ANO III  Nº 25  ABRIL 2000
Director : Armando Moreira Fernandes

 


 

 

Crónica Desportiva
Hélio Fernandes

 

Esfumou-se mais uma vez a hipótese de vermos o F.C. de Penafiel a ascender novamente ao primeiro escalão do futebol nascional, essa pretensão sempre renovada e sucessivamente adiada, como se confirma agora com outra desilusão, pois não é crível que tal desiderato possa ser atingido, tal a diferença que o separa de um lugar de eleição e a escassas jornadas do fim da prova. Curiosamente foi uma época em que mais se acreditou que desta feita seria conseguido o regresso ao convívio dos grandes, aquela 1ª divisão onde durante uma década os penafidelenses deixaram a sua marca. Pois não vai ser na viragem do século e milénio que tal se verificará e a festa do cinquentenário, o meio século de existência do clube, vai ser comemorada com o clube ainda na divisão secundária.

Muitos farão a mesma interrogação: o que falhou ou porque foi que o clube tendo um dos melhores planteis dos últimos anos não conseguiu a promoção? Naturalmente que não temos a resposta e duvidamos que alguém a tenha. Uns, mais resignados, dirão que são  as chamadas contingências do futebol, outros, menos conformados, e precisando de arranjar bodes expiatórios, que o técnico não teve arte ou engenho para levar a equipa a fazer mais ou melhor, ou que a direcção não fez isto ou aquilo, enfim, procura-se sempre encontrar razões que no caso nem a razão pode conhecer. A exemplo da temporada passada, parece-nos apenas que voltou a faltar À equipa um pouco mais de auto confiança quando joga no seu estádio, de outra maneira não se compreende como é possível falhar tanto nos jogos intramuros ao ponto de não conseguir vencer em 9 dos 15 que disputou até agora frente ao seu público, e com isso esbanjar 20 pontos, quando, pasme-se, metade dos quais já lhe davam para ir em primeiro na tabela!. Pensamos ser este o cerne da questão, tudo o resto são meras conjecturas a carecer de fundamentação. O Penafiel "só" falhou no seu terreno, pois fora teve um bom aproveitamente, mesmo descontando aqueles jogos em que foi por demais evidente tido como vítima de duvidosos trabalhos de arbitragem. E basta aqui apenas recordarmos os mais recentes, como em Leça, de má memória para o responsável mor do clube, ou Paços de Ferreira. Será caso para perguntar, que síndroma é este que afecta o Penafiel?, lembrando que já o ano passado o insucesso se ficou a dever precisamente à mesma causa, não se ganhar os jogos caseiros e hipotecar a subida perante os seus próprios apoiantes. Não será caso para ir à bruxa? Não, claro, só que é tempo de repensar que motivação, ou ausência dela, afecta a equipa ao ponto de ser tão perdulária no Municipal 25 de Abril. Veja-se quantos golos ficou a dever a si própria no jogo com o Chaves, em que de uma possível goleada, mal conseguiu livrar-se da derrota que já parecia irremediável. Este apenas um exemplo entre tantos que nos foi dado presenciar, sem que se encontre uma explicação plausível que o justifique. Vamos agora arranjar culpados? Quem?, os jogadores, os técnicos, os dirigentes, os árbitros? E porque não incluir a própria massa adepta que tão pouco incita os seus atletas, a sua equipa?. Naturalmente que é muito fácil esgrimir argumentos para comprometer alguém, duvidamos é da razão moral para o poder fazer. Não há, pelo menos de uma forma evidente, razões de culpa a assacar a quem quer que seja, apenas prevalece um factor algo inexplicável a que nos vimos a referir.

Mais importante agora será o futuro próximo, saber como o clube vai reagir a mais este insucesso. De forma aligeirada dir-se-á que para o ano há mais, nova tentativa será fieta, pode ser que na próxima tudo corra melhor. Só que nos entretantos, muita água passará por baixo das pontes, e vai ter de saber-se, entre outras coisas, se vai haver ou não continuidade directiva, já que pela negativa o cenário ficará bastante mais nublado, que convulsões perante isso se produzirão na equipa técnica e no plantel, enfim, todo um manancial de questões em que tem de assentar uma nova aposta para a época seguinte. Resta aguardar mais algumas semanas, mas não deixará de ser oportuno começar a planear o futuro antes que o presente se esgote.

 


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Penafiel - Abril 2000

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