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1996

ENQUETE

        Em janeiro e fevereiro de 96, Paula, Bruno, George e cia se enfurnaram na casa dos pais do saxofonista em Teresópolis para compor, gravar e posar para as fotos do popular Meu Mundo Gira em Torno de Você. Para Paula Toller, o processo de registro influenciou muito no resultado final: "Quando gravamos no Rio, cada um chega ao estúdio com um jeito diferente por causa do dia que enfrentou. Esse isolamento fez a maior diferença".

        O sucesso do disco fez com que a carreira do trio desse uma guinada e alcançasse números antes nunca obtidos. Pela primeira vez, festejaram um disco de platina duplo (referente a 500 mil cópias vendidas) e elogios rasgados da crítica, com exceção da sempre depreciativa revista Veja, que classificou como um disco de "letras ruins e som também" e de "encarte fatal, com decotes ousados, minivestidos justíssimos e até lingerie preta".

Paula Toller na turnê "Meu Mundo" - Fortaleza, 96 / Arquivo pessoal de Leonardo Pires

        Três músicas explodiram nas rádios. A primeira delas foi "Na rua, na chuva, na fazenda", um cover de um antigo sucesso de Hydlon e um dos maiores sucessos na década de 90 do Kid. Depois veio a carismática "Como é que eu vou embora", parceria do Kid com Cris Braun, e, posteriormente, o hit alucinante de "Te amo pra sempre", cujo clipe com Paula Toller e seu biquíni de bolinhas ficou meses e meses no topo da parada da MTV brasileira e rendeu indicação para o VMB, com uma apresentação memorável da banda.

        O "lado B" do disco também é excelente. "Apenas timidez", por exemplo, lembra curiosamente algumas canções da fase romântica de Roberto Carlos. O suíngue chega em "La nouveauté", com destaque para as boas intervenções de Bruno. Em "Quero me deitar", a banda continua flertando com ritmos black e um certo clima blues. Já na balada "Baixa pressão", Sérgio Dias, lendário guitarrista e cantor dos Mutantes, faz uma participação especial nos vocais. A surpresa fica para o final. "O animal" traz um rhythm’n’blues à la Jerry Lewis mesclado à timbres que resgatam o rock nacional dos anos 80, com vocais divididos por Israel e Toller.

        Com a excelente vendagem e execução nas rádios, o Kid partiu para uma grande turnê que durou quase dois anos por toda América Latina. A superprodução tinha direito a desenho animado antes do show, figurinos inspirado na Jovem Guarda e coreografia da badaladíssima Débora Colker, que deixava o público presente em êxtase. O cenário era outro espetáculo a parte: mais de 800 peças de roupa em tons azuis (que pesava mais de uma tonelada) fazendo contraste com uma excelente iluminação assinada com competência pelo cenógrafo Luiz Stein, marido de Fernanda Abreu. O show lotou o Metropolitan (atual ATL Hall) oito vezes, sendo necessário seções extras no domingo.

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