ZÉ DO
TELHADO
ANTO - Associação dos Amigos de António Nobre
Associação dos Amigos de
António Nobre, levou a efeito no passado dia 21 deste mês, as comemorações do 192º aniversário do nascimento de Zé do
Telhado, com a exibição do filme "Zé do Telhado", no Cine Teatro
Raimundo Magalhães em Vila Meã, antecipado de palestra sobre a vida de Zé do
Telhado, e uma exposição e venda do livro "Zé do Telhado", de José
Manuel Castro.
José
Teixeira ou José Teixeira da Silva,
ficou conhecido na História e na memória do povo Português, como "Zé
do Telhado".
Nasceu
no dia 22 de Junho de 1818, no lugar do Telhado, freguesia de Salvador de Castelões,
em Recezinhos, hoje concelho de Penafiel, e casou com Anna Lentina de
Campos, sua prima, no dia 3 de Fevereiro de 1845, na igreja de São Pedro
de Caíde de Rei, hoje concelho de Lousada, sendo as referidas freguesias, ao
tempo, pertença do concelho de Santa Cruz de Riba-Tâmega, com sede em Vila Meã.
Depois
de julgado na Comarca do Marco de Canaveses, local onde levou acabo o assalto
mais famoso da sua vida, foi deportado para Angola, onde faleceu, em Malange,
desconhecendo-se o dia exacto tendo como único suporte a notícia do
"Jornal Diário de Notícias", de 16 de Setembro de 1875.
As
datas de nascimento e de casamento supra identificadas estão documentadas, por
certidões existentes na nossa sede, aguardando-se certidão autenticada do seu
óbito, já solicitada à Embaixada de Angola, em Portugal.
Este
nosso Portugal é um país em que nem pode ser-se salteador de fama, de
estrondo, de feroz sublimidade! Tudo aqui é pequeno: nem os ladrões chegam à
craveira dos ladrões dos outros países! Todas as vocações morrem de garrote,
quando se manifestam e apontam a extraordinários destinos. A Calábria é um
desprezado retalho do mundo; mas tem dado salteadores de renome. Toda aquela Itália,
tão rica, tão fértil de pintores, escultores, maestros, cantores, bailarinas,
até em produzir quadrilhas de ladrões a bafejou o seu bom génio!...
(
Camilo Castelo Branco, " IN MEMÒRIAS DO CÀRCERE")
Que desgraça ter nascido em Portugal!
E o carro ia aos solavancos.
Os passageiros, todos brancos,
Ressonavam nos seus gabões:
E eu ia alerta, olhando a estrada,
Que em certo sítio, na Trovoada,
Costumavam sair ladrões.
Ladrões! Ó sonho! Ó maravilha!
Fazer parte duma quadrilha,
Rondar. À Lua, entre pinhais!
Ser capitão! Trazer pistolas
Mas não roubando, - dando esmolas
Dependuradas dos punhais...
(António
Nobre "IN SÒ" )
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