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BAMBU
Taketori-Monogatari,
a obra de ficção mais antiga do Japão, conta a história de Kaguyahime, uma
princesa que nasceu do bambu. Com o passar do tempo, ela torna-se uma mulher
muito bonita. O fascínio exercido por ela era tão grande que o imperador e os
nobres lhe pediam em casamento. Mas ela nunca aceita. Um dia decide ir embora
para a lua. Dizem que essa história teve grande influência da ideologia
budista.
Como observado nessa história, desde a antigüidade, o bambu está relacionado
estreitamente com o cotidiano dos japoneses. Graças à facilidade de cultivo e
manuseio, o bambu era utilizado para a produção de remédios, alimentos,
material de construção, utensílios domésticos, instrumentos agrícola e
musical e artesanato. Mas com a substituição do bambu por materiais
industrializados, o consumo diminuiu 75% em relação à década de 70.
A espécie de bambu encontrada no Brasil é originária de uma região
localizada nos arredores da Índia. Por outro lado, Madake, Hachiku e
Mousouchiku, as principais espécies de bambu encontradas no arquipélago japonês,
são características de regiões de zonas temperadas. Dizem que apenas o
Mousouchiku foi importado da China. Os outros são bambus originários do próprio
Japão. Na era Azuchi-Momoyama (1573-1598), o general Hideyoshi Toyotomi
incentivou a plantação de bambu nas margens dos rios a fim de proteger a
cidade da inundação.
Duas características inerentes ao bambu são a sua flexibilidade e rigidez.
Esses dois pontos são freqüentemente comparados ao pensamento sólido e flexível
do povo japonês que, por exemplo, recuperou-se rapidamente da devastação
provocada pela guerra.
A
rapidez do crescimento do bambu é assustadora. Dizem que ele cresce 1,80m por
semana. A palavra Take, que siginifica bambu, é composta pelos ideogramas Ta e
Ke, representando Alto e Árvore, respectivamente, nos tempos passados. Grande
parte da quantidade de bambus está presente em regiões sob influência de monções.
Existem cerca de 600 espécies.
Hoje, o bambu voltou a ser revalorizado como um material de alta tecnologia. Por
exemplo, o carvão feito de bambu, assim como o carvão vegetal, possui grande
quantidade de poros com a estrutura adequada para os microorganismos habitarem.
Estes microorganismos funcionam como decompositores de matérias orgânicas e
das impurezas causadoras do mau cheiro do ar. Também o carvão feito de bambu
possui grande quantidade de mineral como sílica e potássio que têm o poder
para curar algumas doenças. Ainda o mesmo é utilizado para purificar a água,
serve como base para a produção de remédios que fortificam a saúde dos gados
e também como adubo na produção agrícola.
No Japão o bambu é utilizado também na ocasião comemorativa do ano novo,
assim como o pinheiro e ameixa.
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