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IAP em Piedade organizada em 23 de abril de 1963
A Igreja Como Agência de Transformação da Sociedade
03/02/2008
Autor: Marcio Rodrigues
"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens para que se vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" Mt. 5:16.

Como agência de transformação, está a Igreja consciente de que foi colocada no mundo para ser sal e luz, para transformar no sentido de que haja uma sociedade melhor e mais digna de se viver? Às vezes, a Igreja não tem mesmo consciência de sua missão na sociedade. Mas a sociedade tem consciência de que necessita da atuação e contribuição da igreja. Um bom exemplo aconteceu há alguns anos na Europa, quando a atuação das igrejas protestantes na Alemanha Oriental reivindicaram democracia e, não demorou muito, caiu o Muro de Berlim.
De igual modo, na África do Sul, onde as igrejas, tanto Católicas como Protestante, lutaram contra a segregação racial e conseguiram a liberdade para a grande maioria da população que é negra. Hoje, a África do Sul respira liberdade.
Não esquecendo ainda do que aconteceu na Romênia, quando, segundo a revista Veja, "O estopim que faltava para fazer explodir o descontentamento surgiu numa sexta-feira.... na cidade de Timisoara, logo que chegaram as notícias de que o governo romêno deportaria, para a outra extremidade do país o pastor protestante Lazlo Tokes, conhecido por sua defesa dos direitos humanos". O pastor era conhecido nacionalmente por sua luta pelos direitos humanos.
E quando falamos em transformações ou mudanças, referimo-nos às mudanças que se traduzem em um novo estilo de vida, demonstrado através dos frutos produzidos em decorrência dessas transformações.

A Voz Profética da Igreja Primitiva

Percebe-se que na comunidade do primeiro século já havia uma preocupação com o bem-estar social do homem e, portanto, a voz profética da época denunciava as injustiças cometidas contra os trabalhadores, como a exploração dos mesmos, entre outros abusos. Voz profética que foi silenciada em grande parte do cristianismo moderno que fala muito de pecado em termos espirituais, mas se esquece do pecado social.
Muitos cristãos estão esquecidos de que a fé cristã está para ser sal e luz do mundo. Sim, este sal divino que dá mais esperança e sabor à vida. Luz divina que dissipa as trevas da ignorância para que o homem possa enxergar a vida como pessoa liberta em Cristo, através de Seus ensinamentos.
A comunidade cristã, mesmo na sua fase embrionária, já tinha consciência de que o trabalhador era digno de seu salário. A mulher cristã, já desempenhava um papel importante naqueles dias, tal qual os homens. Pois, segundo o apóstolo Paulo, no Senhor não há homem, nem mulher, pois todos são iguais.
Todavia, não duvidamos que ainda hoje existam na mentalidade de muitos "cristãos" resquícios de uma sociedade patriarcal que vê a mulher como serva e não como companheira. Mas, na Igreja Primitiva, a mulher era considerada em alta estima.

Consciência de Liberdade na Igreja Primitiva

Embora não exista em o Novo Testamento uma afirmação precisa contra a escravidão na comunidade cristã (exceto em I Co. 7:23), contudo, isto não significa que a mesma fosse apoiada decisivamente.
Entretanto, os pressupostos de liberdade e de dignidade humana ensinados na comunidade cristã do primeiro século contribuíram grandemente para que os cristãos de outras gerações viessem a combater tal fato. É o caso, por exemplo, de John Wesley, na Inglaterra do século XVIII, que combateu corajosamente o sistema escravagista, chegando até mesmo a escrever um livro a este respeito. Fazendo o mesmo os protestantes do sul dos Estados Unidos.
Interpretando este assunto, diz Samuel Escobar, no livro "A Missão da Igreja no Mundo de Hoje": "É falso alegar, como alguns o têm feito, que Paulo nada fez acerca do mal da escravidão. Primeiro, ele anunciou o Evangelho a senhores e escravos igualmente. O seu próprio estilo de vida, bem como a instrução que receberá, adicionavam credibilidade a sua mensagem em ambas as classes sociais. Segundo, como parte de sua mensagem, ele ensinava verdades básicas sobre a natureza do homem (At. 17:26, uma origem comum para todos os homens), e o novo tipo de relação que os seres humanos mantinham sob Cristo, Gl. 3:28. Essas verdades opunham-se aos princípios básicos da filosofia então predominante na qual se baseava a escravidão.
Terceiro, ele pedia especialmente que fosse posta em prática a sua doutrina no contexto da comunidade cristã (Filemom). Já foi demonstrado que, ao dirigir-se aos escravos como agentes morais (Cl. 3:22-25; Ef. 6:5-8), Paulo estava fazendo algo completamente insólido para sua época tratando-os como pessoas responsáveis, não como coisas ou animais, como era o costuma de então.
Além disso, na mesma passagem, Paulo pede aos senhores o que nem mesmo os mais avançados moralistas ou filósofos pediram naquele momento. De maneira que Paulo, através de seu ensino e prática na Igreja primitiva atacava a escravidão em sua própria base. O exemplo e a influência da Igreja no I século, e posteriormente o ativo envolvimento de cristãos na vida pública, precipitaram finalmente a abolição do sistema".
Acredita-se que a civilização atual, principalmente a Ocidental, está firmada sobre três bases: as letras e as artes dos gregos, as leis dos romanos, e a moral de Cristo. Podemos afirmar que a ética cristã tem dado grande contribuição para a formação da moral no mundo civilizado.
O trabalho é outro ensino que faz parte dos postulados cristãos. Segundo Paulo, o trabalho e a honestidade são ingredientes importantes na formação de uma vida próspera e bem sucedida. Assim sendo, os cristãos que trabalham honestamente não só podem reivindicar seus direitos, como também estão projetando uma boa imagem do que é ser cristão, para o meio onde vive. Fazer o bem é mais um dos ensinamentos do cristianismo, sendo que o mesmo pode transcender a todos. Porém, Paulo tinha como prioridade os domésticos da fé, ou seja, os cristãos que faziam parte da comunidade.

Perguntas para reflexão:

1. Que contribuição deu a comunidade cristã do primeiro século objetivando a uma sociedade mais justa?, Tg. 5:1-4; Cl. 4:1.
2. Qual era o ensino nessa comunidade com relação à dignidade do trabalhador?, I Tm. 5:18.
3. Tinha a mulher participação naquela comunidade? Como era considerada?, Fp. 4:2 e 3; Gl. 3:28.
4. Em fazendo parte de uma nova comunidade, com novos valores de vida, como deveria Filemon receber seu escravo?, Fm. 16.
5. De que forma a ética cristã contribuiu para a formação de uma sociedade mais humana?, Mt. 22:39; Lc. 6:27; I Co. 13:1-3.
6. O que mais ensina o cristianismo para a formação de uma sociedade mais próspera?, II Ts. 3:10-12; Ef. 4:28.
7. Apesar de tanta corrupção e iniqüidade, que devem fazer os crentes?, II Ts. 3:13; Fp. 4:8 e 9.

(José Alves do Amaral)

Retirado de Estudos Biblicos da Igreja Adventista da Promessa
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