JACARAÍPE É A ANTIGA ALDEIA CARAÍPE
Caraípe: Caminho do homem branco na terra das rosas
Texto de Clério José Borges, autor do Livro "História da Serra".
Reduto de turistas, Jacaraípe, segundo os turistas é o mais bonito balneário da Serra, em razão de estar urbanizada e iluminada.
A praia é uma das mais bonitas do Estado, com o seu calçadão e quiosques padronizados.
Pela sua grande extensão, o balneário reúne inúmeras pequenas praias que servem para a identificação do local exato onde os eventos acontecem.
Assim no balneário de Jacaraípe estão as praias da Baleia; da Castanheira, próximo ao tradicional hotel Castanheira; Solemar que é conhecida como a praia dos Surfistas e Capuba.
ÍNDIOS TUPINIQUINS
Os primeiros habitantes da região foram os índios tupiniquins. Posteriormente com a chegada dos índios Temiminós que vieram do Rio de Janeiro com Maracajaguaçu, os tupiniquins foram para o norte, além do rio Doce e os Temiminós passaram a ocupar toda a região litorânea da Serra. Há historiadores que citam a presença dos índios Goitacases na região, contudo pesquisas recentes mostram que os Goitacazes estavam mais ao sul da Capitania e na hoje região de Campos dos Goitacazes.
Jacaraípe
segundo o “Dicionário Geográfico
e Histórico do Estado do Espírito Santo”, de Eugênio Assis, editado em
Vitória em 1947, teria sido povoada inicialmente por Índios Goitacases.
Positivamente a informação de Eugênio
Assis é equivocada pois a região de Jacaraípe, Carapina, Serra e Nova Almeida
era povoada de Índios Tupiniquins e depois pelos Temiminós que vieram do Rio
de Janeiro.
Não há registros históricos da presença dos Goitacases povoando a Região. Os Goitacases estavam mais ao Sul do Espírito Santo e na região da hoje cidade de Campos dos Goitacases, Rio de Janeiro.
Anualmente são disputados em Jacaraípe competições de Surf e Body board, principalmente nas praias do Barrote ou em Solemar onde “rolam” as maiores ondas.
SIGNIFICADO
Em Jacaraípe localiza-se também o Barródromo onde anualmente são realizados torneios de Marcas e Pilotos, com corridas de carro, promovidos pela Federação de Automobilismo do Espírito Santo.
Nos anos de 1996 a 2001, os pilotos Celso
Moraes e Betinho Sartório, constantemente disputavam o título de Campeão do
Campeonato Estadual de Marcas e Pilotos.
Jacaraípe tem origem na antiga aldeia de pescadores denominada Aldeia de Caraípe.
Assim a origem da palavra Jacaraípe nada tem a ver com Jacaré e rio dos Jacarés e, sim, com Caraípe que se origina da língua Tupi, usada pelos índios primeiros habitantes da região e que significa “Caminho do Homem Branco”.
Os termos Cari e Carai em Tupi geralmente referem-se homem branco.
Carioca é casa do homem branco.
Cariacica na língua Tupi significa chegada do homem branco.
Segundo os dicionários a palavra Caraípe é uma variante de Caraipé, significando o nome de várias plantas da família das Rosáceas (Rosas). Caraípe portanto é o lugar das rosas. Jacaraípe é a Terra das Rosas.
O Jornal “A Gazeta”, de 19 de dezembro de 1995, informa no Caderno de Turismo que Jacaraípe significa “Caminho ou rio de jacarés.” O Jornal não cita a fonte em que se baseia para tal afirmativa, deve basear-se numa interpretação livre da palavra Jacara ou da palavra Jacareipe (Jacaré - ipe).
A palavra Jacaraípe é encontrada escrita em algumas publicações: “Jacareipe”.
A
Telecomunicações do Espírito Santo S.A., TELEST colocava até Dezembro de
1996, “Jacareipe” em suas contas de cobranças de telefonemas.
O certo é Jacaraípe, conforme uso popular.
Jacaraípe
era conhecida como Caraípe. Assim não
havia a sílaba “Ja” que surgiu
posteriormente com o tempo. Portanto qualquer alusão a “Ja”
ou “Jacaré” é pura
invenção, lenda, pois nada há de
concreto com a realidade do local que antigamente era conhecida como Caraípe.
O viajante Auguste de Saint - Hilaire (1779 -1853), que foi um dos mais notáveis Naturalistas, quando esteve no litoral Espirito-Santense, no dia 15 de outubro de 1818 esteve na Aldeia Caraípe e registra o fato em seu diário de viagem.
Os antigos moradores da Serra utilizavam o “Caminho de Caraípe” para irem da sede do Município ao litoral.
Documentos
antigos usam a palavra Caraípe.
EM NOME DO SOL
O Jornal “A Gazeta”, de 24 de janeiro de 1992, na página Guia Turismo, publica a seguinte reportagem com o título: “Jacaraípe: Em Nome do Sol.”
Não há indicação do autor do texto, que é o seguinte:
“Mais que lotada nesta temporada, Jacaraípe continua fazendo o Verão de muitos mineiros e capixabas que não dispensam o sol e o mar”.
Urbanizada, a orla toda pavimentada e iluminada, conta com diversos quiosques. A prática de esportes é uma constante nas areias. Conhecida e disputada pelos adeptos do Surf e do Body-board, por suas imensas ondas, Jacaraípe é um convite para quem gosta de agitação e de conviver com muita gente.”
A reportagem destaca ainda que Jacaraípe dista 30 quilômetros de Vitória e possui vários bares, alguns com música ao vivo, e várias opções de restaurantes, alguns com Cardápio Internacional, bem como hotéis e pousadas.
Em “A Gazeta”, de 19 de dezembro de 1995, consta na página 11 do “Caderno de Turismo”, que “Jacaraípe já foi uma vila de pescadores à beira do rio Joara.”
Pelo texto observa-se que o rio Jacaraípe é denominado no Jornal, de rio Joara, mas oficialmente segundo Mapa do IBGE, Juara, com “u” e não com “o” é o nome da Lagoa, também chamada de Jacaraípe.
A informação de “A Gazeta” baseia-se no fato do rio Joara ou Juá, Lagoa de Jacaraípe, Largo do Juara e rio Jacaraípe, serem interligados entre si. O rio Juara cuja foz situa-se em Jacaraípe no Mapa do IBGE consta como sendo o mesmo rio Jacaraípe.
As festas de Jacaraípe são tradicionais no calendário turístico, principalmente a Festa de Iemanjá, na passagem do ano e o Carnaval.
Jacaraípe está distante 27 km de Vitória.
HOTEL CASTANHEIRAS
O Jornal “Tempo Novo” de 15 de fevereiro de 1995, publica na página 2 uma reportagem com o título: “Dona Zezé, 40 anos à frente da hotelaria de Jacaraípe”. Em princípios de 1996, ajudava na gerência do Hotel Castanheiras, o primeiro de Jacaraípe, o Sr. Délio Rosalém. Eis alguns trechos da reportagem: “Morando em Jacaraípe há quase 50 anos, dona Maria José Cláudio Teixeira Corrêa, de 72 anos, mudou-se para o balneário com seu marido, José Corrêa Neto, falecido há 5 anos, quando havia poucas casas e a maioria da população vivia do comércio de peixe. ( ... ) Após muita luta, dona Zezé e seu marido construíram o Hotel Castanheiras, primeiro sobrado do balneário, obra de 40 anos. Mãe do vereador, João Luiz Teixeira Corrêa, dona Zezé é uma pessoa ativa e muito respeitada em Jacaraípe. Seu nome é sinônimo de trabalho.”
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