José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho



n. Campos dos Goitacases, RJ, Brasil, 1742
f. Lisboa, 1821

José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho começou a sua vida adulta como senhor de engenho, administrando as propriedades da família em sua terra natal. Alguns anos depois, deixou essa atividade, partiu para Portugal e freqüentou a Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Cânones. Iniciou uma carreira eclesiástica, na qual chegou a bispo de Olinda (1795 a 1802), e bispo de Elvas. Eleito bispo de Beja, Portugal, em 22 de janeiro de 1818, por D. João VI, não aceitou o cargo. Inquisidor geral e Presidente da Junta de Reforma das Ordens Religiosas. Deputado às Cortes Constituintes e Governador de Pernambuco.

Azeredo Coutinho é sobretudo conhecido pelas suas obras econômicas. Nelas não desenvolve, nem discute, sistemas teóricos. Fornece alvitres, fundamentados na sua experiência. Não tem ilusões mercantilistas sobre a importância do ouro, nem preconceitos fisiocráticos sobre a importância da agricultura, antes defende o estímulo de atividades agrícolas, industriais e comerciais e sobretudo da marinha, apenas reputando inadequadas para Portugal as indústrias de luxo. 

Foi o primeiro a propor a abertura de canal ligando Campos a Macaé (“Subsídios para a história dos Campos dos Goitacases”, 2.a ed., p. 264). De fato, o clérigo  escreveu, em seu "Ensaio Econômico sobre o Comércio de Portugal e suas Colônias", lançado em 1794, que “toda esta planície [entre os rios Macaé e Paraíba do Sul] é cortada de vários rios e lagoas, cujas águas correm umas para o rio Paraíba, outras para o rio Macaé, e pelo meio de toda aquela planície se pode fazer um canal de comunicação desde as nascentes dos dois rios Ururaí e Macabu que, nascendo da grande Serra do Mar, vão entrar na famosa lagoa Feia, que por um braço se estende para o lago de Quissamã e deste para as lagoas de Carapebus, até entrar no dito rio Macaé”.

 

 

 

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