HUXLEY, Aldous. Admirável Mundo Novo. Rio de Janeiro: Bradil, 1969. 316p.


"E esse, acrescentou sentenciosamente o Diretor, é o segredo da felicidade e da virtude - gostar daquilo que se tem de fazer. Este é o propósito de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social do qual não podem escapar."

"Até que afinal a mente da criança seja essas sugestões, e a soma de sugestões seja a mente da criança. E não só a mente da criança, mas também a do adulto, para toda a vida. A mente que julga, deseja e decide - construída com essas sugestões. Mas todas essas sugestões são nossas! O Diretor quase se pôs a gritar em seu triunfo. Sugestões do Estado. Bateu na mesa mais próxima."

"Procurem imaginar o que significa viver com a família. (...) - E vocês sabem o que era um "lar"?. (...) Lar, lar - alguns quartos exíguos e sufocantes, habitados por um homem, uma mulher, periodicamente grávida, um bando de meninos e meninas de todas as idades. Sem ar, sem espaço; uma prisão sem condições de esterilidade; escuridão, doença, mau cheiro. (...) O lar era tão sujo psíquica quanto fisicamente. Psiquicamente, era uma toca de coelho, um monturo, fervente de atritos da vida apertada e amontoada, enfumaçada pelas emoções. Que intimidades sufocantes, que relações perigosas, insanas, obscenas entre os membros do grupo familiar! A mãe criava seus filhos (seus filhos...) como maníaca, parecia uma gata em cima dos filhotes; mas uma gata que pudesse falar, que pudesse dizer: "Meu filhinho, meu filhinho", muitas e muitas vezes. "Meu filhinho, e oh! oh! em meu seio, as mãozinhas, a fome e esse indizível prazer doloroso! Até que afinal meu filhinho adormece, meu filhinho dorme com uma gota de leite no canto da boca. Meu filhinho dorme..."."

"Nosso Freud foi o primeiro a revelar os perigos espantosos da vida em família. O mundo era cheio de pais - estava, portanto, cheio de miséria; cheio de mães - portanto cheio de toda a espécie de perversão, do sadismo à castidade; cheio de irmãos, irmã, tios, tias - cheio de loucura e suicídio."

"O impulso reprimido explode e transborda em torrentes de sentimentos, paixão, quase loucura: depende da força da corrente, da altura e da resistência do dique."

"... em hipnopédia. Sessenta e duas mil e quatrocentas repetições fazem uma verdade. Idiotas!"

"As palavras podem ser como raios X, se você as usar na forma conveniente - atravessam tudo."


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