PREPARAÇÕES FITOTERÁPICAS
Popularmente, as plantas medicinais de
pequeno porte são conhecidas por ervas e geralmente são utilizadas inteiras;
para plantas maiores (arbustos, árvores, etc.) é comum a distinção de uma parte
específica a ser utilizada (raízes, folhas, frutos, sementes, flores, etc.).
Esta parte é geralmente secada à sombra, podendo ser picada grosseiramente
(planta rasurada) e utilizada em preparações diversas.
Na medicina popular, as preparações
usuais de plantas medicinais são as seguintes:
FORMAS DE
PREPARO E USO
TISANAS — (em geral)
— É o que se chama vulgarmente chá, líquido resultante da mistura da água com a
planta que se pretende usar, quer essa mistura seja feita a quente ou a frio,
por de infusão, cozimento ou maceração.
MANEIRAS DE
USAR AS REFERENCIADAS TISANAS
Entre 12 e 18 anos: 1 colher de chá
Entre 5 e 12 anos: 1/2 colher de chá
Entre
Entre
As tisanas devem ser tomadas 1/2 hora
à 1 hora antes das refeições. As tisanas calmantes e digestivas poderão ser
tomadas após as refeições.
INFUSÃO OU CHÁ: São preparações aquosas, normalmente a 5%, utilizadas
especialmente com as partes tenras da planta, como folhas, flores e
inflorescências, bem como para todas as partes de plantas medicinais ricas em
componentes voláteis, aromas delicados e princípios ativos que se degradam pela
ação combinada de água e do calor. As infusões são obtidas fervendo-se a água, quando esta
estiver em estado de ebulição, põe-se sobre as plantas, tapa-se o recipiente e
aguarda-se de
INFUSÃO —
Parte da planta - 05 gr.
Água quantidade
suficiente para – 100 ml
Despejar água fervendo num recipiente
com plantas. Tampar e deixar em infusão
DECOCÇÃO:
É
a preparação feita a partir do cozimento da(s) planta(s) em água fervendo, por
tempo que pode variar de
Essa preparação normalmente utilizada para ervas não aromáticas (que
contém princípios estáveis ao calor) e para as drogas vegetais constituídas por
sementes, raízes, cascas e outras partes de maior resistência à ação da água
quente. Numa decocção, coloca-se à parte da planta na quantidade prescrita de
água fervente. Cobre-se e deixa-se ferver em fogo baixo por
DECOCÇÃO —
(cozimento) — Cozimento de raízes, cascas, etc, de varias plantas que vai de
Planta............100 grs.
Água............. 1.000 grs.
Essa preparação (realizada a frio) que consiste em colocar a parte da
planta medicinal dentro de um recipiente contendo álcool, óleo, água ou outro
líquido. Folhas, flores e outras partes tenras ficam macerando por
Este processo de extraírem-se
os princípios ativos das plantas é certamente aquele em que menos se perde o
poder curativo dos remédios vegetais, porque nele não existe a possibilidade de
evaporarem-se pelo calor os valiosos componentes curativos das ervas, tais como
pode ocorrer pela infusão e decocção. A maceração a frio é também o mais fácil
e o.processo de extração que menos trabalho dá: basta que se coloquem as
plantas indicadas no volume de água desejado e aguarde-se o tempo adequado para
maceração. Para as partes moles dos vegetais, espera-se 18 horas e para as
duras, 24 horas. Após isso, côa-se o macerado (amornando-se o ligeiramente) e
se bebe de acordo com a posologia apropriada.
Esses três processos descritos são os mais habitualmente empregados na obtenção
dos chás medicinais. Há outros métodos extrativos, como a maceração a quente, a
alcoólica, a tintura hidroalcoólica e o extrato, mediante os quais, também se
pode obter o Substrato dos vegetais medicinais; todavia, como essa metodologia
exige uma tecnologia mais ao alcance dos laboratórios industriais ou tecnologia
das faculdades de Farmácia, deixamos de pormenorizá-la. Preferimos isso sim,
citar mais algumas maneiras de aproveitamento das ervas, tais como os sucos e
as preparações culinárias.
EXTRATO:
segundo Chernoviz (1920), é o produto da evaporação até a consistência fluida,
mole, meio mole ou seca de um suco ou de uma solução, obtida tratando uma
substância vegetal ou animal por qualquer veículo vaporisável, como seja a
água, o álcool e o éter.
De acordo com a concentração os extratos poderão ser classificados como:
Ø
Extrato
seco: não tem umidade alguma, pode ser facilmente pulverizado.
Ø
Extrato
mole: tem a consistência de mel espesso, em concentração de 80%.
Ø
Extrato
fluído é um líquido mais ou nos denso segundo certos casos. Em concentração de
1/1.
Preparação
dos extratos: a preparação dos extratos compreende:
1. A obtenção do
liquido impregnado de princípios ativos solúveis da planta.
2. A
concentração desse liquido.
Planta seca:
é necessário, antes de tudo, dividi-la bem, de preferência em foram de pó, para
que o liquido possa entranhar bem nela e esgotá-la completamente.
O pó deve ser
mais ou menos grosso segundo a textura das fibras da planta. Opera-se então por
maceração simples a frio, por maceração fracionada ou por deslocação.
Maceração
simples: consiste esta operação em por o pó em contato com o solvente (água,
álcool, éter), com 1, 2, 3, 5, 8 ou 10 vezes seu peso em líquido, por 3-7 dias.
Em seguida côa-se, até a consistência do extrato preferido.
Maceração
fracionada: a operação é feita do mesmo modo que a precedente, empregando-se,
porém, menos liquido. Torna-se a fazer a mesma operação com o sedimento, empregando-se
menos liquido que da primeira vez, com esse processo esgota-se melhor as
plantas.
Lixiviação ou
deslocação: O melhor meio de se obter os princípios extrativos em solução
consiste em empregar o processo de lixiviação.
Extrato de
Pereiro (Aspidosperma pirifolium
Mart.).
Casca (pó)
......................................... 1000 gr.
Álcool a 70º
GL................................. 3000 gr.
Depois de
seca a casca, reduza o mesmo a pó grosso. Pese 1000 gr. umedeça o mesmo por 10
minutos e coloque no percolador e adicione o restante do liquido. Deixe macerando
por 3 dias, em seguida escoe o liquido deixando pingar de meio em meio minuto.
Coe por expressão e evapore o volume a 200 ml deixando a concentração de 80%.
Conserve em recipiente escuro.
OBS: se
preferir extrato fluido reduza o liquido a 1000 ml.
ALCOOLATURA
— São tinturas feitas com plantas frescas. Chernoviz (1920), considerado o papa
da farmácia, defini da seguinte maneira, “Dá-se o nome de álcool carregado, por
maceração, dos princípios solúveis das plantas em estado de frescura.”
Por exemplo:
Capítulos de
agrião-do-pará............................1.000 grs.
Álcool a
95°................................................. 1.000 grs.
Contunda o agrião, macere durante 10
dias; coe espremendo; filtre.
XAROPE SIMPLES
A. FÓRMULA
Açúcar..................................................
850g
Metilparabeno.........................................
1g
Água potável
q.s.p.........................1000mL
Quantidade a ser preparada: 150mL.
Os xaropes
são utilizados normalmente nos casos de tosses, dores de garganta e bronquite.
Na sua preparação, faz-se inicialmente uma calda com açúcar cristal rapadura,
na proporção de
BANHOS HIDROTERÁPICOS —
para um litro), cozem-se as
ervas (Eucalipto, cavalinha, etc.) durante
BANHO: Faz-se uma infusão ou decocção (veja a seguir) mais concentrada
que deve ser coada e misturada na água do banho. Outra maneira indicada é
colocar as ervas em um saco de pano firme e deixar boiando na água do banho. Os
banhos podem ser parciais ou de corpo inteiro, e são normalmente indicados 1
vez por dia.
INALAÇÃO: Esta preparação utiliza a combinação do vapor de água quente
com aroma das substâncias voláteis das plantas aromáticas, é normalmente
recomendada para problemas do aparelho respiratório. Colocar a erva a ser usada
numa vasilha com água fervente, na proporção de uma colher de sopa da erva
fresca ou seca em ½ litro de água, aspirar lentamente (contar até 3 durante a
inspiração e até 3 quando expelir o ar), prosseguir assim ritmicamente por 15
minutos. O recipiente pode ser mantido no fogo para haver contínua produção de
vapor. Usa-se um funil de cartolina (ou outro papel duro); ou ainda uma toalha
sobre os ombros, a cabeça e a vasilha, para facilitar a inalação do vapor. No
caso de crianças deve-se ter muito cuidado, pois há riscos de queimaduras, pela
água quente e pelo vapor, por isso é recomendado o uso de equipamentos
elétricos especiais para este fim.
INALAÇÕES — Com um
inalador ou com uma panela a ferver com plantas medicinais inalam-se os vapores
daí restantes, durante
UNGÜENTOS — Aplicação
de essências naturais ou diluídas, com a ajuda de um algodão, massageando
firmemente a zona do corpo a tratar. No caso de epiderme frágil a unção deverá
ser feita com um décimo de essência par dez décimos de álcool ou 50% de óleo de
amêndoa doces e 50% de essências vegetais.
UNGÜENTO E POMADA: A pomada pode ser preparada com o sumo da erva ou chá
mais concentrado misturado com a banha animal, gordura de coco ou vaselina na
forma líquida. Podem-se ainda aquecer as ervas na gordura depois coar e guardar
em frascos tampados e, ainda, pode ser adicionada à tintura à vaselina. Pode-se
adicionar um pouco de cera de abelha nas preparações a quente da pomada. As
pomadas permanecem mais tempo sobre a pele, devem ficar usadas a frio e
renovadas
CATAPLASMA: São obtidas por diversas formas:
a) amassar as ervas frescas e bem limpas, aplicar diretamente sobre a
parte afetada ou envolvidas em um pano fino ou gaze;
b) as ervas secas podem ser reduzidas a pó, misturadas em água, chás ou
outras preparações e aplicadas envoltas em pano fino sobre as partes afetadas;
c) pode-se ainda utilizar farinha de mandioca ou fubá de milho e água,
geralmente quente, com a planta fresca ou seca triturada.
EMPLASTOS / CATAPLASMAS
São
aplicações locais onde as plantas são utilizadas diretamente sobre a pele. As
plantas podem ser cozidas brevemente ou amassadas, ou pulverizadas e misturadas
com água, ou com água e farinha formando uma pasta. Após o que, o preparado é
envolvido em gaze para a aplicação.
COMPRESSA: É uma preparação de uso local (tópico) que atua pela
penetração dos princípios ativos através da pele. Utilizam-se panos, chumaços
de algodão ou gaze embebidos em um infuso concentrado, decocto, sumo ou tintura
da planta dissolvida em água. A compressa pode ser quente ou fria. Outra forma
é molhar a ponta de uma toalha e colocar no local afetado, cobrindo com a outra
ponta da toalha seca, para conservar o calor.
COMPRESSAS — Fervem-se
as plantas (
Podem ser
feitas embebendo gazes em chás (infuso ou decocto), e aplicando sobre o local
afetado. Podem ser quentes ou mornas de acordo com a indicação terapêutica.
GARGAREJO: Usado para combater afecções
da garganta, amidalites e mau hálito. Faz-se uma infusão, decocção ou maceração
concentrada e gargareja quantas vezes for necessário.
ÓLEOS: São feitos na impossibilidade de fazer pomadas ou compressas. As
ervas secas ou frescas são colocadas em um frasco transparente com óleo de
oliva, girassol ou milho, depois manter o frasco fechado diretamente sob o sol
por
PÓS: A planta é seca o suficiente para permitir sua trituração com as
mãos, peneirar e frasco bem fechado. As cascas e raízes devem ser moídas até se
transformarem
SUCO OU SUMO: Obtém-se o suco espremendo-se o fruto e o sumo ao triturar
uma planta medicinal fresca num pilão ou em liquidificadores e centrífugas. O
pilão é mais usado para as partes pouco suculentas. Quando a planta possuir pequena
quantidade de líquido, deve-se acrescentar um pouco de água e triturar novamente
após uma hora de repouso, recolher então o líquido liberado. Como as
anteriores, esta preparação também deve ser feita no momento do uso.
Os
sucos naturais extraídos das plantas curativas constituem-se em terapêutica
enérgica e eficaz para combater enfermidades. Pode-se obtê-los esmagando-se as
ervas frescas e tenras com um pilão numa vasilha e transformando-se numa
substância pastosa; pode-se empregar para consegui-lo, também um liquidificador
ou até mesmo uma máquina de moer carne. Depois se procede à filtragem,
utilizando para isso uma peneira de malha fina ou um coador ou simplesmente um
pano de filó (tecido de mosquiteiro). Aconselhamos preparar uma quantidade
suficiente para o uso de um dia, pois a substância dos sucos altera-se
facilmente.
·
De um modo em geral, o horário em que se toma os
preparados fitoterápicos é muito importante para a cura ou efeitos desejados.
Assim têm-se as seguintes regras gerais:
·
desjejum ou café da manhã - toma-se os laxativos,
depurativos, diuréticos e vermífugos (meia hora antes);
·
duas horas antes e depois das refeições principais -
toma-se as preparações anti-reumáticas, hepatoprotetoras, neurotônicas, contra
a febre e tosse;
·
meia hora antes das refeições principais -
preparações tônicas e antiácidas;
·
depois das refeições principais - todas as preparações
digestivas e contra gases;
·
antes de deitar - todos os preparados protetores do
fígado e laxativos.
As dosagens dos remédios caseiros são variáveis de acordo com a idade, na
ausência de recomendações específicas para os chás, utilize as indicadas a seguir:
1. Menor de
1 ano de idade: 1 colher de café do preparado 3 vezes ao dia
2. De
3. De
4. De
5. De
6. Adultos: 1 xícara de chá
Outra recomendação se refere à redução proporcional das doses para crianças de
acordo com a idade, assim se recomenda uma sexta, uma terça ou meia parte da
dose preconizada para adultos.
Para facilitar as preparações na Tabela II estão às unidades domésticas de
volume e respectivos pesos:
TABELA II -
Unidade de volume com pesagens
Lembrando
que as corretas e precisas são realizadas em pipetas, becker, provetas ou
erlemayer.
UNIDADES DE
VOLUME PESO - g
1 colher de
chá de raízes secas
1 colher de chá de folhas frescas
1 colher de chá de raízes ou cascas secas
1 colher de sopa de folhas secas 02 g
1 colher de sopa de folhas frescas
1 xicara de
chá (grande ) 150 ml
1 copo
comum americano – 150 ml
1 colher de
sopa – 15 ml
1 colher de
sobremesa – 10 ml
1 colher de
chá - 5 ml
1 colher de
café – 2,5 ml.