Resposta :

O precursor da utilização da energia elétrica como a conhecemos hoje foi Thomas Edison, na década de 80 do século XIX. Não tinha estudos oficiais, mas os seus trabalhos garantiram-lhe um lugar na História da Tecnologia. Edison não conhecia o interesse da corrente alternada e a sua rede de produção e distribuição de energia, patenteada em 1880, era em corrente contínua em 110 V, tendo registadas muitas patentes de equipamentos de corrente contínua.

Nos nove anos seguintes, o engenheiro Nikola Tesla desenvolveu um sistema completo de corrente alternada, com todos os equipamentos necessários, geradores, motores, transformadores e outros aparelhos. É o sistema hoje em uso. O sistema de Tesla era trifásico com tensões de 240 V. Com esta tensão é necessário menos condutor para transmitir a mesma potência. Por razões de segurança, Tesla mais tarde baixou a tensão para 110 V.

Na Europa, o valor de 110 V foi utilizado até aos anos 50. Após a Guerra, a Europa mudou a tensão para 220 V, por razões de eficiência económica. Como se sabe, a potência é o produto da tensão pela intensidade. Pode transmitir-se uma mesma potência com menos corrente desde que se aumente a tensão. É a corrente que origina perdas por efeito de Joule nos condutores em transmissão a distância. Além disso, com correntes menores, é menor a queda de tensão durante a transmissão para a mesma seção de condutor. Esta mudança de tensões na Europa foi facilitada pela miséria causada pela Guerra, não havendo muitos aparelhos elétricos a substituir.

Já o inverso se passou nos EUA. Aqui, muitas famílias possuíam muitos aparelhos elétricos. Por se tornar muita cara a substituição de tantos aparelhos, foi decidido não fazer a alteração dos 110 V para 220 V. No entanto, foi arranjada uma solução para introduzir a tensão de 220 V nas casas dos utilizadores. Esta tensão é dividida em duas tensões de 110 V. Desta forma é possível alimentar os aparelhos de 110 V e também aparelhos de maior potência com 220 V. Os edifícios novos construídos nos EUA são alimentados não a 220 V, mas a 230 V, com esta tensão dividida em duas de 115 V entre fase e neutro.

Também os países europeus alteraram o valor da tensão, seguindo a harmonização da CENELEC e passaram a utilizar a tensão de 230 V. É o caso de Portugal.

No Brasil existem os dois sistemas, de 110 V e de 220 V. Além destas existem ainda tensões de 127 V e 240 V. Há uma orientação no sentido de padronizar o sistema de 220 V / 127 V. A tensão de 220 V é entre fases e a de 127 V entre fase e neutro.

Cerca de 20 % de países no mundo usam 110 V.

Além dos já mencionados países e do Japão, indicam-se a seguir os países de expressão portuguesa e as tensões em uso.

Angola	220 V
Brasil	220 V – 127 V – 110 V – 240 V
Cabo Verde	230 V
EUA	120 V (ver texto)
Europa	230 V
Guiné Bissau	220 V
Japão	100 V
Macau	220 V
Moçambique	220 V
Portugal	230 V
Timor Leste	220 V