No Brasil, só agora se atina para a importância da Educação. Não basta garantir às crianças de 7 anos o direito de aprender a ler, escrever e contar. A fase compreendida entre o nascimento e os primeiros anos do ensino básico é decisiva para seu desenvolvimento físico, mental e emocional. Que seja pleno e saudável é obrigação da família e do Estado.

A criança deve ter, segundo as novas diretrizes do Ministério da Educação, acesso a uma creche. A partir dos 4, e até os 6 anos, ela pode ingressar num centro de Educação Infantil, em que aprenderá a se socializar. A avaliação, nesse período, diz respeito apenas ao desenvolvimento infantil, visando a melhoria da própria instituição e docentes. Colocar a proposta em prática é urgente, tendo em vista a presença massificada das mulheres no mercado de trabalho e a necessidade de garantir aos filhos cuidados adequados.

O atendimento às crianças menores nas faixas pobres da população é prestado, muitas vezes, por gente bem intencionada, mas despreparada. No Brasil há milhares de pessoas que formam milhões, sem nunca terem aprendido como fazê-lo: uma deficiência que prejudicará o sucesso das propostas para o ensino básico. A ordem agora é que cada escola articule, à base nacional comum, um currículo diversificado adaptado a sua comunidade. Há de se estabelecer a relação da educação fundamental com os aspectos da vida cidadã: saúde, sexualidade, vida familiar e social, meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, cultura e linguagens.

A solução rápida é apoiar o Curso Normal, que deve preparar o professor a participar da proposta pedagógica da escola, mas com condições de trabalho, salário justo e plano de carreira. Sem isso, qualquer projeto espetacular resultará no que já foram transformadas as esperanças de muitos professores de ver reconhecida a importância de seu papel: em nada.

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* Diretor-Geral da Associação de Ensino Superior do Rio de janeiro

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(Transcrito do Jornal  O Dia, de 23 Jul 99)