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Em 1936, um arqueólogo austríaco encontrou um objeto perto de Bagdad, no Iraque, onde era a antiga
Mesopotâmia. O objeto era um vaso
de barro e foi datado como sendo do século I . No
seu interior encontrava-se um tubo de cobre e um fio de ferro suspenso perto
do tubo de cobre. Vaso
em corte Não se encontrou outra explicação para o vaso que não fosse de se tratar duma pilha elétrica. O vaso foi encontrado na casa do que parecia ser um mágico e a utilização do vaso como pilha poderia eventualmente ser a de servir para tirar dores, pois os mágicos funcionavam na época como médicos. É uma hipótese e possivelmente não será fácil vir a saber a verdade. O que é um fato é que dois metais num meio ácido produzem uma diferença de potencial e é este fato que está na origem da pilha elétrica, como adiante se refere. No final do século XVIII, o fisiologista
italiano Luigi Galvani
fez diversas experiências em rãs dissecadas e entre elas verificou que as
coxas das rãs se contraíam quando em contato com um arco constituído por dois metais
diferentes. Na época, os conhecimentos sobre eletricidade
restringiam-se à eletrostática. Galvani
pensou que a causa do fenómeno residia numa forma de "eletricidade animal", caraterística
dos seres vivos. Uma das pessoas que se opuseram a esta
interpretação foi o Professor de Física da Universidade de Pavia,
Alessandro Volta, para quem só havia uma forma de eletricidade e para quem a origem da eletricidade
estava nos metais (que entram na constituição dos seres vivos) e não nos
animais. Uma experiência que Volta fez foi apertar a
língua entre uma moeda de prata e um pedaço de folha de estanho, de maneira
que os metais se tocassem numa das extremidades. Sentiu um gosto azedo.
Repetiu a experiência com os olhos e teve a sensação de ver faíscas. Alguns anos mais tarde, em 1796, conseguiu
obter eletricidade a partir de dois discos, um de
cobre e outro de zinco, postos em contato e
separados rapidamente. Para obter uma tensão maior colocou vários discos em
pilha, mas só conseguiu produzir eletricidade
quando colocou discos de cartão humedecido a separar os pares de discos zinco-cobre. Tinha nascido a pilha de Volta.
Volta construiu torres com 20, 30 e 60 grupos
(2 moedas e 1 disco) para obter tensões cada vez mais altas. Com o peso que a
pilha exercia sobre os grupos que ficavam por baixo, o líquido que embebia os
discos escorria para fora destes, o que levou Volta a idealizar outro tipo de
montagem em que os discos eram substituídos por copos com uma solução salina
e as moedas eram substituídas por arcos metálicos de prata e zinco. Os aros de cada metal eram colocados alternadamente em série, um
de prata – solução – um de zinco – solução, etc. Assim nasceu a bateria de Volta ou “coroa
de copos”. Na imagem seguinte mostra-se uma destas
baterias com 54 copos. Distinguem-se à frente ao meio os dois terminais da
bateria. |
Em 1801, fez demonstrações em Paris perante
Napoleão. Numa, mostrou a tensão produzida pelo contato
de uma placa de cobre e uma de zinco. Noutra, apresentou uma pilha com 88 discos
de zinco e prata. Por fim, demonstrou a decomposição da água por ação da pilha. |