Ensaio Sobre o Caos
Christian Svoboda1
O ARQUITETO E A CRIAÇÃO DO UNIVERSO
Devia estar totalmente embriagado,
não do seu velho companheiro vinho que lhe inspirava à noite,
mas certamente dos pensamentos eloqüentes de que descobriria a grande matemática
do mistério enigmático que se definia universo.
Fitou a sua volta e cada peça parecia lhe desvelar a chave deste quebra-cabeça
divino.
- Isso tudo é muito óbvio! - Exclamava ele.
E a cada olhar parecia admirar-se cada vez mais ainda com o que descobrira.
Mas por um instante a cabeça pendeu e o movimento dos olhos se suspendeu.
Um pensamento invadira-lhe a consciência,
era um toque da profunda essência que lhe dizia:
- Sim, podes entender toda a maravilha a que se define universo, mas veja bem
que não lhe será um trabalho fácil. Afinal, não
é à toa que o Infinito é o mais sábio!
SUMÁRIO
Ensaio Sobre o Caos
Premissas Básicas
Metafísica do Caos
Teoria Suplementar do Caos
Teoria Essencial do Caos
ENSAIO SOBRE O CAOS
Falar em caos, ou como neste ensaio
estruturar uma teoria sobre o caos, é sem dúvida um tema interessante
e ao mesmo tempo complexo.
A teoria que segue, estruturou-se
a partir da evidência das fenomenologias dos acontecimentos referentes
à manifestação de caos. Colhido um instante, intui-se para
dentro dele à espera das conexões lógicas.
Depois disso foi necessário
rever o holístico em harmonia com suas estruturas. A partir dele se fez
a ramificação lógica e harmônica das relações
entre suas partes.
Descoberto seu sistema harmônica,
que é holístico, verificou-se pois, o processo como se realizava
a movimentação da ordem caótica, ou seja, como aquelas
partes se estruturavam no todo a fim de promover o movimento, filho e irmão
da força. Com isso, não quero cair em um estruturalismo atômico,
mas sim garantir ordem de lógica para o interno da ação
e assim explicar o completo, a gestalt que ali acontece.
Após ter verificado como se movimenta a ordem caótica era necessário responder a pergunta: se tensiona (e tenciona) pela força, mas qual é o objetivo desse movimento? O que segue descreve essa excitante aventura.
PREMISSAS BÁSICAS
Ingenuamente as pessoas costuma
dizer que os dias e os acontecimentos repetem-se da mesma maneira, ou no mesmo
lugar e, ou ao mesmo tempo. Entretanto, isso somente pode ser pensado se se
desconhece a ordem do caos.
A ordem do caos consiste nas infinitas mas finitas formas de formação de um ato, de um evento, de uma substância (no sentido de organização estrutural, tanto metafísico, como físico e virtual). O finito deve ser entendido como "aquele que está acabado", que está ou que caminha para a realização suprema de sua constituição pulsional tencional. Finito é aquela forma, aquele evento específico que se denomina daquela forma e de nenhuma outra. Ecceidade de evento; que tende ao fim, à inércia primordial. A concepção de "infinito mas finito" é muito importante e aparecerá com freqüência e portanto é necessário tê-la esclarecida.
Quando se fala em ordem do caos, não se fala diretamente em uma organização (em um sentido externo), mas em uma forma lógica e inteligente de estruturar-se.
Esse constituir-se se apresenta
nas infinitas mas finitas formas de formação, ou seja, a constituição
em sua apresentação expõe uma das infinitas possibilidades
de estruturação que quando se faz ato ou matéria é
finito, já aconteceu daquela forma, já é passível
de realização. O infinito representa o eterno vir a ser das possibilidades
de estruturação dos mais diversos conjuntos holísticos.
Sua possibilidade de criação é eterna, mas quando cria,
mata, ou seja, realiza o projeto de uma virtualidade latente. Portanto, o finito
é concebido como este modo, está matéria que é ordenada,
jogada pela força do caos a recuperar a suas inércia primária
através da realização de sua finitude, o objetivo pelo
qual foi arremessado.
A formação desenvolve-se
na relação de determinados dados escolhidos dentre as possibilidades
de configuração com o intuito de responder a uma exigência
ímpar. Para isso, é necessário que existam os fatores temporais
que definam as coordenadas do acontecimento único. Se constituem portanto
fatores temporais ou de situação eventual: a profundidade, a altura,
a largura, o ponto de encontro (cuja confluência é o evento) e
o ponto de finalidade (ou para onde tende o ponto de encontro). Visualize um
gráfico tridimensional e o ponto de convergência que se define
é o ponto singular que constitui o evento. Agora imagine que a graduação
dos três fatores (vetores) é freqüentemente alterada de acordo
com a posição do ponto inicial, ou de encontro, que se movimenta.
A força impele o movimento e o ponto de finalidade cria rota pela qual,
primordialmente, o ponto de convergência irá mover-se em virtude
de sua tensão, até atingir novamente a inércia. Entretanto,
quando atinge a inércia, pára de movimentar-se e continua a mover-se
junto com o infinito. O infinito é força, sempre é movimento
em expansão, por isso, quando o ponto atinge a inércia novamente,
ele retorna finito e movimentado para mover-se junto com o infinito, não
por si próprio, mas pelo infinito.
Um fato jamais se repetirá
na mesma forma e no mesmo tempo. Cada vez que uma forma se estrutura, presentes
estão ali toda aquela configuração que possibilitou a sua
existência. Com a possibilidade da existência, o evento, o fato
pode vir a ser e constituir-se finito. Uma vez constituído finito, retorna
ao infinito para ser parte de seu movimento. Em um primeiro momento o finito
é inércia em virtualidade latente. Depois, percorrido o movimento,
configura-se inércia de realização. É o passar de
um nível a outro. No primeiro nível é possibilidade, no
segundo é conclusão. Cada vez que essa passagem é feita,
o próprio infinito configura-se mais infinito. Ele conclui algumas virtualidade
que quando realizadas, criam novas possibilidades de ser a partir dessa já
realidade. Portanto a inércia é temporária e relativa pois
sempre ocorrerá enquanto o evento passar de nível, ou seja, a
inércia é um estado contínuo que se alcança para
se disponibilizar a novos níveis ou virtualidades latentes superiores.
Nesse contexto podemos delinear
o conceito de criatividade, a qual podemos definir como "quando o homem
se iguala a deus", ou seja, quando uma unidade de ação se
iguala à Essência, pois faz com que algo que não existia
até então, passe a acontecer. Assim, um evento em inércia
relativa é atirado para novas direções em movimento. Somente
uma unidade de ação com especificidade de potencialização
de força pode promover a criação do movimento de uma outra
unidade de ação qualquer. A Essência faz o universo mover-se
continuamente e podemos acrescentar a isso o fato dele próprio ser o
continuum. Esse movimento é base primordial que interliga inter-relacionamente
todos os pontos e lhes identifica o nível quântico de evolução
(que é a unidade de força de moto medida).
Os eventos acontecem paralelamente, e esperar que um fato aconteça, em sua totalidade, de maneira idêntica a outro é uma impossibilidade lúcida.
Quando se observa a pluralidade
eventual é conseqüente o paralelismo relativo dos eventos moventes.
O evento possui a sua direção
e o seu movimento, e contemporaneamente transcorrem outros eventos. O paralelismo
não garante sincronia absoluta, mas sobretudo relativa e qualitativamente
diferencial. Relativa porque durante seu movimento pode co-ocorrer paralelamente
ao movimento de outro evento. O percurso do movimento pode fazer tantos pontos
de intersecção ou cruzamento. A resultante se define ainda por
si mesma mas com traspassassem de cruzamento. O ponto de intersecção
pode ser o encerramento do movimento e a criação de um novo evento.
O evento que resulta desse encontro é um ponto de possibilidade primária
virtual determinada que não é superior ainda. Os eventos causantes
se tornam superiores e deixam latente a resultante virtual que é possibilidade
universal assim como a todos os outros eventos no mesmo nível, pois o
ponto determinado apenas especifica o fim da finalidade dos eventos precedentes.
A sincronia qualitativamente diferencial é conseqüência da configuração eventual que destina uma finalidade. Essa forma que tende a um fim é ordenada de tal maneira que seja equipada adequadamente para atingi-lo com êxito. Dois eventos não podem possuir a mesma finalidade, pois contradiria toda a lógica da estrutura existencial como parte funcional de um holístico dinâmico, embora diversos eventos possam fazer finalidade de ação em um mesmo conjunto, que responde a sua finalidade específica. Assim, mesmo que os eventos transcorram em sincronia, a qualitatividade diferencial e a relatividade garante particularização de unidade do resultado força.
METAFÍSICA DO CAOS
O caos é um fator de variedade composto por várias partes. Essas por sua vez, formam o próprio holístico dinâmico que é o acontecimento de um evento. A sua composição se constitui em:
a) Parte material: Quando uma necessidade
é precisa, pega-se um ponto de possibilidade virtual e se precisa nele
a qualidade do material que deve ser usado para estar apto a atingir aquela
finalidade necessitada. Portanto, diz respeito às matérias (densas)
palpáveis envolvidas. O evento segue e se ajusta ao molde da especificação
que garante o particular como próprio irrepetível.
b) Parte temporal: É quando de tempo foi dispensado para a realização
do ato. O caos não define o tempo, porque para ele o próprio tempo
é infinito enquanto que para os eventos é relativo. O tempo relativo
se verifica pelo quanto de força se utilizou. Por isso, se se utiliza
muita força, um evento é prolongado, assim como o contrário.
c) Parte geográfica: Aquela que conhece somente o mapa. Quando um ponto
ganha material e movimento, se propõe em direção de sua
finalidade. Assim, é necessário definir o curso pela rota otimal,
que é a mais côngrua, excluindo eventuais acidentes, em que o ponto
deverá seguir até atingir sua finalidade. Para isso deve conhecer
o mapa (dado pela parte parametral), o relevo pelo qual correrá. Cada
passo seu são coordenadas de quatro dimensões: altura, largura,
profundidade e (in)tensionali-dade finalística. Esta última é
aquele elemento que tensiona ao encontro do seu objetivo, seu fim, quando faz
tensão, determina o caminho que deve fazer para atingir e findar seu
escopo. A parte geográfica vem a se preocupar com isso tudo, com as coordenadas
do local (de todos eventos que ali se encontram), da demarcação
da região proposta e envolvida (como foi dito acima), assim como controla
os fatores climáticos e o relevo. Todos os eventos que ali estão
presentes são verificados em suas qualidades geográficas. Enquanto
se move, a parte geográfica verifica todo espaço e toda sua conjuntura
naquele momento, e como ele se relaciona e afeta ou se deixa afetar pelos eventos.
Aqui falemos de ambientes como conjunto de eventos interacionais. Essa faculdade
controla os fatores climáticos na medida que os observa e os lê
se faz vantagem ou não ao percurso do eventos (mesmo que este tenha de
passar por eles). Conhecimento do campo parametral.
d) Parte Matemática: É a materialização de percurso,
feito com e depois da geografia. Quando a geografia faz as coordenadas, é
a matemática que garante a exatidão do ponto pelos seus cálculos.
Por isso, calcula o arranjo e passa as coordenadas da rota, dos movimentos.
A geografia conhece os lugares, a matemática dá os números
das posições. A matemática é pura música,
ritmo e movimento, embora esta música não dê os números,
dá a vibração que impulsiona o movimento. Portanto é
também musical, escala vibracional-tencionante.
e) Parte Física: Calcula a intensidade da força, da velocidade
e outros elementos físicos e naturais necessários à realização.
Força é o quanto se precisa para fazer um ponto se movimentar.
Velocidade é o quanto de deslocamento se faz com determinada força
dissipada. Existem elementos naturais, ou seja, próprios do eventos,
que fisicamente lhe conferem qualidade e afetam o resultado de seu movimento.
Suas potências físicas ficam limitadas ao tipo de evento que se
encerra. Por isso a física recolhe as particularidades motoras e de força
e a partir desses calcula-lhes a intensidade necessária para ser dissipada
naquele átimo eventual.
f) Parte Parametral: É a que define o mapa. Define os parâmetros,
os limites e permite a realização do ato. Dentro dos eventos não-criativos
se encontram essa funcionalidade. Essa parte faz um mapa de todo o campo geográfico,
e estabelece as fronteiras provisórias que seguem aquele átimo
geográfico eventual. Os eventos criativos podem se deslocar entre os
parâmetros, o que é uma das características desses movimentos.
Em outro aspecto, em todos eventos, define as escalas matemáticas e físicas.
g) Parte Organizacional: Para se atingir uma meta, essa parte trabalha com a
escolha do arranjo, da região e todos os outros fatores que viabilizem
o movimento e o acontecimento do ato. Então, realiza o processamento
de dados e define todas suas escolhas como a estratégia perfeita para
a finalidade ser atingida.
h) Parte Ocasional: São fatores inter-cruzados que se acoplam à
determinante caótica ou ato em movimento, e interferem na resultante.
São possíveis quando ocorre confusão. Confusão é
o encontro com dois pontos distintos ou a verificação de um ponto
antítese, o seu negativo. Ocorre quando um outro ponto faz percurso coincidido
com o tal, de forma que o sobrepõe. Se o evento segue fiel a finalidade
que gerou seu movimento a confusão não deixa que um evento se
deixe afetar pelo outro. Entretanto, quando não segue fiel, pode confundir
a sua rota com a do outro ato , e assim , desvia-se do seu movimento original.
Quando faz moto, o ponto gera um anti-ponto que é o seu movimento reverso.
Como o ponto é um holístico-dinâmico, existe em si, em seu
estado de inércia, o positivo e o negativo. O positivo consente o movimento
em expansão até o estado criativo. O negativo faz movimento em
retração tencionando à inércia absoluta, onde o
movimento nunca poderá dar-se novamente. Quando é forçado,
o ponto corre em expansão e tudo que lhe define positivo corre junto.
Em contrapartida, tudo que lhe subtrai, e portanto é negativo a sua expansão,
corre em sentido oposto e se consuma na inércia absoluta. Quando o evento
se move ao mesmo tempo o que é corre à frente e o que não
é corre para trás.
i) Parte Química: Determina as reações químicas
que a parte material pode sofrer e causar ao ambiente (os acidentes). Quando
o evento se densifica, a química lhe confere a encarnação
(a forma) necessária para atingir seu escopo e lhe proveja de formas
densificadas especificadas para interagir (que se conte as outras funções)
e evoluir em movimento.
j) Parte Informática: Coordena e informa o movimento. Quando a organizacional
faz o processamento de dados, a informática os confronta, os calcula
com a matemática. Entretanto, embora a matemática forneça
os números, a informática possui a função e a capacidade
de lê-los e precisar o resultado que será base do processamento
de dados da organizacional. É a central base do movimento que coordena
e liga todas as partes para poder fazer informação congruente
e atualizada. Dessa forma auxilia e informa às demais partes sobre a
situação do movimento.
Através desses módulos metafísicos o evento pode decidir pelo caminho otimal, diferenciando e identificando os pontos que se apresentam na trajetória de seu movimento para seguir à realização de sua finalidade. Com estes, o evento pode realizar percurso após ser atirado em um campo de eventos, um campo de movimento interacional.
TEORIA SUPLEMENTAR DO CAOS
Por uma questão didática
é melhor separar a Teoria do Caos em três seções:
Teoria Metafísica, Teoria Suplementar e Teoria Essencial. Dando prosseguimento
então, falemos da Teoria Suplementar do Caos. Na parte acerca da Metafísica
expliquei o caos de modo microcósmico, enquanto nesta o caos será
visto pelo seu agente microcósmico que transita no meio macrocósmico.
Existe ordem no caos? Ao que parece,
pôr ordem em algum estado caótico, ou mesmo em um segmento, uma
cadência de caos seria impossível. Como pode haver ordem na desordem?
O caos se configura como um holístico-dinâmico cuja ordem é
um conjunto de linhas caóticas com seus respectivos elementos, sendo
toda ordem intencionante. Então imaginemos a Ordem Caótica provida
das seguinte partes: Linha Caótica, Seqüência Caótica
e Fim do Caos. A Linha Caótica é o segmento, uma linha, uma passagem,
um caminho, uma parte, um meio dentro de um holístico dinâmico
interrelacional, assim como o tijolo é uma parte de um grande muro. É
um vetor de intencionalidade com finalidade especificada. Seqüência
Caótica é o código, a forma como estão dispostos
os elementos constituintes da Linha Caótica. A Seqüência é
definida pelos módulos metafísicos que lhe consentem uma disposição
de ordem finalística. Fim do Caos é o fim da Linha Caótica
ou também o começo de outra. Por fim, nesse caso, podemos entender
tanto o término como o escopo final atingido.
Logo, existe ordem no caos, ou seja, embora exista uma pluralidade diversa e infinita mas finita de linhas caóticas, existe uma ordenação para que os segmentos se alinhem e realizem compromisso de congruidade com a finalidade de projeto. A disposição dos mais diferentes aspectos qualitativos e quantitativos dos elementos está de acordo com processo holístico-dinâmico do microcosmos estruturado de módulos metafísicos. Esta disposição sempre está em convergência com uma
Ordem Caótica, ou seja, ela se formaliza em um tipo de substância, entidade ou unidade de ação qualquer, que possui uma linha, uma seqüência caótica e um Fim do Caos.
TEORIA ESSENCIAL DO CAOS
Vimos com tudo isso, que o caos possui um aparato especializado que lhe confere poder de movimento no macrocosmo. No fim, micro e macro são inseparáveis, mas é a especificidade do agente microcósmico que garante a sua mobilidade sinérgica àquela do macrocosmo. Quando um se mexe, o outro se movimenta junto.
Mas como se move o macrocosmo?
O macrocosmo se move como uma grande
onda oceânica que carrega consigo todas aquelas ondas menores que pertencem
ao mesmo oceano. Mas como se impulsiona o movimento do macrocosmo? O macrocosmo
é baseado por uma linha universal evolutiva. A função dessa
linha é sempre levar à auto-realização do evento.
Cada parte corresponde a uma especificidade que garante a vida de outro. Se
um movimento é dotado de uma qualidade própria, se realizado,
são todos que adquirem essa qualidade. Claro que não é
por osmose, mas a qualidade de cada um garante a especificidade que ressoa no
Primo Motor, para todos os eventos.
Imagine se não houvesse nada além de uma luz em um imenso universo vazio e negro. Se somente houvesse essa luz, a intencionalidade do universo se presenciaria como um intencionante seguinte que seguisse a linha universal-evolutiva para atingir as finalidades universais. As finalidades universais se constituem nos caminhos propostos pela inteligência do Primo Motor. Essas finalidades podem ser sentidas em toda a extensão do universo. Todos caminhos convergem para a mesma fonte, as mesmas necessidades se encontram em aspectos semelhantes (não excluindo a diferença), possuindo, entretanto, a mesma finalidade, uma Finalidade
Universal. Pequemos por exemplo a arquitetura dos pássaros. Por quê penas? Por quê um aparato orgânico que facilita o vôo com a diminuição do peso corporal?
Por quê um bico, duas asas
e duas patas? Por quê essas características nesse planeta? Vemos
que o grande conjunto das aves é orientado por uma finalidade universal.
Outro exemplo: os mamíferos. Por quê o leite é característico?
A presença de pêlos, por quê? Em base a essas premissas ainda
há de se estruturar a terceira revolução Darwiniana enfatizando
a intencionalidade um universal psíquico sobre a formação
orgânica dos animais.
O caos é portanto um fator de variedade composto de diversas partes metafísicas que consiste nas infinitas mas finitas formas de formação de uma ato que culminam com a ordenação deste. Embora tenha se dito tudo isso, o caos ainda possui mais uma característica, tem Essência, um centro, uma alma, o Primo Motor.
É nela que se realiza toda
a formação e escolhas dos fatores que seguirão a uma finalidade
Universal. Esses fatores são precedentes básicos que formarão
o micro-conjunto holístico-dinâmico (interacionador universal)
que denominamos unidade de ação, evento , ponto.
O centro do caos é um núcleo de energia contínua capaz então de formar infinitas mas finitas Ordens Caóticas. Dentro dessas ordens, podemos explicar as Linhas
Caóticas como pacotes de
elementos determinados pelos fatores que foram selecionados a um fim universal.
Assim, os fatores determinam o conjunto justo de elementos que suprem a "combustão
do movimento" até a sua auto-realização finalística.
O caos possui vida infinita e não finita, pois dá origem ao universo
que o cerca assim como pode refazer universos ou criar outros posteriormente.
Fechando um ciclo, fecha-se uma linha contínua de trabalho. Vida é
um conceito físico, é força atirada, em projeção,
portanto, dizer que o caos tem vida infinita significa que no começo
nada havia, somente existia o negativo absoluto, em contrapartida, todo movimento
se define por um ponto e seu anti-ponto que é a sua antítese.
Como já foi explicado, o ponto é um holístico-dinâmico e existe em si, em seu estado de inércia o positivo e o negativo. O negativo nessa caso é o Negativo
Absoluto cuja composição
é uma concentração de vácuo em inércia absoluta.
Quando o movimento corre, tanto seu positivo (o que vai vir a ser) como seu
negativo (o que deixou de vir a ser) correm juntos. Feito uma escolha, tantas
outras morrem e retrocedem. Ocorre então que no momento do Negativo Absoluto
a escolha da vacuidade faz com que o seu lado oposto se distancie. Como seu
oposto é o positivo e ele não pode atingir de volta a inércia
absoluta (e sim a relativa visto que é em relação grande
holístico-dinâmico macrocósmico que chamamos de universo),
este terá que correr a sua máxima expansão plurifatorial
visto que deve atingir a anti-posição do Negativo Absoluto. O
Primo Motor é aquele que sempre é eterno, pois o negativo só
pode existir como nada absoluto se ele tiver o positivo em relação,
ou seja, a Essência é o próprio negativo e positivo cujo
equilíbrio garante a existência holístico-dinâmica,
pois como se diz: "Tudo que é encima também é embaixo".
Portanto a existência de um implica na de outro.
O Primo Motor se constitui no primeiro movimento realizado e no primeiro gerador de movimento. Através de sua força de movimento primordial, se consente aos eventos ganhar em moto a partir das necessidades universais, passando pelos módulos metafísicos que lhe consentirão formação. Como diz o Sri Isopanishad: "... o
Todo Completo não é
desprovido de forma. Se Ele não tivesse forma, ou se houvesse algum aspecto
de Sua criação que fosse superior a Ele, Ele não poderia
ser completo. O Todo Completo deve conter tudo o que está dentro do limite
de nossa experiência ou a ultrapassa; caso contrário, Ele não
pode ser completo".
A Essência é o Nada
e o Tudo e por isso sempre existiu e sempre existirá.
Notas
1 - Graduando em psicologia pela UNISINOS. E-mail: [email protected]