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1999

ENQUETE

        "Autolove � um disco 'sarado', sem gorduras excessivas", proclamava o jornal O Globo durante o lan�amento do �lbum. Sem duvida, � o melhor trabalho do Kid Abelha at� ent�o - a banda est� mais madura profissionalmente do que nunca. Uma audi��o mais atenta revela um trabalho caprichado, sofisticado e impec�vel, embora jamais saia de sua primeira inten��o, que � justamente a de ser sin�nimo de pop agrad�ve - e n�o h� mal nenhum nisso. Devagarinho d� para ir percebendo uma participa��o do erudito - no melhor sentido - Egberto Gismonti, uma adapta��o dos versos do poeta parnasiano Olavo Bilac - "Direis ouvir estrelas..." - ou at� uma inspira��o num antigo document�rio de Humberto Mauro, um dos pioneiros do cinema nacional, em "Tanta Gente", faixa eletrizante de abertura.

        O processo de gesta��o come�ou em agosto de 98. Paula, Bruno, George e Kadu Menezes alugaram uma casa em B�zios (RJ) para compor as novas can��es. Da safra sa�ram a bel�ssima "Maio", a alegre "Tanta gente", a melanc�lica "3 ta�as", a deliciosa "Tamba�", entre outras. O disco, que saiu com a marca de cem mil c�pias vendidas e obteve mais cem mil no mercado, foi mixado em Londres, nos est�dios Abbey Road - o mesmo onde os Beatles gravavam. Para Paula Toller, o neologismo "Autolove" significa "um Deus, um monstro autom�tico que nos consome para viver. Ou a gente se adapta, ou ficamos na lama".

Kid no Biruta - Fortaleza, 99 / Foto: Camila Campos

        Das dez m�sicas in�ditas (e dois remixes de autoria de Mem�), duas viraram hits: a deliciosa "Eu s� penso em voc�", cujo clipe sobre mocinhos (abelhas, claro) que desativam a bomba em formato da palavra voc� ficou v�rias semanas na parada da MTV, e a contemplativa "Maio", com video gravado em um Rio outonal, � de longe o melhor clipe da banda.

        O conforto do sucesso faz com que a banda se sentisse mais livre ao lan�ar o disco. Paula, Bruno e George n�o registraram nenhuma m�sica que n�o fosse in�dita. "Para gravar cover a gente tem que ter muita identifica��o, e hoje podemos fazer isso s� se quisermos", diz Paula. Outra diferen�a do Autolove � a rara presen�a do saxofone de George. "Estive t�o envolvido com as composi��es e a produ��o, que n�o pude me dedicar tanto ao sax", conta, lembrado que a can��o precisa "pedir" o instrumento. Por outro lado, a filosofia essencial do grupo est� mantida. "Como sempre, procuramos soar, neste disco, um pouco diferentes do que fomos no anterior", garante o saxofonista.

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