Belina Série Especial
No final da década de 80, a Ford, em uma promoção, lançou uma Belina série especial, para queimar estoque, limitada a apenas 1.800 carros, versão intermediária entre on modelos L e GLX.Eis o que ela tem de especial: bagageiro de série no teto com acabamento em preto, para choques pretos com borracha protetora, rodas e calotas do modelo GLX e relógio digital formando conjunto com luzes de leitura acima do retrovisor interno. Alguns opcionais, como direção hidráulica, desembaçador traseiro e tampa do porta-malas, são quase obrigatórios. Também são úteis, neste modelo de duas portas grandes e pesadas, alguns protetores de corpo como caneleiras (sobretudo) e cotoveleiras. Abrir a porta numa subida requer esforço razoável e especial atenção: obediente à lei da gravidade, ela pode voltar com força pegando de surpresa um braço ou uma perna esquecidos. Em descidas, o risco fica por conta do carro estacionado ao lado ou do desavisado pedestre da calçada.

É verdade que este não é problema só da Belina, mas de todos os carros grandes de duas portas que o brasileiro teima em usar. E no caso da Belina, haja teimosia: carro derivado do Corcel, nunca recebeu uma versão quatro portas nem mesmo na versão Ghia, supondo-se, que quem é proprietário deste carro, gosta dela assim mesmo. Os mais altos, nem tanto, talvez: o volante pode esbarrar nos joelhos, obrigando-os a dirigir de pernas abertas. Os menores farão bons exercícios de alongamento ao destravar a porta do lado direito -- prova de que há bom espaço na frente -- ou puxar o próprio cinto de segurança. E os caronas ficarão algum tempo procurando as maçanetas internas para poder sair, se você não acender logo a luz de cortesia.
Claro que a Belina teve motivos para estar no mercado por tanto tempo: é um carro muito macio e confortável para se viajar -- macio a ponto de inclinar bastante para os lados ao fazermos curvas rápidas demais para ela.

A direção hidráulica progressiva é outra maciez: manobras fáceis e segurança ao volante na medida em que a velocidade aumenta. Mais segurança costuma vir dos freios a disco ventilados: sempre muito precisos e eficientes -- embora este modelo tenha sido incluído, na época, entre os que foram chamados pela montadora para a troca de uma peça nos freios.
Maciez, segurança, conforto e -- apesar do peso e do tamanho -- economia: na estrada a Belina faz 10,5 Km/litro de àlcool. Na cidade o índice é mais expressivo: 7,2 Km/l no trânsito pesado. Desta econômica perua familiar não se pode exigir muito desempenho. O velho motor CHT é pouco ágil, mas robusto: é o mesmo do Escort, que pesa 120 quilos a menos. Com a virtude do alto torque em baixa rotação, ele carrega bem a Belina para quem não exige um carro de competição: o carro vai de 0 a 100 Km/h em 14,86 segundos e chega à máxima de 149,5 Km/h.

Sem extravagâncias de pilotagem que exijam trocas de marcha muito rápidas, o câmbio será macio, de engates fáceis, discreto e funcional como todo o carro. E assim é a Belina: prática e contida, como sugere seu ar de elegância clássica, reforçado pelo bom acabamento. Os bancos -- é preciso repetir? -- são macios e bem revestidos também. O painel é claro e suficiente e as luzes de leitutra com o relógio acrescentam charme a este modelo Série Especial. Com ele a Ford tentou engrossar as vendas de sua única perua na época. Discretamente.

Ficha Técnica

Motor dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha. Comando de válvulas lateral, alimentação por carburador de corpo duplo: a álcool. CIlindrada: 1.555 centímetros cúbicos. Potência máxima de 74,7 cv a 4.800 rpm. Torque máximo de 12,5 mKgf a 2.400 rpm.
Câmbio mecânico, cinco marchas, tração dianteira.
Carroceria: Estrutura monobloco em aço estampado, 3 portas, 5 lugares. Freios a disco ventilado na dianteira e tambor na traseira, com servo. Direção mecânica, de pinhão e cremalheira, volante de 38 cm.
Rodas aro 13 x tala 5 pol.. Pneus 185/75 SR 13. Tanque de 63 litros. Espaço de bagagem com 569 litros. Carga total 408 Kg. Peso de 1.050 Kg.

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