SANDLER, Joseph; DARE, Christopher;
HOLDER, Alex. O Paciente e o Analista: Fundamentos do Processo Psicanalítico.
Rio de Janeiro: Imago, 1986. 130p.
Dentro da psicanálise dos
tempos atuais, encontramos uma situação em que o significado de
um conceito só é apreendido por inteiro a partir do exame do contexto
no qual é empregado.
O desejo de dar uma definição
precisa de um conceito, especialmente de um conceito clínico, não
pode ser inteiramente cumprido se o conceito se destina a ser usado em uma série
de situações clínicas diversas.
A psicanálise desenvolveu-se,
em grande parte, no e através do trabalho de Freud. No decurso de seu
desenvolvimento o próprio Freud, muitas vezes modificou suas formulações,
revisando conceitos e acrescentando dimensões novas aos procedimentos
técnicos. Isso também se aplica à psicanálise depois
de Freud.
Freud sustentava o ponto de vista
de que as pessoas, em seu subseqüente relacionamento adulto com outras
pessoas, repetiam (freqüentemente de modo muito disfarçado) suas
vinculações e conflitos infantis, e que tal tendência à
repetição muitas vezes estava na origem de muitíssimas
das dificuldades apresentadas por seus pacientes.
As intervenções do
analista normalmente tendem a limitar-se a perguntas, com a finalidade de elucidar
o material, e a interpretações, confrontações e
reconstruções, que representam as principais intervenções
terapêuticas.
Freqüentemente se faz uma distinção entre esses fenômenos transferenciais e o relacionamento operante, que se desenvolve entre paciente e psicanalista, baseada, entre outras coisas, no desejo do paciente de se recuperar e de cooperar no tratamento. A aliança terapêutica, segundo se considera, inclui, como parte essencial, a motivação do paciente para continuar em análise apesar de suas resistências.