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FILHOS
DE UM DEUS MENOR
Maria Adelaide Galhardo
Plagiando
o título de um filme sobejamente conhecido, a ele recorro por me parecer
traduzir o conteúdo deste artigo. Com efeito, tem-se falado sistematicamente
dos novos serviços de leitura pública, sem se mencionar o que neste sentido
tem sido desenvolvido para os potenciais utentes com "deficiências" a
vários níveis, os tais "filhos de um deus menor".
Destaco por
exemplo, para quem ainda não conhece, os serviços da biblioteca sonora,
existentes na Biblioteca Municipal do Porto, e que tão úteis são nomeadamente
para os invisuais. Curiosamente, e contrariando o ditado popular de que
"santos da casa não fazem milagres", existe na Biblioteca Municipal
de Penafiel, um fundo para invisuais com obras em Braille.
Este fundo
encontra-se na sala de leitura geral em livre acesso, e é pena que, talvez por
desconhecimento, não se recorra a ele, dado estarmos perfeitamente receptivos a
aquisições neste sentido. Fica a sugestão...
Igualmente, é
com imenso prazer que acompanhamos as visitas de utentes com as chamadas
"deficiências profundas", e que tanto parecem gostar de ouvir um
conto, ver um filme ou fazer um jogo entre inúmeras actividades possíveis.
Para terminar gostaria apenas de referir que no passado dia 29 de Maio tivemos
uma Hora do Conto diferente, dado que se deslocaram a Penafiel uma professora e
uma monitora de linguagem gestual do Centro António Cândido no Porto, para
contarem a história de "O rapaz, o velho e o burro" a uma assistência
composta em parte por crianças surdas-mudas. Foi uma experiência inesquecível,
e a repetir, para que sejamos todos por igual "filhos dos deuses do
Olimpo".
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