P O L Í T I C A

Machado Freire

BIU RAMOS FOI PRESO

Vereador morto denunciava irregularidades na prefeitura

O prefeito de Ouricuri, Severino Ramos, o Biu Ramos (PSDB) foi preso dia 22 por policiais federais, militares e Civis, em sua casa (em Ouricuri), por determinação do Tribunal de Justiça de Pernambuco como mandante do assassinato do vereador Manoel Messias, fato ocorrido em 12 de julho do ano passado. O vereador Francisco Ramos, também implicado no crime do seu colega, tentou fugir, mas resolveu se entregar aos policiais na cidade de Salgueiro.

Ao chegar sob forte escolta policial na superintendência da Policia Federal, no Recife, Biu Ramos e Francisco Ramos afirmaram que não foram presos, mas se entregaram espontaneamente. Os dois voltaram a jurar inocência: "Se eu tivesse envolvimento no caso, não estaria aqui" tergiversou Biu Ramos, que em seguida foi recambiado com Francisco para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (COTEL), em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife. A justiça já havia decretado a preventiva e efetuado a prisão de José Viana, como autor dos disparos que mataram Manuel Messias,e do ex-policial militar Wilson Simonal Freire Armando, como organizador da trama que teria também como implicado Lenarte Alencar Coelho, (genro de Biu Ramos) e se encontra foragido. A morte do vereador teria sido contratada por R$ 22 mil, segundo apurou o delegado Moari Drumond Ramos teria pago R$ 22 pelo crime. Zezinho e Simonal foram presos; Lenarte está foragido

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Retrospectiva

O vereador Manoel Messias, o Manoelzinho dos remédios, que passou de aliado a ferrenho adversário do prefeito Biu Ramos, foi assassinado dia 12 de julho do ano passado com cinco tiros de revólver no centro da cidade. O assassinato do vereador foi investigado durante oito meses pelo delegado Moari Drumond, que concluiu o inquérito dia 19 de março, indiciando Biu Ramos, o vereador Francisco de Assis Ramos (que não é parente do prefeito), como mandantes do crime.

O delegado prendeu José Viana, o Zezinho, no Estado de Goiás, indiciado como autor dos disparos que mataram o vereador. O ex-policial militar Wilson Simonal Freire Amando(que está preso em Ouricuri), e Lenarte Alencar Coelho (genro de Biu Ramos e filho de Francisco Coelho, Chico Coelho, ex-candidato a prefeito), tiveram prisão preventiva decretada pela justiça. Lenarte está foragido e no dia 31 de marco o Tribunal de Justiça do Estado lhe negou pedido de hábeas corpus, por unanimidade.

Com o pedido de prisão preventiva de Biu Ramos e Francisco Ramos, pelo delegado Moari Drumond, o clima em Ouricuri ficou tenso, com a reação favorável por parte da população. Depois de uma entrevista na Rádio Voluntários da Pátria, onde apresentou detalhes sobre as investigações, o delegado foi aplaudido por um grupo de pessoas do movimento popular em frente à emissora.

Dia 26 de março a Câmara Municipal de Ouricuri aprovou, por unanimidade, requerimento subscrito por oito vereadores, para abertura de processo de cassação do mandato de Biu Ramos e do vereador Francisco Ramos (com base na Lei Orgânica do Município).

Cinco dias depois, uma comissão integrada por cinco parlamentares, juntamente com o advogado Marcos Torres e o deputado Isaltino Nascimento (PT) manteve audiências, no Recife, com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Macedo Malta, e procurador-geral de Justiça, Francisco Sales, onde solicitaram maior agilidade na análise do inquérito policial. Biu Ramos e vereadores da sua base de apoio também se reuniram com Francisco Sales, a quem negaram a participação do prefeito e do vereador Francisco Ramos no crime.

No dia dois de abril - uma semana depois de analisar o inquérito que apurou as circunstância da morte do vereador Manoelzinho dos Remédios-, o Ministério Público Estadual(MP) encaminhou o inquérito policial ao Tribunal de Justiça do Estado, recomendando a prisão preventiva do prefeito Biu Ramos e do vereador Francisco Ramos. O procurador-geral Francisco Sales concluiu que os fatos apurados no inquérito policial eram consistentes. ‘’Por se tratar de um gestor público, a prisão preventiva é uma garantia de igualdade na aplicação da lei", frisou Sales no seu parecer.

Indicado como relator do processo, o desembargador Zamir Ventura determinou a prisão de Biu Ramos e de Francisco Ramos dia 22, sendo cumprida horas depois em Ouricuri por policiais federais, militares e civis.

 

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