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O RAIZEIRO

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FITOTERAPIA

 

 

"Todo medicamento pode ser um veneno, todo veneno pode ser um medicamento. Tudo depende da dose". Hipócrates.

 "Nada é veneno, tudo é veneno: a diferença está na dose" (Paracelso)

 O que é a fitoterapia?

Fitoterapia é a utilização de vegetais em preparações farmacêutica (extratos, pomadas, tinturas e cápsulas) para auxílio ao tratamento de doenças, manutenção e recuperação da saúde. Fitoterapia vem do idioma grego e quer dizer "tratamento" (therapeia) "vegetal" (phyton). O uso de plantas medicinais na fitoterapia vai desde as formas mais empíricas e tradicionais até as científicas.

 Senso comum e o conhecimento científico

O senso comum é o conjunto de opiniões e modos de sentir que, por serem estabelecidos pela tradição aos indivíduos de uma determinada época, local ou grupo social, são geralmente aceitos de modo acrítico como verdades e comportamentos próprios da natureza humana.

O conhecimento popular é construído ao longo do tempo, a começar de experiências, diálogos, práticas, vivências, crenças e valores. É um conhecimento histórico, mas sem uma relação causal segura, caracteriza-se pela sua dimensão consensual, coletivista.

 

O conhecimento científico é um conhecimento resultante da nossa percepção da realidade, constituído, fundamentalmente, pela acumulação de suposições, observações, princípios coletivos, crenças e preconceitos, que interioriza-se no decurso do processo de socialização.

Na verdade, existe uma forma comum de conhecimento, formado no decorrer da vida de cada um pela simples acumulação de experiências pessoais, e que nos serve de orientação para o nosso viver quotidiano.

ALOPATIA

É um termo atribuído a  Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843), considerado o Pai da Homeopatia.

Atualmente quando se fala de alopatia, estamos a referir-nos à medicina atual ou convencional.

O termo Alopatia é usado para descrever técnicas de tratamento que sigam o princípio "Contraria contrariis curantur" que seria oposto ao "Similia similibus curantur" (Semelhantes são curados por semelhantes, base terapêutica da homeopatia).

Princípios da Alopatia

  • CONTRARIA CONTRAIIS CURANTUR . Contrário se trata com contrário. Aplicas-se aos enfermos substâncias que inicialmente curaram enfermidades em cobaias ou animais de laboratórios, previamente experimentadas, em bactérias e alguns medicamentos são testados diretamente em homens doentes.
  • EXPERIENTIAS EM COBAIAS. Os medicamentos alopáticos são testados em animais de laboratórios, antes de serem aplicados nos humanos.
  • DOSES MÁXIMAS. As doses de substâncias aplicadas com o objetivo da cura, são doses elevadas. Em alopatia as doses são maciças.
  • VÁRIOS MEDICAMENTOS. Quando há dúvida entre mais de um medicamento e os médicos indicam ao paciente, para que os tome alternadamente, o alternismo, ou imediatismo, os complexos de ação predomenante sobre determinadas entidades mórbidas. Ou, quando um medicamento é muito forte e provoca distúrbios em outros órgãos ou efeitos colaterais, normalmente se aplica outro para amenizar o efeito do primeiro.

 

HOMEOPATIA

 

Christian Friedrish Samuel Hahneman (1755-1843), médico alemão de formação tradicional que se encontrava descontente com a forma de atuação da medicina de seu tempo, onde os tratamentos utilizados nesta época tinham uma conotação um tanto radical com o uso de sangrias, cáusticos e laxantes. Desistiu, então, daquela medicina que não o convencia e se dedicou à tradução de livros, mas ainda da área médica, como profissão para seu sustento.

O que é homeopatia

É um método de tratamento criado pelo médico alemão Samuel Hahnemann, em 1796, que se fundamenta na Lei dos Semelhantes, citada pelo Pai da Medicina Hipócrates no ano 450 a.C. Segundo esta lei, os semelhantes se curam pelos semelhantes, isto é, para tratar um indivíduo que está doente é necessário aplicar um medicamento que apresente (quando experimentado no homem sadio) os mesmos sintomas que o doente apresenta.

 

Princípios da prática homeopática

Além da visão holística impressa em toda a obra de Hahnemann, ou seja, a visão do todo sobre as partes, há quatro princípios que orientam a prática homeopática, quais sejam:

  • SIMILA SIMILBUS CURENTUR. O semelhante seja tratado pelo semelhante. Lei dos Semelhantes. Resultado de suas releituras dos Clássicos e, sobretudo, de suas próprias experiências, anuncia esta Lei universal da cura: similia similibus curantur. Essa frase anunciada inicialmente por Hiprócrates, foi tida como válida também por Paracelso, muitos outros cientistas ja admitiram antes de Hahnemann. Isto é, os sintomas de uma moléstia natrual sao curados pelo agente (droga) que produz, no corpo sadio sintomas artificiais semelhantes – quadro clinico -, quando aplicado em doses elevadas.
  • EXPERIMENTAÇÃO NO HOMEM SÃO. A fim de conhecerem as potencialidades terapêuticas das drogas, os homeopatas realizam provas, chamadas patogenesias; em geral são eles mesmos os experimentadores. Tipicamente não se fazem experiências com animais. Uma condição básica para a escolha dos provandos é que sejam saudáveis. Esses medicamentos são capazes de alterar o estado de saúde da pessoa saudável e justamente o que se busca é os efeitos puros dessas substâncias. Isso serve até mesmo como alerta aos que pensam que medicamento homeopático é isento de efeitos indesejados quando tomado sem indicação de um bom especialista. Não o é! E pode, inclusive, ser mais deletério que medicamentos alopáticos, por sua maior capacidade de penetração.
  • DOSES MÍNIMAS E DINAMIZADAS. A preparação homeopática dos medicamentos segue uma técnica própria que consiste em diluições infinitesimais seguidas de sucussões rítmicas (dinamizações). Essa técnica “desperta” as propriedades latentes da substância. Toma-se o cuidado de prescrever a menor dose possível, porquanto o poder do medicamento homeopaticamente preparado é grande e há pessoas sensíveis a ele.
  • MEDICAMENTO ÚNICO. Hahnemann recomendava o uso de apenas um medicamento de cada vez, ou seja, o medicamento que contivesse o maior número de sintomas que o paciente apresenta.
    Existem divergências, como em todos as especialidades médicas e em todas as áreas do conhecimento humano, entre as várias escolas homeopáticas em todo mundo. Todas têm suas razões e ponderações.
    Temos basicamente duas tendências: a UNICISTA, que usa apenas um medicamento para tratar todos os sintomas de um determinado paciente, e a PLURALISTA, que usa vários medicamentos, um para cada grupo de sintomas do paciente, como é feito na Alopatia.

Fitoterapia

Do grego - Tratamento (therapeia) Vegetal (Phyton), ou ainda "A terapêutica das doenças através das plantas".

Fitoterapia é o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na cura das doenças. Ela combina os ensinamentos do oriente com as tradições indígenas e remédios populares. Surgiu na China por volta de 3000 a.C. quando o imperador Cho-Chin-Kei descreveu as propriedades do Ginseng e da Cânfora.

A fitoterapia, apesar de ser considerada por muitos como uma terapia alternativa, não é uma especialidade médica, como a homeopatia ou a acupuntura, e se enquadra dentro da chamada medicina alopática.

Planta medicinal é uma planta que contém substâncias bio-ativas com propriedades terapêuticas, profilácticas ou paliativas. Muitas destas plantas são venenosas ou pelo menos levemente tóxicas, devendo ser usadas em doses muito pequenas para terem o efeito desejado. Existe um grande número de espécies em todo o mundo, usadas desde tempos pré-históricos na medicina popular dos diversos povos. As plantas medicinais são utilizadas pela medicina atual (fitoterapia)) e suas propriedades são estudadas nos laboratórios das empresas farmacêuticas, a fim de isolar as substâncias que lhes conferem propriedades medicinais (principios ativos) e assim, produzir novos fármacos.

A fitoterapia é a área do conhecimento que busca a cura das doenças através das plantas medicinais. Repousa sobre uma tradição secular, sendo amplamente difundida  através dos raizeiros, curandeiros e benzedeiras. As plantas também são amplamente utilizadas pelas famílias, principalmente em forma de chás, infusões e lambedores. Na verdade, o uso de espécies vegetais com fins terapêuticos remonta ao início da civilização humana, confundindo-se com a própria origem do homem.

 

As informações sobre o uso e as virtudes terapêuticas das plantas medicinais foram sendo acumuladas através dos séculos e a utilização de suas propriedades representa uma forma de tratamento e cura das doenças. Apesar do uso de plantas medicinais ter sua propagação associada ao conhecimento popular empírico, paulatinamente vem sendo reconhecido e incorporado ao saber científico.

Neste sentido, vários ramos das ciências têm contribuído para a difusão da utilização terapêutica das plantas medicinais. Entre estes ramos, destaca-se a etnobotânica que, por sua própria natureza, potencializa as relações com outras disciplinas, favorecendo a realização de estudos e pesquisas interdisciplinares.

FARMACOTÉCNICA: A palavra vem do grego, pharmakon, que significa substância medicinal e técnica, é a mesma coisa que farmácia galênica.

FARMACOGNOSIA: A palavra tem origem do grego, pharmakon, que significa substância medicinal e de Gnosis, conhecimento com a terminação ia, que determina a acentuação grave.

 DROGA: Todo vegetal ou animal, ou parte deles, que, depois de sofrerem processos de coleta e de conservação, possuem composição e propriedades tais que possibilitam o seu uso como forma bruta de medicação. Droga é, pois, toda substância, de origem vegetal, animal ou mineral, que possa ser  usada em preparação de medicamento.

MEDICAMENTO: Toda substância que administrada convenientemente ao organismo enfermo possa aliviar ou curar o seu estado patológico. Ou seja, qualquer substância simples ou complexa que aplicada no inteiro ou no exterior do corpo do homem ou de animal possa produzir efeito curativo ou preventivos.

REMÉDIO: A palavra remédio é empregada num sentido amplo e geral, sendo aplicada a todos os meios usados com o fim de prevenir ou de curar as doenças. Deste modo, são remédios não só os medicamentos, mas também os agentes de natureza física ou psíquica a que se recorre na terapêutica.

 ESTÁGIOS EVULACIONÁRIO DA FITOTERAPIA

A pré-ciência, quando o homem pré-histórico e os que vieram antes do Pai da Medicina (Sócrates, 460-377 a.C.), estudavam, analisavam, observavam e experimentavam as plantas e daí escolhiam as que lhe eram úteis.

A ciência normal, que surge depois de Sócrates, destacando mais três vultos notáveis, Dioscórides, Plínio o velho (23-79 d. C.) e Claudius Galeno (129 - 216 a.C.), chegando à Idade Média até o ano de 1300 d. C., onde o uso dos fitoterápicos era prescrito pelos médicos, curandeiros, magos etc., até o aparecimento dos remédios prescritos e manipulados nas boticas. Nesse período, houve uma estagnação na medicina e no estudo de plantas medicinais.

A crise-revolução: quando a influência de Galeno começou a diminuir por volta de 1300 d. C., o austríaco HyeronimusBrunschwig (1450-1512), publica o Liber de artidistillandi(1500 d. C.), o primeiro manual europeu sobre a medicina das plantas. Nesse período começaram a surgir as grandes Universidades e apareceram os medicamentos sintéticos. Simões (1988) registra que entre 1840 e 1870, o homem sintetizou os anestésicos e entre 1920 a 1940, desenvolveram-se os antibióticos. Nessa época passou-se a desprezar os fitoterápicos.

A nova ciência normal, no século XX, passou-se a acreditar que os fitoterápicos eram verdadeiras panacéias, voltando-se outra vez a esta terapia.

Nova crise, agora no século XXI, questiona-se, todas as plantas que são utilizadas como medicamento têm a ação que os ervateiros indicam? todos os fitoterápicos não possuem ação, como os alopatas afirmam?.

 
A ciência e arte dos fitoterápicos.
 

A palavra ciência tem origem no latim scientia: saber, conhecimento. No sentido amplo e clássico é um saber metódico e rigoroso, isto é, um conjunto de conhecimentos metodicamente adquiridos, sistematicamente organizados e suscetíveis de serem transmitidos por um processo pedagógico de ensino. Para a Filosofia, segundo Japiassú e Marcondes (1996), é um processo pelo qual o homem se relaciona com a natureza visando à dominação dela em seu próprio benefício.

O uso de plantas medicinais decorre da facilidade de acesso, do baixo custo e da compatibilidade cultural com as tradições populares. Na verdade, o uso de espécies vegetais com fins terapêuticos remonta ao início da civilização. Constituindo a nossa herança cultural médica transmitida através de obras literárias que reconhecem a importância das plantas medicinais e das preparações galênicas na cura de enfermidades.

A etimologia da palavra fitoterapia vem do grego, jutss, phyto, que significa planta e qerapeuw, termo que significa cuidar, sanar ou tratar. A fitoterapia é a arte de curar por meio exclusivamente de plantas medicinais, isto é, o tratamento de doenças com plantas, sendo um ramo da Botânica Aplicada. É importante destacar que apesar do resultado positivo, a inadequada ou incorreta utilização dos fitoterápicos pode ser perigosa, dependendo das plantas e das doses que se administram.

Distinguem-se dois tipos de fitoterapia: uma chamada de fitoterapia clássica e a outra fitoterapia moderna. A fitoterapia clássica é aquela usada por nossos ancestrais e nas formas galênicas, enquanto que a fitoterapia moderna, evoluiu a princípio da fitoterapia clássica e das pesquisas físico-químicas, que tornou possível a determinação das propriedades farmacológicas e farmacodinâmicas das plantas. Assim, suas aplicações são agora mais precisas, surgindo as novas formas galênicas, de uso mais fácil.

A fitoterapia potencializa as relações com outras disciplinas e, por sua própria natureza, abre espaços para a realização de estudos e pesquisas interdisciplinares. Neste sentido, o desenvolvimento de estudos tendo como objeto a utilização de plantas medicinais pode vir a ser um ensaio importante na busca de encontrar um eixo norteador de pesquisas interdisciplinares nas diversas áreas, a exemplo da etnobotânica, fitotaxonomia, fitomorfologia, fitoquímica, farmacognosia, farmacotécnica, homeopatia, alopatia, fitotecnologia, agronomia, psicologia, agronomia, ciências naturais, história e filosofia, entre outras.

A etnobotânica, aplicada ao estudo de plantas medicinais, como vem sendo praticada modernamente, trabalha em estreita relação com outras disciplinas, como por exemplo, a etnofarmacologia e a antropologia médica, na medida em que contextualiza o uso da plantas dentro de um “sistema” médico.

Apesar da utilização das plantas medicinais pela população ser uma prática amplamente incorporada aos nossos saberes populares, deve ser revista, através das lentes da ciência, do seu método, que vai além dos fatos observados, inferindo no que pode haver por trás deles, mas considerando que não há uma descontinuidade radical entre a ciência e este saber popular.

 


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