ANO III  Nº 26  MAIO 2000
Director : Armando Moreira Fernandes

 


 

 

CONTO
5 + 1 = 3

Fernando José de Oliveira

 

Hoje vou contar a história de dois ovos e da velha cozinheira Joana.

Os ovos fizeram uma longa viagem desde o aviário até ao grande supermercado situado na capital. Deixaram para trás a  mãe galinha, o pai galo e um sem número de amigos. Antes de entrarem para a  carrinha  pegaram        neles e cravaram-lhes no dorso um carimbo.

Um deles com o número 1 e o outro com o número 5.  Assim foram   avaliados  e cada um lá ia admirando o mundo à sua volta.

Depois foi o descer e subir à prateleira. Aí vimos gente de toda a espécie.

Quando via uma menina  bonita  piscava-lhe o olho  para me  levar  no seu saco. Mas dia atrás de dia, lá ia ficando esquecido na prateleira.

Foi então que arranjei conhecimento com a caixa de planta e combinamos que havíamos de ir juntos.

Certo dia umas mãos grossas de pele enrugada lançaram mão à caixa  de planta e saco.

- Psst!...Psst!...Gritou a planta.

- Já pensou que  não há ovos lá em casa? Olhe aqueles dois!...

- Ainda bem que me lembrás-te, já me ia esquecendo.

A velha Joana cozinheira em casa do senhor engenheiro, acamou no saco além da planta os dois ovos.

De novo juntos, lá iam o ovo Nº1  e o ovo Nº5  a  balançar de braço dado até à nova morada.

Enquanto o ovo Nº1, saltava, pinchava e pregava partidas o ovo Nº5, pela calada enchia os ouvidos à dona da cozinha, com o  fito de lhe poupar a vida.

- Para a próxima omolete, vais ver o que te vai acontecer.

O ovo  Nº1 para lhe dizer  cara  a cara  o que lhe  tinha  guardado à muito, encavalitou-se no ovo Nº4 e gerou-se a discussão.

- Ó bufo de merda Nº5, quando deixas de intoxicar a senhora.

- Tens a mania de brincar, mas ela vai-te dizer como é... Eu sim, hei- de ir mas é para  um bolo para as  pessoas  saborearem e  regarem com  um belo champanhe num dia de festa.

- Olha que não!... Olha que não!...

E neste diz que diz, Joana entrou na cozinha, ligou o fogão,   pôs a  sertã  ao lume ... e zás, deitou a mão ao ovo Nº1.

O ovo Nº5 ria a bom rir.

Foi então que o ovo Nº1, saltou das garras dos dedos e atirou-se em queda livre contra o ovo Nº5.

Da colisão ambos racharam a cabeça.

Perante  isto, a bela Joana  não teve  outra  alternativa, senão fazer uma omolete  para o senhor engenheiro com a média de 3.

E já agora, bom proveito senhor engenheiro.

 


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Penafiel - Maio 2000

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