ANO III  Nº 27 JUNHO 2000
Director : Armando Moreira Fernandes

 


 

 

ZÉ DO TELHADO

ANTO - Associação dos Amigos de António Nobre

Associação dos Amigos  de  António Nobre, levou a efeito no passado dia 21 deste mês, as comemorações do 192º aniversário do nascimento de Zé do Telhado, com a exibição do filme "Zé do Telhado", no Cine Teatro Raimundo Magalhães em Vila Meã, antecipado de palestra sobre a vida de Zé do Telhado, e uma exposição e venda do livro "Zé do Telhado", de José Manuel Castro.

José Teixeira  ou  José Teixeira da Silva,  ficou conhecido na História e na memória do povo Português, como "Zé do Telhado".

Nasceu no dia 22 de Junho de 1818, no lugar do Telhado, freguesia de Salvador de Castelões, em Recezinhos, hoje concelho de Penafiel, e casou com Anna Lentina de  Campos, sua prima, no dia 3 de Fevereiro de 1845, na igreja de São Pedro de Caíde de Rei, hoje concelho de Lousada, sendo as referidas freguesias, ao tempo, pertença do concelho de Santa Cruz de Riba-Tâmega, com sede em Vila Meã.

Depois de julgado na Comarca do Marco de Canaveses, local onde levou acabo o assalto mais famoso da sua vida, foi deportado para Angola, onde faleceu, em Malange, desconhecendo-se o dia exacto tendo como único suporte a notícia do "Jornal Diário de Notícias", de 16 de Setembro de 1875.

As datas de nascimento e de casamento supra identificadas estão documentadas, por certidões existentes na nossa sede, aguardando-se certidão autenticada do seu óbito, já solicitada à Embaixada de Angola, em Portugal.

Este nosso Portugal é um país em que nem pode ser-se salteador de fama, de estrondo, de feroz sublimidade! Tudo aqui é pequeno: nem os ladrões chegam à craveira dos ladrões dos outros países! Todas as vocações morrem de garrote, quando se manifestam e apontam a extraordinários destinos. A Calábria é um desprezado retalho do mundo; mas tem dado salteadores de renome. Toda aquela Itália, tão rica, tão fértil de pintores, escultores, maestros, cantores, bailarinas, até em produzir quadrilhas de ladrões a bafejou o seu bom génio!...

 

( Camilo Castelo Branco, " IN MEMÒRIAS DO CÀRCERE")

Que desgraça ter nascido em Portugal!

                       

                        E o carro ia aos solavancos.

                        Os passageiros, todos brancos,

                        Ressonavam nos seus gabões:

                        E eu ia alerta, olhando a estrada,

                        Que em certo sítio, na Trovoada,

                        Costumavam sair ladrões.

 

                        Ladrões! Ó sonho! Ó maravilha!

                        Fazer parte duma quadrilha,

                        Rondar. À Lua, entre pinhais!

                        Ser capitão! Trazer pistolas

                        Mas não roubando, - dando esmolas

                        Dependuradas dos punhais...

 

                                                (António Nobre "IN SÒ" )

           


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