FRIEDRICH WILHELM NIETZSCHE


"Conheço a minha sina. Um dia, meu nome será ligado à lembrança de algo tremendo - de uma crise como jamais houve sobre a Terra, da mais profunda colisão de consciência, de uma decisão conjurada contra tudo o que até então foi acreditado, santificado, querido. Eu não sou um homem, sou dinamite." (Nietzsche. Ecce Homo. "Por que Sou um Destino". São Paulo: Companhia das Letras, 1995; p. 109.

 

Filósofo alemão. Filho e neto de pastores luteranos, Nietzsche nasceu em Röcken, na Saxônia. Recebeu na infância uma educação protestante tanto em casa, com a família, como no colégio de Pforta, famoso pela sua tradição humanista e luterana, onde haviam estudado o poeta Novalis e o filósofo Fichte. Logo teve contato com os estudos de línguas, principalmente o grego e o latim, e com a exegese da Bíblia. Nesta época, Nietzsche começou a se interessar imensamente pelas leituras de poesia e filosofia, tanto com as obras dos gregos, principalmente Ésquilo e Platão, como com as de Schiller, Hölderlin e Byron. Após esta primeira formação básica, foi em 1864 estudar Teologia em Bonn, onde conheceu o professor F. Ritschl, que o encaminhou ao estudo de Filologia Clássica. Após um ano de estudo em Bonn, Nietzsche decidiu dedicar-se exclusivamente à filologia, transferindo-se para Leipzig, cidade em que lecionava seu mestre. Através não só da visão peculiar que Ritschl tinha da filologia, considerando-a não apenas como uma história das formas literárias mas como o estudo das instituições e do pensamento, mas também das influências da filosofia de Schopenhauer, dos estudos com Erwin Rohde e Jakob Burckhart, e da música de Wagner, Nietzsche, com originais interpretações acerca de Diógenes Laércio, Hesíodo e Homero, logo se destacou entre os alunos, vindo a ser nomeado professor de Filologia Clássica na Universidade de Basiléia em 1869, cargo que ocupou ativamente por dez anos, até o ano de 1879, quando pediu demissão. Muitos autores consideram este o primeiro período do pensamento de Nietzsche (até o ano de 1879), em que escreveu, entre outras, as obras: O nascimento da tragédia; A filosofia na época trágica dos gregos e Considerações intempestivas.

Nietzsche iniciou um novo período de seu pensamento com grandes transformações.
Após sua demissão em Basiléia, rompeu suas relações de amizade com Wagner e afastou-se da filosofia de Schopenhauer, considerando estas duas personalidades autênticos representantes do pessimismo alemão, cujas obras são manifestações de decadência e de negação da vida. Iniciou então um período de solidão e vida errante.
Vagou pela Sicília, Rapallo, Nice, Turim, Veneza, Gênova, Roma e, principalmente, em Sils-Maria, na Haute-Engadine, Suíça, em busca de sossego, para a efervescência de seu pensamento, e clima ameno, para a sua precária saúde. O que é considerado como segundo período do pensamento de Nietzsche corresponde às obras: O andarilho e sua sombra; Humano demasiado Humano; Aurora e A Gaia Ciência.

O terceiro período de seu pensamento vai, desde a revelação de sua concepção fundamental, a vontade de poder e o eterno-retorno, até 1888, ano em que Nietzsche sucumbiu na loucura. As obras mais importantes deste período são: A gaia ciência; Assim falou Zaratustra; Para além do bem e do mal; Genealogia da moral; Crepúsculo dos ídolos; Ecce Homo; e A vontade de poder, obra inacabada que só foi publicada após a sua morte. Nietzsche morreu em Weimar, a 25 de agosto de 1900.

Podemos caracterizar a unidade de toda a sua filosofia como uma grande crítica aos valores ocidentais, oriundos da tradição platônica e cristã de nossa moral e filosofia.
Desde as suas primeiras obras, o platonismo é severamente criticado como uma forma de decadência dos nobres valores dos gregos da época trágica. Os conceitos de Apolíneo, o limite onírico da forma, e de Dionisíaco, a embriaguez do indiferenciado primal, serão os elementos que compõem a dinâmica trágica da existência que se contrapõe à razão socrática, um modo alegre de afirmação da vida contra o pessimismo lógico do platonismo. Por outro lado, Nietzsche dirige a sua crítica ao cristianismo, que para ele é o "platonismo para o povo", com seus valores morais de má consciência, ressentimento e ideal ascético. Contra a escravidão do niilismo filosófico e moral do platonismo e do cristianismo, a vontade de nada, o pensamento de Nietzsche propõe resgatar o sentimento de plenitude e afirmação aristocrática da vida: o super-homem.

Apesar de ter sido apropriado no sentido genético por interpretações racistas, o super-homem nietzschiano indica a superação dos valores do homem ocidental, platônico e cristão. Portanto, muito antes de se constituir como um modo de seleção racial, o termo indica o homem que superou as determinações pessimistas do niilismo para ganhar a vitalidade alegre da vontade de viver, o alegre saber.

Fonte: http://pediam.zip.net/med2000/default.html

 

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