Protesto contra o Tradicionalismo
Um futuro professor cobra de seus instrutores
mais atualização em suas ações pedagógicas
 
Faço licenciatura em Geografia pela Universidade da Paraíba (UFP). Fico maravilhado vao observar a quantidade de publicações descrevendo novas técnicas pedagógicas e relatando experiências que podem tornar os alunos mais participativos e mais capazes de intervir no seu próprio ensino-aprendizagem. É bom saber que são muitas as maneiras de transformar o passivo aluno em ativo cidadão.

lnfelizmente, ao mesmo tempo em que recebo essa imensa carga de informações inovadoras mostrando como dar vida ao Ensino e fazer os estudantes tomarem gosto pelo aprendizado, devo submeter-me a um sistema pedagógico indescritivelmente retrógrado de formação de educadores.

Por que nossos mestres não nos instruem empregando os mesmos métodos que deveremos colocar em prática mais tarde? Como seremos capazes de assumir o papel profissional exigido pelo mercado de trabalho, que quer educadores dinâmicos, capazes de formar alunos com capacidade critica; que saibam pesquisar; que tenham autonomia para buscar o conhecimento que desejam; que saibam interagir com seu meio; e que, enfim, sejam verdadeiros cidadãos?

Fico a imaginar onde ficam guardados a nova Lei de Diretrizes e Bases e os Parâmetros Curriculares Nacionais de alguns de nossos professores, que nos obrigam a estudar na base da decoreba, a partir de exposições sumamente enfadonhas e de leituras forjadas; que avaliam nosso aprendizado de acordo com o conteúdo assim exposto, sem nos permitir aumentar ou diminuir urna virgula que seja; que estão prontos a abusar de seu poder, assim que surge uma opinião contrária à deles, sendo que essa atitude ditatorial muitas vezes é tomada enquanto discorrem sobre Paulo Freire, Emília Ferreiro, Jean Piaget e outros autores de pensamento Iiberal.

Diante disso tudo, só me resta concluir que mudar a legislação do Ensino e modernizar os meios de comunicação, sem modificar a postura dos agentes formadores de novos professores, é como ficar tirando água de um barco furado, na tentativa inútil de impedir que ele afunde.
 

Rogério Ferreira
João Pessoa. PB
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