores pela m�sica eletr�nica ("Em festa, ent�o, � uma coisa muito cansativa. N�o tomo ecstasy..."). � muy amiga de George Israel, do casal Fernanda e Dado Villa-Lobos.

 Sobe


Kid Abelha surfa sobre o palco

        Quem sabe o que � um parabol�ide hiperb�lico? N�o, o texto n�o � sobre geometria. Parabol�ide hiperb�lico � o, digamos, nome cient�fico do formato de uma onda. N�o � �bvio? Tamb�m � o nome do novo show do Kid Abelha, numa brincadeira com "Surf", o disco do grupo lan�ado em maio pela gravadora Universal. O trio formado por Paula Toller (voz), George Israel (saxofone, voz e viol�o) e Bruno Fortunato (guitarra e viol�o) estr�ia o novo show neste s�bado, dia 18, no ATL Hall.

        Em uma �poca em que tantas bandas pop/rock est�o lan�ando discos ao vivo (O Rappa, Skank, Engenheiros, Planet Hemp, Ira!, Capital Inicial), o Kid, que j� andou por aquelas praias, aposta em seu novo repert�rio.

        — Temos que compor novas can��es, sen�o como poderemos gravar discos ao vivo e ac�sticos no futuro? — brincou Paula � �poca do lan�amento do disco.

        Assim, novidades como "Eu contra a noite", "O rei do sal�o" e "Tr�s garotas na cal�ada" — as duas primeiras com boa execu��o nas r�dios — ser�o a base do repert�rio. Mas � claro que uma parte do show est� reservada a sucessos dos anos 80 e 90.

        — Fomos influenciados pelo show do Neil Young no Rock in Rio — diz George. — Vamos tocar por muito tempo, para poder privilegiar o disco novo sem deixar de tocar as mais antigas.

        O show marca a estr�ia do baixista Rodrigo Santos, do Bar�o Vermelho, como integrante da banda que acompanha o Kid. Ele estar� ao lado dos m�sicos Kadu Menezes (bateria), Humberto Barros (teclados), Cesinha Brunet (percuss�o) e Jefferson Victor (trompete). A banda usar� figurinos de Yam� Reis e o show tem cenografia de Lia Renha e ilumina��o de Danny Nolan (Rock in Rio 3). A equipe promete criar uma atmosfera que dar� a impress�o de que a banda est� no mar. O ingresso de pista custa R$ 25.

Sobe


  Kid Abelha enfrenta a clausura pela novidade

        Uma banda pop com quase 20 anos de carreira e dezenas de sucessos radiof�nicos no curr�culo: nada mais justo do que um disco ao vivo, ou, quem sabe, um ac�stico. Pois o Kid Abelha j� andou pelas duas praias, em 1986 (com "Kid Abelha ao vivo") e em 1994 ("Meio desligado"), e agora s� quer saber de mostrar novidades ao povo. Tanto que seu novo disco, "Surf" (Universal), ter� duas m�sicas de trabalho, nas r�dios e programas de televis�o, "Eu contra a noite" e "O rei do sal�o".

- Queremos que as pessoas conhe�am logo o disco, que v�o ao show e cantem tamb�m as m�sicas novas - explica a cantora Paula Toller. - �s vezes estranham que no nosso CD n�o haja nenhuma regrava��o, mas algu�m tem que compor novas m�sicas para as colet�neas e ac�sticos dos pr�ximos anos, n�?

        A banda d� entrevista em um hotel � beira da Praia de Ipanema, onde surfistas aproveitam o mar bravo.

- Ih, olha l�, o cara tomou a maior vaca - comenta o guitarrista Bruno Fortunato, mostrando conhecimento sobre o esporte que d� nome ao CD.

        Mas "Surf" nada tem a ver com as guitarras de Dick Dale ou do grupo The Shadows, feras da surf music dos anos 60.

- Tiramos esse nome de "O rei do sal�o" - conta o saxofonista George Israel, lembrando a can��o cujo refr�o diz "Pico alto Ekuai/Uluwatu Pipeline/Juquehy number three's/Joaquina Waikiki". - Mas � um disco de pop-rock como n�s sempre fazemos.

        Manter o Kid Abelha com cara de Kid Abelha � uma preocupa��o que o trio e seus produtores n�o t�m.

- � engra�ado isso, n�? - diz George. - De vez em quando o Mem�� (produtor de algumas faixas de "Surf") me pede para colocar um sax "bem Kid Abelha" em uma m�sica, ou para a Paula cantar de um jeito que � bem a cara dela. A gente n�o se preocupa com isso, porque sabemos que sempre sai com a nossa cara mesmo. Pelo contr�rio, pensamos sempre em ser originais. Tamb�m queremos muito renovar o repert�rio do nosso show.

        A carpintaria das can��es costuma dar trabalho.

- � dif�cil, porque a gente sempre quer fugir do �bvio, n�o basta um arranjo que resolva a can��o - diz Paula. - Por outro lado, o Mem�, os outros produtores e a gente mesmo �s vezes resolve encher a m�sica de detalhes, que nem sempre s�o necess�rios.

        Desta vez a confus�o foi grande. Foram quatro meses gravando e trabalhando com quatro produtores: Mem�, Max de Castro e a dupla George/Kadu Menezes, que j� produz o grupo h� alguns discos.

- O Bruno cismou de ficar trabalhando em casa... - brinca Paula. - Era um sacrif�cio para tirar ele de l�.

- N�o � nada disso - defende-se o guitarrista. - �s vezes a Paula estava gravando voz com um produtor, em um est�dio, o George estava ocupado com a parte dele na produ��o em outro e eu queria tocar o barco, pensando no prazo. Ent�o ia gravando umas guitarras em casa e mostrava a eles por telefone.

        Com isso, era raro os tr�s estarem no mesmo lugar.

- O Mem� diz que n�s somos apenas dois, um � virtual - lembra Paula. - Quando estamos todos juntos ele diz: "Olha, olha, um vai sumir!"

        O cantor Max de Castro, filho de Wilson Simonal, foi chamado a produzir algumas faixas para o Kid por George, f� de seu disco "Samba raro".

- Achei que ele era a pessoa certa para algumas m�sicas do disco que s�o mais puxadas para o soul - explica o saxofonista. - N�o saber exatamente o que fazer com esse tipo de m�sica � um problema que temos h� tempos.

        Paula n�o perdoa:

- No final, elas acabavam virando reggae...

        Dos grupos da gera��o 80 do rock brasileiro, o Kid Abelha sempre foi o mais assumidamente pop, pr�digo em can��es assobi�veis, daquelas que costumam grudar no c�rebro - goste-se ou n�o delas. Algo que marcou o surpreendente disco de estr�ia, "Seu espi�o" (de 1984), recheado de sucessos que tamb�m eram �timas m�sicas. Desde ent�o, mesmo tendo esse par�metro e sem repetir o feito, o Kid Abelha vem se mantendo em evid�ncia.

        Agora, independentemente do desempenho radiof�nico que venha ter, "Surf" mostra impasse. A sonoridade e as letras de certas faixas parecem por demais adolescentes para serem assinadas por tr�s balzaquianos - "Eu contra a noite", "3 garotas na cal�ada" e "10 minutos". Mas eles tamb�m acertam, destacando-se a balada "G�vea-Posto 6", boa parceria de George Israel e Paula Toller com a cantora Cris Braun: com ar de bossa pop, na praia de um Everything But The Girl, descreve a del�cia que � o Rio outonal, cinzento e chuvoso.

        Duas outras baladas, e bons momentos, ambas de Israel e Toller, "Eu n�o esque�o nada" e "Solid�o, bom dia!" provam que o grupo cresce ao explorar a sutileza e a suavidade. Curiosamente, a participa��o do incensado Max de Castro, produtor de duas faixas, pouco acrescentou ao som do grupo: para o bem e para o mal, "Surf" � puro Kid Abelha.

Sobe


O sucesso da banda certa na hora exata

        � dif�cil acreditar que as cem mil pessoas que assistiram ao show do Kid Abelha, por volta das 21h de ontem, na Cidade do Rock, tenham ido at� l� para ouvir e cantar junto com Paula Toller, Bruno Fortunato, George Israel e sua turma. � bem verdade que tamb�m n�o deviam estar l� por causa de Neil Young ou Sheryl Crow ou por causa dos Engenheiros... J� que toda aquela gente estava l� mesmo, o Kid aproveitou e arrebentou, com o cl�ssico show de festival: um sucesso atr�s do outro, sem tempo para nada no meio. Como n�o podia deixar de ser, deu certo. Desde 'Eu tive um sonho', que abriu o show, at� o final apote�tico com 'Pintura �ntima', o povo cantou, pulou e deu beijos na boca � vontade, como se estivesse ali para isso mesmo.

        � curioso comparar o Kid de agora com a t�mida banda v�tima de metaleiros no dia 15 de Janeiro de 1985. Hoje Paula (que d� um banho de beleza em Britney Spears, desinibida em seu minivestido dourado) canta melhor, Bruno manda muito bem na guitarra e George, al�m do saxofone que patenteou no pop nacional, d� uma for�a na voz e no viol�o, em vez de n�o nada fazer como acontecia antigamente.

        A banda por tr�s do trio tamb�m se mostrou afiada: Kadu Menezes continua firme na bateria e Dunga (assustadoramente careca) � uma seguran�a no baixo. Humberto Barros (teclados) e Jefferson Victor (trompete) tamb�m levam boas notas na caderneta.

        Al�m de velhos sucessos como 'Fixa��o', 'Como eu quero' e 'Alice', a banda mostrou que se vira muito bem sem as composi��es do ex-baixista Leoni, em hits recente como 'Grande hotel', 'No meio da rua' e a vers�o de 'Na rua, na chuva, na fazenda'.

        Ontem, o Kid Abelha provou que permanece no inconsciente coletivo do Brasil.

Sobe


Kid Abelha em curta temporada no Rio de Janeiro

      O Kid Abelha vai presentear os f�s do Rio de Janeiro. A banda carioca se apresenta no Canec�o, nos dias 12, 13 e 14 de maio para mostrar um repert�rio que inclui seis m�sicas do novo disco, al�m de "Pare o casamento", sucesso de Wanderl�a na Jovem Guarda, "O telefone tocou novamente", de Jorge Benjor e a in�dita "Deve ser amor". O cen�rio de Lia Renha e a ilumina��o de Marcelo Linhares v�o colocar a banda entre tubos pl�sticos transparentes e diversos efeitos luminosos.

        No final do show, Paula Toller, que � acompanhada no palco por George Israel (sax, viol�o e voz) e Bruno Fortunato (guitarra e viol�o), vai jogar um buqu� e quem pegar ter� direito a escolher uma can��o de uma lista que ser� distribu�da na entrada. A banda se completa com Kadu Menezes (bateria), Dunga (baixo), Humberto Barros (teclados), Cesar Garzoni (percuss�o) e Jeferson Victorio (trumpete). Cl�ssicos como "Te amo pr� sempre", "Na rua na chuva na fazenda" e "Fixa��o", entre outros, estar�o presentes no set list.

Sobe


Reviravolta na seara do rock nacional

        Dois dos mais representativos nomes de pop-rock dos anos 80, Tit�s e Kid Abelha, ambos criados na WEA, est�o mudando de casa. A gravadora j� admite oficialmente a sa�da do grupo paulistano enquanto o futuro da banda de Paula Toller estaria sendo decidido em Miami, onde executivos da multinacional est�o reunidos numa conven��o da empresa. O presidente da WEA para a Am�rica Latina, Andr� Midani, que na d�cada de 80 dirigiu a companhia no Brasil e contratou esses artistas, pode for�ar uma renova��o do contrato do Kid. O grupo, entretanto, n�o pretende voltar atr�s e j� tem negocia��es bem adiantadas com outra gravadora.

        A WEA vem passando por profundas mudan�as, devido � fus�o com a EMI anunciada em janeiro passado - no mesmo per�odo, o grupo Time Warner, que controla a WEA, foi comprado pelo provedor de Internet American Online (Aol) - embora a associa��o ainda n�o se tenha concretizado na pr�tica. Nesta transi��o, j� perdeu a cantora Z�lia Duncan para a Universal.

        Boatos tamb�m rondam o futuro do Bar�o Vermelho, outro contratado da WEA. Por�m, nem o grupo nem a gravadora confirma a debandada. - Com a sa�da dos Tit�s e do Kid Abelha, talvez o Bar�o passe a receber mais aten��o na gravadora - diz fonte ligada ao grupo que n�o quis se identificar.

        Para Manoel Poladian, empres�rio dos Tit�s, a sa�da dos Tit�s j� � certa. - S� se houvesse uma reviravolta na WEA, o que n�o acredito, ficar�amos. Mas quem sabe a gravadora resolve acordar e entender a import�ncia do grupo? - diz Poladian, lembrando que os Tit�s s�o os maiores vendedores de discos da companhia. - J� temos convites para conversar com a Abril Music, a Sony e a Universal. O Kid Abelha, inclusive, est� com o p� na Universal. O problema todo � que a WEA n�o nos d� perspectiva, est� mudando de dire��o e ainda n�o sabemos quem vem comand�-la.

        Poladian adianta que n�o vai fazer leil�o com os Tit�s e acaba admitindo que o grupo est� pendendo para a Abril: - Eles s�o os verdadeiros empreendedores do mercado, com uma agressividade competente - diz o empres�rio. - A Abril tem o perfil que a gente gosta e vamos definir com calma, com a democracia que existe no grupo.

        A WEA foi procurada pelo GLOBO mas os executivos da gravadora, em conven��o em Miami, n�o comentaram o assunto. Os �ltimos CDs de Tit�s e Kid Abelha, "As dez mais" e "Cole��o", respectivamente, s� de regrava��es, j� indicavam que as duas bandas apenas cumpriam contrato, sem gastar material in�dito.

Sobe


Pop para come�ar o novo ano

        O s m�sicos do Bar�o Vermelho e do Kid Abelha, dois dos mais importantes representantes do rock brasileiro surgido nos anos 80, prometem mais do que um encontro, hoje, a partir das 21h30m, no Metropolitan. Al�m de apresenta��es individuais, os dois grupos voltar�o ao palco para lembrar os grandes momentos da Midnight Blues Band - formada por m�sicos do Bar�o Vermelho, por um naipe de sopros e por George Israel, saxofonista e compositor do Kid.

        Roberto Frejat e Paula Toller, os l�deres do Bar�o e do Kid Abelha, respectivamente, acreditam numa grande festa, e, para isso, prepararam um repert�rio especial para um p�blico diferente do habitual. ''Nessa �poca do ano tem muita gente quue n�o mora no Rio. E n�o poderemos fazer um show pensando que as pessoas est�o l� para assistir apenas ao Bar�o ou ao Kid'', explica Frejat.

        Paula concorda e lembra da experi�ncia de tocar no Metropolitan nesta mesma �poca do ano: "Vai ser apenas uma apresenta��o para um p�blico que, possivelmente, nunca viu e n�o ver� de novo um show nosso".

        Quem for � noite dedicada ao rock na s�rie "Shows da virada do mil�nio" vai ouvir sucessos do Bar�o, como "Pro dia nascer feliz" e "Todo amor que houver nessa vida", e do Kid Abelha, como "Pintura �ntima" e "Grande hotel". Juntos no palco v�o tocar "Bete Balan�o" (Frejat e Cazuza), "Ovelha negra" (Rita Lee) e "I feel good" (James Brown).

        Para o Bar�o, este � o �ltimo show antes do in�cio da turn� de lan�amento do CD "Balada". H� 18 anos juntos, os integrantes do grupo, que � uma das grandes refer�ncias do rock nacional, rodar�o o pa�s com "Balada" e depois pretendem "dar um tempo" para a realiza��o de projetos pessoais. Frejat explica que a inten��o de lan�ar um disco solo no ano que vem n�o significa um racha na banda. ''N�o quero chegar aos 55 anos e me toccar que nunca fiz um disco individual. N�o estou ainda pensando nesse trabalho. Acredito que ser� muito positivo para a banda, pois teremos que buscar novos caminhos e quando nos reencontrarmos traremos novas possibilidades. A nossa gera��o imp�s uma forma��o de banda e sempre � dif�cil uma separa��o", diz Frejat.

        Paula lembra que passou pela mesma situa��o quando gravou o CD "Paula Toller", em 1998. "Se eu tivesse optado por um trabalho solo no in�cio da banda talvez pudessem ter ocorrido problemas. Mas sa� numa fase de entressafra. Apesar das especula��es, sempre esteve claro que a nossa hist�ria n�o tinha acabado".

Sobe


Kid Abelha -   Autolove

       Parece que foi ontem, mas ningu�m se importa com isso. At� a s�tima m�sica do show, "Tanta gente", n�o h� nem sinal de que o Kid Abelha est� lan�ando CD novo, Autolove. A apresenta��o do grupo de Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato, no Metropolitan, s�bado, soou como bis dos realizados em 98. Para n�o sair dos trilhos do sucesso e perder a fidelidade de milhares de adolescentes, o triunvirato ignorou Autolove e enfileirou um hit atr�s do outro, sem respira��o: "Eu tive um sonho", "Alice", "Nada tanto assim", "Por que n�o eu", "Grand Hotel" e por a� vai. A ousadia, marca das bandas do BRock que resistiram ao tempo e aos modismos, s� deu as caras l� pelo fim.

     O Kid Abelha achou a f�rmula e n�o quer se desgrudar dela. Sabe que tocar "Minas-S�o Paulo" causaria estranheza. Ao mesmo tempo que pode ser arriscado para o grupo rejeitar suas mais recentes investidas est�ticas, � louv�vel o respeito ao seu p�blico. De novidades, um tombo feio de George Israel (quem mandou pular tanto?), o bonito cen�rio, com proje��es de carros, e a melhor ilumina��o que o grupo j� teve.

     Enquanto "Fixa��o" e "Como eu quero", j� aos 45 minutos do segundo tempo, surgem com arranjos pseudomodernos techno-disco, "Mam�e natureza", de Rita Lee, e "Eu sou terr�vel", cl�ssico jovem-guardista de 67 de Roberto Carlos, aparecem fi�is ao formato cru/rock’n’roll. Paradoxal.

     Como de praxe, a guitarra de Bruno estava muito alta, o baterista Kadu Meneses ditou a pegada do grupo e Paula Toller comandou, serelepe, a garotada. Nada mudou. Parecia o mesmo show do ano passado.

Sobe


Perfil - Paula Toller>

        Se � para sonhar, que seja um sonho de verdade: Paula Toller, cantora do Kid Abelha, por exemplo, queria poder voar. Mas se nisso ela sonha alto, no resto � bem p� no ch�o. � caseira, gosta de curtir o filho Gabriel, tem como hobby estudar l�nguas estrangeiras e ama viajar.

Nome completo: Paula Toller Amora
Data de nascimento: 23/8/62
Parada do momento: O CD "Autolove."

Prefer�ncias:
Cor: Verde com pinceladas cor-de-mel, a cor dos olhos do Gabriel, meu filho
Time: Flamengo
Tipo de m�sica: Esse tal de roquenrou
Cantor: David Bowie
Cantora: Rita Lee
Animal: Vertebrado, mam�fero, b�pede e racional
Esportes: T�nis, futebol e esqui alpino
Filme: Tenho mostrado ao Gabriel os filmes do japon�s Akira Kurusawa. Ele adorou ‘Kagemusha’ e ‘Ran’. Percebemos que a s�rie ‘Guerra nas estrelas’ e at� ‘O resgate do soldado Ryan’ beberam muito nessa fonte: nos figurinos, na m�sica, no som...
Point: Lopes Mendes, na Ilha Grande. � a melhor praia do mundo!
Hobby: Estudar l�nguas estrangeiras. Atualmente � o alem�o
Sou louca por: �gua do mar, �gua de banheira, barulho de �gua corrente...
Detesto: Que me chamem de Paulinha
Comida: Mediterr�nea. � tudo bem colorido, feito com azeite, alho e ervas
Qualidade: Sou uma pessoa em que se pode confiar
Defeito: Sou muito cr�tica e exigente com as pessoas mais pr�ximas
Mania: Ler jornal dos outros e n�o combinar a meia com o resto da roupa
Sonho: Eu queria voar
Gostaria de conhecer: Hava�, Barcelona, Floren�a e costa Almafitana
Ponto positivo da profiss�o: Conhecer outros artistas e poder trabalhar com eles
Ponto negativo da profiss�o: Viagens cansativas
Quando era crian�a: Lia muitos livros e brincava na rua
Se eu ganhasse na Sena: N�o fa�o id�ia do que faria, pois nunca jogo, ent�o sei que nunca vou ganhar
Presente que gosta de dar: CDs, copos, vinhos e quadros
Presente que gosta de receber: J�ias
Para matar o tempo n�o h� nada melhor que: Dormir
N�o saio de casa sem: Caneta e um bloquinho para anotar id�ias
A�, galera do Planeta Globo: Nunca acreditem quando algu�m diz ‘isso � imposs�vel’. Na maioria das vezes, � apenas dif�cil. Um beij�o!

Sobe


Os bastidores da filmagemdo novo clipe do Kid Abelha

        Duas semanas de produ��o envolvendo o trabalho de 45 pessoas a um custo de R$ 50 mil; mais um dia de filmagem somado a outra semana para editar e dar os ajustes finais. O resultado dessa complicada opera��o ser�o os quatro minutos e meio do novo clipe do Kid Abelha, "Eu s� penso em voc�", que a galera vai poder conferir na telinha a partir desta semana.

        Filmado no est�dio Ponto Filmes, na Zona Portu�ria do Rio, no �ltimo dia 23, o clipe tem dire��o de Fl�vio Colker e um visual de hist�ria em quadrinhos misturado com filmes de espionagem. Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato s�o os mocinhos da hist�ria, os espi�es (com QG e tudo!) que t�m como miss�o encontrar o vil�o e destruir a bomba (que tem o formato da palavra voc�) que ele construiu. Bem diferente de outros clipes da banda. E foi justamente isso que animou os m�sicos. ''Come�amos procurando o tema. Ficamos mais ou menos um m�s pensando no que fazer. Quer�amos sair do clima rom�ntico, que n�o precisasse necessariamente explicar a m�sica", diz Fl�vio, que depois de tanto matutar e trocar id�ias com o trio chegou ao formato final.

        Os tr�s, que dizem confiar totalmente no trabalho de Fl�vio, com quem j� filmaram antes, adoraram tudo, do cen�rios ao figurino. Para Paula, o clima do clipe n�o destoa da m�sica, muito pelo contr�rio: "Por causa do nome, "Eu s� penso em voc�", as pessoas pensam logo que � uma m�sica rom�ntica, mas n�o � bem assim. A letra tem dois climas, um para cima, rom�ntico, e outro meio depr�. E isso funciona bem no clipe, em que o "voc�" � o que modifica tudo, seja para o bem ou para o mal", explica a cantora.

        Falando assim, parece divertido pacas, n�? Na verdade, at� �, s� que tamb�m � supercansativo. Palavra de quem faz: "A filmagem � demorada, cansativa mesmmo. Mas faz parte e a gente j� vem preparado para n�o se aborrecer", diz Bruno. ''O segredo � ficar conversando, tocanddo zona. �s vezes a gente at� leva bronca do diretor e tem que ficar quieto'', brinca George.

        Mas se para os rapazes � complicado, para Paula Toller, que tem que estar sempre linda, perfeita para os closes das c�maras, � ainda mais. "Tenho que retocar a maquiagem e o cabbelo a toda hora. Al�m disso, h� uns segredinhos para n�o perder o pique , como n�o comer muito antes da grava��o", explica Paula enquanto ajeitam os seus cabelos.

        Depois da filmagem, os tr�s come�am a contagem regressiva para ver o clipe pronto. Eles n�o s�o os �nicos curiosos.

Sobe


Kid Abelha festeja disco de ouro no Metropolitan

        � s� hoje: a banda Kid Abelha estr�ia no Metropolitan o show Meu Mundo Gira em Torno de Voc�, nome do disco que j� vendeu cerca de 250 mil c�pias. "A gente se apresentou no Palace, em S�o Paulo, e foi �timo. Agora, vamos fazer esta noite no Metropolitan e, se Deus quiser, voltamos para uma temporada mais longa", torce Paula Toller, a vocalista. O grupo O Rappa foi convidado para abrir o espet�culo, �s 21h30.

        Uma das novidades ser� um tel�o onde, antes do show come�ar, passar� um desenho animado dos abelhas Paula, George Israel e Bruno Fortunato, como se fossem personagens de hist�rias em quadrinhos. O cen�rio, de Luiz Stein, usa cerca de 800 pe�as de roupa em tons azuis e pesa mais de uma tonelada.

        No repert�rio, al�m de sucessos antigos como L�grimas e Chuva, Nada por Mim e Alice, entram m�sicas do novo �lbum como Te Amo pra Sempre, a releitura de Na Rua, na Chuva, na Fazenda, de Hyl-don, e Como � Que Eu Vou Embora, bem executada nas r�dios. "A gente toca a vers�o do disco, que n�o � t�o dan�ante quanto � das FMs, mas tamb�m � legal", afirma Paula.

        J� a turma de O Rappa ir� tocar m�sicas como a �tima Mis�ria S.A., Hey Joe, vers�o do cl�ssico de Jimi Hendrix, e Vapor Barato, sucesso de Gal Costa e do filme Terra Estrangeira, com uma batida reggae.

Sobe


Salto para a maturidade

        Ap�s o recesso de alguns meses para "arrumar a casa" e ter filhos - Paula Toller teve o seu e o saxofonista George Israel tornou-se pai - o Kid Abelha acaba de "dar � luz" um novo LP. Tudo � Permitido, que estar� nas lojas a partir do pr�ximo dia 20. George frisa que o quinto disco do grupo leva a marca dessa pausa, que serviu para reflex�o. O resultado, diz ele, � um salto na carreira da banda formada h� quase dez anos.

        Esse salto significa n�o s� um cuidado dobrado com a qualidade do som e com os arranjos, mas tamb�m com os detalhes do lan�amento. O disco chega �s lojas com o clip da m�sica "Grand’ Hotel" j� pronto, gravado em Veneza e dirigido por Lui Farias, marido de Paula. Os shows de lan�amento est�o programados para acontecer a partir de setembro e ter�o uma superprodu��o.

        Al�m disso, Tudo � Permitido chama aten��o pelo conte�do das letras, "mais fortes e cru�is", segundo Paula, autora da maioria delas. "A experi�ncia da maternidade me deu uuma sensa��o de for�a, de saber o que quero", afirma.

        Pela primeira vez, uma das m�sicas do grupo, "Grand’ Hotel" - que Paula escreveu em parceria com Lui e que fala das dificuldades da rela��o a dois - despertou o interesse da WEA internacional para ser gravada tamb�m em espanhol. "J� somos bem tocados nas r�dios argenntinas, apesar da dificuldade de interc�mbio da m�sica pop entre os pa�ses da Am�rica Latina", conta Paula.

        O disco levou cinco meses para ser gravado. E s� depois de ter entrado no est�dio os integrantes do grupo decidiram incluir as m�sicas "N�o vou ficar", de Tim Maia, e "Fuga n� 2", feita por Rita Lee na �poca dos Mutantes. "S�o duas referencias obrigat�rias do pop brasileiro, pois fizeram parte da forma��o de qualquer um", explica Paula.

        De acordo com George Israel, o LP mostra uma fase mais tranq�ila do Kid Abelha, em que seus integrantes n�o se sentem mais impelidos a "correr atr�s das novidades". "O que sobressai s�o as can��es que deependem mais de n�s e menos da sofistica��o tecnol�gica dos instrumentos", diz ele.

        O t�tulo do disco foi tirado de um verso da m�sica "A indec�ncia", feita por Paula com inspira��o em um poema de D.H.Lawrence.

Sobe


O miado agudo da gata chique

        Ela parece mais uma estudante de Psicologia ou Desenho Industrial da PUC. Bonita, educada, leitora de Machado de Assis, das revistas Photo, freq�entadora do Col�gio Freudiano, onde se analisa duas vezes por semana, de aulas de corpo-an�lise. Tudo com aquele estilo esporto-wear, moderno, discreto. Um jeito "paulatoller" de ser. E que surpreende os desavisados e encantas as teenagers quando canta "nem me lembro muito bem/da primeira vez que eu dei", que abre o lado A do seu quinto disco, o rec�m lan�ado Kid.

        Segundo Cazuza, que assina a apresenta��o do LP, ele pr�prio estranhou quando viu pela primeira vez aquela menina t�mida a miar ao microfone. Paula Toller amora, aos 27 anos e cinco de carreira, continua t�mida e a miar. Um pouco de aten��o e se reconhecer� um miado de angor�. Se Deus n�o lhe deu a voz triscante de Janis Joplin – a deusa de sua adolesc�ncia tijucana – ou a desenvoltura de Rita Lee – para ela a grande roqueira brasileira -, pelo menos lhe deu uma voz afinad�ssima, de soprano-l�rico, capaz de alcan�ar notas distantes, sem alterar a fisionomia. Para compensar um certo desajeito c�nico, ela capricha no visual: roupas interessantes, cabelo descolorido, curtinho. Passa um leve ar de antipatia, na verdade a tal timidez.

        Filha de Copacabana, com inf�ncia passada na rua Siqueira Campos, aos oito anos frequentava uma escolinha de Ipanema e achava o bairro badalado uma "uma floresta", tal a calma e a quantidade de �rvores que l� havia. Aos oito, mudou-se para a casa dos av�s na Tijuca e se criou entre bailes no Tijuca T�nis Clube, livros de Machado e discos de Mozart, Beethoven, Tchaikowsky, Maria Callas, Alb�niz e Carmem Miranda.

        - No momento, os escuto de novo e mais La Boh�me, de Puccini, que estou estudando. Adoro a Carmem e toda aquela sua coisa, os trejeitos, as roupas, o repert�rio. � genial ouvir tudo isso agora, com outra no��o das coisas – conta.

        Apesar da m�sica que ouvia e gostava, Paula quase acabou o curso de Desenho Industrial na PUC. Por for�a do destino e despeito do temperamento implodido da virginiana, virou roqueira. A transi��o aconteceu sem trancos, sem resist�ncia familiar. Montar uma banda de rock hoje n�o contraria os valores da classe m�dia e "roqueiro" deveria estar entre "engenheiro" e "veterin�rio", nos testes vocacionais. N�o h� nem mesmo riscos econ�micos: incendiar guitarras saiu de moda e as gravadores investem pesado no produto.

        Aplicada, Paula trabalha sua mat�ria-prima com disposi��o. Estuda canto l�rico uma vez por semana com Vera Canto e Mello e exercita �rias em casa. As cantoras preferidas s�o Ella Fitzgerald e Calla e encontra discos das divas na Gramophone ou na Modern Sound. Para soltar os movimentos, aulas de corpo-an�lise duas vezes por semana com Gerry Maretzky. "Tem sido �timo, n�o ag�ento gin�stica e j� fiz dan�a durante muito tempo. A� a gente aprende a compreender a intelig�ncia do corpo, nenhuma aula � igual a outra", conta Paula. Para manter a cabe�a em ordem, ela faz visitas semanais ao analista do Col�gio Freudiano, no Leblon.

        - N�o sei ao certo se fa�o an�lise paraa tomar sorvete ou tomo sorvete para fazer an�lise – conta a freq�entadora ass�dua de Babuska, onde pede casquinha de chocolate com marinetto.

        Com quatro meses de gravidez de seu casamento com o cineasta Lui Farias, Paula j� engordou quatro quilos e pretende diminuir a dose de sorvetes. A�ucareiro nem tem mais em casa. Mas na sua rotina carioca, entre uma m�sica irreverente e uma �ria de La Boh�me, ela mant�m o h�bito de sair para almo�ar no Celeiro – saladas – ou jantar no Marikos – trocando os pauzinhos e sushis com Lui – no Clube Gourmet e no Gradrifoglio, onde esquece os 59 quilos j� alcan�ados e come massas. Os restaurantes mais populares ou agitados, nos "baixos" do Rio n�o est�o no seu roteiro.

        Seu estado de esp�rito no momento � de muita calmaria, mesmo pronta para viajar por todo o Brasil, para trabalhar o disco. No apartamento da G�vea – decorado com uma escultura de madeira, de Geleno, um valioso desenho de Jean Cocteau, de 47, um toldo de patchwork indiano e sof�s de estilo antigo – ela quer ter bastante tranq�ilidade para ler "A com�dia humana", de Balzac, e reler Machado, E�a de Queiroz e Flaubert. Em casa tamb�m tem se dedicado a bolar o figurino dos novos shows.

        - Uma roupa que n�o esconda a barriguinnha, mas que seja engra�ada, com aplica��es e bordados – conta com sua voz monoc�rdia, em ritmo pausado, sem atropelos.

        Se no dia-a-dia Paula prefere jeans da Zoomp e camisetas, blazers e acess�rios comprados em Londres e Nova York – na linha esporte griffe -, os modelos que veste para cantar podem surpreender: um tomara-que-caia sensual, anos 40, como os de Madonna, ou um conjunto de saia-e-blusa branca de listras vermelhas, de funcion�ria de reparti��o p�blica.

        - Acho legal usar uma coisa que parece n�o ter nada a ver comigo. Contrariar um pouco as expectativas – diz.

        O cabelo curtinho – por obra do acaso, depois de uma barbeiragem dom�stica – ser� mantido descolorido, sob os cuidados de Adela, a chique coiffeuse. Com essas manias refinadas, mais os olhos azuis acinzentados, m�os longas e brancas, unhas compridas e transparentes, an�is de ouro com �nix, Paula est� mais para uma l�nguida e sofisticada Grace Kelly, de "Alta Sociedade" (onde a estrela, vaporosa, dan�a com Bing Crosby e Frank Sinatra), que para as angustiadas cantoras americanas de rock e jazz. Mergulhar no clima chique e leve de "Paris Paris", do novo disco, ajuda a compreender a compara��o. Mais lady do seu tempo, a contora � esportiva. Gosta de caminhar nas areias de Grumari e, quando n�o h� tempo, no cal�ad�o de Ipanema. Quando Lui pode, aprende t�nis com ele nas quadras do Clube Costa Brava. O futebol que come�ou a jogar com as amigas, como Fernanda Abreu, no Asa, de Botafogo, fica suspenso por medida de seguran�a: nen�m a bordo. Paula est� bem entusiasmada com seu primeiro filho, embora n�o pretenda inaugurar uma fila de rebentos � Baby Consuelo. Em s�rie s� discos, sempre na contram�o das expectativas dos que n�o apostaram no seu fiozinho de voz. � o seu jeito "paulatoller" de ser rock.

DISCRETO PRAZER: boas lambidas, �geis raquetes e ‘tortelloins’

- BABUSKA: a sorveteria da Rua Rainha Guilhermina, pr�xima � Ataulfo de Paiva, no Leblon, � frequentada por Paula, que adora o sorvete de chocolate com amaetto. A casa fica aberta das 10h �s 24h, diariamente, e oferece muitas op��es para quem aprecia a guloseima.
- CORPO-AN�LISE: na Rua Redentor, 48, IIppanema. Sob dire��o de Gerry Maretzky, s�o feitos trabalhos de corpo baseados na antigin�stica de Ther�se Bertherat, com quem Guerry estudou na Fran�a. A academia tem hor�rios para trabalhos individuais e em grupo. Funciona durante o dia todo.
- ZOOMP: no Shopping Rio Sul, segundo ppiiso. Tem cal�as jeans que caem no corpo com perfei��o, segundo Paula, que gosta de us�-las para tudo, menos para cantar em p�blico. Al�m dos jeans escuros ou delav�s, colantes ou tipo "baggy", a loja tem casacos, vestidos, camisetas e acess�rios.
- QUADRIFOGLIO: na rua Maria Ang�lica 4433, Lagoa. � uma pequena casa de massas, com pratos inventivos, como o "tortelloni a Quadrifoglio", com manjeric�o, ricota, creme e nozes, uma das pedidas da cantora. Abre de segunda a s�bado, das 12h30m �s 15h30m e das 19h �s 2h. Domingo, apenas almo�o. Aceita cheques e tem manobrista.
- GRAMOPHONE: no terceiro piso do Shopppiing da G�vea. A sofisticada ouvinte de Callas e cl�ssicos encontra novas edi��es internacionais para enriquecer sua discoteca. A loja abre de segunda a sexta, das 10h �s 22h, aos s�bado at� as 20h. Aceita cheques.
- CLUBE COSTA BRAVA: na Avenida Sargenttoo Jos� da Silva, 3621, naquela ponta de pedra vista do elevado da Barra, mant�m, de ter�a a sexta, suas duas quadras de t�nis ocupadas, por alunos orientados por professores. Hor�rio a combinar. Aulas abertas aos n�o s�cios tamb�m.

Sobe


Zumbido mais afinado - Kid Abelha

        Blondie, Transvision Vamp, Eight Wonder, Darling Buds... Se os americanos e ingleses t�m suas bandas pop lideradas por uma loirinha sapeca, por que n�s n�o podemos ter a nossa tamb�m? E, sem d�vida, o Kid Abelha � nossa genu�na e pop representante. A banda, surgia nos ares do novo rock Brasil por volta de 1982, s� agora atinge um n�vel est�vel, acima da discuss�o se o que fazem � bom ou n�o, pois no come�o era dif�cil assumir que se gostava do Kid, at� porque a vozinha de Paula Toller era meio dif�cil de aturar.

        Afinal, como ela mesmo declara, quando surgiu de brincadeira, sem querer, curti��o colegial que acabou virando coisa s�ria e tirando a menina e seus amigos das carreiras diversas que iam seguir. Na �poca, era tudo lucro. Havia espa�o, gente querendo contratar, um momento bem diferente do atual, em que o rock nacional foi arquivado como uma moda que j� passou, para azar das novas bandas.

        Na trajet�ria do Kid Abelha houve um pequeno acidente de percurso justo quando eles se preparavam para al�ar v�o maior: a sa�da do baixista e principal letrista Leoni, hoje nos Her�is da Resist�ncia. O talento de Leoni para criar perfeitas can��es pop era a principal subst�ncia do Kid Abelha na �poca. Os m�sicos ainda estavam se aperfei�oando, bem como a voz de Paula. Lembre-se dos maiores hits do grupo e ver� que era (quase) tudo obra do Leoni.

        Mas o grupo deu a volta, e no LP anterior, Tomate, garantiu-se na ajuda dos amigos e quase criou seu melhor disco, coisa que s� veio a acontecer agora com este Kid. Pode ser injusto esquecer dos LPs anteriores. Ent�o fa�amos assim, este � o melhor disco da nova fase do Kid Abelha, n�o mais Ab�boras Selvagens, pois n�o h� como negar que a fase "Fixa��o" tamb�m foi muito boa, sen�o o �pice da �poca new wave do grupo, quando s� tinham como concorrentes o Metr�.

        E Kid � gostoso de se ouvir do in�cio ao fim. Primeiro porque possui apenas oito bem trabalhas faixas, ao inv�s de se encher ling�i�a com dez ou doze. Por isso, cada uma delas tem uma sonoridade diferente, Paula tenta modular sua �s vezes monoc�rdica voz (agora no ponto exato dos agudos). Tamb�m � o primeiro disco em que o grupo atuou na produ��o, com o aux�lio de Paulo Junqueiro e Vitor Farias. A produ��o � realmente de primeira, sem necessidades de incrementar o molho em est�dios de Los Angeles. Talvez por isso n�o pintou o excesso que �s vezes pinta nas produ��es "americanizadas" e superproduzidas.

        A banda est� cada vez mais unida e coesa, e Paula ainda ganhou um "abelha" extra, seu marido, o cineasta Lui Farias, que participa como autor em tr�s faixas, uma delas, "Sexo e d�lares", � o tema principal do filme de Farias, Lili, a estrela do crime. As faixas mais fortes s�o as que abrem os lados, "De quem � o poder", uma letra em que se nota em cada frase a for�a po�tica de Cazuza e "Agora sei", de Paula e Lui. E Paula mostra que est� inspirad�ssima em outra faixa tamb�m muito boa, "Promessas de ganhar".

        Fora a boa qualidade musical, das letras e da produ��o, o disco tem ainda a seu favor o genial projeto gr�fico de Gringo Cardia na capa, no encarte e as glamourosas fotos de Fl�vio Colker, que deixou La Toller com ares de deusa grega e Bruno e George como seus anjos protetores. E nem falamos das in�meras participa��es especiais.

Sobe


Abelhas/Ab�boras promovem um baile new wave em alto estilo

        Dez minutos antes da hora marcada come�a o show do Kid Abelha & Os Ab�boras Selvagens. Com um rock�dromo cheio (cerca de cem mil pessoas) e uma boa recep��o do p�blico, isso s� vem a provar que n�o � boa coisa misturar metaleiros com new wavers. Um p�blico contagiante e colorido estava l� para ouvir o seu estilo de som, sem hostilizar e sem serem hostilizados por ningu�m. Parecia domingo passado.

        Com uma introdu��o prolongada de "Por que n�o eu?", os quatro abelhas/ab�boras entram em cena com dois m�sicos convidados na bateria e teclados. Paula (voz) de capa prateada e os outros no mais chic-wave visual. A m�sica flui e ao final Leoni (baixo) elogia a plat�ia com a melhor do festival. Na m�sica seguinte, "Seu espi�o", Paula tira a capa e fica de vestid�o de baile de anos 50 estilizado. Alguns deles aproveitam as passarelas laterais do palco para chegarem mais perto do p�blico.

        O c�u estava cinza e nublado, mas as pessoas radiante e coloridas. Tomara que n�o chova. "Pintura �ntima" e "Nada tanto assim" d�o continuidade ao show, sendo cantadas e aplaudidas em conjunto com a plat�ia. Pena que o show duraria apenas 30 minutos. Tava t�o legal a festa.

        A unidade banda/plat�ia continua em "Como eu quero", e na multid�o notava-se um novo must. Em vez de luvas coloridas, v�rios jovens com as m�os pintadas. Em "Alice", Paula sobe num pedestal no fundo do palco e tira a parte de baixo da saia, e logo aparece um short preto. Ouri�o na rapaziada. Ela, que estava �tima nesse show, faz voz de menininha na introdu��o de "Hoje eu n�o vou". Havia no palco uma mini-cama el�stica onde Bruno (guitarra) tocava dando pulinhos.

        Desta vez, eles conseguiram dar seu show sem problemas e com todo o clima de que precisavam. Sa�ram com pedidos de bis, que n�o puderam atender, pois logo come�ou a tocar o tema horr�vel do festival.

CR�TICA Em vez de pedras, curti��o total

        Ontem, realmente o Kid Abelha e os Ab�boras Selvagens puderam dar seu show, com um p�blico que os conhece e curte participando das m�sicas, em vez de jogarem pedras, como fizeram os heavies ter�a-feira passada. No rock, as tend�ncias n�o se misturam, por mais democr�ticos que queiramos ser.

        Com os quatro integrantes em boa forma, mostrando um bom desenvolvimento musical, o show correu tranq�ilo, alegre e direto. Eles vieram mais transados do que da outra vez: o palco decorado com faixas com motivos de rel�gios, o nome da banda em formato grande atr�s e um pedestal ab�bora ao fundo, onde vez por outra alguns subiam para dar seu recado. Eles contaram com dois convidados: J�lio Gamarra, na bateria, e Marcelo Lima, nos teclados. No mais, Paula (voz), Bruno (Guitarras), Leoni (baixo) e George (sax) estiveram bem � vontade.

        Desfilaram um guarda-roupa supertransado e bonito, movimentaram-se por todo o palco e provaram que, apesar de todas as cr�ticas contra, s�o um dos melhores grupos pop do Brasil, independentes de fazerem m�sicas tolas ou n�o. O que interessa � o show e a comunica��o que conseguem.

Sobe

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