Metade do país esteve às escuras pela noite pela noite dentro. Do centro ao sul do país, pensaram possivelmente que se iria dar mais um milagre.

 Subida das acções da E.D.P. ou os despedimentos com ameaças carinhosas e subtis. Monta-se estratégias, pela casa dentro, com publicidades da vinda do Papa. Arrastam-se multidões por esses caminhos fora. E os governantes esfregam as mãos porque o povão está entretido.

 Mas o malfeitor do Padre Mário vem denunciar para as televisões, o cozinhado entre a Igreja, Fátima, Fado, Futebol e Estado.

 Não se faz. Que incómodo está a ser. Vamos matá-lo! Calma irmãos, não pode ser. Não vedes o Outro, há 2 mil anos e ainda se fala da morte Dele. E ainda temos a morte do Padre Maximino por esclarecer e vive ainda nas mentes de alguns. Vamos ter calma.

 Chega a cegonha, de lá de longe e traz no bico o desejado. Será menino ou menina, será o segredo há muito esperado. Mete-se um fio no seu percurso, para descanso. Naquele momento a E.D.P. põe na cegonha o 3º segredo de Fátima. E o milagre das rosas dá-se. Assim também a cegonha se transforma em dinheiro, e nós cá ficamos a pagar a vinda do Papa.

 Confesso ver um país anestesi-ado dos problemas que nos apoquentam.

 Confesso ver o Estado e a Igreja a esfregar as mãos de contentamento pelos cifrões que entraram naqueles cofres.

 Confesso ver o Padre Mário a mexer com as estruturas.

 Confesso ver o Estado e a Igreja a enganar este Povo adormecido.

 Confesso que nunca vi tanta lata...