Eu era meu brinquedo


Meu brinquedo
Eu
Era meu brinquedo:
Nas enxurradas,
Nas tanajuras,
Nas barrocas,
Nas areias -
Que desciam da serra e ficavam -,
Nos arcos-íris,
Nos pirilampos,
Nas bolas de meia,
Nos babas,
Nas bolas de gude
Nos piões
Nas borboletas amarelas:
Matérias-primas de meus castelos
Que desvaneciam tão rápido quanto meus sonhos
Em Conquista.
Eu era o que restava de alegria,
Imitando os pássaros,
Curumim de mim mesmo e
De minhas circunstâncias.
Eu,
Meu brinquedo.




Direitos reservados. Para citar este poema:

Mendes, Juscelino V. – Eu era meu brinquedo. Página de Juscelino Vieira Mendes, seção "Poesia". Sítio http://planeta.terra.com.br/arte/juscelinomendes/, Internet, Campinas, 2003.












Imagem: Webshots
Edição: Serena





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