F. Nietzsche - Genealogia da Moral (1º Dissertação)
Gileno Novaes Paiva Júnior e Osmar Simões1

 

"A genealogia restabelece os diversos sistemas de submissão: não a potência antecipadora de um sentido, mas o jogo casual das dominações." (Michel Foucault, Microfísica do Poder)


Vamos nos remeter a folha em branco. Como nasce e morre um filósofo? Nasce das sombras dos seus ancestrais e morre na luz da loucura. A cada passo um novo horizonte, a cada parada um olhar para baixo que só é possível aos seres mais elevados. O que tem de mais perfeito no filósofo é sua imperfeição. A perda de todos os valores que até então eram considerados nobres.

Na sua genealogia da moral, Nietzsche, destrói todo vestígio de maniqueísmo, ( a partir do livro Humano Demasiado Humano) não o destrói em si, pois isto foi feito antes, mas sim, tira o véu dos seus valores.

Na origem da palavra bom está a essência do que é bom, nobre. Só a eles cabiam o sentido à palavra. E este bom não tem mau a altura. O forte é uma ave de rapina que adora suas ovelhinhas. (Analogia utilizada por Nietzsche - 1 dissertação, p. 35) Mas, as ovelhinhas também querem ser aves de rapina, e para isso, criaram um pasto suntuoso, para fugir do seu vale de lágrimas. Esta criação, que nem Dante Alighieri conseguiu reproduzir, é a mais sublime concepção do ressentimento.

Essa transvaloração ovina foi vitoriosa, subjugou tudo que era nobre à um baixo céu. Nem por isso o conflito findou, o seu término nem mesmo Zarathustra consegue prever.


Notas

1 - E-mail: [email protected]


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