REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO SOFISTA

 

N. 2 (1) janeiro de 2008

 

 

Instituto Histórico e Geográfico Sofista

Cadastro de Pessoa Jurídica nº. 209.01.02.07/2007

Rua Welland s/n. - Fundação CCB bloco 01 Saint Claire – Nouvelle Quebec.

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Editorial

 

Chegamos ao segundo número da Revista do IHGS com dois novos membros no Instituto: MacMillan Hunt e Hugo Alexandre. Isto significa muito para este Instituto, pois representa a consolidação desta instituição de pesquisa. Que os dois novos membros sejam bem-vindos.

 

Esta edição, a primeira do mês – e do ano – constitui-se como uma edição de debates pertinentes ao micro-mundo e ao Principado de Sofia. O tema escolhido para este mês é o da economia micro-nacional. Concordamos em que o tema já tenha sido bastante explorado, mas, mesmo assim, acreditamos que a reflexão sobre os seus problemas sempre é atual.

 

Os problemas da economia micro-nacional são distintos dos problemas macro-nacionais. Mesmo em micro-nações com sistemas econômicos, como em Sofia, o conceito de miséria inexiste. O fato de não se possuir dinheiro não é sinônimo de falta de condições básicas para a vida. Não temos, também, conceitos como o de potência econômica, visto que a existência de dinheiro em uma micro-nação não significa a sua superioridade dentre as demais micro-nações.

 

Por estas e outras características a economia micro-nacional torna-se um tema autônomo da economia macro, mas os teóricos da primeira podem aprender com as teorias da segunda. Não seria o caso de se explorarem as teorias antropológicas sobre a economia primitiva?

 

Esperamos que o tema escolhido, assim como a abordagem usada, possa vir ao agrado de todos os leitores.

 

 

Avec Respect,

 

Danilo de Habsburg-Lorena

         Presidente do IHGS

 

 

 

Seção I. A Economia micro-nacional.

 

 

Não temos necessidades básicas

Mas a economia micronacional é um sucesso.

 

Hugo Alexandre

 

 Voltamos ao que talvez seja o tema mais amplamente discutido no Principado de Sofia durante toda a sua existência, a saber, a economia micronacional e seus problemas.

 

Em todas as discussões as vozes parecem uníssonas, a sociedade micronacional não possui necessidades básicas e por isso os projetos de se criar uma economia fracassam. Não precisamos comprar comida, não precisamos de abrigo, não precisamos de médicos e assim por diante.

 

Outro problema existente é o conceito macronacional impregnado nas mentes e nos corações dos habitantes micronacionais de que se deve guardar o máximo de dinheiro possível, pois o homem é medido pelo tamanho de sua conta bancária. Por isso tanto desinteresse em se fazer o dinheiro das contas bancárias se movimentarem

 

Um terceiro problema é que os escassos bens de consumo existentes são extremamente BARATOS, isso mesmo, façamos uma analogia com a vida macro: quanto custa uma casa? Uns R$150.000,00 (uma boa casa e bem localizada, temos que ter como parâmetro que não existem favelas em Sofia) isso se não for na zona sul do Rio de Janeiro, se for por lá esse dinheiro não compra um apartamento de 60m² e quanto custa uma casa em Sofia? Me$1.500,00 será que esse preço é realmente o preço de uma casa?

 

Acho que um juiz no macro ganha algo em torno de R$20.000,00 um Juiz no Micro ganha Me$400,00, então o juiz do macro demoraria quase 8 meses para adquirir seu imóvel e no micro menos de 4 meses, portanto no macromundo existe um ágio de 100% no valor dos imóveis. Viram como as coisas são extremamente baratas no Principado de Sofia!

 

Quais seriam as soluções? Não existe solução! Que é isso? Alguns podem pensar, mas a economia micronacional não foi criada para funcionar como economia, ela foi criada para dar atividade micronacional e é exatamente o que ela tem feito durante anos no Principado de Sofia dezenas de leis foram criadas, milhares de tópicos foram lançados, dezenas de revistas abordaram o tema enfim, a economia micronacional é um grande sucesso de atividade!

 

Economia Micronacional enquanto paradigma de Atividade

 

McMillan Hunt

 

Pensamos que uma questão mais essencial sobre a Economia Micronacional não prenda-se à analise de sua necessidade. Pois o que é NECESSÁRIO no micronacionalismo virtual? Sua própria existência já não tem como característica inerente a INECESSIDADE?.

 

Micronacionalismo constitui-se como deliberação passiva do homem, que por vontade consciente, calculada e decidida, resolve levar a si mesmo para a vivência em um outro tipo de TERRITÓRIO.

           

No micronacionalismo a Economia não tem necessariamente que “funcionar”, pois não existe uma tarefa específica, ou uma meta específica, para a atividade micronacional. O mais abrangente objetivo micronacional é a realização dos próprios micronacionalistas.

 

Uma micro-sociedade realizada é aquela que pode sanar o interesse de seus integrantes. O paradigma da micro-nação são estas escolhas que a mesma faz para “cumprir-se”, para atender ao que seus mantenedores buscam no micronacionalismo.

 

Assim, entra a Economia Micronacional – que nas palavras deste texto devem significar SISTEMA MONETÁRIO – como ferramenta de adequação e auxílio à efetivação das vontades culturais de uma certa micronação.

 

Existem lugares, como Porto Claro ou recentemente Pasárgada, em que as tradições não julgam interessante o estabelecimento de um sistema monetário, pois ali os cidadãos pretendem uma vivência micronacional que não permite isto acontecer. Já em Sofia, principalmente, o povo parece aproveitar da sistematização e valorização monetária e isto acaba por preencher os impulsos dos de lá.

   

Micropatriológicamente, poder-se-ia indicar que a monetarização acaba por ser incompatível com os países que seguem um viés mais “realista”, pois observando friamente em fatos e ocorrências, realmente inexiste a necessidade desta prática. Já o “virtualismo”, este parece regozijar-se com a imaginação e movimentação de somas de capital.

 

Terminando, a profunda questão sobre a Economia Micronacional – ao nosso ver – está em se sua implantação condiz com a realidade cultural e tradicional da nação; ou se a própria nação aspira uma mudança em seu paradigma, sendo a monetarismo arma para sua consolidação.

 

 

 

Seção II. Textos clássicos.

 

 

O texto escolhido foi o de Rafael Cruz do Reino da Aquitânia. Foi publicado originalmente no Jornal da Aquitânia e, posteriormente, nos Anais da Conferência Intermicronacional sobre Economia (1) que aconteceu em 2002. Cabem algumas considerações sobre este texto.

Sem considerar a total falta de preocupação com a utilização da língua escrita, visto muitos serem os erros, fale-se da péssima organização de idéias: o autor não precisava dividir seus exemplos em “micro-nacionais” e “macro-nacionais”, exigindo que, assim, ao ler os exemplos micro houvesse a necessidade de se retornar o texto até os exemplos macro. O texto carece também de uma conclusão.

Há de se falar no crasso erro cronológico e/ou conceitual sobre a origem do dinheiro. O autor afirma que “há 600 anos atrás, a economia não tinha como base o dinheiro”, ou seja, para ele o dinheiro teria aparecido em c. 1400 da nossa era. Sabemos que as primeiras moedas foram cunhadas no século VII a.C., provavelmente na Lídia (há uma vasta discussão sobre o local de origem). Na Roma antiga não só havia moeda como havia sistema de crédito, assim como durante toda a Idade Média. É fato que o sistema de crédito ganhou força na Baixa Idade Média (no contexto das grandes feiras de Flandres e outras), mas é um sistema que já existia e sobre o qual não cabem, aqui, demais explicações.

Entretanto, o texto de Cruz trás algumas reflexões interessantes e sobre as quais vale a pena pensar. Que ele sirva de ponto de partida para textos muito mais claros, elucidativos e que possam propor algo mais sólido e viável.

 

 

Perspectiva lusófona sobre economia micro-nacional

 

Rafael Cruz

 

Economia Micro-nacional... Hã?

 

O sistema econômico, ao todo, é muito complexo. Também pudera. Um sistema tão importante em nossas vidas atualmente, indispensável na sociedade. Mas quando me refiro a esse sistema, não estou citando simplesmente o dinheiro, algo que, hoje em dia, é uma das coisas mais importantes do planeta, mas sim a sua evolução. Ora, há 600 anos atrás, a economia não tinha como base o dinheiro, mas isso não significava que era menos importante que agora. Pelo contrário, foi através desta que o homem começou a desenvolver as suas ferramentas de contato, troca e aprimoramento de suas idéias, pois nunca existiu um sistema perfeito e o homem procurou corrigir ao máximo os erros contidos em cada setor da evolução econômica, de acordo com as suas necessidades.

 

O que aconteceria se implantasse um sistema econômico em Sinon?

 

Com um sistema econômico Sinon abriria diversas portas para o sucesso intermicronacional. De fato, alguns cidadãos não aceitam tal idéia, pois acreditam que não podemos cometer o mesmo erro que pessoas cometeram macronacionalmente. Isto está certo... Porém também está errado. É elementar que não devemos copiar e aderir ao erro alheio, mas por outro lado, não temos condições de implantar um sistema macronacional em um regime micronacional. Não vivemos em uma comunidade “virtual”? Então como implantaríamos um sistema “real”? O que devemos fazer é converter este sistema real para o virtual, para evitarmos problemas. Mas como? Da mesma forma em que traduzimos um texto para a nossa língua, só que usando muito a criatividade. Nós não precisamos fazer exatamente como manda o figurino, mas sim adaptar as situações convenientes para o que podemos fazer. Por exemplo:

 

Situação Macronacional:

 

1° - O empregado recebe no final do mês o seu salário pela sua prestação de serviço e vai ao supermercado fazer compras com a família.

2° - O governo de um determinado país resolve comprar livros de outro país para as suas bibliotecas.

3° - O trabalhador recebe menos que a sua condição de vida lhe permite, podendo até se transformar em um grande problema para a sociedade.

 

Situação Micronacional:

 

1° - O empregado recebe o seu salário. Mas o que vai fazer em um supermercado se o cidadão é virtual e não precisa comer? Ele pode ir a um shopping para gastar o dinheiro de acordo com as suas necessidades virtuais. Mas vai com quem, já que a maioria não tem família virtual nenhuma? Mas tem os amigos da nação, que são uma família que pode acompanhá-lo.

2° - “O Governo de um determinado país resolve comprar livros de outro país para as suas bibliotecas”. Essa é perfeitamente viável, a não ser por um ponto: e se a nação vendedora dos livros não possua um sistema econômico? Como vamos pagá-la? Bem, calote é que não vamos dar, certo? Então o mais justo seria a prestação de serviço por um determinado tempo (acertado entre os governantes). Mas que tipo de serviço? Qualquer coisa que a nação possa oferecer. Por exemplo, esta nação possui uma indústria de vinho, então ela poderia fornecer por um tempo X esta mercadoria.

3° - Ora, qual governante micronacional gostaria de ver a pobreza em suas nações? Isso sim é um erro grosseiro do sistema econômico macronacional que não devemos seguí-lo. E se isso acontecesse no micronacionalismo, devido à falta de humanidade de algum governante, ele seria facilmente abdicado de seus poderes pelo povo. A democracia micronacional é mais eficiente que a macronacional, portanto a justiça seria feita.

 

Desse modo, acredito ter exposto a minha idéia de sistema econômico micronacional.

 

Notas:

 

(1) Este texto pode ser encontrado em:

http://p100.ezboard.com/fmicronationalnewsnetwork48264frm6.showMessage?topicID=20.topic. Este texto foi publicado pela primeira na Folha da Aquitânia.

 

 

 

Seção III. Documentos Sofistas

 

 

Carta de Maria Adelaide de Saint-Claire a Henri Menier – 1899

(em sofiês clássico).

 

 

Duhexais Mai de anno de Josso Signeur de 1899.

 

Vinte e Seis de Maio do ano de Nosso Senhor de 1899.

 

Avec Respect, ao Signeur Ménier,

 

Com respeito, ao Senhor Menier,

 

Jo baisen-ti. Jo etren heureuse in avoiren-ti avec jo in cetta bele Sofiê pour jo tojous aimeren et pour tou aimeren jo.

 

Eu beijo-te. Eu estou feliz em ter-te comigo nesta bela Sofia para eu o amar e para eu te amar.

 

Jo vouloiren habiteren avec tojous le mas presto qui pouvoiren. Jo voiloiren une vies avec tojous, une maise, filis! Purqui jos non pouvoiren jos aimeren?

 

Eu quero morar com você o mais rápido que eu puder. Eu quero uma vida com você, uma casa, filhos! Por que eu não posso amá-lo?

 

Elles non vouloiren qui jo aimeren tojous, mas le amour etres Sanctus et Benedictus,

 

Qui divinu Benedictes jos,

 

Avec Amour,

 

MA

 

Eles não querem que eu te ame, mas o amor é Santo e Bendito. Que deus nos abençoe, Com amor, M[aria] A[delaide].

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