José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho
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José
Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho começou a sua vida adulta
como senhor de engenho, administrando as propriedades da família em
sua terra natal. Alguns anos depois, deixou essa atividade, partiu
para Portugal e freqüentou a Universidade de Coimbra, onde se
licenciou em Cânones. Iniciou uma carreira eclesiástica, na qual
chegou a bispo de Olinda (1795 a 1802), e bispo de Elvas. Eleito bispo
de Beja, Portugal, em 22 de janeiro de 1818, por D. João VI, não
aceitou o cargo. Inquisidor geral e Presidente da Junta de Reforma das
Ordens Religiosas. Deputado às Cortes Constituintes e Governador de
Pernambuco.
Azeredo Coutinho é sobretudo conhecido pelas suas obras econômicas. Nelas não desenvolve, nem discute, sistemas teóricos. Fornece alvitres, fundamentados na sua experiência. Não tem ilusões mercantilistas sobre a importância do ouro, nem preconceitos fisiocráticos sobre a importância da agricultura, antes defende o estímulo de atividades agrícolas, industriais e comerciais e sobretudo da marinha, apenas reputando inadequadas para Portugal as indústrias de luxo. Foi o primeiro
a propor a abertura de canal ligando Campos a Macaé (“Subsídios
para a história dos Campos dos Goitacases”, 2.a ed., p. 264). De
fato, o clérigo escreveu, em seu "Ensaio Econômico sobre
o Comércio de Portugal e suas Colônias", lançado em 1794, que
“toda esta planície [entre os rios Macaé e Paraíba do Sul] é
cortada de vários rios e lagoas, cujas águas correm umas para o rio
Paraíba, outras para o rio Macaé, e pelo meio de toda aquela
planície se pode fazer um canal de comunicação desde as nascentes
dos dois rios Ururaí e Macabu que, nascendo da grande Serra do Mar,
vão entrar na famosa lagoa Feia, que por um braço se estende para o
lago de Quissamã e deste para as lagoas de Carapebus, até entrar no
dito rio Macaé”. |