Confira os bastidores da gravação do Acústico MTV nos dias 17 e 18 de setembro no Cine de Pólo e Video de Jacarepaguá, Rio de Janeiro.

Veja aqui fotos do Acústico Kid Abelha tiradas por Nícolas Vargas

       Depois de uma longa e penosa espera nas intermináveis filas na entrada do Cine de Pólo e Vídeo do Rio de Janeiro, em Jacarépagua, às 21:30, enfim, as portas do estúdio são abertas ao público. Logo avista-se o belo cenário de Isabelle Bittencourt nas cores vermelho, azul e branco com objetos (favos de mel) estrategicamente sobrepostos para passar a impressão de uma colmeia gigante. A iluminação, em cores fortes, ficaria a cargo de Césio Lima.

        Após os testes de som, luz e das inúmeras mudanças de lugar da platéia, os músicos de apoio adentram no palco: Kadu Menezes (bateria), Ramiro Mussoto (percussão), Humberto Barros (piano), Jéfferson Victor (sopros), Nani Dias (violões) e Rodrigo Santos (baixo). Logo em seguida tomam seus lugares Paula Toller (vestindo sensual blusa prateada e calça jeans da grife Walter Rodrigues), George Israel (com calça rosa e camisa preta com babados) e Bruno Fortunato (todo de negro). Visivelmente nervosos, iniciam com a belíssima "Lágrimas e chuva", bem lenta e com a voz suave na primeira parte e mais intensa na segunda, e "Eu contra a noite".

        Já um pouco mais relaxada, Paula faz um breve comentário e apresenta aos convidados a balada inédita "Nada sei (apnéia)", bem ao estilo da banda e muito bem recebida pelo público. O "pós-hit" "Maio" vem em seguida, sem grandes novidades. A vocalista então chama Lenine, um "príncipe dos olhos verdes" nas palavras da própria, para dividir os vocais de "Na rua, na chuva, na fazenda". Antes, porém, Paula lê um telegrama enviado por Hyldon, autor da canção, desejando todo o sucesso possível: "Fala galera do Kid. Estou daqui sempre torcendo por vocês, senta o pau. Na dúvida, siga a intuição". Depois de uma seqüência de erros, Paula brinca com a canção "Errei sim", clássico de Ataulfo Alves - já gravado pela cantora -, e com Lenine. Enquanto isso, Leonardo, filho do George, dormia tranqüilamente enquanto Gabriel, filho de Paula, conversava com os amigos.

        Uma palhinha de "Chega de mágoas" e a banda toca "Eu só penso em você" em estilo reggae, bem mais leve e compacta que a versão original. É então que surge a suntuosa versão de "Grand' Hotel", com um belíssimo solo de sax e arranjo diferente do original.

        Reclamando de sede, Paula brinca: "Sei um monte de canções com dinheiro, amor, coração, ilusão e chuva, mas de água tem poucas". A inédita "Gilmarley Song", "um recado a favor da paz e da música", é tocada com maestria. É uma daquelas músicas com uma pegada irresistível, com letra forte e interessante, assim como "Brasil", tocada em seguida, que veio arrebatadora na voz do George.

        Todos se retiram do palco, com exceção de Paula e do tecladista. A ansiedade aumenta. Humberto inicia "Os outros" e com uma luz suave, Paula dá o clima exato a canção. Uma pena que só cantou a primeia estrofe. Surge, em seguida, "Amanhã é 23" semelhante a versão apresentada nos shows, porém mais bem trabalhada com violões e bandolim.

        Uma pausa e Paula chama seu "colega de geração" Edgar Scandurra para acompanhar nos vocais de "Como eu quero". Eis então que surge uma das maiores surpresas da noite: "Mudança de comportamento", clássico do Ira!, com violão de seis cordas de aço. A música não estava no roteiro oficial, mas por acaso Paula a cantou no ensaio geral e foi "obrigada" pelos técnicos, produtores e fãs a incluí-la.

        Em um dos intervalos, Paula cantou pedaços de "Festa", "Smoke on the water" e ''O portão'', de Roberto Carlos, fazendo apelos para que ele liberasse a canção para a banda pudesse regravá-la. Em seguida, surge "Eu tive um sonho" bem mais cool e sem a gaita. É incrível como esta canção, nos shows, tem poder sobre as pessoas.

        Para moldar a letra forte de "Meu vício agora", a mais bela entre as inéditas, o quarteto de cordas do maestro Eduardo Souto Neto sobe ao palco. Uma obra-prima. O hit-carioca "Quero te encontrar", de Claudinho e Buchecha, também ganha roupagem sofisticada, sem o tradicional "tloc, tloc". E é no meio das palmas que surge a música que mais agradou aos presentes: "No seu lugar", começando bem devagar e explodindo no final. Um clássico.

        A banda emenda com "Fixação", a mesma versão que ficou de fora do "Meio Desligado", e Paula e George dispensam o puf para cantar e dançar a hit-adolescente "Te amo pra sempre", sem os "nananas" e com uma paradinha estratégica. Ao final, Paula brinca e imita Kelly Key cantando "Baba", comparando ao clássico "Pintura íntima", executando-o em seguida. Terminada a apresentação, a banda repete mais algumas músicas e atende aos pedidos de fotos e autógrafos dos presentes. Mais um gol de placa do Kid Abelha!

Por Leonardo Pires