ANO III  Nº 24  MARÇO 2000
Director : Armando Moreira Fernandes

 


 

 

CONFISSÕES
A abstenção dos CDS-PP sobre o despejo 
de uma oficina clandestina
Armando Moreira Fernandes
Há artes e artistas, acrobatas e trapezistas. Cada um na sua arte, cada macaco no seu galho. Mas há uma certa classe de macacos, os que gostam de saltar de galho em galho.

Defendem os seus clientes com leis supostamente irreversíveis. Fundamentam a sua prepotência, assente num clientismo elitista subdesenvolvido. Saídos do nada, amealham noutras paragens para aqui se mostrarem embrutecidos e pobres na educação.

Fiquei extremamente grato pela qualidade e objectividade do artigo escrito há uns meses pelo Sr. Eng.º. António Barreto no jornal Público com o título Condomínios Fechados. Diz que em Portugal há alguns condomínios fechados, mas que irão aumentar rapidamente. Dentro desses condomínios vivem uns milhares. Eles são banqueiros, empresários, estrelas de cinema, músicos de rock, profissionais liberais e políticos. Dizem que as pessoas da mafia e do narcotráfico vivem todas assim, em condomínios deles ou misturados com gente bem.

Com um país tão pequeno e um desequilíbrio de igualdades confrangedora, como se consegue obter, já não digo boa, mas umas, condições de vida média? Claro que não é possível, porque as injustiças aumentam e o crime compensa.

A mudança de Presidente será que vai dar frutos e bons? Estou optimista. A ver vamos.

Penso ver um certo esforço em repor alguma verdade nesta justiça podre. Uma das razões que me leva a acreditar foi a espontaneidade com que pôs em reunião de Câmara e aprovado por uma quase unanimidade, a resolução de uma das injustiças que se arrastam há dois anos. A coragem do Sr. Presidente Dr. Rui Silva foi determinada e determinante para que ordenasse o despejo da oficina que ainda se mantém em funcionamento. Como é possível o C.D.S.-P.P., representado pelo seu vereador, um advogado, abster-se? É no mínimo irresponsável, insensível à, e pela qualidade de vida!...

Confesso ver a pouco e pouco desmoronar-se uma barreira que parecia intransponível.

Confesso ver macacos e trapezistas falhados, e com os dias contados.

Confesso que ainda me hei-de um dia rir quando este povo souber que lhes andais a mentir.

Confesso ver partidos a ter que desparasitar os parasitas que corroem a sociedade.

Confesso que nunca vi tanta lata...
 
 
 

 


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Penafiel - Março 2000

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