JERUSALÉM – CIDADE ETERNA DE DAVI
Espraiando-se em um relevo
acidentado de colinas de calcário no limite de um deserto árido, distante do
mundo, Jerusalém não deveria ser, por si própria, um prêmio que valesse
tanta luta por milhares e milhares de anos.
Mas a cidade foi e permanece como um objeto perpétuo de guerra entre os
seguidores de três das maiores religiões do mundo - o Judaísmo, o
Cristianismo e o Islamismo.
Juntas, essas religiões têm
mais de 3 bilhões de seguidores, ou seja, mais da metade da população do
mundo. Para cada uma dessas, Jerusalém e arredores são uma parte integrante de
sua história de fé e teologia.
Para os que acreditam, Jerusalém e os lugares santos ocupam um espaço no coração
e na mente, que pode, e freqüentemente é, razão de confrontos.
Essa região é a casa ancestral dos judeus, como relata o texto judeu mais
sagrado, o Torah, ou os Cinco Livros de Moisés.
O Torah ensina que a terra foi doada por Deus para o patriarca dos judeus, Abraão,
e seus descendentes como um direito inato pela sua fidelidade. Em 1000 A.C.,
David, o rei judeu, estabeleceu Jerusalém como a sua capital. O seu filho,
Salomão, construiu um templo na cidade, para os fiéis fazerem adorações e
sacrifícios.
Quatro séculos depois, os judeus foram conquistados, sendo forçados ao exílio
na Babilônia, o seu templo ficou em ruínas. Em 538 A.C, os judeus tiveram
permissão para a retornar, quando construíram um segundo templo.
Mas a Terra Santa
encontrava-se sob leis não judaicas e eventualmente ficou sob o domínio do império
romano. Depois de uma série de rebeliões judaicas, os romanos destruíram o
templo judeu em 70 D.C. e os forçou novamente ao exílio.
Os judeus não controlariam novamente a Palestina até o fundação do Estado
Moderno de Israel em 1948.
Durante quase dois mil anos
de exílio, perseguição e genocídio, a terra de Israel permaneceu, para eles,
como a casa do coração. Para exemplificar a esperança do povo judaico, ao fim
do Seder (a comida tradicional da celebração de Páscoa) a palavra de ordem é
"Ano que vem em Jerusalém".
Foi durante a ocupação romana da Palestina que Jesus nasceu de pais judeus em
Belém e cresceu em Nazaré. Para os cristãos, ele é o Filho de Deus, o
Messias, cuja vinda foi profetizada em escritura judaica.
A pregação de Jesus por vários lugares ao longo da Terra Santa é descrita
nos quatro Evangelhos do Novo Testamento Cristão.
Condenado por apostasia contra a ordem religiosa da época, Jesus foi
crucificado perto de Jerusalém, pagando pelos pecados do mundo. Os cristãos
acreditam que ele ressuscitou três dias após sua morte, e a tradição
considera que a sua tumba era localizada onde hoje se encontra a Igreja do Santo
Sepulcro.
Embora a Terra Santa tenha dado a luz ao cristianismo, permanecendo como centro
da sua história, a fé criou raízes em outros locais, particularmente na
Europa. O cristianismo é uma religião minoritária na
Terra Santa, e, comparada aos judeus e muçulmanos, os cristãos dominaram a área
por uma período relativamente pequeno de tempo.
Depois que o imperador romano Constantino adotou o cristianismo em 313 D.C., a
Terra Santa esteve sujeita a poder cristão durante três séculos.
Mas
no século VII, logo após a morte de Maomé - que criou o islamismo e que os muçulmanos
acreditam ser um profeta de Alá, o Deus islâmico - eles conquistaram Jerusalém.
Com exceção de pequenos períodos nos séculos XI, XII, XIII, quando as
Cruzadas da Europa conquistaram partes da Terra Santa, forças muçulmanas
mantiveram o poder na área, até que o Império Turco-Otomano foi desintegrado
após a Primeira Guerra Mundial e os britânicos assumiram o
controle da região.
Muçulmanos, embora últimos na história, tiveram a hegemonia na Terra Santa
por mais de 14 séculos. Também, eles reivindicam uma herança pelo patriarca
Abraão, contudo por uma linhagem diferente. E embora a vida e os sacerdócio de
Maomé fossem centrados na península arábica, Jerusalém tem um significado
religioso particular para muçulmanos.
A tradição muçulmana tem início em 622 D.C.. Dez anos antes de sua morte,
Maomé fez uma jornada de Meca a Jerusalém, onde ele ascendeu ao céu em um
corcel alado para conversar diretamente com Alá - um evento que é chamado o
Miraj. Maomé voltou então a Terra para distribuir sabedoria divina aos seus
seguidores.
Os muçulmanos ergueram o Qubbat Al-Sakhra, ou o Domo da Rocha, um santuário
construído em 691 D.C., sobre o Templo do Monte em Jerusalém. É o lugar do
qual dizem que Maomé subiu ao céu. É considerado o terceiro local mais
sagrado no islamismo, logo após das cidades árabes de Meca e Medina.
Na base do Templo do Monte está o Muro das Lamentações, o último
remanescente do segundo templo dos judeus que foi saqueado pelos romanos. É o
local mais santo no Judaísmo.
A aproximadamente um quilômetro de distância está a Igreja do Santo Sepulcro
que a tradição Cristã assegura ser o local do enterro e ressurreição de
Cristo.
A Velha Jerusalém, parte da cidade onde esses locais são localizados, é
dividida em áreas muçulmanas, judaicas, cristãs e armênias (os armênios
foram os primeiro a adotar cristianismo coletivamente como uma nação, e eles
reivindicam ser uma das presenças contínuas mais antigas na Cidade Santa.)
E ainda, as divisões não são exatas. Há igrejas católicas na área muçulmana;
sinagogas na área armênia; mesquitas na cristã; e uma igreja armênia na muçulmana.
Jerusalém, então, serve de uma ilustração de como ela e Israel, realmente,
permanecem com um mosaico de fé. E enquanto cada lado pode não necessariamente
concordar a quem Deus, ou Alá, de fato deu este lugar, concordariam que o
Todo-poderoso ordenou para a Terra Santa uma importância que a deixou em foco
durante a era antiga e moderna.
Texto
retirado da CNN Interactive, escrito por
Richard
Shumate.
Dados gerais
Nome oficial: Estado de Israel (fundado em 1948).
Idioma oficial: hebraico;, o inglês é amplamente usado.
Moeda: shekel.
População: 58 milhões
– área rural 10%; área urbana 90%.
Religião: judeus ( 80,5% ), muçulmanos (14,6% ), cristãos ( 3,2% ), outros ( 1,7% ). 36% dos judeus do mundo vivem em Israel.
Sistema Político: República parlamentar com os poderes executivo, legislativo e judiciário. O Parlamento é chamado de Knesset. O chefe de Estado é um presidente eleito por maioria parlamentar. O chefe de governo é um primeiro-ministro, escolhido por voto popular.
Hino Nacional
"Ha'Tikvah"
(A Esperança)
Enquanto
a alma estiver viva no coração judeu, nossos olhos não cansarão de focalizar
o Monte Sião
Nossas
esperanças não sucumbirão, nem o desejo milenar de viver livre em nossa
terra, o Monte Sião e Jerusalém.
Cidades
Capital oficial e maior cidade: Jerusalém, população 600,000
Outras cidades:
Tel-Aviv, centro comercial e financeiro de Israel
Haifa, abriga maior porto e é o principal centro de exportação
Economia
Principais indústrias: Agricultura, mineração, alimentícia, têxtil, produtos de couro, transporte de equipamentos, aviões, química, produtos de metal, máquinas e corte de diamante.
Principais produtos: Rebanho, frutas cristalizadas, uvas, trigo, açúcar de beterraba, azeitona, figo, vegetais, potássio, óleo, fosfato, bromo e gás natural.
Principais exportações: Diamantes lapidados, produtos têxteis, frutas, vegetais, produtos químicos, máquinas, fertilizantes, eletrônicos, hardware militar e metais.