Um Sumário da Pesquisa
por Júlio C. Klafke
 

Os Primeiros Encontros de Parentes

Em 1974, Emiliano José "Klafke" Limberger promoveu o primeiro encontro da família LIMBERGER, por ocasião do 40o. aniversário de falecimento de seu pai, Vicente Carlos Limberger. Desde então, a família LIMBERGER tem promovido reuniões anuais regulares.

No início da década de 90, o Emiliano foi procurado por seu primo Demeval José "Limberger" Klafke, que lhe pediu ajuda na organização do primeiro encontro da família KLAFKE. Contando com a enorme experiência do Emiliano e ainda com a ajuda de outros parentes, entre eles Othomar Klafke, empresário de Arroz no Rincão Del Rey, o primeiro encontro da família KLAFKE ocorreu em 22 de agosto de 1993 no Rincão Del Rey.

Neste evento, que contou com a presença de mais de 300 parentes e convidados, foi organizado um pequeno museu onde as pessoas puderam conhecer um pouco da história de nossos antepassados e contribuir com informações, fotos e documentos para o enriquecimento da memória familiar.
 

O Início da Pesquisa

A partir desta primeira reunião, também se iniciaram os esforços para a compilação da Genealogia da Família Klafke no Brasil. Os primeiros levantamentos, feitos por Demeval e Emiliano, basearam-se em fontes legais e eclesiásticas - livros do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul e registros da Cúria Metropolitana de Porto Alegre - e nos trabalhos de genealogia do padre Giehel e do Pastor Müller. A partir dessas fontes primárias e de informações colhidas durante o encontro, foi possível organizar uma primeira versão de nossa genealogia, remontando a origem dos KLAFKE às regiões centrais da Prússia Oriental (Ermland).

A semente havia sido lançada. A idéia era promover encontros familiares nas cidades onde há concentrações de famílias de KLAFKE oriundas dos primeiros movimentos migratórios, iniciados já no final do século passado, a partir do Rincão del Rey e de Santa Cruz do Sul.

Com este espírito, a segunda reunião familiar ocorreu em 1997, em São Luiz, no município de Estrela, e contou com a prestimosa ajuda do nosso primo Ernani Luiz Klafke. O numeroso ramo a que pertence o Ernani, descende de August Klafky, que teria chegado na região de Estrela no final do século passado, proveniente de Santa Cruz ou Rincão, através de Venâncio Aires. Este ramo era relativamente isolado e ainda não se sabe ao certo qual a origem do August. Muitos integrantes desse ramo usam a variante KLAFKI no sobrenome.
 

Esforço Coletivo

No encontro de Estrela ficou evidente a necessidade de uma pesquisa mais ostensiva sobre a genealogia da família bem como a compilação de um banco de dados com endereços de familiares, hoje espalhados por todo o país. As conversas durante os encontros, embora muito esclarecedoras e animadas, não iam muito além do "eu sou filho de fulano e neto de beltrano, e tu?" ou "meu pai conta que o pai dele veio não sei de onde...". Quem assumiu essa árdua tarefa foi o primo Rodolfo Guilherme Klafke, de Curitiba, responsável, também, por organizar o primeiro arquivo eletrônico da Genealogia dos KLAFKE.
 

Metendo o "bedelho"

Paralelamente a todo esse trabalho, distante de todos, em São Paulo, e alheio aos fatos, desde 1995 eu buscava na WWW ocorrêcias do sobrenome KLAFKE. Uma pesquisa insignificante, que prometia não ir além dos nomes dos meus avós, tios e primos de ambos os lados, paterno e materno. O Projeto Imigrantes, alguns KLAFKE nos Estados Unidos, por sinal todos muito simpáticos e atenciosos, muitas referências ao Rogério Klafke a apartir de 1996, jogador da seleção brasileira de basquete nas olimpíadas de Atlanta, e um "tal de" Georg Weiss, que procurava pelos KLAFKI que teriam emigrado de uma vila de nome Plauten, na Prússia Oriental, para a Alemanha. Além disso, já de muitos anos, desde que vim do Rio de Janeiro para estudar em São Paulo, em 1985, sabia da existência de alguns KLAFKE residindo nessa cidade. Telefonar? nem pensar! o que dizer? a rigor éramos apenas estranhos com o mesmo sobrenome.

Súbito, eis que brilha na Internet, destacando-se na arapuca do AltaVista, a página do Rodolfo Klafke. Era novembro de 1997 e eu acabara de vir do Rio de Janeiro, onde meu pai hospedava uma irmã que veio do Sul a passeio. A tia Círia contava as novidades da "querência distante", das festas dos KLAFKE, de uma mudança no sobrenome, de antepassados com 150 anos! informações desfocadas que lembravam as histórias contadas pelo tio Aládio, quando eu costumava passar os aniversários em Santa Cruz do Sul, brincando com uma enorme quantidade de primos e primas.

Bom, não há a menor necessidade de descrever a satisfação que tive em receber o e-mail respondido pelo Rodolfo, que acabava de plantar minhas raízes no passado...
 

Amadurecendo a Pesquisa

Logo que o Rodolfo me passou o seu banco de dados genealógico, contendo mais de mil nomes, devorei-o à indigestão. Mil dúvidas surgiram. Nenhuma resposta fácil!

A avaliação de softwares para genealogia levou-me a adotar o Family Tree Maker e o GED2HTML como instrumentos para o trabalho.

Inscrevi-me na Lista de Discussão de Genealogia da MPS e fui aprendendo o ofício com meus novos Amigos:  o Ari Thomas, do Centro de História da Família da Estaca Canoas (LDS); o Fernando Korndörfer, que conheci quando este ainda morava no Rio; a Ana Denise, que sempre se lembra de mim ao esbarrar com Klafkes nos Jornais de Porto Alegre e o Vernei Oberbeck, de Santa Cruz do Sul, que me conseguiu uma cópia do livro do Hardy (por acaso foi minha primeira questão posta à lista), entre os mais de 200 membros daquela lista. Um trabalho sério e muito empolgante... registros de igrejas, cemitérios, microfilmes dos Mórmons, visitas e entrevista com parentes, quase-parentes e não-parentes...  visitas aos Arquivos Públicos e Históricos e um banho de Geografía, História e Antropologia. Um mundo diverso do meu habitual, sempre entregue às matemáticas. Um outro hemisfério do cérebro a despertar.

Em uma visita ao Instituto Hans Staden, aqui em São Paulo, conheci o trabalho do Mário Goettems sobre a Família Kipper e mais, tarde, ao visitá-lo, seu trabalho sobre a Família GOETTEMS, família de minha avó paterna.

Aproveitando que meu pai gozava suas férias em Santa Cruz do Sul, realizei meu primeiro "trabalho de campo". Em março de 1998, viajei para o Rio Grande do Sul, após quase uma década ausente, a fim de dar a minha contribuição à pesquisa iniciada pelos primos Demeval, Emiliano e Rodolfo, além de explorar a minha própria genealogia, com o levantamento da família da minha mãe, os BIEGLER e KNACK. Artimanhas do destino! a pessoa que mais poderia falar sobre esses últimos, minha vó Rosalinda Knack Biegler, falecera em novembro de 1997.

Pela primeira vez me vi, em meio ao desculpe-me-pelo-extenuante-trabalho-que-estou-lhe-dando, anotando os nomes, endereços, datas e locais de nascimento, casamento, falecimento e outros mentos. Visitando cemitérios, fotografando e anotando lápides, me tornando íntimo de indivíduos que, até então, nunca havia notado. O TURISMO GENEALÓGICO alcançou seu auge com o passeio propiciado pelo Emiliano, que além de KLAFKE também é GOETTEMS, ao "Marco Zero": às primeiras colônias em Santa Cruz do Sul, para onde vieram os KLAFKE, em 1852. De lá seguimos para o Rincão del Rey, onde fiz meu pai e meu tio soltarem o verbo e me contarem TUDO que lembravam sobre nossa própria saga.

De volta para São Paulo, ainda contactei a família do Homero Klafke - aqueles "estranhos" da lista telefônica de São Paulo eram de fato primos meus - e o André Luiz Klafke, de Campinas, uma personalidade bastante extrovertida, quiçá o mais gaúcho de toda a família, descendente direto do Anton KLAFFKE, de Plauten, que veio para o Brasil em 1857 seguindo os passos dos tios e do irmão, deixando para trás sua irmã recém casada, Veronika KLAFKI, trisavó do "tal" de Georg Weiss.
 

Um Legado para os Nossos Filhos

A pesquisa genealógica é tão somente um instrumento que nos possibilita conhecer nosso passado ancestral. Mas através dela é que vemos surgir as perguntas que irão RESGATAR NOSSA HISTÓRIA FAMILIAR e será ela a ESTRUTURA QUE PERPETUARÁ essa história através das futuras gerações.

A vida é uma sucessão de erros e acertos e é nos seus percalços que aprendemos e crescemos. O que é a FAMÍLIA, senão a EVIDÊNCIA de LAÇOS FRATERNOS ENTRE INDIVÍDUOS ?

É  justamente essa extensão do conceito de família que o estudo da GENEALOGIA nos ensina. A medida que nos aprofundamos em seu estudo, mais dependemos dos outros para avançarmos.

Afinal, não PERTENCEMOS TODOS A UMA MESMA FAMÍLIA forjada no acaso ? não somos a RAZÃO pela qual nossos avós LUTARAM, AMARAM e VENCERAM ?





Agradecimentos: Este trabalho, que ainda está muito longe de terminar, não seria possível sem a iniciativa, o esforço e a colaboração dos "primos":  Rodolfo Guilherme Klafke, Mário Hilário Goettems, Emiliano José (Klafke) Limberger, Georg Weiss, Demeval José Klafke, Frederico Goeltzer, Círia Joana Klafke, Eufrásia Úrsula Klafke, Homero Klafke, André Luiz Klafke, Márcia Rabuske, Werner Rudolf Biegler, Herbert Wilhelm Biegler, Clair Rosa Knack, Elfride Margarida Töller, Cláudio Knack, Ângela Knack, Mauro Luiz Klafke, Flávio Ignácio Klafke, Aládio Isayas Klafke, Edmar Luciano Klafke, Marga Elsa Biegler, Flávia Irene Albrecht, Teresinha Eduardes Klafke, Waldemar Klafke, Jurema, Jacob Klafke Fo., Ir. Kelvin Mattos Braum (LDS), Vernei L.Oberbeck, Adriano A. Dienstmann, Fernando J. Korndörfer, Ari Salomão Thomas (LDS), Wilfried Klawki, Raelynn Starr Klafke, John Henry Klafke, Barbara Lee Smith (Klaffke) e muitos, muitos outros ...



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