IAP em Piedade organizada em 23 de abril de 1963 - site oficial www.iapro.com.br
 
 
 
 
Destaques Estudos
 
IAP em Piedade organizada em 23 de abril de 1963
A Parábola da Insistência

Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo e este for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu, chegando de viagem, procurou-me e eu nada tenho que lhe oferecer. E o outro lhe responde lá de dentro, dizendo: a porta já está fechada e os meus filhos comigo já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar; digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos, por ser seu amigo, todavia o fará por causa da importunação, e lhe dará tudo o de que tiver necessidade (Lc 11:5-8).

O presente estudo baseia-se na parábola do amigo importuno. Essa parábola é parte de um contexto que trata de oração. Jesus acabara de ensinar os seus discípulos a orarem e, em seguida, conta-lhes essa parábola, que mostra alguém em apuros, por haver recebido um amigo visitante, faminto, à meia-noite, e por não ter pão para saciar sua fome.

A compaixão pelo amigo cansado e faminto leva aquele homem a importunar seu amigo vizinho, em momento impróprio. O que o levara a tomar aquela atitude era a situação de grande necessidade do amigo. Ele não decide importunar pelo simples prazer de importunar, mas porque foi constrangido pela necessidade do amigo. Sua insistência foi sua vitória. Vejamos como esta parábola pode nos ajudar a sermos mais insistentes em nossa vida de oração.

O PROPÓSITO DA PARÁBOLA

Na sociedade em que Jesus vivia, era comum o discípulo pedir instruções a seu mestre quanto à oração. Foi nesse contexto que a prática da oração particular na vida de Jesus despertou nos seus discípulos o desejo de aprender a orar também. Então, imediatamente, depois de Cristo ter dado aos seus discípulos a oração-modelo (Lc 11:2-4), ele os instruiu através de uma parábola: a do amigo importuno (Lc 11:5-8).

Logo, percebemos que essa estória é parte de um contexto bíblico que trata da prática da oração (Lc 11:9:13). Na parábola do amigo inoportuno, Jesus fala de alguém que busca um amigo no meio da noite, necessitando emprestar pães para alimentar uma visita que chegou de viagem inesperadamente: Imaginem que um de vocês vá à casa de um amigo, à meia-noite, e lhe diga: Amigo, me empreste três pães. É que um amigo meu acaba de chegar de viagem, e eu não tenho nada para lhe oferecer (Lc 11:5-6).

E Jesus continua estimulando a imaginação de seus discípulos: E imaginem que o amigo responda lá de dentro: Não me amole! A porta já está trancada, e eu e os meus filhos estamos deitados. Não posso me levantar para lhe dar os pães. Jesus disse: Eu afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo dele, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo o que ele precisar. (Lc 11:6-8). Portanto, através dessa narrativa, vemos que o propósito da parábola é ensinar aos discípulos a importância da insistência na oração.

A VERDADE DA PARÁBOLA

A verdade principal desta parábola é mostrar-nos a importância de perseverarmos na oração, com humildade e confiança: Eu afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo dele, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo o que ele precisar (Lc 11:8 - BLH). Esse ensino central de que o cristão tem o dever de insistir sempre em oração é também destacado por Jesus nos versículos seguintes à parábola: E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á (Lc 11:9-10).

O Comentário Bíblico Broadman (vol. 9, p. 123) explica que os três verbos "pedi", "buscai" e "batei" revelam a necessidade de persistência. O ensino é este: continue pedindo, continue buscando, continue batendo. O crente nunca deve vacilar em sua certeza de que Deus responderá a seus filhos que o buscarem. Assim, devemos continuar pedindo ao Senhor, insistentemente, ainda que as circunstâncias sejam desafiadoras e desanimadoras. Todavia, isso não significa autorização divina para o cristão chegar diante de Deus ordenando-lhe ou cobrando-lhe respostas imediatas, sem antes procurar entender e obedecer à vontade divina. Insistência não significa desrespeito a Deus.

As pessoas modernas são fortemente imediatista e consumistas. Quando essa atitude mundana é incorporada à vida cristã, as pessoas tornam-se exigentes e voltadas apenas para o seu próprio bem-estar espiritual e material; passam a encostar Deus no "paredão", confrontando-o com suas promessas: - O Senhor prometeu, tem que cumprir - dizem, desprovidos de temor a Deus. Muitos cristãos são chantageados por falsos profetas modernos, que se aproveitam do desespero de pessoas que os procuram na esperança de encontrarem a solução para suas ansiedades. Porém, a parábola do amigo importuno ensina os servos de Deus a insistirem na oração, não a darem ordens a Deus, quando orarem. Portanto, estudante, seja insistente na oração, mas mantenha o respeito a Deus no coração.

OS DESAFIOS DA PARÁBOLA

• 1º Desafio: Reconheçamos a importância da simplicidade na oração Em Lucas 11:5, lemos: Amigo, empresta-me três pães. Isso demonstra simplicidade. Sabe por quê? Porque pedir emprestado, na cultura judaica, era uma atitude de extrema humilhação. Portanto, caro estudante, a parábola nos estimula a pedir com simplicidade. Não podemos, nem devemos, pedir com arrogância, mas devemos pedir com humildade de espírito, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (l Pe 5:5; Sl 34:2; Lc 14:11; Pv 29:23; Cl 3:12). Quando nos humilhamos aos pés do Senhor, declarando o que realmente somos (pecadores), alcançamos a sua generosidade. Oremos com simplicidade, pois o SENHOR é excelso, contudo, atenta para os humildes (Sl 138:6).

• 2º Desafio: Reconheçamos a importância da solidariedade na oração A parábola nos mostra o homem pedindo em favor de outro (Lc 11:6). Ele não pede somente para si, mas para o amigo, ele é um intercessor! O intercessor é o que vai a Deus não em benefício próprio, mas em benefício dos outros. Interceder é pedir a Deus pelo outro. Há, na Bíblia, vários exemplos de orações intercessórias: Gn 18:23-32 (Abraão); Ex 32:11-14 (Moisés); Ne 1:4-11 (Neemias); Dn 9:1-19 (Daniel) e Jo 17:1-26 (Cristo). A intercessão, portanto, deve ser uma das prioridades da vida do cristão. Todo crente é chamado a interceder (Ef 6:18; Tg 5:16; I Jo 5.16). A Bíblia nos ordena a orar uns pelos outros: exorto que se use a prática de intercessões em favor de todos os homens (I Tm 2:1). Caro leitor, que a intercessão seja uma prática cristã comum em sua vida.

• 3º Desafio: Reconheçamos a importância da perseverança na oração Nesta parábola, o Senhor nos ensina sobre a necessidade da perseverança para o atendimento dos nossos objetivos de oração. Mas o que é perseverança? Biblicamente, a palavra "perseverança" tem o sentido de "ser paciente", de "ser constante". Os textos de Rm 12:12 e Cl 4:2 ensinam-nos que a perseverança na oração não é somente uma necessidade, mas é também um mandamento do Senhor: perseverai na oração. Orar deve ser um esforço continuado e incessante de todo cristão: devemos orar sempre e nunca esmorecer (Lc 18:1). Caro leitor, Deus tem o seu tempo para atender a oração dos seus servos; por isso, continue esperando e confiando que a solução final para as suas inquietações virá (Sl 5:1-3).

Sabemos muito bem a quem recorrer nas horas difíceis. Sabemos que o Senhor é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos, ou pensamos, conforme o seu poder que em nós opera (Ef 3:20). Deus nos surpreende com seus atos poderosos. Até mesmo quando diz não é porque tem propósitos especiais a nosso respeito. Nossa insistência diante dele é uma das formas que ele tem para nos atrair para perto de si, para ficarmos mais tempo junto na sua presença, uma vez que temos a tendência de nos afastarmos dele, quando tudo vai bem. De vez em quando, é bom sentirmos falta de alguma coisa necessária; de vez em quando, é bom nos sentirmos frágeis e impotentes; esses são pretextos permitidos por ele para buscarmos seu colo, para chorarmos aos seus pés, para suplicarmos por seu auxílio; e ele, bondosamente, suprirá nossas necessidades.

Perguntas para reflexão:

1. Em que se resume a parábola do amigo importuno? Lc 11:5-8

2. O que levou Jesus a contar a parábola do amigo importuno? Lc 11:1-4

3. Qual é a verdade principal ensinada pela parábola do amigo importuno? Lc 11:5-8

4. Como Deus promete abençoar a nossa oração insistente? Lc 11:9-13

5. Por que a simplicidade na oração é importante? l Pe 5:5 e Lc 14:11

7. Por que a solidariedade na oração é importante? Ef 6:18 e l Tm 2:1

8. Por que a perseverança na oração é importante? Lc 18:1, Cl 4:2



(Pr. José Lima de Farias Filho)
 
 
Igreja Adventista da Promessa - iap piedade | Copyright iap piedade
Rua João Hercilio Gross, 34 em Piedade no Rio de Janeiro / CEP 20740-390
Produzido e atualizado por PC@maral
1