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KATANA
Kataná
(a espada japonesa) é o mais nobre dos instrumentos guerreiros e antigamente só
podia ser manejada pelo samurai, sendo proibido seu uso pelos mercadores e
camponeses. Ela ficava presa à cintura, do lado esquerdo do corpo, com o corte
virado para cima. Geralmente usava-se um par de espadas, o daishô (pequena e
grande) - uma com 60 a 90 cm de comprimento (kataná) e a outra de 30 a 60 cm (wakizaki).
"Um
fio tão delicado como uma navalha, tão forte como a quilha de um arado",
é a definição do kataná feita por Laerte Ottaiano, especialista brasileiro
em espada japonesa. Não só a lâmina, o acabamento também tinha que atingir a
perfeição, através da habilidade dos ferreiros e dos laqueadores. A
empunhadura e a bainha (saya) eram cobertas e decoradas com desenhos
sofisticados. Entre a lâmina e o cabo ficava a guarda (tsuba) para aparar os
golpes e proteger as mãos. A partir do século XVI passaram a ser feitas por
artesãos especializados e também se transformaram em objetos de arte. As
tsubas geralmente tinham uma abertura central que unia a lâmina com a
empunhadura. Outras tinham mais duas aberturas para o kazuka (empunhadura do
kogatana, pequena faca) e o kogai que se acredita, originalmente teria sido
usado para arrumar o cabelo sob o elmo. A
fabricação dessa arma sempre foi um segredo de cada artista. Geralmente, além
do processo de purificação do minério de ferro, o material era temperado com
dois ou três metais para produzir uma lâmina super-resistente. A
espada japonesa tem a forma elegantemente curva desde o período Heian
(794-1191) e, por séculos, foi a principal arma de luta. Com a introdução das
armas de fogo no século XVI, pouco a pouco ela foi se restringindo aos eventos
cerimoniais. Com
o desaparecimento da classe samurai, a partir da restauração do poder imperial
(1868), as espadas se transformaram em objeto de arte sendo disputadas por
colecionadores, mas o código moral dos samurais (Bushidô) continua vivo na
maneira de agir e pensar dos nipônicos. O Bushidô baseava-se,
fundamentalmente, no cultivo das virtudes marciais, na demonstração de
absoluta indiferença à morte e à dor e na dedicação e lealdade ao seu
senhor. "A vida e a morte estavam separadas pelo fio da kataná, assim como
viver e morrer são inseparáveis e inevitáveis", escreve Laerte Ottaiano.
Os
principais preceitos éticos desse código eram: retidão ou justiça, guiri
(tem sentido de dever, obrigação. Fala-se, por exemplo, guiri que se deve aos
pais, aos superiores, aos inferiores, aos parentes e amigos), coragem, benevolência,
polidez, veracidade, sinceridade, honra, dever e lealdade. Fonte: Planeta Zen |
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